Buscar

sociologia Transcrição video aulas sem 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

UNIVESP – 2º BIMESTRE
SOCIOLOGIA
SEMANA 1
AULA 01 – SOCIOLOGIA E O CAMPO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A Ciência Sociológica surgiu para explicar a vida social no capitalismo. Aborda a dinâmica das relações sociais a partir de vários pontos de vista. Se organiza e se divide em diversas disciplinas complementares e convergentes. 
“Os estudos sociológicos podem ser aplicados à investigação de qualquer fenômeno social” (Florestan Fernandes). No entanto, existe o risco de se subdividir indefinidamente o campo da sociologia. Isso poderia impedir o fluxo das ideias e reflexões advindas destes estudos mais específicos.
A sociologia da educação ocupa, sem examinar, os fenômenos educativos. Ela não se faz como uma mera subdivisão arbitrária da sociologia. Seus estudos encontram eco na realidade social.
“A sociologia da educação configura seu objeto particular quando se constitui como ciência das relações entre a reprodução cultural e a reprodução social, ou seja, no momento em que se esforça por estabelecer a contribuição que o sistema de ensino oferece com vista à reprodução da estrutura das relações de força e das relações simbólicas entre as classes” (Pierre Bourdieu) 
Embora a sociologia da educação tenha privilegiado e priorizado estudo da escola, ela encontra um vasto campo de análise de outros fenômenos socializadores. Mesmo assim, o modo de reprodução contempla uma dominante escolar.
Podemos falar de uma função inicial mais ampla para a escola, considerando que a educação é uma exigência para suprir a incompletude do ser humano e que, a humanidade elegeu a escola para realizar essa tarefa.
A escola cumpre sua função social ao produzir e reproduzir relações sociais. E ao atender, de forma muito variável, os interesses das diversas parcelas que estão ali representados. “Cada grupo social compreende esse papel segundo seu próprio conjunto de valores e interesses sociais, culturais e políticos. A escola não é uma instituição neutra, a serviço de todos igualmente. A educação no interior da instituição chamada escola diz respeito aos valores e ideologias e intenções dos diferentes grupos sociais que disputam o seu lugar na hierarquia social” (Marília Tozoni Reis).
As mudanças sociais que ocorreram nas últimas décadas, exigem um olhar ampliado para as características específicas que marcam os fenômenos de formação e desenvolvimento das novas gerações e também da própria reprodução social. Nesse sentido, vêm ocorrendo a ampliação do campo da sociologia da educação. Essa ampliação, toma as ferramentas de análise sociológica no entendimento das situações educativas e das práticas socializadoras próprias das famílias, dos grupos de pares formados por afinidades, da diversidade de associações, das trocas de informações na esfera pública, de movimentos sociais e mais recentemente das mídias sociais. 
Ocorre o reconhecimento da perda do monopólio cultural da escola e a cultura escolar, apesar de sua especificidade, tende a se transformar em uma cultura dentre outras.
O processo de escolarização é o mais importante processo social vigente no país. O sistema escolar está orientado a atender a totalidade dos milhões de crianças, jovens e adolescentes. Esse processo envolve parte significativa da vida de cada cidadão e de todos os brasileiros. É o processo formal mais longo intencional e consciente destinado a suprir os indivíduos, com as ferramentas que permitem o entendimento e a compreensão das leis da natureza da cultura e da sociedade.
Hoje o ensino que tem que ser pensado para atender a segmentos de jovens, cujos pais não estiveram na escola, não foram alunos do ensino médio. É a primeira geração que tem uma escolaridade mais prolongada e ao mesmo tempo uma geração que vive num mundo diferente. É preciso reconhecer que os jovens de hoje são diferentes, não são iguais aos jovens de 40 anos atrás, de 30 anos, nem de 20. A questão social: a escola está atingindo os setores que ela não atingia antes, cuja bagagem cultural, experiência de vida, cuja demanda para sobrevivência é diferente. A escola também está no mergulhada num tipo de cultura contemporânea que ela também tem que habilitar para preparar. 
O processo de escolarização das novas gerações traz marcas que ficam impregnados na sociedade. Essas marcas precisam ser estudadas e o entendimento desse processo socializador da escola é essencial para a formação de dos profissionais da educação.
