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Profa Ana Carla Coutinho Sala 240 Ramal 5597 / 5600 acoutinho@vm.uff.br OPERAÇÕES UNITÁRIAS II SISTEMAS PARTICULADOS Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia Departamento de Engenharia Química e de Petróleo 1 ð Na sedimentação, a separação das partículas de um fluído ocorre por ação de forças gravitacionais. ð Esta separação gravitacional pode ser muito lenta devido à proximidade entre as densidades das partículas e do fluido, ou por causa de forças associativas que mantém componentes ligados, como em emulsões. ð A força centrífuga é muito útil, quando se deseja aplica uma força superior a gravitacional, para a separação de sólidos e fluidos (sólido-fluido ou fluido-fluido) de densidades diferentes como na sedimentação, ou para conseguir separação do tipo das que se fazem na filtração. CENTRÍFUGAÇÃO 2 ð Esta operação unitária tem por objetivo separar partículas que não são facilmente separadas por decantação que em alguns casos é muito lenta. ð O processo encontra aplicação na área de alimentos em indústrias de laticínios, cervejaria, no processamento de óleo vegetal, concentração de proteína de pescado, processamento de suco, remoção de material celular e na separação de emulsões em seus constituintes. ð A operação de centrifugação é também utilizada nas operações de extração líquido-líquido e sólido-líquido em processos biotecnológicos e na industria farmacêutica. na filtração. CENTRÍFUGAÇÃO 3 De um modo geral, as centrífugas podem ser divididas em centrífugas de filtração e centrífugas de sedimentação. A Figura abaixo destaca os diferentes tipos de centrífugas sedimentadoras e filtrantes. Testes preliminares de peneiramento indicarão rapidamente a melhor opção. TIPOS DE CENTRÍFUGAS 4 Ø Centrífuga de Parafuso com tela perfurada üA centrífuga de parafuso (também chamada caracol ou rosca- sem-fim) com tela consiste em um transportador de rosca-sem-fim movido horizontalmente, que leva a suspensão a uma velocidade diferencial ótima dentro de uma cesta cônica giratória. üA separação de sólidos do licor-mãe é alcançada pela ação da força centrífuga, operando a elevados valores de g, enquanto a descarga acontece devido a inclinação da cesta e a velocidade diferencial do rolo. No ponto de separação, os sólidos são carregados para adiante pelo rolo até descarregar pela extremidade da cesta filtrante, com o filtrado passando diretamente através da tela. CENTRÍFUGAS FILTRANTES 5 Ø Centrífuga de Parafuso com tela perfurada CENTRÍFUGAS FILTRANTES 6 Este tipo de centrífuga pode ser equipado com ajuste automático da velocidade do rolo para atender exigências variáveis de processo, o que elimina completamente a intervenção do operador e o tempo de manutenção. Estas Centrífugas têm excelente capacidade de lavagem e podem ser usadas para a separação sólido-líquido, com partícula de diâmetro grande, i.e. 50mícrons ou maiores. Uma característica sem igual é sua habilidade para separar tanto os sólidos flutuantes como os sedimentados. CENTRÍFUGAS FILTRANTES 7 üA centrífuga peeler permite tanto a filtração como a decantação e é particularmente satisfatória para processar materiais no ambiente ultra- limpo das indústrias de química fina e farmacêutica. üAs máquinas podem ter uma cesta perfurada com membrana filtrante para o processo de filtração, ou uma cesta sólida para decantação üA centrífuga tem uma cobertura frontal que abre completamente o que permite a inspeção segura do interior pelo operador. (veja ao lado e abaixo) üEla também possui um mecanismo automático de faca raspadora (peeler) para descarga do bolo, além de um sistema efetivo de remoção dos resíduos ('heel') - uma característica que permite retenção completa a cada batelada e reduz o ciclo operacional removendo os sólidos separados a velocidade alta. Ø Centrifuga Filtrante de Cesta Horizontal com Raspador para Descarga (peeler) Ø Centrifuga Filtrante de Cesta Horizontal com Raspador para Descarga (peeler) CENTRÍFUGAS FILTRANTES 