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Livro Ranking de Clubes Os12 grandes do futebol brasileiro

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RANKING DE CLUBES: 
OS 12 GRANDES DO FUTEBOL BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
BRENO TAVARES NUNES 
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DEDICATÓRIA 
 
 
Este livro só poderia ser dedicado a duas pessoas: 
Joaquim Nunes e Raimunda Tavares, meus pais, pelo 
amor incondicional, pela incansável fidelidade. Sem a 
participação deles - dando-me a condição de perceber o 
peso que o esporte exerce na vida de cada ser humano, 
sobretudo na dos menos privilegiados financeiramente - 
não seria possível pôr no papel aquilo que só a 
sensibilidade adquirida com boas doses de jogos assistidos 
em companhia paterna é capaz de nos permitir 
compreender. Isto porque, todos os jogos que vi na 
infância, até hoje, estão guardados em minha memória 
afetiva, que registra inúmeros gols de placa das alegrias já 
vivenciadas, como a que se inicia, já através das primeiras 
linhas aqui escritas. 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
 
Não é nada fácil, infelizmente, no Brasil, pesquisar 
ou estudar o maior elemento de identidade cultural de 
brasilidade, o esporte bretão e, é ainda mais complicado, 
ao que parece, escrever livros que tenham o futebol como 
tema. É por isso que, diante dessa realidade, tenho que 
dizer o meu muito obrigado aos professores Ruy Alckimin 
e Ronaldo Neves, cruzeirenses fanáticos; Beto Del 
Carratore, corintiano roxo; João Bosco de Araújo, 
alecrinense de carteirinha; Sebastião Faustino, torcedor do 
Clube Atlético Piranhas – CAP; E, Emanoel Barreto, que 
torce pelo RN Futebol Clube. Vocês são dignos de 
aplausos e reconhecimento pela postura dispensada. 
Enfim, acadêmicos que não se portam indiferentes ao mais 
que fascinante futebol brasileiro. 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Pág. 5 
CAPÍTULO 1 – OS TÍTULOS 
 Pág. 11 
CAPÍTULO 2 – AS TORCIDAS 
 Pág.46 
CAPÍTULO 3 – A TRADIÇÃO 
 Pág. 68 
CAPÍTULO 4 – AS ESTATÍSTICAS 
 Pág. 77 
CAPÍTULO 5 – O RANKING GERAL 
 Pág. 95 
 
REFERÊNCIAS 
ANEXOS 
APÊNDICES 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 
Temos esportes em quantidade. Para 
que metermos o bedelho em coisas 
estrangeiras? O foot-ball não pega, 
tenham certeza. Não confundamos. 
Estrangeirices não entram facilmente 
na terra do espinho. O futebol, o boxe, 
o turfe, nada pega. 
 
 
A frase acima, do escritor Graciliano Ramos, dava 
como certa a morte prematura do esporte recém chegado 
em solo tupiniquim. Ironicamente, embora a história tenha 
se encarregado de mostrar que o homem letrado estava 
equivocado quanto à sua previsão, em parte, seu 
sentimento contrário à difusão do esporte bretão tem, ao 
longo do tempo, encontrado acolhimento na postura 
negligente dada, por exemplo, pela Academia no que 
tange à produção, preservação e propagação dos valores 
verificados na sociedade sob a influência do futebol. Isto 
para não falar nos descaso por parte de outros entes 
relacionados ao assunto. 
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É notória a carência de publicações na área, que 
segundo o recente estudo Metaanálise de publicações de 
futebol no ano de 2009, publicado por Jorge Augusto Silva 
Santos e Robélius De Bortoli no periódico da 
Universidade Federal de Viçosa – UFV, está muito aquém 
da potencialidade acadêmica do país. Além disso, sobre 
tudo o que é publicado atualmente, percebe-se uma 
concentração de pesquisas na área de História, em 
detrimento de outras mais práticas, sobretudo as de cunho 
técnico – Medicina Esportiva, Psicologia do Esporte, entre 
outras. 
Há muito que se explorar em termos de estudos, 
basta que haja algo que impulsione o interesse sobre o 
assunto. A Copa do Mundo, por exemplo, tem se mostrado 
como único estimulante à produção de livros, visto que de 
2006 até 2010 – período em que houve disputa da maior 
competição mundial - houve o maior número de 
publicações, 146 e 168, respectivamente. Em 2007, 
tivemos apenas 55 obras postas no mercado, menos que as 
93 disponibilizadas em 2008 e as 137 em 2009, segundo 
dados levantados pelo site especializado Universidade do 
Futebol. 
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Como se sabe, em 2014 o Brasil sediará a Copa, o 
que obrigará o país a ter que evoluir em infraestrutura e, 
igualmente, em conhecimento sobre o assunto se quiser 
ampliar suas possibilidades de conquistas, além, é claro, 
de saber dar ao legado que o evento deixará, a correta 
aplicação e uso para a população. 
 Não é demais lembrar que cerca de 150 anos se 
passaram desde a uniformização e completa organização 
do futebol até que ele se constituísse em um esporte, 
efetivamente, e o que começou como uma brincadeira para 
jovens ingleses ganhou ares de empreendimento e tornou-
se, atualmente, uma das mais importantes atividades 
econômicas, conhecida como Indústria Esportiva, que 
movimenta cerca de R$ 2 trilhões de reais por ano, no 
mundo – o Brasil responde por apenas 2% desse total 
(aproximadamente R$ 40 bilhões)1. 
 Os números do esporte no ‘país do futebol’ até são 
consideráveis, numa perspectiva isolada. Porém, são 
 
1 Disponível em 
http://pt.scribd.com/doc/19823150/
ESPORTIVO2 
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passíveis de significante crescimento, dado o potencial não 
explorado. A saber2: 
 Clubes: 29.208 
 Jogadores registrados: 2,1 milhões 
 Jogadores não-registrados: 11,2 milhões 
 Campeonatos estaduais: 27 
 Divisões: séries A, B, C, D 
 Jogos profissionais: 5 mil por ano 
 Competições anuais: mais de 100 
 Árbitros registrados: 61 mil 
 
 
 Com um cenário favorável de 
desenvolvimento, sobretudo em face à realização da Copa 
do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o Brasil 
pode alcançar o posto de potencia que é dentro das quatro 
linhas, também fora de campo, fazendo frente ao Japão, 
 
2 Disponível em 
http://www.copa2014.org.br/o-
futebol-brasileiro/ e 
http://www.fifa.com/worldfootball/
bigcount/clubs.html 
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Estados Unidos e Europa Ocidental, no cenário mundial. 
Assim sendo, parte do esforço para que o país atinja este 
objetivo passa pelo investimento em conhecimento, em 
produção cientifica que venha a aprimorar aspectos 
técnicos relativos ao esporte, que vão além do talento nato 
dos jogadores. E que garantam difusão desse 
conhecimento a todos os brasileiros, dando-lhes a 
completa consciência do papel que têm ante o esporte, o 
mais forte traço cultural de brasilidade, e que precisa 
chegar à casa de cada um amante da Seleção Canarinho. 
Começando pela Academia. 
Foi justamente partindo do princípio de que a 
História é maior que tudo e todos – e pautada por fatos, 
obviamente –, e sabendo da necessidade de situar o 
brasileiro que acompanha o esporte quanto ao contexto do 
futebol – nesseprocesso de ‘Copa-do-mundialização’ por 
que seremos bombardeados nos próximos anos -, na ânsia 
de dar a esse brasileiro, trabalhador assalariado ou bem-
nascido, que sofre e deixa de fazer uma boa prova no dia 
seguinte à derrota de seu time ou o que após uma vitória 
redentora, consegue esquecer, ainda que por um breve 
espaço de tempo, a condição social de excluído em que 
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vive, que aceitei o desafio de, linha a linha, organizar, 
sistematizar, enfim, escrever este livro. 
Assim sendo, convido-lhe, amigo, a viajar pelo 
fascinante sentimento que une povos de culturas diversas, 
enquanto amantes do futebol. Para todos os gostos e 
idiomas o resultado é o mesmo. Não Importa se é Soccer, 
Fútbol, Voetball, Foot-ball, Bundes, Calccio. Todos 
entendem a linguagem da bola e o que ela representa. 
Confira seu ingresso que o jogo vai começar... 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OS TÍTULOS 
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Taças: é disso que vivem os clubes, no Brasil. 
 
