Buscar

Sistema Nervoso - Sistema Límbico e Autônomo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sistema Nervoso – Sistema Límbico 
Yasmin Azevedo Neves 
Funções do Sistema Límbico 
A palavra “límbico” significa “borda”. Originalmente, o termo “límbico” era usado para descrever as 
estruturas da borda, ao redor das regiões basais do prosencéfalo; porém, conforme aprendemos mais sobre 
as funções do sistema límbico, o termo sistema límbico foi expandido para significar todo o circuito neuronal 
que controla o comportamento emocional e as forças motivacionais. Uma parte importante do sistema 
límbico é o hipotálamo e suas estruturas relacionadas. Além de seu papel no controle comportamental essas 
áreas controlam muitas condições internas do corpo, como a temperatura corporal, osmolalidade dos líquidos 
corporais, e os desejos de comer e beber e o controle do peso corporal. Essas funções do meio interno são 
coletivamente chamadas funções vegetativas do cérebro, e seu controle está intimamente relacionado ao 
comportamento. O sistema límbico ajuda a controlar o comportamento emocional, em parte, por meio de 
influências no hipotálamo. O lobo límbico é, filogeneticamente, a parte mais antiga do córtex cerebral. Um 
circuito que conecta o lobo límbico ao hipotálamo (o circuito de Papez) regula o comportamento emocional. 
Os componentes neurais desse circuito são chamados sistema límbico. O circuito de Papez conecta diversas 
áreas do neocórtex ao hipotálamo. A informação passa do giro cingulado para o córtex entorrinal e 
hipocampo e, daí, para os corpos mamilares do hipotálamo pelo fórnix. O trato mamilotalâmico, então, 
conecta o hipotálamo com os núcleos talâmicos anteriores que se projetam para o giro cingulado. Outras 
estruturas incluídas no circuito do sistema límbico incluem a amígdala e o núcleo da estria terminal. Lesões 
bilaterais dos lobos temporais podem produzir a síndrome de Klüver-Bucy, caracterizada pela perda da 
capacidade de detectar e reconhecer o significado dos objetos a partir de pistas visuais (agnosia visual), 
tendência para examinar os objetos oralmente, atenção a estímulos irrelevantes, hipersexualidade, 
alterações nos hábitos alimentares e inibição emocional. Os componentes dessa síndrome podem ser 
atribuídos a danos a diversas partes do neocórtex e do córtex límbico. Por exemplo, alterações no 
comportamento emocional resultam, principalmente, de lesões na amígdala, enquanto a agnosia visual é 
causada por danos nas áreas visuais do neocórtex temporal. 
ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA LÍMBICO 
Mostra as estruturas anatômicas do sistema límbico, demonstrando que formam complexo interconectado 
de elementos da região basal do cérebro. Situado no meio de todas essas estruturas, fica o extremamente 
pequeno hipotálamo, que, do ponto de vista fisiológico, é um dos elementos centrais do sistema límbico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E, ao redor das áreas límbicas subcorticais, fica o córtex límbico, composto por anel de córtex cerebral, em 
cada um dos hemisférios cerebrais, 
(1) começando na área orbitofrontal, na superfície ventral do lobo frontal; 
(2) se estendendo-se para cima para o giro subcaloso; 
(3) então, de cima do corpo caloso para a região medial do hemisfério cerebral, para o giro cingulado e, por 
fim; 
(4) passando por trás do corpo caloso e para baixo, pela superfície ventromedial do lobo temporal para o 
giro para-hipocâmpico e para o unco. 
Consequentemente, nas superfícies medial e ventral de cada hemisfério cerebral existe anel principalmente 
de paleocórtex, que envolve o grupo de estruturas profundas intimamente associadas ao comportamento 
geral e às emoções. Por sua vez, esse anel de córtex límbico funciona como via de mão dupla de comunicação 
e de associação entre o neocórtex e as estruturas límbicas inferiores. Muitas das funções comportamentais, 
promovidas pelo hipotálamo e por outras estruturas límbicas, são também mediadas pelos núcleos reticulares 
do tronco cerebral e por seus núcleos associados. Via 
importante de comunicação entre o sistema límbico e o tronco cerebral é o fascículo prosencefálico medial, 
que se estende das regiões septal e orbitofrontal do córtex cerebral para baixo pela região média do 
hipotálamo para a formação reticular do tronco cerebral. Esse feixe carreia fibras em ambas as direções, 
formando um sistema troncular de comunicação. A segunda via de comunicação é por meio de vias curtas, 
entre a formação reticular do tronco cerebral, tálamo, hipotálamo e a maioria das outras áreas contíguas da 
parte basal do encéfalo. 
