Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Assuntos para Orto e Reumato MENSURAÇÕES Mensuração na reabilitação Mensuração da circunferência Constitui o método mais comum para registrar a massa e o edema, servindo assim de método avaliativo, ponderando graficamente a evolução durante o tratamento. A variabilidade em se obter um resultado fidedigno provém dos seguintes fatores: os pontos utilizados para posicionamento da fita como referência anatômica, a tensão aplicada pelo avaliador sobre a fita métrica e se o músculo está contraído ou não. Recomendações para aprimorar a confiabilidade da avaliação: Tentar exercer o mesmo grau de tensão na fita em cada mensuração; Utilizar os mesmos pontos de referência anatômica e determinar o local da mensuração da circunferência; Se possível fazer a mensuração da circunferência com o músculo contraído. Obs: os membros inferiores devem variar entre si em no máximo 1,5 cm. Goniometria Utilizado para mensurar a amplitude de movimento das articulações. Posição do zero anatômico: A posição do zero anatômico deve ser adotada na maioria das mensurações. As exceções residem na rotação do ombro, rotação do quadril e supino-pronação do antebraço, nestas deve ser adotada a posição entre os dois extremos do movimento. Se não possível adotar a posição inicial deve-se registrar, quantitativamente, a posição inicial. AMPLITUDE DE MOVIMENTO (GRAUS) Articulação Movimento American Academy of Orthopaedic Surgeons Kendall e McCrery Ombro Flexão 0-180 0-180 Extensão 0-60 0-45 Abdução 0-180 0-180 Rotação interna 0-70 0-70 Rotação externa 0-90 0-90 Cotovelo Flexão 0-150 0-145 Antebraço Pronação 0-80 0-90 Supinação 0-80 0-90 Punho Extensão 0-70 0-70 Flexão 0-80 0-80 Desvio radial 0-20 0-20 Desvio ulnar 0-30 0-35 Polegar CMC Abdução 0-70 0-80 Flexão 0-15 0-45 MCF Extensão 0-20 0 IF Flexão 0-50 0-60 Flexão 0-80 0-80 Dígitos 2 e 5 MCF Flexão 0-90 0-90 Extensão 0-45 IFP IFD Flexão Extensão Quadril Flexão 0-120 0-125 Extensão 0-30 0-10 Abdução 0-45 0-45 Adução 0-30 0-10 Rotação externa 0-45 0-45 Rotação interna 0-45 0-45 Joelho Flexão 0-135 0-140 Tornozelo Dorsiflexão 0-20 0-20 Flexão plantar 0-50 0-45 Inversão 0-35 0-35 Eversão 0-15 0-20 Subtalar Inversão 0-5 Eversão 0-5 Fonte: adaptado de Norkin, C. C. e White,D.J (1985). Considerações técnicas: A posição de decúbito dorsal ou ventral proporciona melhor estabilização graças ao próprio peso do corpo do paciente. As mensurações devem ser obtidas como amplitude passiva de movimento. A parte corporal deve estar descoberta para conseguir maior precisão. O goniômetro é colocado próximo ou sobre a parte mais superior da articulação, sempre que possível, e seus ramos são colocados cobre os eixos longitudinais do osso da articulação após ter ocorrido o movimento. Norkin e White sugerem as seguintes diretrizes para aumentar a confiabilidade da goniometria: Utilizar posições de teste e pontos de referência anatômicos consistentes e bem definidos para alinhar os ramos do goniômetro. Fazer mensurações repetidas no mesmo indivíduo com o mesmo tipo de dispositivo de avaliação. Utilizar grandes goniômetros universais ao medir grandes segmentos corporais. Examinadores inexperientes devem fazer várias mensurações e anotar a média a fim de aprimorar a confiabilidade. As mensurações sucessivas são mais confiáveis quando feitas pelo o mesmo examinador e não por examinadores diferentes. Aplicações: EXTREMIDADES SUPERIORES Ombro Flexão Condição sugerida para o teste. O paciente fica em posição supina anatômica, com o antebraço na posição média, entre a supinação e pronação Alinhamento do goniômetro. O goniômetro é alinhado ao longo da linha média do úmero e da linha médio axilar do tronco. Extensão Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição anatômica de decúbito ventral com o antebraço na posição média, entre a supinação e a pronação. Alinhamento do goniômetro. É alinhado ao longo da linha média do úmero e da linha médio axilar do tronco. Abdução Posição sugerida para o teste. O paciente fica em posição supina anatômica com o antebraço na posição média, entre a supinação e pronação. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo do eixo longitudinal anterior do úmero e paralelamente à linha média do corpo. Adução Posição sugerida para o teste. O paciente fica em posição supina anatômica com o antebraço em posição média, entre a supinação e a pronação. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo do eixo longitudinal do úmero e paralelamente à linha média do corpo. Rotação externa Posição sugerida para o teste. O paciente em supino, com o braço em abdução a 90°, o cotovelo fletido a 90° e o antebraço em pronação e perpendicular a mesa. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo da ulna até o processo estilóide ulnar e perpendicular a mesa. Rotação interna Posição sugerida para o teste. O paciente em supino, com o braço em abdução a 90°, o cotovelo fletido a 90° e o antebraço em pronação e perpendicular a mesa. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo do processo estilóide ulnar e perpendicular à mesa. Cotovelo Flexão Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina anatômica. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo da linha média lateral do úmero, da cabeça do úmero até o côndilo lateral e da linha média do rádio até o processo estilóide radial. Extensão Posição sugerida para o teste. O paciente supino anatômico. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo da linha média lateral do úmero, da cabeça do úmero até o côndilo lateral e da linha média do rádio até o processo estilóide radial. Antebraço Pronação Posição sugerida para o teste. O paciente sentado, com o cotovelo em flexão de 90° e o antebraço a caminho entre supinação e pronação. Alinhamento do goniômetro. Dedos retificados, o goniômetro alinhado com a linha formada pelas pontas digitais ou, como os dedos em flexão, e alinhado com a linha formada pelas articulações interfalangianas proximais e paralelamente à mesa. Supinação Posição sugerida para o teste. O paciente sentado, com o cotovelo em flexão de 90° e o antebraço a caminho entre supinação e pronação. Alinhamento do goniômetro. Dedos retificados, o goniômetro alinhado com a linha formada pelas pontas digitais ou, como os dedos em flexão, e alinhado com a linha formada pelas articulações interfalangianas proximais e paralelamente à mesa. Punho Flexão Posição sugerida para o teste. O paciente fica deitado em supino, com o braço abduzido a 90° e rotação interna, o cotovelo fletido a 90° e o antebraço em pronação. Alinhamento do goniômetro. Alinhado com a linha média da ulna e o quinto metacarpo. Extensão Posição sugerida para o teste. O paciente fica deitado em supino, com o braço abduzido a 90° e rotação interna, o cotovelo fletido a 90° e o antebraço em pronação. Alinhamento do goniômetro. Alinhado com a linha média da ulna e o quinto metacarpo. Rádio e ulna Desvio radial Posição sugerida para o teste. O paciente fica deitado em supino, com o braço abduzido a 90° e rotação interna, o cotovelo fletido a 90° e o antebraço em pronação. Alinhamento do goniômetro. Alinhado sobre o processo estilóide ulnar e paralelamente ao terceiro metacarpo e perpendicular ao terceiro metacarpo. Desvio ulnar Posição sugerida para o teste. O paciente fica deitado em supino, com o braço abduzido a 90° e rotação interna, o cotovelo fletido a 90° e o antebraço em pronação. Alinhamento do goniômetro. Alinhado sobre o processo estilóide da radial e paralelo ao terceiro metacarpo e perpendicularao terceiro metacarpo. Dedos Flexão Alinhamento do goniômetro. Ao longo do lado medial da falange proximal e do lado medial da falange distal. Extensão Alinhamento do goniômetro. Ao longo do lado medial da falange proximal e do lado medial da falange distal. EXTREMIDADES INFERIORES Quadril Flexão Posição sugerida para o teste. O paciente na posição supina anatômica, com o joelho dobrado a 90° quando visualizado através do movimento. Alinhamento do goniômetro. Alinhado lateralmente, ao longo do eixo longitudinal do tronco e pela parte lateral, ao longo do eixo longitudinal do fêmur, desde o grande trocanter até o côndilo lateral do fêmur. Extensão Posição sugerida para o teste. O paciente na posição prona. Alinhamento do goniômetro. Alinhado lateralmente, ao longo do eixo longitudinal do tronco e pela parte lateral, ao longo do eixo longitudinal do fêmur, desde o grande trocanter até o côndilo lateral do fêmur. Elevação da perna estendida Posição sugerida para o teste. O paciente na posição supina, com o joelho retificado através do movimento e o tornozelo em dorsiflexão. Alinhamento do goniômetro. Alinhado lateralmente, ao longo do eixo do fêmur, desde o grande trocanter até o côndilo femoral lateral e paralelamente à fíbula e ao maléolo lateral. Abdução Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina anatômica. Alinhamento do goniômetro. Alinhado sobre as duas espinhas ilíacas Antero superiores e ao longo da coxa anterior, desde a linha média da coxa até linha média da patela. Adução Posição sugerida para o teste. O paciente flexiona o quadril e o joelho numa posição apoiada, com a extremidade a ser testada colocada debaixo da outra extremidade. Alinhamento do goniômetro. Alinhado sobre as duas espinhas ilíacas Antero superiores