8 As altas forças g e o modo acelerado de descarga faz com que a centrífuga peeler use tempos de ciclo menores, que podem ser ajustados para assegurar uma larga faixa de capacidades de lavagem. Este tipo de centrífuga pode ser usado para aplicações onde a suspensão tem baixa concentração de sólidos ou é flutuante. Centrífuga de descarga automática aberta, mostrando o raspador no interior da porta frontal Ø Centrífuga Decantadora Horizontal de Vaso Perfurado CENTRÍFUGAS FILTRANTES 9 Este tipo de decantador operacionalmente é semelhante aos decantadores de paredes sólidas, mas é projetado para prover uma adicional eficiência de lavagem e aumentar a remoção de umidade em aplicações envolvendo materiais cristalinos. O decantador opera em dois estágios, combinando as vantagens de clarificação e de sedimentação da centrífuga de parede sólida e os benefícios da secagem em uma seção adicional de tela. Ø Centrífuga de Bolsa invertida CENTRÍFUGAS FILTRANTES 10 A centrífuga de filtro invertido é uma máquina automática horizontal, e incorpora uma bolsa de descarga automática. As paredes dianteira e traseira da cesta são acionadas para adiante por um pistão hidráulico para descarregar os sólidos. Elas são usadas principalmente na indústria farmacêutica e proporcionam a remoção de resíduos (heel) depois de cada ciclo, mas é limitado a tamanhos menores e capacidades. Ø Centrífuga de Bolsa invertida CENTRÍFUGAS FILTRANTES 11 O pano filtrante é arranjado como um cilindro, com a extremidade traseira presa à parede traseira da cesta e a extremidade dianteira à carcaça da cesta na beirada dianteira. À medida que o pistão move-se para frente, o pano é virado ao avesso e os sólidos descarregaram em aglomerações no compartimento de coleta de sólidos. Ø Centrífuga Pusher (Impulsora, ou com descarga por deslocamento) CENTRÍFUGAS FILTRANTES 12 Este tipo de centrífuga filtrante não só opera continuamente, mas também possibilita tempos de residência particularmente longos. Os sólidos são retidos como um bolo em uma cesta de arame em cunha donde são transportados por um mecanismo impulsor oscilante na direção da descarga de sólidos. Os sólidos alimentados podem ser granulares, cristalinos ou fibrosos, e relativamente incompressíveis. Eles operam com um tamanho de partícula médio de 200 mícrons. Ø Centrífuga Pusher (Impulsora, ou com descarga por deslocamento) CENTRÍFUGAS FILTRANTES 13 Ø Centrífuga Pusher (Impulsora, ou com descarga por deslocamento) CENTRÍFUGAS FILTRANTES 14 Ø Centrífuga de cesta vertical CENTRÍFUGAS FILTRANTES 15 Uma seleção das velocidades de alimentação, lavagem, rotação e aragem são disponíveis, ou por alternador elétrico ou comandos hidráulicos, o que faz a moderna centrífuga filtrante de cesta muito adaptável ao processo de uma grande faixa de suspensões e composições química. Estas máquinas de batelada produzem bolos excepcionalmente secos e têm duas vantagens principais: ücapacidade para uma lavagem eficiente de bolos sólidos usando um mínimo de líquido de lavagem, ühabilidade para descarregar os sólidos separados a baixa velocidade de cesta, assegurando quebra desprezível de cristais delicados. Ø Centrífuga de cesta vertical CENTRÍFUGAS FILTRANTES 16 Durante a operação, a suspensão é alimentada pela abertura no topo da cesta que, normalmente, opera a uma velocidade reduzida. Dependendo do tipo de suspensão que é tratada e/ou do tipo da máquina, a alimentação ou é introduzida diretamente na cesta por um tubo tangencial ou por um cone distribuidor de 360°. A taxa de alimentação e/ou a velocidade da cesta é ajustada de forma que a taxa de alimentação iguale a taxa de filtração a medida em que a suspensão cobre a parede da cesta e forma um bolo uniformemente distribuído.