HIPOTÁLAMO, UMA GRANDE SEDE DE CONTROLE DO SISTEMA LÍMBICO 
O hipotálamo, apesar do seu pequeno tamanho de somente alguns centímetros cúbicos (e peso de apenas 4 
gramas), contém vias bidirecionais de comunicação com todos os níveis do sistema límbico. Por sua vez, ele e 
suas estruturas intimamente conectadas emitem sinais em três direções: 
(1) para trás e para baixo, até o tronco cerebral, principalmente para as áreas reticulares do mesencéfalo, 
ponte e bulbo e dessas áreas para os nervos periféricos do sistema nervoso autônomo; 
(2) ascendente, em direção a muitas áreas superiores do diencéfalo e prosencéfalo, especialmente para a 
parte anterior do tálamo e porções límbicas do córtex cerebral; 
(3) para o infundíbulo hipotalâmico, a fim de controlar, total ou parcialmente, a maioria das funções 
secretórias tanto da hipófise anterior quanto da posterior. 
Em consequência, o hipotálamo, que representa menos do que 1% da massa encefálica, é uma das 
estruturas de controle mais importantes do sistema límbico. Ele controla a maioria das funções vegetativas e 
endócrinas do corpo, bem como muitos aspectos do comportamento emocional. - 
Regulação Cardiovascular. A estimulação de diferentes áreas do hipotálamo pode causar muitos efeitos 
neurogênicos conhecidos do sistema cardiovascular, o que inclui alterações na pressão arterial e na 
frequência cardíaca. Em geral, a estimulação das regiões posterior e lateral do hipotálamo aumenta a pressão 
Ilustra, esquematicamente, essa posição-chave do 
hipotálamo no sistema límbico e mostra, a seu redor, 
outras estruturas subcorticais do sistemalímbico, 
incluindo a área septal, a área paraolfatória, o núcleo 
anterior do tálamo, partes dos gânglios da base, o 
hipocampo e a amígdala. 
arterial e frequência cardíaca, enquanto a estimulação da área pré-óptica, em geral, tem efeitos opostos, 
causando diminuição tanto na frequência cardíaca como da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos 
principalmente pelos centros específicos de controle cardiovascular, nas regiões reticulares da ponte e do 
bulbo. - 
Regulação da Temperatura Corporal. A porção anterior do hipotálamo, especialmente a área pré-óptica, está 
relacionada à regulação da temperatura corporal. Aumento da temperatura do sangue, que flui por essa 
área, eleva a atividade dos neurônios sensíveis à temperatura, enquanto o decréscimo da temperatura 
diminui sua atividade. Por sua vez, esses neurônios controlam os mecanismos para aumentar ou reduzir a 
temperatura corporal. 
- Regulação da Água Corporal. O hipotálamo regula a água corporal por duas maneiras: (1) por criar a 
sensação de sede, o que faz o animal ou pessoa beber água; e (2) pelo controle da excreção de água, na urina. 
A área, chamada centro da sede, está localizada na região lateral do hipotálamo. Quando os eletrólitos do 
líquido, tanto nesse centro como em áreas próximas, tornam-se muito concentrados, o animal desenvolve 
desejo intenso de beber água; ele procurará a fonte mais próxima de água e beberá o suficiente para 
retornar ao normal a concentração de eletrólitos no centro da sede. O controle da excreção renal de água é 
realizado principalmente no núcleo supraóptico. Quando os líquidos corporais ficam muito concentrados, os 
neurônios dessas áreas são estimulados. Fibras nervosas desses neurônios se projetam para baixo, pelo 
infundíbulo do hipotálamo para a hipófise posterior, onde as terminações nervosas secretam o hormônio 
antidiurético (também chamada vasopressina). Esse hormônio é então lançado na circulação e transportado 
para os rins, onde age nos ductos coletores dos rins para aumentar a reabsorção de água. Isto diminui a 
perda de água na urina, mas permite a excreção contínua de eletrólitos, consequentemente diminuindo a 
concentração dos líquidos corporais de volta ao normal. 
FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS DO HIPOTÁLAMO E ESTRUTURAS LÍMBICAS ASSOCIADAS 
Efeitos Causados por Estimulação do Hipotálamo: A estimulação ou lesões do hipotálamo, além de 
demonstrar o papel do hipotálamo na regulação das funções vegetativas e endócrinas, pode ter, com 
frequência, profundos efeitos no comportamento emocional de animais e dos seres humanos. 
Alguns dos efeitos comportamentais da estimulação são os seguintes: 
1. A estimulação da região lateral do hipotálamo, não apenas causa sede e fome, mas também aumenta o 
nível geral de atividade do animal, algumas vezes levando à raiva e à luta, como será discutido adiante. 
2. A estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes causa principalmente os efeitos opostos aos 
ocasionados pela estimulação lateral hipotalâmica — isto é, sensação de saciedade, diminuição da 
alimentação e tranquilidade. 
3. A estimulação de zona estreita dos núcleos periventriculares localizados imediatamente adjacentes ao 
terceiro ventrículo (ou, também, pela estimulação da área cinzenta central do mesencéfalo, que é contínua 
com essa porção do hipotálamo) usualmente leva a reações de medo e punição. 
4. O desejo sexual pode ser estimulado em diversas áreas do hipotálamo, especialmente nas porções mais 
anterior e mais posterior do hipotálamo. 
FUNÇÕES DE “RECOMPENSA” E “PUNIÇÃO” DO SISTEMA LÍMBICO 
Da discussão até o momento já ficou claro que diversas estruturas límbicas estão, de modo particular, 
envolvidas com a natureza afetiva das sensações sensoriais — isto é, se as sensações são agradáveis ou 
desagradáveis. Essas qualidades afetivas são também chamadas recompensa ou punição, ou satisfação ou 
aversão. A estimulação elétrica de certas áreas límbicas agrada ou satisfaz o animal, enquanto a estimulação 
elétrica de outras regiões causa terror, dor, medo, defesa, reações de escape e todos os outros elementos 
da punição. Os graus de estimulação desses dois sistemas opostos de resposta influenciam muito o 
comportamento do animal. 
Centros de Recompensa: Estudos experimentais em macacos usaram estimuladores elétricos para mapear 
os centros de recompensa e punição do cérebro. A técnica usada é a de implantar eletródios em diferentes 
áreas do cérebro, de modo que o animal possa estimular essa área pressionando a alavanca que faz contato 
elétrico com o estimulador. Se o estímulo dessa área particular dá ao animal sentimento de recompensa, 
então ele vai pressionar a alavanca de novo e de novo, com frequência de centenas ou até mesmo milhares 
de vezes por hora. Além disso, quando oferecida a chance de comer alguma iguaria, em oposição à 
oportunidade de estimular o centro de recompensa, o animal em geral escolhe a estimulação elétrica. Pelo 
uso desse procedimento, os principais centros de recompensa foram localizados ao longo do curso do 
fascículo prosencefálico medial, especialmente nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo. É estranho 
que o núcleo lateral deva ser incluído nas áreas de recompensa — realmente, é um dos mais potentes — 
porque mesmo estímulos fortes nessa área podem causar raiva. Entretanto, esse fenômeno tem lugar em 
muitas áreas, cujos estímulos fracos dão a sensação de recompensa, e estímulos fortes, a sensação de 
punição. Centros de recompensa, menos potentes, que são provavelmente secundários aos principais do 
hipotálamo, são encontrados na área septal, na amígdala, em certas áreas do tálamo e nos gânglios da base, 
e estendem-se para baixo pelo tegmento basal do mesencéfalo. Centros de 
Punição: O aparelho estimulador, discutido anteriormente, também pode ser conectado de tal forma que o 
estímulo para o cérebro sempre continue, exceto quando a alavanca é pressionada. Nesse caso, o animal 
não vai pressionar a alavanca para desligar o estímulo se o eletródio estiver em uma das áreas de 
recompensa; mas, quando está em certas áreas, o animal aprende rapidamente a desligá-lo. A estimulação 
nessas áreas faz com que o animal mostre todos os sinais de desprazer, medo, terror, dor, punição e até 
mesmo doença. Por meio dessa técnica, as áreas mais potentes para as tendências de punição e fuga foram 
encontradas na substância cinzenta circundando o aqueduto de Sylvius, no mesencéfalo, e se estendendo 
para cima, para as zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo. Áreas de punição menos potentes foram 
encontradas em algumas localizações da amígdala e do hipocampo. É particularmente interessante que a 
estimulação dos centros de punição pode, muitas vezes, inibirpor completo os centros de recompensa e 
prazer, mostrando que punição e medo podem prevalecer sobre prazer e recompensa. 