 Você, torcedor, acaso já parou para pensar por 
que torce para esse ou aquele time? Se antes não fez esta 
reflexão, convido-o a fazê-la agora, então. E, para isso, 
permita-me, contar como o Grêmio FBPA se tornou uma 
paixão em minha vida. 
Com seis anos de idade, vivendo numa 
pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte, seria 
natural que tivesse escolhido um clube carioca para torcer 
- ou até um paulista, por serem os times desses estados 
O futebol está presente na vida das pessoas desde o nascimento 
Fonte:Google 
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privilegiados pela mídia em suas transmissões esportivas. 
Ao menos, é assim que acontece, via de regra, Brasil a 
fora. No entanto, em meados da década de 1990, 
precisamente em 1994, escolhi o Grêmio – ou como dizem 
os gaúchos, ele é que me escolheu. Você, agora, deve se 
perguntar, assim como praticamente todas as pessoas com 
que convivo o fazem, quando revelo por que time torço: 
como é que alguém de Olho D`água do Borges – RN torce 
para um time do Sul do país? 
 O questionamento é revestido de uma 
obviedade que, a meu ver, não é tão óbvia: a idéia 
percebida e cristalizada na cabeça da maior parte das 
pessoas de que só existem times no Rio ou em São Paulo, 
dignos de torcermos por eles - provavelmente, o efeito 
midiático seja o responsável por esse pensamento. Mas, 
admito que, como já disse, a minha predileção pelo time 
gaúcho não é algo comum. Ao menos, não em ‘terra de 
time algum’ – é assim que nomino estados em que os 
clubes têm pouca expressão para fazerem frente aos 
cariocas e paulistas, como é o caso do Rio Grande do 
Norte. Porém, a decisão que normalmente valerá para a 
vida inteira, com relação a mim, baseou-se num princípio 
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um tanto interesseiro, passional, mas que faz parte do 
DNA do brasileiro que acompanha futebol: títulos. Eles 
costumam ser os maiores estímulos para um jovem que 
precisa se decidir por que time passará a vida devotando 
parte ou até quase todo o seu tempo. 
 Prosseguindo o raciocínio, com relação ao 
Grêmio, ele acabara de sagrar-se bicampeão da Copa do 
Brasil. Naquele momento, a ‘geografia da bola’ pouco 
importava para mim. Interessava-me poder dizer aos meus 
amigos que eu, mesmo com a pouca compreensão pela 
tenra idade que tinha, era torcedor de um time campeão, 
aliás, mais que isso, era Bi-Campeão. O que poderiam me 
dizer flamenguistas, vascaínos ou corintianos, clubes com 
maior número de adeptos na cidade, por exemplo, se era o 
meu Grêmio que estava em alta, na época? Convenhamos, 
há sentimento mais arrebatador e satisfatório do que o de 
olhar e não ver nada à sua frente? Creio que a resposta seja 
não. 
 Até hoje, também, os amigos de outrora, de 
quem eu aproveitei para me gabar durante a fase áurea de 
conquistas do tricolor gaúcho, durante os anos 1990, não 
perdem uma oportunidade de, igualmente, rirem de mim, 
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quando seus times estão bem. Não dá para reclamar. Na 
verdade, o melhor mesmo é torcer para que o Grêmio 
volte a ser campeão logo. É natural que seja assim. Afinal, 
somos todos filhos da terra em que ser o melhor é 
obrigação, sempre. E ser vice equivale a ser o último, na 
maioria dos casos. Terra essa que não deixa espaço para 
‘espírito esportivo’, tão propalado por desportistas e da 
mesma forma, ignorado por torcedores. O que impera em 
solo verde- amarelo é competitividade. É a condição de ser 
brasileiro, que precisa, historicamente, mais que outros, 
driblar as adversidades, literalmente. E nada mais justo 
que termos a sede de vitórias como característica marcante 
na vida e, por tabela, no esporte. Pudera. A Seleção 
Brasileira nos fez torcedores mal acostumados com sua 
história gloriosa. 
 Agora que, através da ilustração com minha 
história, você já sabe qual é o meu time de coração – julgo 
isso importantíssimo para que nosso diálogo seja aberto, 
verdadeiro –, creio seja possível compreender, pensando 
pela própria história da relação com seu time, o papel e o 
valor que as conquistas exercem sobre nós, quando vamos 
escolher um time para torcer. O que, diga-se de passagem, 
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é uma decisão tão importante – às vezes, até mais 
importante – quanto escolher a mulher de nossas vidas, a 
profissão que exerceremos ou a religião que 
professaremos, para ficar nítida a compreensão de sobre o 
que estamos falando, a paixão por um esporte que é luta e 
arte e que simboliza boa parte do que seja ser brasileiro. 
 Inicialmente, escolhi um parâmetro para 
demonstrar no que acredito e defendo. Nesse sentido, optei 
pelo arranjo geográfico de nossos clubes e suas torcidas, 
pois fica muito fácil perceber a influência dos títulos. É 
que esse arranjo, de fato, mostra-se como o melhor 
“termômetro” das torcidas, posto que, independente do 
modelo de pesquisa que se faça, sabidamente, ele pouco se 
alterará – os números verificados na loteria federal 
Timemania são um bom exemplo disso, além, até, do que 
se verifica em redes sociais como o Orkut. O que me 
permite dizer tratar-se, assim, de um bom parâmetro de 
análise, um reflexo coerente da realidade, pois, como 
demonstram dois exemplos antagônicos abaixo, fica 
evidente que existe, verdadeiramente, uma forte relação 
entre a conquista de títulos expressivos e a expansão de 
uma torcida: 
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 Em primeiro lugar entre as maiores torcidas 
brasileiras está o Flamengo, que é do Rio de Janeiro, e 
concentra naquele estado apenas 20% de toda a sua 
torcida. Em outras palavras, somente um em cada cinco 
torcedores rubro-negros vivem na terra do Cristo 
Redentor. Mais ainda: os outros 80% estão divididos pelo 
restante do país, com maior predomínio nas regiões 
Nordeste (25%), Norte e Centro-Oeste (30%) que juntas 
somam 20 estados, considerando o Distrito Federal. E, 
dentre estes,em tão somente quatro (Bahia, Pernambuco, 
Ceará e Pará), o Flamengo não reina soberano – fato que 
se explica pela competitividade dos grandes times desses 
estados. Em consequência disto, nas regiões Sudeste 
(18%) e Sul (7%), há forte concorrência com clubes tão 
vitoriosos ou mais que o time da Gávea. No Rio Grande 
do Sul, em que as forças são polarizadas por dois clubes, 
Grêmio e Internacional, a representação da nação rubro-
negra é irrisória e é justamente onde o Flamengo tem o seu 
pior percentual em todo o Brasil. Vale dizer que essas 
duas últimas regiões citadas compreendem apenas sete 
estados. O mais curioso na disposição da torcida 
flamenguista é que fenômeno semelhante ocorre com 
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Vasco, Fluminense e Botafogo. Ou seja, os clubes 
cariocas, em média, concentram mais ou menos 20% de 
suas torcidas no Rio, como que algo padronizado. O 
mesmo vale para o caso dos paulistas. No entanto, pouco 
mais de 50% de toda a torcida dos clubes de São Paulo 
encontra-se no próprio estado. Assim, apenas os cariocas 
podem ser ditos times de torcidas efetivamente nacionais, 
com distribuição geográfica mais abrangente, menos 
concentrada. 
Na outra ponta da “tabela” está, por exemplo, o 
Alecrim – RN. Um clube tradicional no estado, campeão 
Potiguar sete vezes e tido como a terceira força de Natal. 
Mas que, porém, mesmo com as conquista alcançadas, não 
conta com expressivo número de torcedores – 68 mil ou 
algo como 2% dos potiguares. Dentro deste universo de 
torcedores, é possível notar que estão em Natal, 
praticamente todos eles, restando uma pequena quantidade 
que reside na Região Metropolitana da cidade. Basta 
passar desses limites geográficos, indo em direção ao 
interior, que será tão fácil encontrar um torcedor 
alecrinense, quanto é fácil ganhar na Mega-Sena - e nem 
procure aqui por um tom pejorativo. A ressonância do 
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clube é mínima, fruto do distanciamento de seus últimos 
títulos, conquistados na década de 1980. E que determina 
o envelhecimento da torcida e sua consequente 
diminuição. 
Com os dois exemplos, percebe-se que nos 
lugares onde não há conquistas relevantes pelos clubes 
locais - em que estes ficam restritos aos títulos estaduais -, 
aqueles que, ao contrário, exibem bela lista de títulos, 
provavelmente, serão os escolhidos pela maioria das 
pessoas do lugar. Com esse cenário favorável, respaldado 
por seus históricos de conquistas, fica difícil disputar com 
grandes times, o coração do torcedor - mas claro, 
Arte: Placar 
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lembrando que há sempre espaço para exceções às regras. 
Tanto assim, que quinze clubes, ou 0,0005% dos quase 
trinta mil que existem no Brasil, detém aproximadamente 
73% ¾ dos torcedores brasileiros. Apesar desta condição, 
os maiores times do país, costumam, entretanto, ficar a 
mercê da chamada “gangorra da bola”. É ela que 
determina a estagnação ou ampliação da torcida de cada 
clube, ao sabor da mudança de fases boas ou más - 
entenda-se gangorra como sendo a oscilação natural do 
posto de principal time, ora ocupado por paulistas, ora por 
cariocas, mineiros ou gaúchos, principalmente. Ainda 
sobre essa gangorra, não há reza de torcedor ou 
planejamento de dirigente que a controle. No máximo, 
como tem mostrado Internacional e São Paulo, nos últimos 
tempos, por exemplo, dá para atenuar seu efeito. 
 São Paulo e Internacional, aliás, são os 
melhores exemplos para aprofundarmos um pouco mais a 
discussão sobre o quanto as conquistas são capazes de se 
reverter em novos torcedores. São esses dois clubes os que 
obtiveram resultados mais expressivos ao longo da 
primeira década do Século XXI - como também fora o São 
Paulo o clube mais vencedor do Brasil na década de 1990. 
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No entanto, as pesquisas realizadas ao longo da década 
passada apontam para um crescimento sim, das torcidas de 
paulistas e gaúchos, só que não ao ponto de merecer 
destaque. Seria este, portanto, um fato que põe em 
contradição o que foi dito até aqui? Absolutamente. 
Acontece que mesmo os títulos, eles têm reflexos 
retardados, em outras palavras, seus efeitos são 
devidamente captados pelas pesquisas, em média, dez 
anos depois. 
 Foi isso que ocorreu com o tricolor do 
Morumbi, que durante os anos 1990, mesmo já aparecendo 
como terceira maior torcida do país, apresentava 
percentuais que oscilavam entre 6% e 7%. Mas que, a 
partir do primeiro levantamento realizado em 2002, dez 
anos após a conquista de seu primeiro título Mundial, 
passou a figurar com valores entre 8% e 8,5%, o que 
representa um aumento da ordem de 32% em sua torcida, 
no período. Já no caso do Colorado, como seus grandes 
triunfos datam da segunda metade da última década, ainda 
não se notou, em pesquisas recentes, um crescimento 
acentuado – continua oscilando entre 2,8% e 3%. Natural. 
Isto se explica pelo fato de os institutos especializados em 
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estudos sobre o tema não costumarem entrevistar jovens 
ou crianças – o padrão dos estudos é entrevistar pessoas 
com 16 anos ou mais, o que, em certa medida, 
compromete a precisão dos resultados observados, já que 
deixa de considerar um estrato populacional significativo, 
da ordem de 31% da população total do país, segundo 
números do IBGE – que, normalmente, escolhem um time 
com idade média de sete anos, conforme estudo recente do 
diário esportivo Lance! e que por isso, só vão aparecer nas 
pesquisas dali a mais ou menos uns dez anos, já 
mencionados, quando terão 16 anos de idade. 
 Perfeitamente compreendido o efeito dos 
títulos sob a ótica da geografia das torcidas – o próximo 
capítulo deste livro oferece abordagem específica sobre 
elas -, podemos falar um pouco sobre outro aspecto da 
relação, que é a contribuição da mídia esportiva. 
 Se você nasceu durante a segunda metade da 
década de 1970 ou nos primeiros anos da década seguinte, 
certamente conhece o biscoito Tostines. Lembra 
facilmente do slogan que deu fama ao biscoito, lançado 
em 1982. Mas, se você não nasceu durante o período 
citado ou por qualquer motivo não lembra, ele trazia a 
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seguinte pergunta: “Tostines é fresquinho porque vende 
muito ou vende muito porque é fresquinho?” À época, a 
resposta conseguida pelo fabricante foi um sucesso de 
vendas que virou case no mundo do marketing. Dali em 
diante, sempre que as pessoas se encontram numa situação 
em que não se sabe o que é causa e o que é consequência, 
a metáfora do biscoito é evocada para ilustrar o problema. 
E, quase sempre, para não dar fim à questão. 
 Por que fiz uma divagação sobre biscoitos, se 
estamos falando a respeito de futebol? Bem, é que é mais 
ou menos algo semelhante que se verifica no caso da 
participação midiática, presente na relação aqui defendida. 
Contudo, adianto, no caso do futebol, há solução para o 
questionamento. E é isso que trataremos de ver daqui para 
frente. Veja só: as maiores redes de televisão brasileiras, 
sobretudo a TV Globo, reservam o tempo de seus 
programas esportivos e principalmente o calendário dejogos televisionados, baseadas em audiência. Até aí tudo 
legítimo e coerente. Acontece que cabe aqui, no caso da 
Globo, que é a maior difusora de esportes do país, uma 
indagação ao estilo Tostines: a Globo transmite jogos de 
clubes cariocas porque estes dão retorno em audiência ou 
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dão retorno em audiência porque a Globo transmite seus 
jogos? Pois bem, a resposta para está pergunta funciona 
como fio condutor da influência da mídia sobre a questão 
dos títulos dos times. Vamos a ela? 
 A emissora carioca, como qualquer meio de 
comunicação, vive da publicidade. Sabe, portanto, que 
precisa ter apelo massivo na população. No caso do 
futebol, em particular, aí é que essa lógica se aplica. É 
tratando esse esporte como prioridade que a TV lucra 
milhões desde os anos 1970. Mas, aterrissando naquela 
década, o que a Globo usaria como parâmetro para 
determinar quais jogos transmitir, obtendo audiência 
satisfatória, se não havia, até então, pesquisas nacionais 
tratando do tamanho das torcidas? Simples. Bastava 
recorrer a algo que apontasse para a predileção da maioria 
das pessoas. Foi aí que, dentro do contexto histórico do 
futebol até aquele momento, a emissora escolheu exibir 
jogos de Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, então 
times de maiores conquistas, ao lado de Santos, Palmeiras 
e Internacional. Mas você pode perguntar: “Por que os 
quatro apenas e os outros não?” É que os quatro são 
cariocas, como a Globo e some-se a isso, o fato de o 
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mandatário da TV, Roberto Marinho, ser um flamenguista 
fanático e aliados dos militares na época da Ditadura3, que 
a questão estava resolvida. 
 Correram as décadas seguintes até chegarmos 
aos dias atuais, e outros veículos de mídia seguiram o 
caminho da Globo, no processo apropriação do futebol 
como produto comercial. Bandeirantes, Rede TV! e por 
última a Record, são exemplos notórios disso. Inclusive, a 
dedicação de parcela relevante de tempo em suas grades, 
voltada ao futebol, fez com que as três emissoras agora 
elencadas desempenhassem o papel de equilibrar a 
influência clubística, dando maior visibilidade aos times 
paulistas, pelo fato de, a partir da década de 1980 até hoje, 
esses times terem retomado a hegemonia nacional do 
esporte. Lembrando que os três canais são do estado de 
São Paulo. 
 