Ø Centrífuga de cesta vertical CENTRÍFUGAS FILTRANTES 17 Após o ciclo de lavagem, a secagem começa com a máquina girando a uma velocidade muito mais alta. Subseqüentemente a isto, o bolo é descarregado (manual ou automático). Dadas as condições corretas de alimentação, velocidade de alimenta- ção e pano filtrante, a cesta centrifuga seca sólidos de tamanhos entre 1 – 10.000 mícrons. Eles também podem ser lacrados completamente e purgados para operação segura, e em operação completamente automática o operador não entra em contato físico com o produto. Ø Centrífuga Vibratória CENTRÍFUGAS FILTRANTES 18 Nesta centrífuga, que pode processar até 350 ton/h, os sólidos são retidos por uma peneira e transportados por vibração axial maior que a velocidade rotacional da centrífuga. Elas são altamente satisfatórios para tratar produtos de altas taxas de processamento que são facilmente enxugados (secados) até o teor de umidade exigido. vCentrífuga Decantadora de Vaso Horizontal CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 19 Decantadores centrífugos consistem em dois elementos giratórios concêntricos horizontais contidos em uma carcaça estacionária (Figura ao lado). O cesto (elemento giratório exterior) afila-se de forma que os sólidos descarreguem em um raio menor que o do licor. O elemento interno é um transportador de parafuso tipo rosca- sem-fim com a extremidade da lâmina ajustada próximo ao contorno da cesta. vCentrífuga Decantadora de Vaso Horizontal CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 20 Esta centrífuga pode ser usada para processar materiais com tamanho entre 1 - 50 mícrons. A suspensão é alimentada no interior do eixo transportador por bombeamento ou por gravidade, sendo automaticamente acelerada até a velocidade da máquina. A força centrífuga impele a suspensão através de canais para o interior da cesta giratória, onde os sólidos decantam através da camada de licor formada sobre a parede. O licor clarificado descarrega continuamente na direção oposta, através de portas de transbordamento ajustáveis. vCentrífuga Decantadora de Vaso Horizontal CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 21 vCentrífuga de Discos (Clarificadora / Sedimentadora) CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 22 F Usada em separações líquido- líquido, algumas podem separa partículas finas de sólidos F A mistura é alimentada pelo fundo da centrífuga e escoa para cima passando através de buracos espaçados nos discos. F Os buracos dividem a seção vertical em uma seção interna, onde fica o líquido leve, e uma seção externa, onde fica o líquido pesado. vCentrífuga de Discos (Clarificadora / Sedimentadora) CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 23 A pilha de discos aumenta grandemente a área efetiva de sedimentação ou clarificação, e as fases líquida e sólida movem-se para cima ou para baixo na superfície dos discos. O líquido descarrega através de um ou mais discos. Christie John Geankoplis. Transport Process and Separation Processes. Prentice-Hall, 2003. 24 vCentrífuga de Discos (Clarificadora / Sedimentadora) CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS vCentrífuga de Cesta (com parede sólida) CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 25 No caso de cestos não perfurados, a ação é apenas da força centrífuga. As partículas sólidas tendem a se acumular nas paredes da centrífuga e, com o passar do tempo estas começam a ser liberadas junto com o fluido. Outras características também devem ser consideradas como, por exemplo, o uso de refrigeração no caso de tratamento de material biológico, centrífugas providas de aquecimento que alteram a viscosidade e a solubilidade do material. vCentrífuga Tubular CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 26 Este tipo de centrífuga consiste em um tubo sólido fechado em ambas as extremidades, e que normalmente é alimentado com dois líquidos de densidades diferentes ou líquido e sólidos, por uma entrada no fundo. A fase mais pesada se concentra contra a parede do cilindro, enquanto a fase mais leve flutua sobre ela. As duas fases são separadas por meio de um defletor que as descarrega em dois fluxos distintos. Se a alimentação do processo for do tipo líquido/sólido ou líquido/líquido, faz-se necessário uma limpeza