 A escola está submetida a uma pluralidade de forças. Em relação às forças externas: 
O rendimento econômico das famílias;
O próprio contexto familiar, cultura, valores, modos de vida;
A mídia; 
A comunidade;
As religiosidades;
As associações de classe. 
Em relação às forças internas: 
As políticas públicas, a legislação educacional;
Recursos de mantenedores públicos ou privados;
Estrutura e regime escolar: regulamentos disciplinas, educadores, funcionários.
Se a vida escolar e amplamente determinada pelas relações sociais externas a ela, em seu interior não ocorre a mera transposição: a recriação, transformação ou produção de novas relações sociais.
Mecanismos de socialização e de reconhecimento próprios da cultura de rua que intervém na escola, modificando as relações existentes nesses ambientes:
1º - A presença da cultura de rua no ambiente escolar cria novas formas de convivência e até de transformação da cultura de rua.
2º - Na escola, onde as trocas sociais são mais contínuas e intensas, comportamentos difusos e latentes da sociedade podem ser exacerbados, ganhando possibilidades de concretização, como racismo, preconceito, patriarcalismo e machismo, podendo fomentar práticas discriminatórias violentas.
3º - A escola é o único território de interações contínuas, ainda sobre uma certa proteção do mundo adulto, para grande parte de jovens e adolescentes, mesmo que esse mundo adulto pareça distanciado e em crise.
Essas considerações reforçam a ideia de que, quando se fala de reprodução das relações sociais, é preciso considerar que, não há reprodução sem que haja a produção de novas relações sociais.
Uma força social interna a escola, que atinge diretamente toda a população escolar e, indiretamente, toda a sociedade. Essa força interna, decorre de preceito constitucional e de orientação legal, que dão forma e sustentação à atuação dos poderes públicos, sobre a educação escolar. São as POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS.
POLÍTICA PÚBLICA é o conjunto de disposições, medidas e procedimentos que traduzem a orientação política do estado e regulam as atividades governamentais relacionadas às tarefas de interesse público. As POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS ESCOLARES são aquelas que traduzem as ações do estado em relação à educação escolar. Representa as propostas, os projetos, as ações dos diversos níveis de governo: municipal, estadual e federal, e que atinge os processos escolares. Uma política pública educacional escolar atinge, de modo direto ou indireto todo cidadão, seja pela sua inclusão, pela sua captura, numa ação dessa política pública, ou seja pela sua exclusão. Por exemplo: pesquisa sobre a representação social das políticas públicas educacionais federais, pós 1964. Essa pesquisa teve como objeto de estudo os planos nacionais e setoriais de educação por um período de mais de 20 anos. A análise dos documentos mostrou a prevalência de duas categorias de educação: a educação redentora e educação empresarial.
A crença na EDUCAÇÃO REDENTORA advém da perspectiva funcionalista da educação de Emílie Durkheim. Para ele, os indivíduos devem desempenhar suas funções nas diversas esferas que a vida social impõe, de acordo com as suas aptidões. Sob a perspectiva da educação redentora, acredita-se que a ação educacional pode levar ao desenvolvimento econômico e social do país, ao aperfeiçoamento político e à democracia efetiva. Além disso, pode modelar a sociedade, configurando suas estruturas econômicas, institucionais e culturais, acabando com as injustiças sociais e integrando culturalmente a população de todo o território nacional.Tudo isso, pode ocorrer independentemente da existência de relações antagônicas em uma sociedade de classes. 
A escola é uma instituição social. Ela existe numa sociedade, convive com todos os problemas e soluções que a sociedade convive. A primeira contribuição que a sociologia traz, é o entendimento que a escola não é a salvadora do da sociedade. Não é redentora. A escola não vai não vai redimir a sociedade dos seus males, nem vai por si só, transformar a sociedade. Ela é uma instituição que caminha junto com a sociedade. A ação da escola pode ser uma ação reprodutora da sociedade ou pode ser uma ação transformadora da sociedade. A ação educativa é intencional em todos os momentos, ela não está pronta.