 
3 Disponível em 
http://www.efdeportes.com/efd107
/por-que-flamengo.htm e 
http://cabecaforte.blogspot.com/20
10/04/rede-globo-e-flamengo-um-
amor-eterno.html 
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26 
 
A construção da grandeza dos clubes 
 
 O amor pelo nosso clube muitas vezes nos leva 
a atitudes impensadas, como fazer uma loucura para 
assistir a final de uma grande competição, a ponto de, por 
um motivo ou outro, pormos em risco nossas próprias 
vidas. Este é um exemplo extremado da paixão. Mas, 
ainda mais comum é perdermos a racionalidade diante de 
uma discussão entre amigos em que, tamanha a 
empolgação da rivalidade existente entre um time e outro, 
faz aflorar, na gente, sentimentos radicais de contrariedade 
ao que nos é dito – quem é que gosta de ouvir alguém 
provar com argumentos que time A é maior que time B? É 
difícil ter que silenciar diante dos fatos. 
 Embora seja característica do torcedor ser 
passional, não se pode usar essa prerrogativa para fechar 
os olhos para a realidade posta. Nem pegar carona na 
demagogia vendida pela mídia esportiva em larga escala, 
pois, como para tudo na vida existe um primeiro lugar – as 
pessoas creem num único deus, normalmente, por 
exemplo -, assim também, no futebol, não há como negar 
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que há, sim, clubes maiores que outros. Não se deve 
permanecer eternamente acreditando que são eles, todos 
iguais em grandeza, porque, de fato, não são. E é bom que 
haja mesmo uma hierarquia entre os times, para funcionar 
como motivador à busca pelo crescimento por parte deles. 
Igualdade é ideia que cai muito bem se aplicada entre 
pessoas, não entre times. Entre estes, pensar que façam 
parte de um mesmo nível seria equivocado, visto que 
causaria distorção da realidade, face às conquistas de cada 
um deles. Para não ficar na falácia, dentro da lógica aqui 
descrita, você acha justo que o Atlético Mineiro, que tem 
como título de maior expressão o Brasileiro de 1971, seja 
chamado de grande, como grande é o São Paulo, por 
exemplo, detentor de três títulos Mundiais? Acha que os 
dois estão num mesmo patamar? Penso que não. E, por 
favor, atleticanos, não tenho nada contra o clube, de 
antemão. A ideia é fazer entender que há níveis distintos 
de grandeza entre os times. 
 Imagino que o exemplo acima deixe claro o 
abismo que existe no trato da grandeza de nossos clubes, 
mas que, decerto, o torcedor ainda não parou para discutir. 
E como nossa proposta é que este livro funcione como um 
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28 
 
diálogo entre torcedores, dentre os quais me incluo, temos 
que lançar luz sobre o assunto. Mesmo porque, uma hora 
ou outra isto teria que ser feito por alguém. 
Depois de algumas explicações, uma pergunta: será 
que como torcedor você nunca quis encontrar um 
‘documento’ que pudesse mostrar a amigos, atestando que 
o seu time é maior do que o dele? Pois é. Eu, enquanto 
fanático torcedor que sou, gostaria de contar com mais 
este subsídio na hora de uma disputa assim. Afinal, nesses 
momentos, sempre está em jogo a honra de nosso time. E, 
cá entre nós, aí ninguém quer perder, porque você sabe, o 
bom torcedor é também, antes de tudo, um fiel defensor de 
seu time. No que, aliás, está mais do que correto. O clube 
é algo que o acompanha por toda a vida. Veja que 
namoradas aparecem e desaparecem. Empregos, amizades, 
ideologias políticas. Enfim, tudo passa. Menos o amor 
pelo seu time de coração. Então dá para esperar do 
torcedor nato, postura diferente da de protetor, guardião e 
cúmplice do clube que torce? Impossível. 
 Agora imagine a audácia: alguém tentar, de 
alguma forma, abalar a sagrada convicção de seu amor 
pelo clube. Provavelmente essa não fosse uma atitude 
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29 
 