 
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DE OUTRAS PARTES DO SISTEMA LÍMBICO 
 FUNÇÕES DO HIPOCAMPO 
O hipocampo é a porção do córtex cerebral que se dobra para dentro para formar a superfície ventral da 
parede interna do ventrículo lateral. Uma extremidade do hipocampo encosta no núcleo amigdaloide e, ao 
longo da sua borda lateral, ele se funde com o giro para-hipocâmpico, que é o córtex cerebral da superfície 
externa ventromedial do lobo temporal. O hipocampo (e as estruturas adjacentes, tanto do lobo temporal 
quanto parietal, em conjunto, são chamadas formação hipocâmpica) tem numerosas conexões, mas 
principalmente indiretas com a maioria das porções do córtex cerebral, bem como com estruturas basais do 
sistema límbico — a amígdala, o hipotálamo, a área septal e os corpos mamilares. Quase todos os tipos de 
experiências sensoriais levam à ativação de pelo menos parte do hipocampo, e este, por sua vez, distribui a 
maioria dos sinais eferentes para o tálamo anterior, hipotálamo e outras partes do sistema límbico, 
especialmente por meio do fórnix, a principal via de comunicação. Portanto, o hipocampo é um canal 
adicional pelo qual sinais sensoriais que chegam possam iniciar reações comportamentais para diferentes 
propósitos. Como em outras estruturas límbicas, a estimulação de diferentes áreas do hipocampo pode 
levar a diferentes padrões comportamentais, como prazer, raiva, passividade ou excesso de desejo sexual. 
Outra característica do hipocampo é que ele pode ficar hiperexcitado. Por exemplo, estímulos elétricos fracos 
podem causar convulsões epilépticas focais em pequenas áreas dos hipocampos. As convulsões geralmente 
persistem por alguns segundos após o término da estimulação, sugerindo que os hipocampos possam emitir 
sinais prolongados, mesmo sob condições de funcionamento normal. Durante crises epilépticas de origem 
hipocâmpica, a pessoa pode experimentar diversos efeitos psicomotores, incluindo olfatórios, visuais, 
auditivos, táteis e outros tipos de alucinações, que não podem ser suprimidas enquanto a convulsão 
persiste, mesmo que a pessoa não tenha perdido a consciência e saiba que essas alucinações são irreais. 
Provavelmente, uma das razões para essa hiperexcitabilidade do hipocampo é que ele tem diferente tipo de 
córtex em relação a qualquer outra parte do prosencéfalo, com apenas três camadas de células nervosas em 
algumas de suas áreas, em vez das seis camadas, encontradas no neocórtex. 
 
Funcionamento do Sistema Autônomo 
O sistema nervoso motor (eferente) tem dois componentes: o somático e o autônomo. Esses dois sistemas 
são bastante diferentes, mas são diferenciados, principalmente, pelos tipos de órgãos efetores que inervam 
e pelos tipos de função que controlam. O sistema nervoso motor somático é um sistema motor voluntário 
que age sob controle consciente (mas também é acionado involuntariamente, de forma reflexa). O sistema 
nervoso motor autônomo é um sistema involuntário que controla e modula as funções, primariamente, dos 
órgãos viscerais. Cada via do sistema nervoso autônomo é composta por dois neurônios: o neurônio pré-
ganglionar e o neurônio pós-ganglionar. O corpo celular de cada neurônio pré-ganglionar está no SNC. Os 
axônios desses neurônios pré-ganglionares fazem sinapse com os corpos celulares dos neurônios pós-
ganglionares em um dos diversos gânglios autônomos situados fora do SNC. Os axônios dos neurônios pós-
ganglionares se dirigem, então, até a periferia, onde fazem sinapse com órgãos efetores viscerais, como o 
coração, os bronquíolos, a musculatura lisa vascular, o trato gastrointestinal, a bexiga e os órgãos genitais. 