No enfoque empresarial da educação, que envolveu os discursos das políticas públicas após 1964, os gestores da educação deixaram explícita a necessidade de melhoria do sistema educacional, com base em critérios tecnicistas eminentemente empresariais. Esses critérios tecnicistas apontam a necessidade de: planejamento sistemático; relação custo-benefício; otimização do sistema e da relação idade série, priorizando a superação do congestionamento causado pelos alunos reprovados, principalmente nas séries iniciais. A ideia redentora permanece como ideologia, ou seja, como falsa verdade. Ela já estava presente nas políticas públicas e nos documentos oficiais antes desse período. No entanto, a partir de 1960, e principalmente a partir dos governos ditatoriais militares, os parâmetros da educação empresarial tornaram-se mecanismos e estratégias sistemáticas e reais, que estão presentes até hoje em todos os níveis de ensino. 
Esses mecanismos e estratégias reais e sistemáticas dão sustentação aos processos de massificação da avaliação do rendimento escolar, e aos mecanismos que promovem o avanço na escolarização, de modo independente da proteção dos conhecimentos necessários. A representação da educação empresarial está baseada no uso racional dos recursos financeiros, na diminuição do custo operacional, no aumento da produtividade e na melhoria da relação custo benefício. A educação empresarial evidencia a assimilação de teorias econômicas pelo setor educacional, com base nos apontamentos dos economistas da educação, que fazem com que a educação ganha perfil de empresa e o aluno de produto final que deve ser trabalhado nessa estrutura empresarial de modo que seja cada vez mais um produto perfeito para o fim ao qual se destina; um vínculo evidente à ideia de capital humano.
A representação da educação empresarial deixa de ser tão explícita no discurso das políticas públicas educacionais escolares mais recentes. Mas, o empenho na sua aplicação nas últimas décadas trouxe consequências, das quais eu aponto duas que são complementares. Primeiro: praticamente não há mais reprovados provocando congestionamento no fluxo do sistema escolar. Segundo: o modo como esse resultado foi obtido, entre outros fatores, criou os excluídos do sistema ou a inclusão excludente, representada pelos estudantes que permanecem na escola, completam os seus ciclos, sem se apropriarem dos conhecimentos necessários para o exercício pleno da cidadania. Essas decorrências exigem uma reflexão séria e um compromisso pela mudança, porque não é um problema social, educacional ou escolar, uma criança chegar à escola aos 6 anos de idade e letrada. Mas um jovem e um adolescente sair da escola aos 14 e 15 anos de idade, tendo permanecido nela pelo menos nove anos, e sair da escola e letrado ou semianalfabeto é um problema social, educacional e escolar.
AULA 02 - Clássicos da Sociologia: Karl Marx
Karl Marx: alemão (1818-1883). 
Neste período, o capitalismo estava se consolidando na Europa. As máquinas se disseminavam operadas por trabalhadores assalariados, que eram explorados pelas fábricas capitalistas. Este foi o ponto de partida para a discussão e analise da sociedade capitalista de Marx.
CIDADE OPERÁRIA: no século XIX, as cidades em geral se reuniam em torno de uma fábrica ou de uma mina. Era onde a maior parte da população operária trabalhava. 
Na concepção de Marx, o capitalismo produz uma primeira relação social fundamental, da qual derivam outras, que é a RELAÇÃO DE ASSALARIAMENTO. Relação de compra e venda de força de trabalho. Não é uma relação natural, teve que ser inventada. Alguém tem a indústria, alguém tem capacidade trabalhar. A relação que se estabelece é: eu vendo minha capacidade de trabalho para quem tem a indústria. Essa relação é a Central. A ideia do trabalho assalariado, seria o núcleo da concepção de Capitalismo.
A expansão do capitalismo no Brasil: Qualquer sociedade capitalista vai ter como fundamento a ferrovia, porque a ferrovia é um instrumento de circulação da produção. Durante a expansão capitalista no brasil, muitas cidades surgiram e cresceram em função da ferrovia. Hoje, a grande maioria da produção é transportada pelas rodovias. Os trens que ainda existem são utilizados para o transporte de cargas (matéria prima).
Marx desejava poder explicar a dinâmica dessa sociedade que se transforma de uma maneira revolucionaria, por força de mudanças econômicas, que tem como propulsora uma determinada classe, os capitalistas, a classe burguesa. Como essa mudança caminha? Quais são as tendências? O que está produzindo? Quais são os limites disso?