e ao longo da coxa anterior, desde a linha média da coxa até linha média da patela. Rotação interna Posição sugerida para o teste. O paciente fica sentado, com o quadril em flexão de 90° e o joelho fletido a 90° sobre a borda da mesa. Alinhamento do goniômetro. Alinhado paralelamente a mesa e ao longo da linha média da tíbia anterior, desde a patela até a posição média entre os maléolos. Rotação externa Posição sugerida para o teste. O paciente fica sentado, com o quadril em flexão de 90° e o joelho fletido a 90° sobre a borda da mesa. Alinhamento do goniômetro. Alinhado paralelamente a mesa e ao longo da linha média da tíbia anterior, desde a patela até a posição média entre os maléolos. Joelho Flexão Posição sugerida para o teste. O paciente em posição supina com o quadril em flexão. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo do fêmur lateral, desde o grande trocanter até o côndilo femoral lateral e da cabeça da fíbula até o maléolo lateral. Extensão Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo do fêmur lateral, desde o grande trocanter até o côndilo femoral lateral e da cabeça da fíbula até o maléolo lateral. Tornozelo Flexão plantar Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina, com o joelho retificado, ou fica sentado com o joelho fletido. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo da linha média da fíbula, desde a cabeça fibular até o maléolo lateral e ao longo da linha média do quinto metatarso. Dorsiflexão Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina, com o joelho retificado, ou fica sentado com o joelho fletido. Alinhamento do goniômetro. Alinhado ao longo da linha média da fíbula, desde a cabeça fibular até o maléolo lateral e ao longo da linha média do quinto metatarso. Inversão Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina. Alinhamento do goniômetro. Alinhado através dos dois maléolos e paralelamente ao segundo metatarso. Eversão Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição supina. Alinhamento do goniômetro. Alinhado através dos dois maléolos e paralelamente ao segundo metatarso. Retropé Varo/valgo Posição sugerida para o teste. O paciente fica na posição ereta. Alinhamento do goniômetro. Alinhado paralelamente ao assoalho e dividindo ao meio o calcâneo e o tendão de Aquiles. Fonte: Andrews; Harrelson &Wilk. Reabilitação física das lesões desportivas. 2ª Ed. Rio de janeiro: Guanabra Koogan S.A, 2000. CINESIOTERAPIA Amplitude de movimento É uma técnica básica utilizada para exame e início de tratamento em uma intervenção fisioterapêutica. Obs.: excursão funciona é a capacidade que o músculo tem de voltar ao normal após um alongamento máximo. Tipos de exercício de amplitude de movimento (ADM) ADM passiva (ADMP). Movimento produzido por força externa com pouca ou nenhuma força muscular voluntária. ADM ativa (ADMA). Movimento produzido pela contração ativa dos músculos que cruzam a articulação. ADM ativo-assistido (ADMA-A). Movimento no qual é fornecido uma força externa assistente, manual ou mecânica, porque os músculos movimentadores precisam de ajuda para completar o movimento. Indicações e objetivos das técnicas de exercício de Amplitude de movimento ADM passiva (ADMP) Indicações: Quando o paciente não é capaz de movimentar o seguimento corporal de forma independente. Objetivos: Manter a mobilidade da articulação de dos tecidos; Minimizar os efeitos da formação de contraturas; Manter a elasticidade mecânica dos músculos; Auxiliar a circulação e a dinâmica vascular; Favorecer o movimento do líquido sinovial dentro da articulação para nutrir e difusão de materiais; Diminuir ou inibir a dor; Auxiliar o processo de regeneração após uma lesão ou cirurgia; Ajudar na manutenção da percepção do movimento do paciente. Obs.: contratura=Condição em que um músculo, ou um grupo de músculos, exibe resistência acentuada à extensão passiva, e que decorre de causas como fibrose de tecidos que sustentam músculos ou articulações, lesões das próprias fibras musculares, etc. ADM ativa (ADMA) e ativo-assistida (ADM-A) Indicações: Sempre que o paciente for capaz de contrair a musculatura ativamente e mover o segmento; Quando for incapaz de mover por uma ADM desejada usa-se a ADMA-A. Pode ser usada em programas de treinamento aeróbico; Quando o segmento é imobilizado por muito tempo. Objetivos: Manter a elasticidade e contratilidade fisiológica dos tecidos; Fornecer feedback sensorial proveniente dos músculos em contração; Proporcionar um estímulo para manutenção da integridade óssea e articular; Aumentar a circulação e prevenir a formação de trombos; Desenvolver a coordenação e habilidade motoras.
Compartilhar