Todos os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo liberam ACh. Os neurônios pós-
ganglionares liberam ACh ou norepinefrina ou, ainda, em alguns casos, neuropeptídeos. 
Exemplo: O piquenique estava ótimo. Você agora está sonolento, deitado na grama, sob os raios quentes do 
sol da primavera, digerindo a sua refeição. De repente, sente algo se movendo sobre a sua perna. Você abre 
os olhos e, assim que eles se ajustam ao brilho da luz, você vê uma cobra de aproximadamente 1 metro de 
comprimento deslizando sobre o seu pé. Mais por instinto do que por razão, você chuta a cobra para longe 
e pula rapidamente para cima da mesa de piquenique mais próxima, o lugar mais seguro naquele momento. 
Você está respirando profundamente e seu coração está acelerado. Em menos de um segundo, o seu corpo 
passou de um estado tranquilo de repouso e digestão para um estado de pânico e agitação. Como isso foi 
possível? A resposta está na reação reflexa de luta ou fuga, integrada e coordenada pelo sistema nervoso 
central (SNC) e realizada pela porção eferente do sistema nervoso periférico (SNP). Os neurônios eferentes 
levam comandos rápidos do SNC para os músculos e glândulas do nosso corpo. Essa informação é levada 
pelos nervos, que são feixes de axônios. Alguns nervos, chamados de nervos mistos, também transportam 
informações sensoriais através das fibras aferentes. A porção eferente do SNP pode ser subdividida na parte 
composta pelos neurônios motores somáticos, os quais controlam os músculos esqueléticos, e na parte 
composta pelos neurônios autonômicos, os quais controlam os músculos liso e cardíaco, diversas glândulas 
e parte do tecido adiposo. O sistema motor somático e o sistema nervoso autônomo são algumas vezes 
chamados de divisões voluntária e involuntária respectivamente. Os reflexos autonômicos são, sobretudo, 
involuntários, mas é possível utilizar um treinamento em bioretroalimentação para aprender a modular 
algumas funções autonômicas, como frequência cardíaca e pressão arterial. 
 
- As vias autonômicas são formadas por dois neurônios eferentes dispostos em série: Todas as vias 
autonômicas (simpáticas e parassimpáticas) são formadas por dois neurônios em série. O primeiro neurônio, 
chamado de pré-ganglionar, sai do sistema nervoso central (SNC) e projeta-se para um gânglio autonômico, 
localizado fora do SNC. No gânglio, o neurônio pré-ganglionar faz sinapse com um segundo neurônio, 
chamado de neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar localiza-se no gânglio 
autonômico, e o seu axônio projeta-se para o tecido-alvo. (Um gânglio é um conjunto de corpos celulares de 
neurônios localizados fora do SNC. O conjunto equivalente localizado dentro do SNC é conhecido como 
núcleo). Os gânglios são mais do que um simples conjunto de terminais axonais e corpos neuronais: eles 
também contêm neurônios que se localizam completamente dentro do próprio gânglio. Esses neurônios 
permitem que os gânglios autonômicos atuem como minicentros de integração, recebendo sinais sensoriais 
da periferia do corpo e modulando sinais motores autonômicos para os tecidos-alvo. Provavelmente, essa 
disposição permite que um reflexo seja integrado totalmente dentro de um gânglio, sem o envolvimento do 
SNC. Esse padrão de controle também está presente no sistema nervoso entérico. 
 
- O sistema nervoso autônomo utiliza diversos sinais químicos: As divisões simpática e parassimpática podem 
ser diferenciadas neuroquimicamente por seus neurotransmissores e receptores, utilizando-se as regras 
apresentadas abaixo:1. Tanto os neurônios pré-ganglionares simpáticos quanto os parassimpáticos liberam acetilcolina (ACh) como 
neurotransmissor, o qual atua sobre os receptores colinérgicos nicotínicos (nAChR) dos neurônios pós-
ganglionares. 
2. A maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos secreta 
noradrenalina (NA), a qual atua sobre os receptores adrenérgicos 
das células-alvo. 
3. A maioria dos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos 
secreta acetilcolina, a qual atua sobre os receptores colinérgicos 
muscarínicos (mAChR) das células-alvo. 
- Os neurotransmissores autonômicos são sintetizados no axônio: 
Os principais neurotransmissores autonômicos, acetilcolina e 
noradrenalina, são sintetizados nas varicosidades do axônio. 