No capitalismo o trabalho é livre. O trabalhador vende a sua força de trabalho e um empresário capitalista compra a força de trabalho. É uma sociedade baseada na propriedade privada, dos meios de produção, e organizada em função da produção de mercadorias. Isso implica na necessidade de um trabalho livre e de um trabalho transformado em mercadoria. Marx, quando analisa a construção da categoria trabalho, diz que forma social tem uma forma histórica de trabalho, e no capitalismo, o elemento central é o trabalho livre e a venda da força de trabalho que movem a estrutura social.
O comprador da força de trabalho consome-a (empregador), fazendo o vendedor dela trabalhar. Este, ao trabalhar torna-se realmente, o que antes era apenas potencialmente. Força de trabalho em ação: trabalhador.
Para o trabalho reaparecer em mercadorias, tem que ser empregado em coisas que sirvam para satisfazer necessidades de qualquer natureza. Por isso, temos que considerar inicialmente o processo de trabalho à parte de qualquer estrutura social determinada.
No capitalismo o trabalhador não tem mais os meios de produção, os instrumentos de produção. Ele vende só a sua força de trabalho, a fábrica fornece tudo, todos os instrumentos e matérias primas de produção.
Marx não falava sobre produção, nem simplesmente no trabalho. Ele falava no modo de produção. Como é que se organiza isso. Que tipo de relações sociais estão envolvidas numa certa maneira de produzir, que usa tais recursos, tais tecnologias, matérias-primas, tais trabalhadores e tais proprietários de indústrias.
Marx está o tempo todo em busca das relações sociais. Não necessariamente daquelas que você vê a tua volta, mas daquelas que estão escondidas, por trás do modo como se apresentam as coisas da sociedade em que nós vivemos. Não fique olhando só para as relações que você vê à sua volta. Procure aquelas que estão escondidas. Se você descobrir as que estão escondidas, vai entender melhor as que você vê a tua volta. Ele é o mais visceralmente sociológico dos grandes clássicos.
Por isso, a análise de Marx do capitalismo vira uma análise da sociedade capitalista. Se o trabalho é a essência humana, se o homem é produto do seu trabalho, quando o ser humano que vai numa fábrica que vende a sua força de trabalho e tem expropriado uma parte dessa força de trabalho (que não lhe é paga) isto é uma ALIENAÇÃO DO TRABALHO HUMANO. Uma parte do seu trabalho está alienada. Porque quando pensamos no trabalho humano, pensamos no resultado do trabalho. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO DE MAIS-VALIA: é a expropriação do trabalho humano. O trabalhador produz muito mais do que recebe de salário. Mas este excedente não fica para quem produziu,e sim para o capitalista, o empregador.
O Capitalismo é uma criação histórica de uma determinada classe social, a burguesia, proprietário dos meios de produção. Ela tem que se relacionar com quem efetivamente produza. Ao se relacionar e colocar esse pessoal nas empresas, nas fábricas, ela é obrigada a trazer para perto e organizar esse conjunto de trabalhadores. O capitalismo produz, além de produtos materiais, além de mercadorias, produz uma nova configuração social, uma nova classe. 
Marx sugere que, se o capitalismo gera uma nova classe, que pode se orientar ou organizar seus interesses, de uma maneira que não tem compromisso algum com a manutenção da ordem capitalista, então, para ele, significa que, em algum momento, essa nova classe vai fazer valer a sua capacidade e o eu interesse. Gerando um outro tipo de sociedade.
Marx apostava numa sociedade do tipo socialista. Onde não tivesse mais compra e venda de força de trabalho, nem apropriação privada do trabalho. Para ele, tendencialmente, não teria nem mais o 
Estado como grande órgão coordenador da sociedade. O Socialismo seria a realização inteira da ideia de sociedade. Significaria, no caso, associação livre de homens livres. Não sujeitos a qualquer tipo de dominação externa. Ele achava que havia condições históricas para isso, num processo histórico longo. 