aconselhável, não? De fato, não é. E é essa clareza que 
espero que você tenha com relação ao que será dito 
adiante. Por que, de maneira alguma, esperamos pôr em 
xeque um sentimento tão forte e bonito que, decerto, 
sequer é capaz de ser mensurado. Longe disto. Se não for 
possível trazer algo que some ao debate futebolístico, 
tentar desconstruí-lo é que não faremos. Afinal, o debate, 
sabemos bem, faz parte da essência do futebol - produzir 
algo que o esgotasse seria tentar, de certa forma, também 
assim, esgotar o esporte. E, espero sinceramente que, 
como escrevo na condição de torcedor, este livro seja 
questionado por alguns, aplaudido por outros, e, por isso 
mesmo, que ele possa servir de suporte a tantas conversas 
quantas forem precisas para acender ainda mais os 
calorosos bate-papos sobre futebol, onde quer que seja. 
 No momento em que me pus a escrever sobre 
a grandeza de nossos clubes, sabia que havia escolhido 
algo extremamente delicado,sensível, para se escrever. 
Não é tarefa das mais simples, acrescente-se. Algo que 
ainda não foi posto no papel por grandes jornalistas 
esportivos, desportistas, dirigentes e/ou acadêmicos até 
hoje, certamente que demanda muito cuidado, pesquisa, 
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30 
 
ponderação, etc. Senão, obviamente já teria sido feito 
antes. Para tanto, com a preocupação de não ser 
enfadonho, parecer um Professor Pardal, achei que deveria 
escrever como um torcedor o faria. Seria mais fácil de ser 
compreendido e me daria melhor condição de falar a 
respeito. 
 Convém alertá-lo, nesse momento, que tratar 
da mensuração dos times não é uma tentativa de acabar 
com o argumento da rivalidade, como reiterado logo 
acima. Pelo contrário. Construir um ranking da grandeza 
clubística envolvendo apenas os principais times do país é, 
na verdade, uma tentativa de dar ao torcedor de cada um 
desses times, ainda mais argumentos para seus embates 
entre amigos. Com as informações descritas logo mais, 
você, caso concorde com minha linha de raciocínio, terá 
bem mais propriedade para, prazerosamente, calar seus 
colegas de sala, de trabalho, bar ou familiares, quando 
estes tentarem passa-lo para trás, tentando diminuir seu 
time. Seu sucesso nos bate-papos esportivos estará 
garantido, porque os outros passarão a vê-lo com respeito, 
sabendo que você conhece e sabe debater sobre o futebol 
brasileiro bem mais que eles - a menos, é claro, que você 
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31 
 
por algum desatino da vida torça por um clube que esteja 
imediatamente atrás do de seus amigos, na ordem de 
grandeza. 
 Para sistematizar o ranking, foi preciso 
estabelecer uma hierarquia entre as competições 
pontuáveis, respeitando a proporcionalidade de seus 
valores históricos. Assim, diante da variedade de 
campeonatos e copas já realizadas e que contaram e 
contam com a participação de times brasileiros, cinco 
categorias foram criadas, de modo a facilitar a atribuição 
de pontos, variando de 100 a 1, em ordem decrescente de 
relevância, e subdivididas em A, B e C: Mundial, 
Continental, Nacional, Regional e Estadual. 
 
MUNDIAL 
 
 Dos desdobramentos da criação da UEFA4 
Champions League, em 1956, foi criado o Mundial 
Interclubes, em 1960, endossado e patrocinado, 
 
4 A União das Federações Europeias 
de Futebol – UEFA foi criada em 
1955 e é a entidade gestora do 
futebol no continente. 
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32 
 
inicialmente, pela FIFA5, até meados da década de 1970 e, 
posteriormente, a partir de 1980, pela montadora de carros 
japonesa Toyota. A competição reunia até 1979 os 
campões da Copa Libertadores da América e da Copa dos 
Campões da UEFA em jogos de ida e volta. Entre 1980 e 
2004 passou a ser disputada no Japão, país de origem da 
Toyota, em jogo único. Desde 2005 é disputado em um 
país diferente a cada ano e em formato mata-mata, 
envolvendo os campões dos seis continentes. 
 Por se tratar da principal competição do futebol 
mundial, disputada há mais de 50 anos, é baseado nele que 
são atribuídos os pontos das demais competições, 
observando-se a proporcionalidade de cada uma delas 
frente ao Mundial. E para que toda e qualquer 
contabilidade a ser feita tenha uma simples compreensão, 
a conquista de um Mundial confere ao clube vencedor 100 
pontos. 
 
 
 
5 A Federação Internacional de 
Futebol Associado – FIFA foi criada 
em 1904 para gerir o futebol no 
mundo 
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33 
 
CONTINENTAL A, B e C: 
 
 Diante do sucesso da iniciativa europeia de criar a 
hoje chamada Liga dos Campeões da Europa – UCL, em 
1955, os clubes sul-americanos revitalizaram, em 1960, o 
antigo Campeonato Sul-americano de Campeões, 
disputado em 1948, agora com o nome de Copa 
Libertadores da América, em homenagem aos heróis da 
libertação na América do Sul. O objetivo era realizar uma 
competição que desse unidade ao futebol praticado no 
continente. E com uma fórmula de disputa baseada 
atrativa, que remontava ao espírito guerreiro dos que lhe 
dão nome, a Libertadores se tornou rapidamente a 
competição mais cobiçada entre os clubes brasileiros, 
participantes desde sua primeira edição. 
 Pelo seu valor e por ser até hoje o caminho mais 
prazeroso à disputa do título de campeão Mundial de 
clubes, a Libertadores é o mais importante torneio 
continental, classificado aqui como nível A, e que dá 50 
pontos aos seus conquistadores - metade do que vale o 
Mundial. A partir dela, outras copas surgiram, nos anos 
1980, como a Super Copa dos Campeões da Libertadores 
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34 
 
(1989 - 1997), mais tarde substituída pela Copa MercoSul 
(1998 - 2001), que por sua vez deu lugar à Copa 
Sulamericana (2002 - atualmente). Todas elas, pelos 
critérios de seleção de clubes que tiveram ou têm, 
configuram-se como um nível intermediário entre as 
competições do continente, sendo, portanto, classificadas 
como nível B, que confere 30 pontos aos seus campeões. 
Dessas derivaram a Recopa Sulamericana (1989 - 
atualmente), Copa Conmebol (1992 - 1999), Copa Master 
(1992/1995) e Copa Ouro (1993/1995/1996). Para essas 
copas, que não eram ou são prestigiadas pelos principais 
times do continente, a pontuação dada foi 20 e são 
classificadas como de nível C. 
Houve, ainda, o já citado Campeonato 
Sulamericano de Campões, que foi realizado apenas uma 
vez e que por isso, mesmo sendo o precursor da 
Libertadores, não recebe pontuação integral equivalente à 
competição de nível A. Foram atribuídos ao torneio 20 
pontos, assim como no caso das copas de terceira linha. 
 
 
 
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35 
 
NACIONAL A, B e C: 
 
Até o final dos anos 1950 a organização do futebol 
brasileiro era regionalizada, muito voltada para os estados 
ou, no máximo, para disputas interestaduais, não havendo, 
assim, competições que reunissem clubes de todas as 
regiões do país. No entanto, em 1959 a então 
Confederação Brasileira de Desporto, hoje Confederação 
Brasileira de Futebol, cria a chamada Taça Brasil, para 
indicar os clubes que participariam da primeira edição da 
Copa Libertadores da América, em 1960. 
A Taça Brasil foi realizada por dez edições, até 
1968, disputada em forma de copa, com jogos mata-mata, 
e que pela pouca quantidade de jogos, é aqui qualificada 
como sendo de nível B, dando 25 pontos por cada título 
conquistado. Um ano antes de seu fim, em 1967, nasceu o 
Torneio Roberto Gomes de Pedrosa ou Robertão, surgido 
da ampliação do Torneio Rio-São Paulo, juntamente com 
clubes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, em 
sua primeira edição, sendo nas subsequentes composto por 
clubes de todo o país. O Robertão substituiu a Taça Brasil 
e foi disputado apenas quatro anos, até 1970. Por exigir 
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uma quantidade razoável de jogos para que um clube se 
sagrasse campeão, e por ter representatividade 
verdadeiramente nacional- sendo o embrião do 
Campeonato Brasileiro -, o Roberto Gomes Pedrosa se 
alinha como competição nível A, que neste caso, reserva 
35 pontos aos seus campeões. 
No ano seguinte à extinção do Robertão, a CBD 
instituiu a criação do Campeonato Brasileiro, em 1971, 
agora competição nacional oficial. O Brasileirão é 
disputado até hoje, mesmo tendo passado por inúmeras 
mudanças de formatos, e é a mais importante competição 
nacional. Por esse motivo, confere 35 pontos por taça, 
nível A que é. 
 Em 1989 a CBF cria um nova competição 
paralela ao Campeonato Brasileiro, com o atrativo de 
oferecer uma vaga à Libertadores: a Copa do Brasil. 
Semelhante à antiga Taça Brasil no formato de disputa, ela 
congrega clubes de todos os estados do Brasil, sendo a 
mais nacional, por assim dizer, das competições em 
disputa atualmente. E como guarda relação de parentesco 
com a Taça Brasil, igualmente, representa 25 pontos. 
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37 
 