Ambos são moléculas pequenas, facilmente sintetizadas por 
enzimas citoplasmáticas. Os neurotransmissores sintetizados nas 
varicosidades são empacotados em vesículas sinápticas como 
forma de armazenamento. A liberação de neurotransmissores 
segue o padrão encontrado em outras células: despolarização – 
sinalização pelo cálcio – exocitose. Quando um potencial de 
ação atinge a varicosidade, os canais de Ca2 dependentes de 
voltagem abrem-se, o Ca2 entra no neurônio, e o conteúdo das 
vesículas sinápticas é liberado por exocitose. Após ser liberado 
na sinapse, o neurotransmissor difunde-se pelo líquido 
intersticial até encontrar um receptor na célula-alvo ou se 
afasta da sinapse. A concentração de neurotransmissor na 
sinapse é um fator importante no controle autonômico de um alvo: a maior concentração de 
neurotransmissor está associada a uma resposta mais potente ou mais duradoura. A concentração de 
neurotransmissor em uma sinapse é influenciada por sua taxa de degradação ou de remoção. A ativação do 
receptor pelo neurotransmissor termina quando o neurotransmissor: 
(1) difunde-se para longe da sinapse, 
(2) é metabolizado por enzimas no líquido extracelular ou 
(3) é transportado ativamente para dentro das células próximas à sinapse. A recaptação pelas 
varicoscosidades permite que os neurônios reutilizem o neurotransmissor. 
 
- Receptores simpáticos: As vias simpáticas secretam catecolaminas que se ligam a receptores adrenérgicos 
nas células-alvo. Os receptores adrenérgicos são de dois tipos: (alfa) e (beta), com alguns subtipos para cada 
um deles. Os receptores alfa – o tipo mais comum de receptor simpático – respondem fortemente à 
noradrenalina e apenas fracamente à adrenalina. Os três subtipos principais de receptores beta diferem em 
suas afinidades pelas catecolaminas. 
Os receptores Beta1 respondem igualmente à noradrenalina e à adrenalina. 
Os receptores Beta2 são mais sensíveis à adrenalina do que à noradrenalina. Curiosamente, os receptores 
Beta2 não são inervados (nenhum neurônio simpático termina próximo a eles), o que limita a sua exposição 
ao neurotransmissor noradrenalina. 
Os receptores Beta3, encontrados principalmente no tecido adiposo, são inervados e mais sensíveis à 
noradrenalina do que à adrenalina. 
- Vias associadas aos receptores adrenérgicos: Todos os receptores adrenérgicos são receptores acoplados à 
proteína G, em vez de canais iônicos. Isso faz o início da resposta da célula-alvo ser um pouco mais lento, 
embora possa persistir por um período de tempo mais prolongado do que aquele normalmente associado ao 
sistema nervoso. Os efeitos metabólicos duradouros de algumas vias autonômicas resultam da modificação 
de proteínas existentes ou da síntese de novas proteínas. 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: 
O sistema nervoso autônomo tem duas divisões principais, simpática e parassimpática, que, 
frequentemente, se complementam na regulação da função do sistema de órgãos. Uma terceira divisão do 
sistema autônomo, o sistema nervoso entérico, se localiza nos plexos do trato gastrointestinal. 
 
Os neurônios pré-ganglionares da divisão simpática se originam na porção toracolombar da medula espinal. 
Os neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática são originários do tronco encefálico e da medula 
espinal sacra. Os termos adrenérgico e colinérgico são usados para descrever neurônios de ambas as 
divisões, de acordo com o neurotransmissor sintetizado e liberado. Os neurônios adrenérgicos liberam 
norepinefrina; os receptores de norepinefrina, nos órgãos efetores, são denominados adrenorreceptores. 
Em resumo, quer localizados na divisão simpática ou na divisão parassimpática, todos os neurônios pré- 
ganglionares liberam ACh e, portanto, são denominados colinérgicos. Os neurônios pós-ganglionares podem 
ser adrenérgicos (liberando norepinefrina) ou colinérgicos (secretando ACh). A maioria dos neurônios pós-
ganglionares parassimpáticos é colinérgica; os neurônios pós-ganglionares simpáticos podem ser 
adrenérgicos (a maioria) ou colinérgicos. 