Dessa análise de Marx, nasceram no século XX, as correntes de pensamento chamadas MARXISTAS, que dizem lutar pela criação de uma sociedade em que homens não explorem outros homens. Em 1917, a Revolução Russa, baseada no Marxismo, buscou colocá-las em prática. Juntaram-se a União Soviética países do leste europeu que, em 1945, depois da segunda guerra mundial, passaram a ser chamados de Cortina de Ferro. Metade da Alemanha de Marx fez parte da cortina de Ferro. A queda do muro de Berlim, em 1989, simbolizou o fim da União Soviética, 72 anos depois de sua criação.
A primeira tentativa Histórica de realizar aquilo que, supostamente era o propósito do Marx, não funcionou. Na realidade, foi efêmera em termos históricos. Não é por um ato revolucionário que você muda a sociedade. Temos que mostrar que o capitalismo está firme e, a não ser que se tenha uma concepção totalmente catastrófica, não há muita perspectiva de uma mudança no curto prazo e nem seria desejável.
Nessa sociedade capitalista, analisada por Marx, a educação tem um papel decisivo. Ele não tem pessoalmente uma reflexão sistemática sobre educação. Mas a tendência maior, de Marx e seus seguidores, é desenvolver uma visão crítica sobre os limites da educação na sociedade contemporânea, que no entender deles, estaria demasiado voltada para a reprodução das condições já dadas de vida social e não é suficientemente voltada para criar indivíduos capazes de ir além.
O que Marx pensaria do mundo de hoje?
Diria o seguinte: tudo aquilo que avaliei, que analisei, está acontecendo. A mercadoria se transformou em uma reificação (transformar conceitos abstratos em realidades concretas). Todas as relações sociais e mercantilizarão. O Marx caminharia pela Avenida Paulista e olhando as revistas de mulheres nuas ele diria: o ser humano que virou mercadoria de vez. Vende-se pessoas nas ruas. Ele diria que a mais-valia se realiza hoje de uma forma brutal. Aquilo que ele dizia que era uma tendência aconteceu: a fusão do Capital financeiro com capital Industrial, que é o capital monopolista do mundo contemporâneo. E também iria dizer que essas experiências socialistas falharam muito.
O pensamento marxista se defronta, entre outras coisas, com o seguinte problema: a forma tradicional de se construir uma alternativa histórica ao predomínio unilateral da sociedade capitalista, seria a organização política de uma poderosa classe trabalhadora. Essa condição não existe mais. A classe trabalhadora está na defensiva, perdeu as suas condições de negociação, e não é uma força. E não será em futuro próximo. Os trabalhadores da produção não serão uma força capaz de mudar a sociedade. A questão é: Qual é, historicamente, a alternativa possível? E como ela pode se organizar? A partir de que de que indicações. Por quais modos? Nacionalmente, internacionalmente, localmente em nome de que bandeiras, etc
VIDEO DE APOIO - Contribuição da Sociologia da Educação para a compreensão da educação escolar (Referente ao texto base 1)
A Sociologia a Educação estuda as relações entre a educação, a escola e a sociedade. Parte do princípio de que, o processo educativo é um processo de formação humana. O processo educativo é um processo que todos os seres humanos, que nascem inacabados do ponto de vista de suas características humanas, são produzidos, construídos com humanos. É um processo histórico Cultural de tornar humanos, os seres humanos. Quer dizer, embora ao nascer sejamos biologicamente seres humanos, ainda somos incapazes de ter o comportamento que se espera de um ser humano em sociedade. Somente depois de um longo percurso de aprendizagem, é que de fato seremos capazes de viver com humanos, com base em nossa história e nossa Cultura. Este é o ponto de partida dos estudos da sociologia sobre educação, e por isso não custa nada frisar: para a sociologia a educação é um longo processo que nos humaniza. 
Afinal, como podemos saber se um ser humano tornou-se humano? 
Para a sociologia da educação, o ser humano é realmente humano quando se torna consciente da realidade social em que vive e capaz de atuar na construção e na transformação dela. 
No transcorrer da história essa função Educadora foi assumida por diversas instituições como o clã, a atribo, a família, em diferentes momentos da sociedade. Mas a partir do final da Idade Média, a escola é que assume essa função, em razão das profundas modificações nas formas de organização da sociedade que marcaram esse período. 