 Outra competição criada pela CBF, mas que 
não teve vida longa foi a Super Copa do Brasil. Só houve 
duas edições em 1990 e 1991, em que disputavam o título 
os campeões da Copa do Brasil e do Campeonato 
Brasileiro. Por algum motivo ainda desconhecido a 
entidade maior do futebol brasileiro deixou de realizar 
essa disputa, que acontece na maioria dos países europeus, 
por exemplo. Dessa forma, a Super Copa do Brasil é 
classificada como nível C, valendo 15 pontos, assim como 
a Copa dos Campeões (2000 - 2002), também de vida 
curta. Ademais a esses torneios, também são 
contabilizados aqui os títulos das divisões inferiores do 
Campeonato Brasileiro - Série B (12 pontos) e Série C (10 
pontos). 
 
REGIONAL A, B e C: 
 
As competições regionais surgidas no Brasil 
representam os primeiros passos rumo à integração 
nacional. Mas elas nasceram sem obedecer a uma 
simultaneidade, como ocorreu com os campeonatos 
estaduais, nascidos em intervalo de tempo pequeno entre 
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38 
 
eles. Mesmo assim, é inegável o valor histórico dos 
regionais, visto que em alguns casos, eles serviram para 
impulsionar o crescimento e valorizar o futebol local, 
casos do Nordestão, Norte e Centro-Oeste, principalmente. 
Em 1933, as Ligas Carioca e Paulista se uniram 
para organizar uma competição com 12 clubes dos dois 
estados como participantes. Sugestivo, o torneio recebeu o 
nome de Torneio Rio-São Paulo. Era dada a largada para o 
fortalecimento da categoria. No entanto, o Rio-São Paulo, 
por questões políticas, teve que ser abortado nos anos 
seguintes à sua criação, sendo retomado de forma regular 
apenas quase vinte anos mais tarde, em 1950. Dali em 
diante, foi disputado até 1966, ininterruptamente, quando, 
devido à criação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, foi 
novamente interrompido. Em 1993 e posteriormente entre 
1997 e 2001, o Rio-São Paulo voltou a ser disputado, 
completando assim, 25 edições. E por toda a história, foi, 
sem dúvidas, o mais importante regional do país. Isto é 
nível A e 15 pontos para a conta de cariocas e paulistas 
campeões do torneio. 
Em 1962 inspirados pela integração experimentada 
na Taça Brasil, os principais times do Sul criam a Copa 
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39 
 
Sul. Já no ano seguinte, ela deixou de ser realizada, sendo 
retomada em 1999 e ampliada no ano seguinte, através da 
participação de clubes mineiros, passando a se chamar 
Copa Sul-Minas, disputada até 2002. Como contou com 
vários dos principais times do país, notabilizou-se como o 
segundo maior regional, pela ordem. Portanto, 10 pontos 
para quem conseguiu vencê-lo. 
Nordeste e Norte estiveram unidos durante boa 
parte dos anos, compondo a fase de grupos da Taça Brasil, 
fato que os motivou a criar uma competição entre si, o 
Torneio Norte-Nordeste, durante os anos de 1968, 1969 e 
1970. A partir dali houve a criação, nos anos 1990, de 
regionais separados. No Norte, o regional foi disputado 
entre 1997 e 2002. No Nordeste, em 1994 e entre 1997 e 
2002. E junto com a Copa Centro-Oeste, também 
disputada no mesmo período que as últimas, tiveram papel 
histórico mais acanhado que Rio-São Paulo e Sul-Minas, 
por reunir poucos clubes de expressão nacional. A 
pontuação desses regionais é 7. 
 
 
 
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40 
 
ESTADUAL A, B e C: 
 
 Há quem defenda o fim dos estaduais. 
Certamente, quem partilha dessa idéia desconhece o valor 
que os certames têm e o que representam para os 
torcedores dos clubes. Isto porque, é bom lembrar, em 
pelo menos dez estados brasileiros os estaduais são a única 
competição disputada pelos times locais. Ou pelo menos a 
mais importante. 
 Não há como negar a importância histórica 
desse tipo de campeonato, mesmo que os defensores de 
seu fim usem o argumento de que só dão prejuízo aos 
clubes grandes, pois a própria grandiosidade dos clubes se 
origina na disputa dessas competições. Além do que, 
embora o foco do nosso trabalho aqui sejam os Grandes, o 
futebol não é feito apenas por estes. Afinal são quase 30 
mil times em atividade no Brasil. 
 Os estaduais se confundem com a própria 
história dos clubes, pois, em vários casos, eles são 
anteriores à fundação desses clubes. De modo que 
merecem atenção de nossa parte – se não tivéssemos os 
campeonatos estaduais para acompanhar os jogos de 
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41 
 
nossos times, a relação com eles seria bem distante, já que 
teríamos menos jogos para vê. 
 Como nosso país tem dimensões continentais, 
contamos com número considerável de estaduais, 27 ao 
todo - curioso é que ocorre o que se percebe em países 
europeus, em sua maioria de dimensões geográficas 
semelhantes aos nossos estados, em que há entre dois e 
quatro clubes tradicionais. Diante desse elevado número, 
há alguns que guardam semelhanças entre si e outros 
diferem-se uma enormidade. Aqui, também dividimos em 
três níveis de estaduais, como com as outras categorias de 
competições. 
 São Paulo e Rio de Janeiro, por se destacarem 
como tendo a maior quantidade de clubes grandes, quatro 
cada, e por terem criado as primeiras ligas, posteriores 
estaduais, dando o ponta pé inicial do futebol brasileiro, 
têm os estaduais mais competitivos, alçando-os ao nível A, 
com cinco pontos para cada título. Minas Gerais, Rio 
Grande do Sul, Paraná, Bahia e Pernambuco, detentores de 
ao menos um título brasileiro, todos com dois ou três 
clubes tradicionais, oferecem três pontos por conquista. Os 
outros 20 estaduais valem um ponto por cada título. 
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42 
 
Em resumo à descrição detalhada sobre as 
competições acima listadas, segue abaixo uma tabela para 
ser consultada quantas vezes quiser, caso deseje você 
mesmo calcular a pontuação do time pelo qual torce: 
CATEGORIAA B C 
MUNDIAL 100 Toyota/
FIFA 
80 
FIFA* 
CONTINENTAL50 Libertadores30 
Supercopa/ 
Mercosul/ 
Sulamericana/ 
 
20 Recopa/ 
Conmebol/ 
Sulamericano**
Copa Ouro/ 
Copa Master/ 
 NACIONAL 35 
Brasileiro/ 
Robertão 
25 
Copa do Brasil 
(1989-...)/ 
Taça Brasil 
(1959-1968) 
15 
Super Copa 
do Brasil/ 
Copa dos 
Campeões/ 
12 Série B/10 Série C 
REGIONAL 15 
Rio-São Paulo
10 
Sul/Sul-minas/ 
7 
Centro-Oeste/ 
Norte/ 
Nordeste 
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43 
 
ESTADUAL 5 
Paulista/ 
Carioca 
3 
Gaúcho/Mineiro/ 
Paranaense/ 
Baiano/ 
Pernambucano 
1 
Outros 
 
 
*Torneio isolado, realizado sem critérios técnicos razoáveis 
pela FIFA em 2000. 
 
 Após a completa explicação dos critérios 
adotados para a elaboração do ranking de títulos que, tudo 
bem, exigiu um pouco de calma na leitura, espero que 
você, torcedor-leitor, não tenha se cansado e desistido de 
ir até o fim, porque está próximo o primeiro de um total de 
quatro rankings destrinchados ao longo das páginas – você 
até poderia saltar as páginas e ir direto ao ponto, mas 
espero que o desejo pelo aprofundamento de seu 
conhecimento fale mais alto. 
Para você que foi paciente até agora, como o faz 
com seu time, peço que atente às próximas linhas. É que 
aqui está o registro do significado deste primeiro capítulo, 
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44 
 
que é o que dá sustentáculo aos demais elementos de 
construção da grandeza de um time, já que esta grandeza - 
se pudéssemos mensurar a importância de cada elemento 
em sua composição -, ela se firma, diria eu, quase metade, 
nas conquistas das equipes. 
Sobre os outros dois elementos, defino o item 
Tradição como representante de parcela quase semelhante 
à dos títulos, até porque, ela contribui substancialmente, 
do ponto de vista subjetivo, para as próprias conquistas 
clubisticas. E quanto ao elemento Torcida, digo que 
mostra-se, como veremos adiante, o mais frágil deles, na 
relação. É que, literalmente, está fora do jogo 
propriamente. Em suma, é resultado de Títulos e Tradição. 
E agora, sem mais para o momento, vamos somatório e ao 
ranking, que é o que interessa: 
 
 
 
 
 
 
 
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45 
 
RANKING DE TÍTULOS 
 
 
Clube Pontuação Clube Pontuação 
1º 
875 
7º 
497 
2º 
725 
8º 
497 
3º 
625 
9º 
405 
4º 
533 
10º 
310 
5º 
525 
11º 
285 
6º 
520 
12º 
175 
*Atualizado até 2010. 
 
