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INCONSTITUCIONALIDADES DA REFORMA TRABALHISTA NA VISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO Ronaldo curado Fleury procurador-geral do trabalho Considerações preliminares sobre o PLC 38/2017 Tramitação no Senado Federal sem qualquer discussão Texto viola normas internacionais de que o Brasil é signatário Reconhecimento de necessidade de ajustes mesmo entre os defensores do projeto, embora remetendo para uma suposta e incerta MP (Legislativo transferindo poder de legislar para o Executivo no curso da tramitação de um relevante PL) Projeto toma por base dados equivocados Dados dissonantes da realidade utilizados pelos defensores da “Reforma” Alegação de que o PLC 38 “não retira direitos”, já que um PL não poderia revogar texto constitucional O que não é retirado diretamente pelo projeto, ele permite que se retire em razão de viabilizar contratações indiscriminadas sem reconhecimento de vínculo (“pejotização” generalizada, entre outras práticas) Suposta judicialização exagerada na Justiça do Trabalho Justiça do Trabalho representa cerca de 7% das ações ajuizadas a cada ano no Brasil – cerca de 80% na Justiça Estadual e 12% na Justiça Federal - CNJ; Dados mencionados de outros países (como EUA e Japão) sem qualquer fonte; Em 2015, o Brasil teve 2.619.867 casos novos na Justiça do Trabalho. [CNJ] No mesmo ano, a França teve 184.196 novos casos trabalhistas, [http://www.justice.gouv.fr/statistiques.html#statistique-judiciaire] a Alemanha teve 361.816 ações[https://www.destatis.de/EN/FactsFigures/SocietyState/Justice/Tables_/SocialCourts.html] a Espanha, 1.669.083 casos (http://www.poderjudicial.es/cgpj/es/Temas/Estadistica-Judicial/Estadistica-por-temas/Actividad-de-los-organos-judiciales/Asuntos-Judiciales-Sociales) Diminuição de direitos trabalhistas não gera empregos (exemplos em diversas partes do mundo, a exemplo de Espanha e México) Alegação de que a OIT teria se pronunciado favoravelmente à “Reforma”, supostamente atestando que ela não precarizaria direitos nem violaria normas internacionais Pesquisa da própria CNI conclui que a “reforma trabalhista” não representa incentivo a novas contratações (cerca de 73% dos empresários paulistas acham que não há incentivo ou que este, ainda que eventualmente existente, seria pouco significativo) Empresários americanos, os custos burocráticos e com processos administrativos são os primeiros (33%), seguidos de altas cargas tributárias (21%) e falta de infraestrutura (11%). Desvirtuamento inconstitucional do regime de emprego – negação de incidência de Direitos Fundamentais Inconstitucionalidade da terceirização das atividades finalísticas das empresas Flexibilização inconstitucional da jornada de trabalho Violação de Direito Fundamental a uma jornada compatível com as capacidades físicas e mentais do trabalhador INCONSTITUCIONALIDADES Violação de Direito Fundamental ao salário mínimo, à remuneração pelo trabalho e a salário equitatitivo – desvirtuamento inconstitucional de verbas salariais Inconstitucionalidade da prevalência do negociado sobre o legislado para reduzir proteção social do trabalhador Derrogação inconstitucional de proteção jurídica trabalhista aos empregados com maior remuneração e com diploma de formação superior Fragilização do direito à representação de trabalhadores por local de trabalho INCONSTITUCIONALIDADES Inconstitucionalidade da exclusão ou redução de responsabilidade do empregador Tarifação do dano extrapatrimonial – restrição ao direito fundamental à reparação de danos morais Restrições inconstitucionais de acesso à Justiça do Trabalho Afronta à autonomia funcional do Poder Judiciário trabalhista INCONSTITUCIONALIDADES - Aumento do abismo social; - Diminuição das oportunidades; - Crescimento da pobreza; - Reflexos na já preocupante Segurança Pública; - Retrocesso Social sem precedentes (aliás, com precedente bem antigo...) Algumas consequências decorrentes da aprovação da “Reforma Trabalhista” CÓDIGO DE HAMURABI
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