No mundo reinventado pela modernidade, surgiram inúmeras novas práticas sociais e novos papéis a serem desempenhados. A formação de novas classes sociais, a alteração nos modos de produção, a industrialização e o capitalismo ampliaram a necessidade de uma instituição especializada para educação das crianças e dos jovens. Fizeram surgir a escola como a conhecemos hoje. Nesse mesmo período, o surgimento e o fortalecimento dos estados nacionais, reforçaram ainda mais o papel institucional da escola, que se tornou um importante local de integração cultural da população. Fundamental para a manutenção dos estados nacionais. 
Do ponto de vista social e histórico, A ESCOLA É UMA INSTITUIÇÃO MODERNA. Porque esse período histórico trouxe mudanças: da produção feudal para a produção industrial; da vida no campo para a vida na cidade; do poder nas mãos da monarquia para as mãos da burguesia; diversos avanços rumo à democracia. 
A escola, como parte desse projeto, também está enraizada e comprometida historicamente com a construção da Democracia. A educação é o processo de humanizar o ser humano e que a escola é a instituição responsável por esse processo, desde o início da modernidade. 
É fundamental reconhecer que, a escola dissemina concepções de mundo dos grupos sociais que disputam o poder na hierarquia social. Por isso, NÃO É UMA INSTITUIÇÃO NEUTRA. A escola promove algumas ideias e valores, e não outras. Então, com ajuda da sociologia da educação, poderíamos identificar como essas ideias e valores têm colaborado na construção da sociedade. 
As três grandes funções da educação escolar: REDENTORA, REPRODUTORA e TRANSFORMADORA.
A função Redentora é aquela que se manifesta quando a educação escolar pretende corrigir eventuais distorções das sociedades modernas. 
A função Reprodutora se manifesta quando as práticas educativas da escola reproduzem e legitimam as desigualdades sociais. 
A função Transformadora ocorre quando a educação escolar está prioritariamente comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O problema da função Redentora é que ela considera como distorção o que é estrutural na sociedade moderna. Veja o exemplo da desigualdade social. Paraeducação Redentora, a desigualdade é uma distorção do sistema capitalista e por isto pode ser corrigida, quando na verdade, a desigualdade é um componente estrutural do capitalismo. Razão pela qual, não pode ser corrigida apenas por meio do trabalho da escola.
Em relação a função Reprodutora, a principal crítica é que, além de legitimar as desigualdades sociais, ela livra escola de qualquer responsabilidade sobre o fracasso da criança, que é atribuído exclusivamente a própria criança, com base nos conceitos de diferenças naturais entre as pessoas. Como se aprendizagem da criança dependesse apenas do seu mérito pessoal. Ou seja, se o aluno não vai bem, não aprende e não progride como esperado, a culpa só pode ser dele, que não deve ter tido o dom necessário para ser um bom aluno. Nesse tipo de educação, a vítima é a principal culpada. 
A educação Transformadora, que é resultado de uma teoria crítica de fundo marxista, é a única saída pois, concebe a educação como um processo de instrumentalização das pessoas, para a prática social transformadora. Isso ocorre por meio da aprendizagem crítica e reflexiva do saber, elaborado pela cultura. Tornando os alunos conscientes e capazes de perceberem e questionarem os valores que tornam a sociedade menos justa e igualitária. 
Para o projeto de construção de uma sociedade mais justa igualitária, não há dúvidas de que a escola pública é fundamental no Brasil. Sua importância foi discutida longamente na primeira metade do século XX, defendida pelos pioneiros da educação e seu famoso Manifesto. Mas, até o início dos anos 60, a instalação de um sistema escolar público nacional enfrentou grandes resistências dos setores mais conservadores da sociedade, liderados pela igreja católica, que defendiam que a família e a igreja, tinham prioridade na educação das crianças. Essas forças viam na defesa da escola pública, tendências comunistas. Uma triste ladainha. 
Finalmente, em 1962, a LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO definiu um plano nacional de educação, que garantiu a grandeza e relevância da escola pública na educação no país. Determinando os investimentos que o estado deveria realizar, além de algumas metas educacionais, como combate ao analfabetismo, evasão escolar e medidas para a valorização da formação dos professores. 