 
 
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46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TORCIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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47 
 
As pesquisas sobre o tamanho das torcidas dos 
principais clubes 
 
 Nos primeiros vinte anos de prática no país, o 
futebol esteve encapsulado, gestando seu amadurecimento, 
experimentando a consolidação de sua profissionalização, 
alcançada no final da década de 1930. De modo que 
conhecer a extensão social de cada clube frente à realidade 
da época não estava entre as prioridades dos envolvidos 
com o esporte, naquele momento. Assim, o envolvimento 
do torcedor com seu clube só começou a despertar 
interesse quando o esporte foi percebido como uma 
Foto: Google 
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48 
 
oportunidade de fazer bons negócios. Foi nesse contexto 
que ocorreu a primeira medição do tamanho de torcidas de 
que se tem notícia, no Rio de Janeiro, no ano de 1927, 
quando o Jornal do Brasil e a fabricante de água mineral 
Salutaris instituíram uma espécie de concurso para 
contabilizar qual era a maior torcida no Rio de Janeiro. 
Venceria e seria declarado o de maior torcida, o clube que 
juntasse mais cupons do JB e da Salutaris. A disputa levou 
meses e o cronista e precursor do jornalismo esportivo, 
Mário Filho, a definiu como “a luta entre Davi e Golias”, 
devido ao contraste entre o poderio econômico dos 
portugueses vascaínos e a torcida flamenguista. Pois bem, 
já ali, o clube cruz-maltino daria um mostra da freguesia 
que teria em sua relação com o rubro-negro carioca: numa 
cidade com menos de um milhão de habitantes, o 
Flamengo conseguiu reunir mais de 200 mil cupons, 
ficando à frente do Vasco. Como prêmio, por ter a maior 
torcida do Rio, o time da Gávea recebeu uma imponente 
taça, a Salutaris, que está até hoje na galeria de títulos do 
clube. 
 Anos mais tarde, o esporte já despertando 
interesses em outros lugares distintos da então capital 
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49 
 
federal, levou o Jornal Estado de Minas, em 1931, a 
buscar ter uma noção do que o futebol representava no 
estado mineiro e assim, em sua edição de 26 de março 
daquele ano, publicou a primeira pesquisa sobre torcidas 
no estado. Os números apresentados foram os seguintes: 
Atlético (46,3%), Cruzeiro (35,9%) e América (10,8%). 
Estava evidenciada a popularidade do esporte, que atingira 
o gosto de nove em cada dez moradores de Belo 
Horizonte. 
 Para mostrar como os jornais passaram a 
dedicar especial atenção ao futebol, quer fossem em suas 
páginas, quer em suas ações, em 1954, o Jornal dos Sports, 
do Rio de Janeiro, encomendou ao Instituto Brasileiro de 
Opinião Pública e Estatística – IBOPE, uma pesquisa 
técnica sobre as torcidas cariocas. Na ocasião, o resultado 
obtido mostrou-se abaixo do observado entre os mineiros 
– 9 entre 10 –, contando com a simpatia de oito em cada 
dez cariocas, assim divididos: 
1º Flamengo - 28 % 
2º Fluminense - 18 % 
3º Vasco - 17 % 
4º America - 6 % 
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50 
 
 Nos dez anos seguintes, no entanto, saber 
quais clubes tinham mais torcedores foi algo esquecido. O 
futebol brasileiro vivia sua época de ouro, durante a 
década de 1960. Neste período o mundo conheceu, de uma 
só vez, a seleção canarinho, com seus dois títulos 
mundiais de 1958 e 1962, e alguns dos maiores jogadores 
de todos os tempos, dentre os quais, o rei Pelé. Talvez por 
isso, as pessoas tenham ficado sob o efeito da magia do 
esporte, que encantara toda aquela geração e assim, 
esquecido de olhar para os aspectos extra-campo, como o 
do mapeamento das torcidas. 
 Passadas três décadas após a primeira 
publicação em Minas Gerais, quando o futebol já era o 
esporte mais popular no país inteiro, o Estado de Minas, 
agora em 1965, na edição do dia 2 de julho, trouxe nova 
pesquisa. O tempo passou e, no entanto, o que não mudou 
foi o resultado: Atlético (54,1%), Cruzeiro (26,7%) e 
América (7%). A ordem se manteve, apenas a diferença 
entre as torcidas é que aumentou, pois o Atlético que tinha 
pouco menos que as torcidas de Cruzeiro e América 
juntas, na primeira pesquisa, agora tinha bem mais 
torcedores que seus rivais somados. 
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51 
 
 Embora um pouco tardio em relação ao feito 
por cariocas e mineiros, em 1967 um novo levantamento 
foi realizado, mas, desta vez, em São Paulo, encomendado 
pelo jornal Estadão. O futebol paulista já era o mais forte 
da ex-colônia portuguesa e tinha o Santos, em primeiro 
lugar, e o Palmeiras, em seguida, como suas grandes 
forças. Ainda assim, a pesquisa trazia, pela ordem, 
Corinthians (35%), Palmeiras (27%), São Paulo (23%) e o 
Santos (10%), apenas em quarto lugar. Tudo bem, já sei: 
como oSantos sendo o maior clube da época era apenas a 
4ª torcida do estado? É que time praiano é da cidade que 
leva o mesmo nome, no litoral paulista. Uma cidade que 
tinha população de cerca de 100 mil habitantes e que pela 
pouca abrangência da mídia paulista, até então, não 
conseguiu expandir sua torcida proporcionalmente às suas 
conquistas. 
 Nos quatro anos seguintes, o Estadão 
encomendou mais duas pesquisas de abrangência estadual, 
em 1969 e 1971. Em ambas, não houve mudanças nas 
posições dos quatro clubes. O Corinthians manteve-se em 
primeiro lugar, com crescimento de sua torcida, agora 
representante de 40% da população local; O Palmeiras, em 
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52 
 
segundo ainda, com ligeira perda de torcedores, tinha 
24%; o São Paulo, em terceiro, assim como o Palmeiras, 
apresentava queda no número de torcedores, agora com 
21% e em quarto, o Santos, que experimentou crescimento 
considerável, contando, na ocasião, com 12,5% da torcida 
paulista. 
 Em meio à retrospectiva, amigo futebolista, 
uma pausa para falar sobre um fato crucial no fomento às 
pesquisas: em 20 de março de 1970, fora lançada a 
primeira edição da revista Placar, que rapidamente se 
tornaria referência esportiva no país, através de 
proposições como a criação de um campeonato 
verdadeiramente nacional, ocorrido em seguida, no ano de 
1971, mudança de comando das entidades gestoras do 
futebol, criação da segunda divisão nacional, dentre tantas 
outras. E em meio às idéias a que se propunha a revista, 
ela tomou para si a incumbência de dar subsídios aos 
agentes efetivos do futebol, como a divulgação freqüente 
de pesquisas sobre as torcidas no país. É aí que o tema 
passa a ter regularidade de publicações ao longo dos anos 
e figurar entre os assuntos mais importantes ligados ao 
mundo da bola. 
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53 
 
 Menos de dois anos após sua criação, a revista 
paulista, dando seguimento ao seu papel de contribuinte 
para o desenvolvimento do esporte, encomendou ao 
instituto Gallup uma ampla pesquisa sobre o tamanho das 
torcidas, realizada nos estados de São Paulo, Rio de 
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, entre os meses 
de agosto e novembro. No último dia do ano de 1971, a 
revista trouxe em suas páginas o resultado da pesquisa. 
Não se tratava, ainda, de um trabalho com abrangência 
plenamente nacional. Mas foi o primeiro passo para que 
isso ocorresse. 
 Tivemos um vácuo de doze anos até que um 
Arte: Panda Books 
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54 
 
novo levantamento fosse feito. E foi a mesma revista 
Placar que bancou. O ano era 1983, já havia a presença da 
publicidade estampada nas camisas dos clubes, a tv já 
exibia jogos, jogadores começam a ser vendidos aos 
grandes clubes europeus, enfim, o futebol começava a 
diversificar a geração de receitas. Placar percebe o cenário 
positivo da época e contrata novamente o Gallup, só que 
desta vez, a pesquisa seria ampla, atingindo todos os 
estados do país, apresentando pela primeira vez, resultados 
verdadeiramente nacionais. Só então o torcedor do 
Flamengo, que já era tido como o time de maior torcida no 
país, pode de fato dizer-se membro de uma nação, a rubro-
negra, a maior do Brasil - muito em função da influência 
das rádios cariocas, Nacional e Globo, as primeiras a 
irradiarem jogos de futebol e respaldado pelos inúmeros 
títulos conquistados anos antes. 
 Pela ordem, os quinze times mais populares do 
país eram, na época: Flamengo (31,9%), 
Corinthians(17,5%), Palmeiras (9,3%), Vasco (9,3%), 
Santos (7,2%), Atlético MG (7,2%), São Paulo (6,2%), 
Botafogo (5,1%), Cruzeiro (5,1%), Bahia (5,1%), Grêmio 
(5,1%), Fluminense (4,1%), Internacional (4,1%), Náutico 
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55 
 