- Junções Neuroefetoras do Sistema Nervoso Autônomo: As junções entre neurônios autônomos pós-
ganglionares e seus efetores (tecidos-alvo), as junções neuroefetoras, são análogas às junções 
neuromusculares do sistema nervoso somático. Existem, porém, diversas diferenças estruturais e 
funcionais, entre esses dois tipos de junção. 
(1) A junção neuromuscular apresenta disposição discreta, onde o “efetor”, uma fibra de músculo 
esquelético, é inervado por um só motoneurônio. Por outro lado, no sistema nervoso autônomo, os 
neurônios pós-ganglionares que inervam os tecidos-alvo formam malhas ramificadas, difusas. Estruturas em 
formato de contas, ou varicosidades, estão presentes em tais ramos e são sítios de síntese, armazenamento 
e liberação de neurotransmissores. As varicosidades são, portanto, análogas aos terminais nervosos pré-
sinápticos da junção neuromuscular. 
(2) Existe a sobreposição entre as redes ramificadas de diferentes neurônios pós-ganglionares, de modo que 
os tecidos-alvo podem ser inervados por vários deles. 
(3) No sistema nervoso autônomo, os receptores pós-sinápticos são amplamente distribuídos pelos tecidos-
alvo, não ocupando uma região especializada, análoga à placa motora terminal da musculatura esquelética. 
Sistema Nervoso Simpático: A função principal do sistema nervoso simpático é mobilizar o corpo para a 
atividade. Ao extremo, quando a pessoa é submetidaà situação estressante, o sistema nervoso simpático é 
ativado pela resposta conhecida como “luta ou fuga”, que inclui o aumento da pressão arterial, do fluxo 
sanguíneo para os músculos ativados, aumento da taxa metabólica, da concentração sanguínea de glicose, da 
atividade mental e do grau de alerta. Embora essa resposta ao estresse, por si só, seja raramente 
empregada, o sistema nervoso simpático opera continuamente modulando as funções de muitos órgãos, 
como o coração, os vasos sanguíneos, o trato gastrointestinal, os brônquios e as glândulas sudoríparas. Os 
neurônios simpáticos pré-ganglionares são originários dos núcleos da medula espinal toracolombar, deixam 
a medula pelas raízes motoras ventrais e os ramos brancos e se projetam para os gânglios paravertebrais da 
cadeia simpática ou para vários gânglios pré-vertebrais. Assim, uma categoria de neurônios pré-ganglionares 
faz sinapse com neurônios pós-ganglionares na cadeia simpática. Essas sinapses podem ocorrer em gânglios 
do mesmo nível segmentar da cadeia, ou as fibras pré-ganglionares podem-se dirigir à direção cranial ou 
caudal e inervar gânglios em níveis superiores ou inferiores da cadeia, permitindo, assim, o estabelecimento 
de sinapses em múltiplos gânglios (o que é consistente com as características difusas das funções 
simpáticas). A outra categoria de 
neurônios pré-ganglionares passa pela 
cadeia simpática, sem formar sinapses, 
só as fazendo nos gânglios pré-
vertebrais (celíaco, mesentérico superior 
e mesentérico inferior) que suprem os 
órgãos viscerais, as glândulas e o sistema 
nervoso entérico do trato 
gastrointestinal. Nos gânglios, os 
neurônios pré-ganglionares fazem 
sinapse com os neurônios pós-
ganglionares que cursam para a periferia 
e inervam os órgãos efetores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Origem dos Neurônios Pré-ganglionares: Os neurônios pré-ganglionares da divisão simpática são originários 
de núcleos localizados nos segmentos torácico e lombar da medula espinal, especificamente do primeiro 
segmento torácico ao terceiro segmento lombar (T1-L3). A divisão simpática, por isso, é denominada 
toracolombar. De modo geral, a origem dos neurônios pré-ganglionares, na medula espinal, é 
anatomicamente consistente com sua projeção periférica. Assim, as vias simpáticas para os órgãos torácicos 
(p. ex., o coração) apresentam neurônios pré-ganglionares originários da porção torácica superior da 
medula espinal. As vias simpáticas para os órgãos da pelve (p. ex., colo, genitais) têm neurônios pré-
ganglionares que se originam na medula espinal lombar. Vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas 
termorreguladoras e músculos pilomotores da pele apresentam neurônios pré�ganglionares que 
estabelecem sinapses com múltiplos neurônios pós-ganglionares, acima e abaixo da cadeia simpática, 
refletindo sua ampla distribuição pelo corpo. 
