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Aula 3 Organização do Sistema Nervoso Central e Autônomo alunos

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Prof. Ms. Gustavo Barbosa dos Santos 
 O SNC contém aproximadamente 100 bilhões de 
neurônios (86 em estimativa mais recente). 
 O termo sinapse, criado pelo fisiologista britânico Charles 
Sherrington em 1932, é definido como o local de contato 
entre dois neurônios, ou entre um neurônio e sua célula 
alvo. É a unidade processadora de sinais do SNC. 
 A sinapse funciona como um chip biológico, pois processa 
a informação recebida (filtra, amplifica, bloqueia), 
modificando as informações aferentes. Cada neurônio 
recebe, em média, 10 mil sinapses. 
 Dessa forma, percebe-se que a sinapse não é apenas a 
passagem da informação do neurônio precedente, mas 
sim uma forma de integrar e modificar esta informação. 
 Uma das funções mais importantes do SN é a 
de processar a informação aferente, de modo 
que sejam efetuadas respostas mentais e 
motoras apropriadas. 
 Mais de 99% de toda a informação sensorial é 
descartada pelo cérebro, por ser irrelevante e 
sem importância. 
 O armazenamento da informação sensoriais é o processo chamado de 
memória. Esta função também é exercida pelas sinapses, desta forma, 
mesmo regiões subcorticais do encéfalo e a medula espinhal, podem 
armazenar pequena quantidade de informação. 
 Cada vez que determinados tipos de sinais sensoriais passarem 
repetidamente por sinapses, estas ficam tão facilitadas, que a 
resposta ao estímulo pode ocorrer, mesmo sem a presença deste. 
Este processo é chamado de facilitação. 
 A memória nos possibilita o pensamento, já que usamos estes 
experiências anteriores para formação de respostas futuras, 
comparando-as quando o estímulo voltar a ocorrer. 
 Há dois tipos principais de sinapses: as químicas e as 
elétricas. Nas sinapses químicas o primeiro neurônio 
secreta um neurotransmissor que irá atuar em receptores 
presentes na membrana do neurônio subsequente, para 
promover excitação ou inibição deste. 
 São conhecidas mais de 40 neurotransmissores, entre elas: 
acetilcolina, norepinefrina, epinefrina, histamina, ácido 
gama-aminobutírico (GABA), glicina, serotonina e glutamato. 
 Já as sinapses elétricas são caracterizadas por canais que conduzem eletricidade de uma 
célula para outra, pelas junções comunicantes (gap). 
(soma) 
 Ao contrário das sinapses elétricas, as sinapses químicas 
apresentam uma condução unidirecional. Este tipo de sinapse 
foi um grande passo evolutivo, já que possibilita outra resposta 
da célula-alvo, que não apenas a despolarização. 
 Desse modo, as sinapses podem ser excitatórias ou inibitórias, 
dependendo do neurotransmissor (neuromediador) liberado e 
sua ação no potencial de membrana do neurônio pós-sináptico. 
Analisando as concentrações dos íons no 
LEC e LIC e o potencial de membrana das 
células nervosas, o que/como você faria 
para induzir uma sinapse excitatória ou 
inibitória? 
 A ilustração mostra uma sinapse química, axodentríticas (entre um axônio e um dendrito). 
 Fadiga da Transmissão: uma alta frequência de sinapses excitatórias podem levar à fadiga da 
transmissão sináptica. É um mecanismo de defesa para um eventual excesso de 
excitabilidade do cérebro (como em um ataque epilético). 
 Efeitos da acidose ou alcalose: de modo geral a alcalose aumenta a excitabilidade neuronal 
(pessoas predispostas à ataques epiléticos, costumam apresentá-lo se fizerem uma 
hiperventilação). Por sua vez, pH abaixo de 7,0 (acidose) leva ao estado comatoso. 
 Efeitos da hipóxia: a excitabilidade neuronal fica muito prejudicada na ausência de oxigênio. 
A interrupção o fluxo sanguíneo cerebral por aproximadamente 3 segundos, já deixa a 
pessoa inconsciente. 
 Nosso sistema nervoso se organiza em três níveis: 
1. Nível da medula espinal (ou nível medular) 
2. Nível cerebral inferior (ou nível subcortical); 
3. Nível cerebral superior (ou nível cortical); 
 Nível medular 
A ideia de que esta seria apenas uma via de passagem dos 
sinais da periferia do corpo em direção ao encéfalo ou na 
direção oposta, está longe da verdade. 
Funções altamente organizadas (marcha, reflexo de retirada, 
movimentos gastrointestinais, etc.) continuam sendo 
executadas mesmo após a secção da medula espinhal. 
 Nível Subcortical 
As principais atividades subconscientes são controladas por regiões encefálicas subcorticais. 
Essa região é composta pelo mesencéfalo, ponte, bulbo (compondo o tronco encefálico), 
tálamo, cerebelo e gânglios da base. 
A respiração, pressão arterial, temperatura corporal, 
equilíbrio, reflexos alimentares, são controladas por esta 
região, além de participarem de padrões emocionais (dor, 
sexo, raiva, prazer). 
Além disso, é esta região quem recebe e interpreta as 
informações aferentes, sendo assim, lesões nestas 
áreas, podem impossibilitar a resposta ás informações 
sensoriais. 
 Nível Cortical 
Atua em conjunto com os níveis inferiores. Responsável pelo armazenamento de 
informação, é quem as integra possibilitando uma resposta adequada. 
 É a porção do SNC que controla a maioria das funções viscerais do organismo. O SNA ajuda 
a controlar a pressão arterial, motilidade gastrointestinal, esvaziamento da bexiga, 
sudorese e temperatura corporal, etc. 
 Ele é ativado principalmente, por centros localizados na 
medula espinhal, tronco cerebral e hipotálamo. O sistema 
nervoso autônomo é subdividido em uma via simpática e 
outra parassimpática. 
As fibras nervosas simpáticas se originam na medula 
espinhal juntamente com os nervos espinhais entre os 
segmentos T1-L2, projetando-se para a cadeia simpática e 
então para os órgãos que por elas são estimuladas. 