(2%) e Sport (2%). No país inteiro, o futebol era a paixão 
de mais de 60% das pessoas. O que credenciava o 
brasileiro a intitular nosso país de ‘o país do futebol’, 
como já o fazia, em virtude dos três títulos mundiais 
conquistados. 
 Dez anos depois, em outubro 1993, dando a 
impressão de seguir a lógica do censo do IBGE, que é 
realizado a cada dez anos, Placar trouxe novo estudo em 
suas páginas. Dessa vez o estudo foi feito pelo IBOPE nas 
regiões metropolitanas de cada estado. Como resultado, 
chamou a atenção o salto dado pelo São Paulo, sétima 
maior torcida em 1983, e agora com a terceira maior 
torcida do país – com a tevê consolidada como veículo de 
massa, os títulos de campeão Mundial, Libertadores e 
Brasileiro, no período, certamente explicam a evolução da 
torcido do clube paulista. Ademais, Flamengo e 
Corinthians continuavam como primeira e segunda 
maiores torcidas do Brasil, respectivamente. 
 Rompendo a periodicidade das pesquisas 
anteriores, em 1998, o diário esportivo Lance! também 
começa publicar pesquisas, como também o fez anos antes 
o instituto DataFolha, com divulgação de pesquisa 
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56 
 
encomendada ao IBOPE. O resultado não trouxe 
novidades, mostrando Flamengo, Corinthians, São Paulo, 
Palmeiras, Vasco, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Santos 
e Botafogo entre os dez primeiros. 
 A partir do ano 2000, as pesquisas ganham 
uma freqüência ainda maior no noticiário esportivo. Em 
dez anos, até junho de 2010, vinte levantamentos foram 
realizados, o que dá uma média de dois por ano. Aqui, de 
forma mais abrangente, vamos ao resultado nacional e os 
verificados nos principais estados, da última pesquisa, 
realizada pelo instituto Análise, a pedido do Lance!: 
 
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 Em São Paulo, há uma verdadeira Torre de 
Babel, devido ao tamanho da população do estado, o mais 
populoso do país, e a competitividade que têm os clubes 
locais. Pelo menos vinte times têm quantidade significante 
de torcedores, sobretudo os quatro maiores, Corinthians 
(35,2%), São Paulo (20,8%), Palmeiras (11,8%) e Santos 
(9,2%). 
 
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58 
 
 No Rio de Janeiro, assim como no Rio Grande 
do Sul, não há espaço para torcidas de clubes de outro 
estado. Flamengo (45,5%), Vasco (17,8%), Fluminense 
(10,2%) e Botafogo (9,3%) concentram quase toda a 
torcida local. 
 
 
 
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59 
 
Os gaúchos fazem valer a sua fama de 
bairristas, abarcando quase 90% das pessoas do estado, 
com Grêmio (52,1%), Internacional (35,3%) e Juventude 
(0,9%). É no Rio Grande do Sul que o Flamengo encontra 
seu menor percentual de torcedores, cerca de 0,2%. 
 
 
 
 
 
 
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60 
 
 Em Minas Gerais, a força dos clubes locais 
ofusca o Flamengo (7,7%), que mesmo aparecendo como 
a terceira maior torcida no estado, apresenta um percentual 
relativamente pequeno, se comparado aos dos dois 
primeiros, Cruzeiro (30,5%) e Atlético MG (23,6%). 
 
 
 
 
 
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 No Paraná, verifica-se um predomínio paulistaentre as maiores torcidas, fruto, dentre outras coisas, da 
localização geográfica do estado, que faz fronteira com 
São Paulo, seguido pelos times locais. 
 
 
 
 
 
 
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 No estado da Bahia, a briga forte é entre o 
Esporte Clube Bahia (20,3%) e Flamengo (17,2%), com o 
Vitória (15,7%) à espreita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Os cearenses apresentam cenário idêntico ao 
da Bahia, mas com disputa ainda mais acirrada entre os 
três maiores, o Fortaleza (16,3%), o Flamengo (16%) e o 
Ceará (13,7%). 
 
 
 Pernambuco é um dos poucos estados em que 
times paulistas e cariocas não figuram entre as três 
maiores torcidas, que são ocupadas pelas equipes locais 
Sport (33%), Santa Cruz (12,8%) e Náutico (9%). 
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64 
 
 
O resultado desse processo dinâmico que 
envolve o mapeamento do amor das pessoas pelos times 
brasileiros, já dura quase 30 anos e aponta para um cenário 
quase cristalizado, na distribuição das posições ocupadas 
por cada clube no ranking. Flamengo e Corinthians têm, 
respectivamente, a maior e a segunda maior torcida do 
Brasil. Numa escala mais flexível, pode-se dizer também 
que a seqüência do ranqueamento dos clubes pertencentes 
ao G-12 (quatro clubes de São Paulo, quatro do Rio de 
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65 
 
Janeiro, dois do Rio Grande do Sul e dois de Minas 
Gerais) obedece a esta ordem: São Paulo, Palmeiras, 
Vasco, Grêmio, Cruzeiro, Santos, Internacional, Atlético-
MG, Botafogo e Fluminense. Havendo, no máximo, uma 
ou duas oscilações entre equipes supracitadas, de um 
levantamento para outro, reflexo de conquistas recentes – 
até mesmo levantamentos sem o rigor científico, como o 
da loteria Timemania apresenta disposição semelhante. 
 
O Ranking das torcidas 
 
 Até aqui nossa conversa foi um regaste 
histórico sobre o papel e o valor do torcedor, de forma 
conjunta, para clubes e demais agentes envolvidos com o 
futebol, no país. Tendo agora em mente uma idéia bem 
organizada sobre o assunto, é possível falarmos sobre o 
ranking propriamente dito. Dessa forma, começo 
explicando em detalhes o que foi levado em conta para a 
confecção do ranqueamento. 
 Se fossemos considerar apenas o aspecto 
quantitativo, ou seja, o número de torcedores de cada 
clube, em cada pesquisa, criaríamos uma distorção no trato 
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66 
 
dos valores. Como o objetivo é tentar construir algo que se 
traduza no mais próximo possível da realidade, lembre-se 
disso, os pontos atribuídos obedecem à proporcionalidade 
inversa das posições verificadas em cada pesquisa, de 
forma decrescente, variando de 12 até 1, como mostra a 
tabela abaixo: 
 
PONTUAÇÃO ATRIBUIDA 
Pos. Pontos Pos. Pontos
1º 12 7º 6 
2º 11 8º 5 
3º 10 9º 4 
4º 9 10º 3 
5º 8 11º 2 
6º 7 12º 
 
 
 
 
 
 
 
 
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67 
 
RANKING DE TORCIDAS 
 
Clube Pontuação Clube Pontuação 
1º 
284 
7º 
176 
2º 
267 
8º 
157 
3º 
254 
9º 
143 
4º 
233 
10º 
132 
5º 
215 
11º 
113 
6º 
179 
12º 
100 
 
 
 
 
 
 
 
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A TRADIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
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A percepção sobre os times 
 
 Este é o capítulo mais importante, depois do 
de títulos, porém, é curto, breve. Não por não haver o que 
se abordar. É que o objeto de análise aqui é bem sútil. E, 
para não corremos o risco de redundarmos em outra 
questão que seja, a brevidade nos permitirá tratar 
objetivamente da questão. Qual seja ela? A mensuração da 
grandeza, da tradição dos times do país. Assim, vamos 
entender, inicialmente, o que será discutido, para que a 
compreensão seja simples, adiante, quando for explicada a 
maneira como a mensuração foi feita. 
 Nelson Rodrigues dizia que “o futebol é a mais 
útil das inutilidades”. No que, para mim, estava correto. 
Entretanto, é preciso que se diga que o futebol tem outras 
características bem próprias, dentre elas, a que talvez seja 
o fio condutor da paixão clubística, que é a subjetividade. 
É ela que permite ao esporte, dentro ou fora de campo, não 
ser algo lógico, previsível. 
 A subjetividade garante a certeza de certeza 
alguma no futebol - um time será melhor que outro a 
depender apenas de a quem se questione isso. Talvez isso 
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70 
 
até pareça contraditório, diante do que se defende aqui, 
mas não é. O futebol, como jogo, não funciona como uma 
ciência exata, em que basta ter uma determinada atitude 
para que se obtenha um dado resultado esperado e, 
também assim, no imaginário dos que fazem parte, de 
alguma forma, desse esporte, não se pode dizer que as 
percepções sobre o tema, por exemplo, sigam a lógica do 
“dois mais dois são quatro”. 
 O futebol se notabiliza pela máxima de que ele 
“é uma caixinha de surpresas”. Ideia que resume bem o 
que acontece dentro ou fora das quatro linhas e que mostra 
o quanto é delicado atribuir valores, estabelecer verdades 
nesse campo. Como tudo é intangível, é preciso saber se 
cercar de bons parâmetros. 
 A essa altura, por exemplo, deve estar se 
perguntando: porque o livro se refere a 12 grandes times? 
Por que não 15 ou 20 ou 30? É que desde a década de 
1970, portanto há mais de quarenta anos, é admitida a 
ideia de que existem no Brasil 12 times “grandes”. 
Convencionalmente, claro. E são eles: Flamengo, Vasco, 
Botafogo e Fluminense, do Rio de Janeiro; Corinthians, 
São Paulo, Palmeiras e Santos, de São Paulo; Grêmio e 
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71 
 