regular mas, se não há a presença de sólidos suspensos, o processo pode ser contínuo. vCentrífuga Tubular CENTRÍFUGAS SEDIMENTADORAS 27 Vamos estudar o dimensionamento e as condições de separação para uma Centrífuga Tubular, utilizaremos uma análise simplificada, uma vez que o comportamento do fluxo de fluido na cesta da centrífuga é mais complicado do que apresentaremos. o Partícula num campo centrífugo – Velocidade Terminal CENTRIFUGAÇÃO 28 Onde: w = velocidade angular (rad/s) vr = velocidade radial = velocidade terminal no campo centrífugo vq = velocidade na direção q = velocidade do fluido w = Cte vr Aplicando a equação do movimento para a partícula num campo centrífugo, temos: vq o Partícula num campo centrífugo – Velocidade Terminal CENTRIFUGAÇÃO 29 Na direção q : w = Cte vr vq Analisando os componentes escalares e desprezando a aceleração da partícula: Sendo: bq = 0 e dvq/dt = 0 A velocidade do fluido é igual a velocidade da partícula na direção q o Partícula num campo centrífugo – Velocidade Terminal CENTRIFUGAÇÃO 30 Na direção r : w = Cte vr vq Sendo: br = r.w2 dvr/dt = 0 ur = 0 Eq. da velocidade terminal da partícula num campo centrífugo o Partícula num campo centrífugo – Velocidade Terminal CENTRIFUGAÇÃO 31 w = Cte vr vq Eq. da velocidade terminal da partícula num campo centrífugo Onde: rs= densidade da partícula r= densidade do fluido Vs= volume da partícula A = área característica da partícula vr = vt = velocidade terminal da partícula CD= coeficiente de arraste r = posição da partícula no campo centrífugo w = velocidade angular (rad/s) o Partícula num campo centrífugo – Velocidade Terminal CENTRIFUGAÇÃO 32 w = Cte vr vq Eq. da velocidade terminal da partícula num campo centrífugo As conclusões são análogas às anteriores para o campo gravitacional 2 4 p dA p= 3)( 6 ps dV p= m r.. Re tpp vd = m rr ).(.. . 18 1 22 - = spt wrd v p s t dwrv .)..(. )(. 225 4 3 1 22 2 ú û ù ê ë é - = mr rr 2 1 ...)(.1,3 2 ú û ù ê ë é - = p s t dwrv r rr 4,0Re <p 500Re4,0 << p 5105,2Re500 xp << p Cd Re 24 = p Cd Re 10 = 44,0=Cd Regime laminar Regime de transição Regime turbulento sem oscilações 33 6,0Re 5,18 p Cd = ( ) 43,029,0 71,014,171,02 . ..)..(153,0 mr rr - = spt dwr vRegime de transição Velocidade terminal para Partículas Esféricas o Partícula num campo centrífugo – Tempo de residência CENTRIFUGAÇÃO 34 w = Cte Cálculo do tempo necessário para que a partícula vá de r1 a r2: Para cada Regime teremos uma equação para o tempo de queda. Para regime de Stokes (Laminar e Ø=1): m rr ).(.. . 18 1 22 - == spt wrd dt drv r2 r1 o Partícula num campo centrífugo – Tempo de residência CENTRIFUGAÇÃO 35 w = Cte Cálculo do tempo necessário para que a partícula vá de r1 a r2: Para regime de Stokes (Laminar e Ø=1): Rearranjando e Integrando em r, de r1 a r2 e em t, de 0 a t, temos: 1 2 22 ln.).(. .18 r r wd t sp rr m - = r2 r1 1 2 22 ln.).(. .18 r r wd t sp rr m - = 3 1 42 3 1 13 1 2 .)( .. 4 225.).(3 ú û ù ê ë é - - = wd rrt sp rr mr 2 1 2 2 1 12 1 2 )..(.1,3 ).(2 ú ú û ù ê ê ë é - -= wd rrt sp rr r 4,0Re <p 500Re4,0 << p 5105,2Re500 xp << p Cd Re 24 = p CdRe 10 = 44,0=Cd Regime laminar Regime de transição Regime turbulento sem oscilações 36 Tempo de residência para Partículas Esféricas A centrifuga tubular é um recipiente cilíndrico que gira a alta velocidade criando um campo de força centrífuga que causa a sedimentação das partículas. Os fluidos e sólidos exercem uma força alta contra à parede do recipiente que limita o tamanho das centrífugas. 37 Taxas de Separação em Centrífugas Assume-se que : ütodo o líquido se move para cima à velocidade uniforme, transportando partículas sólidas com ele. ü as partículas movem-se radialmente na vt de sedimentação. Se o tempo de residência for suficiente para que a partícula chegue até parede do tambor ela é separada 38 L 39 L r2 r1 ).( 21 2 2 rrAc -= p Vista Lateral Vista Superior LrrVc )( 2 1 2 2 -= p 40 o Cálculo do diâmetro da partícula CENTRIFUGAÇÃO Vide caderno.
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