 Cada via simpática é composta por dois neurônios: pré-ganglionar e pós-ganglionar. O 
primeiro localiza-se no corno intermediolateral da medula espinhal e o segundo nos 
gânglios da cadeia simpática ou gânglios simpáticos periféricos. 
 De forma especial, fibras nervosas pré-ganglionares projetam-se diretamente até as duas 
medulas adrenais, onde fazem sinapse. 
Lá elas terminam diretamente em células 
neuronais modificadas que secretam epinefrina e 
norepinefrina na corrente sanguínea. 
 Assim, o sistema nervoso simpático é considerado 
(pela sua origem) um sistema tóraco-lombar. 
 As fibras parassimpáticas deixam o SNC através dos 
nervos cranianos III, VII, IX e X. Fibras adicionais 
deixam a medula espinhal através do segundo e 
terceiro nervos espinhais sacrais. 
 Aproximadamente 75% de todas as fibras nervosas 
parassimpáticas estão no nervo vago (décimo par 
de nervos cranianos), passando para todas as 
regiões torácicas e abdominais. 
 Assim, o sistema nervoso parassimpático é 
considerado (pela sua origem) um sistema crânio-
caudal e libera acetilcolina, como 
neurotransmissor. 
 Também possui fibras pré e pós-ganglionares, 
entretanto, as fibras passam de forma ininterrupta 
por todo o caminho até o órgão. Na parede do 
órgão estão localizados os neurônios pós-
ganglionares. 
 As fibras simpáticas que secretam acetilcolina são chamadas de colinérgicas e as que 
secretam noradrenalina são chamadas de adrenérgicas. 
 Todos os neurônios pré-ganglionares são colinérgicos. Assim, se aplicarmos acetilcolina (ou 
substancia mimética a ela) nos gânglios, irão excitar tanto o sistema simpático quanto o 
parassimpático. 
 Todos, ou quase todos os neurônios pós-ganglionares são colinérgicos enquanto quase 
todos os simpáticos são adrenérgicos (exceção: neurônios pós-ganglionares simpáticos 
secretam acetilcolina em glândulas sudoríparas, músculos piloeretores e alguns vasos 
sanguíneos). 
 Para que estes hormônios/neurotransmissores possam estimular um órgão efetor, eles 
devem se ligar ao receptores específicos. 
 A acetilcolina ativa 2 tipos de receptores: muscarínicos e nicotínicos. As razões para estesnomes é que a muscarina (veneno de cogumelo) ativa apenas receptores muscarínicos 
enquanto a nicotina ativas os receptores nicotínicos). 
 Existem também dois tipos principais de receptores adrenérgicos: alfa e beta. Estes 
receptores apresentam, ainda, outras subdivisões (1, 2). 
 A norepinefrina excita principalmente os receptores alfa, mas excita os receptores beta em 
menos grau. Já a epinefrina excita ambos os receptores de forma igual. 
 Portanto, os efeitos do sistema simpático são determinados pela densidade dos tipos de 
receptores existentes em cada órgão. 
Se eles forem todos receptores beta, a epinefrina 
terá uma ação mais eficaz. 
Receptor Alfa Receptor beta 
Vasoconstrição Vasodilatação (β2) 
Dilatação da íris ↑ Frequência Cardíaca (β1) 
Relaxamento Intestinal ↑ Força de contração cardíaca (β1) 
Contração dos esfíncteres intestinais Relaxamento intestinal (β2) 
Contração Pilomotora Relaxamento uterino (β2) 
Contração do esfíncter vesical Broncodilatação (β2) 
Termogênese (β2) 
Glicogenólise (β2) 
Lipólise (β2) 
Relaxamento da bexiga (β2) 
 Note que certas funções alfa e beta são excitatórias e outras inibitórias. Portanto, estes 
receptores não estão necessariamente associados a excitação ou inibição, mas 
simplesmente à afinidade do hormônio pelos receptores em cada órgão. 
Qual seria o resultado clínico 
esperado para um paciente fazendo 
uso de um fármaco beta-
bloqueador? 
 A liberação da epinefrina e norepinefrina pelas medulas adrenais, ocorre ao mesmo tempo 
em que diferentes órgãos são estimulados diretamente pela ativação simpática. Assim, os 
órgãos são estimulados duas vezes. 
 Este mecanismo permite que qualquer um dos estímulos substitua o outro. Desse modo a 
perda das medulas em geral tem pouco efeito na operação do sistema simpático, assim 
como a destruição vias simpáticas diretas (p. ex. transplante cardíaco). 
 Por esta razão, o SNA simpático pode agir de forma localizada (sudorese apenas na região 
que precisa da regulação) ou generalizada (descarga de massa ou reação de luta ou fuga). 
 Os sistemas simpático e parassimpático estão continuamente ativos, isto é denominado 
tônus simpático e tônus parassimpático. 
 O tônus permite que ambos os sistemas regulem, individualmente, a atividade do órgão 
estimulado. O tônus simpático, permite que sua estimulação aumente a vasoconstrição, 
assim como, com a diminuição da estimulação, promova a vasodilatação. 
 Imediatamente após a secção do nervo (simpático ou parassimpático), o órgão perde seu 
tônus. No caso dos vasos sanguíneos, 5-30 seg após a desnervação, ocorre vasodilatação 
quase máxima. Após algumas semanas, o tônus intrínseco do vaso aumenta, restaurando a 
vasoconstrição quase ao normal. 
 O vaso fica 2-4x mais sensível ao hormônio (supersensibilidade da desnervação), pelo 
aumento do número (up-regulation) de receptores. 
 Fármacos Simpatomiméticos: norepinefrina, epinefrina, metoxamina. Fármacos importantes 
que estimulam receptores adrenérgicos específicos são a fenilefrina (alfa), o isoproterenol 
(beta) e albuterol (beta 2). 
 Fármacos Que promovem a liberação de norepinefrina da terminações nervosas: efedrina, 
tiramina e anfetamina. 
He still felt perfectly fresh and the elation and clarity of 
mind produced by the Benzedrine were still with him..." 
 Fármacos que bloqueiam a atividade adrenérgica: 
1. Reserpina (inibe a recaptação da norepinefrina); 
2. Guanetidina (bloqueia a liberação da norepinefrina de suas vesículas); 
3. Fenoxibenzamina e fentolamina (alfa bloqueadores); 
 