Apesar do avanço, alguns grupos defendiam a adoção de uma pedagogia mais ideológica, capaz de valorizar a cultura popular e a realidade social, da vida da imensa maioria dos alunos e da população. Um dos principais expoentes dessas ideias foi Paulo Freire, que trabalhou temas como a opressão e a libertação, em seus textos e práticas pedagógicas. 
Mas o Brasil vivia um momento político conturbado, pelo golpe militar de 64. Nos anos seguintes, os militares de plantão impuseram uma escola mais técnica e menos política. Uma pedagogia centrada no desenvolvimentismo nacionalista e esvaziada de uma crítica social mais profunda. Sob o controle dos governos militares, a educação se organizou a partir dos princípios da RACIONALIDADE, da EFICIÊNCIA e da PRODUTIVIDADE. A escola pública se expandiu enormemente, amparada pela LDB de 62, e estimulada pelo grande impulso de desenvolvimento econômico que o Brasil viveu, no final da década de 60, e início dos anos 70. 
O regime militar controlou a pressão exercida por essa expansão da escola pública, investindo pouco na qualidade do ensino. Uma forma indireta de controlar o acesso da população ao ensino universitário, que foi naquele período, um importante foco de resistência ao regime militar. 
Já na década de 80, após a redemocratização, a qualidade da educação pública brasileira encontrou um novo desafio, a agenda neoliberal dos governos que sucederam a ditadura e que prevaleceram na nova LDB de 96.
 A POLÍTICA EDUCACIONAL NEOLIBERAL foi marcada pela inclusão excludente. Pois, se de um lado ampliou o acesso à escola pública, de outro, permitiu o aprofundamento da crise de qualidade, iniciado ainda no período militar, a ponto de colocar em risco o papel institucional da escola. Essa escola, dos anos 90 até os dias de hoje, é mais voltada para certificação e para o uso político das estatísticas, do que parar efetiva formação para o exercício da cidadania. Senão, como explicar a brutal privatização pela qual passou o sistema de ensino do país? Os baixos salários, a precariedade da formação inicial dos professores, a burocratização do trabalho docente. São provas incontestáveis da intenção de sucateamento da educação, implantada pela política neoliberal. Tudo isso, gera perdas irreparáveis de dinheiro e oportunidades, de um verdadeiro trabalho de formação para cidadania.
Analisando o histórico, a educação pública brasileira esteve a serviço de três grandes projetos de sociedade:
Liberal e neoliberal;
Desenvolvimentista e conservadora;
Desenvolvimento econômico nacional e popular. 
O Projeto liberal e neoliberal prevaleceu sobre o projeto conservador, e se consolidou o longo do século XX. O Projeto de desenvolvimento econômico nacional e popular se contrapôs ao modelo liberal, defendido pela ditadura militar nos anos 60 e 70, tendo ressurgido como perspectiva, com a ascensão do governo Lula, já na última década, agora em oposição ao modelo neoliberal. 
No entanto, essa perspectiva logo se mostrou frustrada, já que o governo Lula, nada mais fez na educação, do que aprofundaram a política neoliberal dos governos anteriores. Inclusive com a manutenção das privatizações, um dos símbolos mais fortes da política neoliberal.
Nestas últimas décadas, as responsabilidades do Estado foram sendo flexibilizadas, ao mesmo tempo que se consolidou a ideia de que, a educação é um serviço, e por isso deve ser prestado e adquirido no mercado. Nessa condição que chegamos a atual situação. De um lado, a educação pública de má qualidade, atendendo a imensa maioria da população. De outro, a educação privada, eventualmente de boa qualidade, atendendo apenas uma elite política econômica. A boa qualidade da educação privada, não é a mesma que interessa a escola pública. Pois, a escola privada atende aos interesses das elites, promovendo uma formação para o consumo, a competição e individualismo. Ou seja, quase 100 anos depois, a velha questão da ESCOLA PÚBLICA X ESCOLA PRIVADA, que polarizou os debates no início do século, ainda permanece muito viva do Século XXI, só que agora aparece revestida da questão da qualidade do ensino.
A escola pública ainda tem muitos desafios a vencer, até que seja capaz de formar alunos, não apenas para que assimilem as estruturas sociais existentes, mas também para que sejam capazes de transformá-las naquilo que apresentam de mais injusto, excludente e desigual.

Continue navegando