Internacional, do Rio grande do Sul; Cruzeiro e Atlético 
Mineiro, de Minas Gerais. 
 Quais critérios foram usados para estabelecer 
isso? Tecnicamente, nenhum. A não ser o fato de os quatro 
estados mencionados (Rio de Janeiro, São Paulo, Rio 
Grande do Sul e Minas Gerais) serem as praças 
hegemônicas no esporte, à época em que isso foi 
estabelecido. Talvez, você não concorde com essa 
“lógica”, mas, como já dito antes, o futebol não segue uma 
lógica matemática. Se podemos chamar de lógica o que o 
esporte bretão segue, ela é muito própria dele. E discutir se 
isso está certo ou errado, bem como quais times deveriam 
figurar na lista dos maiores, será tarefa de um novo livro, a 
ser escrito em breve. 
 
 
 
 
 
 
 
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72 
 
Com a palavra os especialistas 
 
 Como se trata de um tema bastante subjetivo, 
já reiterado no início, as verdades postas que gravitam ao 
redor do futebol são frágeis e, por isso, requerem o 
máximo de conhecimento,quando se deseja pô-las em 
cheque. Nesse sentido, estabelecer quais sejam os doze 
grandes times do país, historicamente, pela ordem 
hierárquica de grandeza, é tarefa das mais complexas e 
pergunta a ser feita para quem tem propriedade no assunto 
– e não estou me referindo a jogadores -, que são aquelas 
pessoas que vivem o dia a dia do esporte há décadas: os 
jornalistas que cobrem o futebol – essa definição cabe 
mais do que a comum adjetivação “jornalistas esportivos”, 
que de esportivos, na maior parte dos casos, não têm nada. 
 Tentar definir só, a hierarquização entre os 
times, seria, no mínimo, pretencioso da parte de quem 
assim o fizesse. Mesmo que fosse alguém experiente, 
profundo conhecedor do futebol. Isto porque um 
pensamento individual provavelmente distorcesse a 
realidade ou, talvez, ficasse no plano da visão passional, 
até, própria de um torcedor. 
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73 
 
 Para que não houvesse problema quanto à 
proximidade com o real, não haverá aqui a opinião minha, 
sua, caro “leitor-cedor”, nem de outro amigo nosso 
qualquer. Para a gente, deixo a tarefa de, após ler o livro 
inteiramente, discutirmos o futebol com ainda mais 
propriedade e, melhor, defendermos nossos times com 
mais argumentos que outras pessoas. 
 Coube a jornalistas notáveis, locais e do resto 
do país, no total de doze – como a quantidade de times 
grandes e como o elemento posterior aos onze jogadores 
de um time -, a primazia de estabelecerem o ranqueamento 
deste capítulo. Mas, não individualmente. O resultado é a 
soma das opiniões dos doze jornalistas, configurando uma 
opinião grupal, contemplando o pensamento de Sul a 
Norte, da mídia esportiva brasileira, impressa, radiofônica, 
televisiva e digital. 
 Para tanto, foi preciso “escalar” um time de 
jornalistas à altura da responsabilidade atribuída. Foi então 
que, diante do desafio, convidei um time vencedor, 
mesclando juventude e experiência e, acima de tudo, 
autoridade no assunto. Vamos à “escalação”: 
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74 
 
Juca Kfouri – Editor do Blog do Juca, 37 anos de 
profissão, foi editor de Placar por 25 anos, escreve para a 
Folha de S. Paulo, é comentarista da ESPN Brasil e da 
CBN, além de já ter trabalhado na Globo, no SBT e na 
Cultura. 
Sérgio Xavier Filho – Editor-chefe da Revista Placar há 
11 anos, com 23 de profissão, trabalhou no jornal Valor 
Econômico, no Zero hora e na RBS TV – RS. 
José Renato Sátiro – Editor do Blog do Renato, 11 anos 
de profissão, pesquisador de futebol com ênfase na 
história de times, já trabalhou na ESPN Brasil e Folha de 
S. Paulo. 
Celso Dário Unzelte – Comentarista da ESPN Brasil, 21 
anos de profissão, blogueiro, Professor da Faculdade 
Cásper Líbero, pesquisador de futebol com ênfase na 
história de times, escreve para o site Yahoo! Esportes. 
Itamar Ciríaco – Editor de esportes do jornal Tribuna do 
Norte, 15 anos de profissão, é também comentarista 
esportivo da Band – RN. 
Rubens Lemos Filho – Editor de Esportes de O Jornal de 
Hoje, 20 anos de profissão, trabalhou no jornal Diário de 
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75 
 
Natal, Tribuna do Norte, na TV Ponta Negra e então TV 
Cabugi. 
Lupércio Luiz Azevedo – Comentarista Esportivo da 98 
FM, 18 anos de profissão, foi apresentador do TVU 
Esporte, comentarista da Rádio Globo e da TV União. 
Edmo Sinedino – Editor do Blog No Ataque, 16 anos de 
profissão, comentarista esportivo na 96 FM, na TV 
Assembléia e TV União. 
Fernando Amaral – Diretor do programa TVU Esporte, 
na TVU, 15 anos de profissão, foi comentarista esportivo 
na Rádio Globo e na TV Ponta Negra. 
Marcos Lopes – Apresentador do Arena, TV Ponta 
Negra, 15 anos de profissão, narrador esportivo da Rádio 
Globo e editor do Blog do Marcos Lopes. 
Pedro Neto – Comentarista esportivo na Rádio Globo, 18 
anos de profissão, apresentador do Esporte União, na TV 
União. 
Everaldo Lopes – Colunista da Tribuna do Norte, 34 anos 
de profissão, pesquisador de futebol com ênfase na 
história do futebol potiguar, há 31 anos. 
 
 
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76 
 
RANKING DE TRADIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Clube Pontuação Clube Pontuação 
1º 
131 
7º 
72 
2º 
127 
8º 
66 
3º 
101 
9º 
64 
4º 
97 
10º 
39 
5º 
88 
11º 
35 
6º 
85 
12º 
24 
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77 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTATÍSTICAS 
 
 
 
 
 
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78 
 
O contexto 
 
 Há vários fatores que envolvem o futebol, 
como forma de torná-lo ainda mais atrativo. Um dos 
principais são os números. Talvez, o mais instigante. Ao 
menos, para os torcedores. 
 São os números que dão, na maior parte dos 
casos, sustentação à rivalidade clubística. Afinal, o que é 
que um torcedor iria usar como argumento para brincar 
com um amigo que torce por outro time, além da 
conquista de determinados títulos, senão dados?! É por 
isso que jornalistas adoram dar informação como 
curiosidades, durante as transmissões de jogos. É o que 
suscita a discussão. 
 Sabendo disso, é pertinente reservar um 
capítulo ao trato desse aspecto pouco estudado, embora, 
como já dito, muito atrativo. Os números, se bem lidos, 
podem ser úteis não apenas aos torcedores, mas aos 
próprios times. É que eles refletem características, 
apontam tendências e servem como base para a execução 
de planejamentos. 
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79 
 
 Para você, torcedor, as próximas páginas 
reservam informações que vão confirmar algumas 
verdades já sabidas, desmentirão outras tantas, servirão 
como argumentos para acalorar futuras discussões suas 
com amigos, torcedores de times rivais, dentre outros usos 
que dependerão exclusivamente da ‘leitura’ que você fizer 
dessas informações. Além do que, é bom ressaltar que, por 
tratar-se de um levantamento inédito – jamais alguma obra 
reuniu dados estatísticos de times nacionais -, você será 
uma das primeiras pessoas a ter acesso a essas 
informações, no Brasil. 
 Vale lembrar, ainda, que todos os dados 
presentes nesse capítulo são oficiais, doados 
generosamente pelos pesquisadores da história de cada um 
dos 12 grandes times brasileiros. Para levantar os dados, 
são considerados por esses pesquisadores todos os jogos 
realizados por cada time ao longo do tempo, sejam 
amistosos ou jogos ditos oficiais, ressaltando que são 
levadas em contas regras para a definição do que sejam 
considerados como amistosos válidos ou não para a 
inserção no somatório geral de jogos das equipes. 
 
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80 
 
O ranking 
 
 Para tornar mais agradável sua leitura, as 
estatísticas (desempenho, jogos, vitórias empates, derrotas, 
gols marcados e gols sofridos) foram dissecadas 
separadamente, trazendo além de cada resultado específico 
– o ranqueamento dos 12 times para cada item -, 
informações adicionais, em forma de comentários: 
 
 
Espírito esportivo, aqui não! 
 
TIME
Internacional 64,9 
Grêmio

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