 
 
 
 
 
 
4. Propranolol e metoprolol (beta bloqueadores e beta 1); 
A droga bloqueia os receptores alfa-adrenérgicos, relaxando 
o corpo cavernoso e dilatando as artérias do pênis 
Pode causar efeitos colaterais 
como insuficiência cardíaca e 
respiratória. Quando ingerida, 
a droga reduz a frequência 
cardíaca, inibindo suores e 
tremores. 
 Fármacos Parassimpatomiméticos: pilocarpina e metacolina; 
A acetilcolina injetada intravenosamente, em geral, não causa, os mesmos efeitos no 
organismo que a estimulação parassimpática porque, no sangue, ela é rapidamente 
degradada pela acetilcolinesterase 
 Fármacos Anticolinesterásicos: neostigmina, piridostigmina, ambenônio; 
 Fármacos Antimuscarínicos: Atropina (bloqueia a ação da acetilcolina nos receptores 
colinérgicos muscarínicos). Esta ação não afeta a ação nicotínica da acetilcolina nos 
músculos esqueléticos; 
No miocárdio doente, a elevação do tônus parassimpático pode precipitar distúrbios de 
condução ou assistolia. A atropina é indicada como terapêutica inicial para os pacientes 
com bradicardia sintomática, incluindo aqueles com FC dentro da faixa “fisiológica”, nas 
quais uma taquicardia sinusal seria mais apropriada.

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