- Localização dos Gânglios Autônomos: Os gânglios do sistema nervoso simpático ficam localizados próximos 
à medula espinal, nos gânglios paravertebrais (conhecidos como cadeia simpática) ou gânglios pré-
vertebrais. Novamente, a anatomia é lógica. O gânglio cervical superior se projeta para os órgãos da cabeça, 
como os olhos e as glândulas salivares. O gânglio celíaco se projeta para o estômago e intestino delgado. O 
gânglio mesentérico superior se projeta para os intestinos delgado e grosso, e o gânglio mesentérico inferior 
inerva a porção inferior do intestino grosso, o ânus, a bexiga e a genitália. A medula suprarrenal é, 
simplesmente, um gânglio simpático especializado, cujos neurônios pré-ganglionares se originam na medula 
espinal torácica (T5-T9), passam pela cadeia simpática e pelo gânglio celíaco sem estabelecer sinapses e 
seguem, pelo nervo esplâncnico maior, até a suprarrenal. 
- Neurotransmissores e Tipos de Receptores: Os neurônios pré-ganglionares, da divisão simpática, são 
sempre colinérgicos. Esses neurônios liberam ACh, que interage com receptores nicotínicos nos corpos 
celulares dos neurônios pós-ganglionares. Os neurônios pós-ganglionares da divisão simpática são 
adrenérgicos em todos os órgãos efetores, exceto nas glândulas sudoríparas termorreguladoras (que são 
colinérgicas). Os órgãos efetores inervados por neurônios simpáticos adrenérgicos têm um ou mais dos 
seguintes tipos de receptores: alfa1, alfa2, beta1 ou beta2 (α1 , α2 , β1 ou β2 ). As glândulas sudoríparas 
termorreguladoras são inervadas por neurônios simpáticos colinérgicos que têm colinorreceptores 
muscarínicos. 
- Varicosidades Simpáticas Adrenérgicas: Como descrito acima, os neurônios pós-ganglionares simpáticos 
adrenérgicos liberam seus neurotransmissores pelas varicosidades nos tecidos-alvo (p. ex., a musculatura 
vascular lisa). As varicosidades simpáticas adrenérgicas contêm neurotransmissores clássicos (norepinefrina) 
e não clássicos (ATP e neuropeptídeo Y). O neurotransmissor clássico, a norepinefrina, é sintetizado, nas 
varicosidades, a partir da tirosina, e armazenado em pequenas vesículas densas, prontas para ser liberadas; 
essas pequenas vesículas também contêm dopamina β-hidroxilase, que catalisa a conversão da dopamina à 
norepinefrina (o passo final da via sintética) e ATP. Diz-se que o ATP está “colocalizado” com a 
norepinefrina. Um grupo separado de grandes vesículas densas contém neuropeptídeo Y. Quando os 
neurônios pós-ganglionares simpáticos adrenérgicos são estimulados, a norepinefrina e o ATP são liberados 
pelas pequenas vesículas densas. A norepinefrina e o ATP atuam como neurotransmissores na junção 
neuroefetora, ligando-se a receptores específicos em tecidos-alvo (p. ex., a musculatura lisa vascular), 
ativando-os. Na verdade, o ATP age primeiro, se ligando a receptores purinérgicos no tecido-alvo e 
provocando efeito fisiológico (p. ex., contração da musculatura lisa vascular). A ação da norepinefrina se 
segue à do ATP; a norepinefrina se liga a seus receptores no tecido-alvo (p. ex., receptores α1 -adrenérgicos 
na musculatura lisa vascular), provocando a segunda contração, mais prolongada. Por fim, com a 
estimulação mais intensa ou com maior frequência, grandes vesículas liberam o neuropeptídeo Y, que se liga 
a seu receptor no tecido-alvo, causando a terceira fase de contração, mais lenta. 
- Resposta de Luta ou Fuga: O corpo responde ao medo, ao estresse extremo e ao exercício intenso com 
ação maciça e coordenada do sistema nervoso simpático, incluindo a medula suprarrenal. Essa ativação, a 
resposta de luta ou fuga, garante que o corpo possa responder adequadamente à situação estressante (p. ex., 
fazer prova difícil, correr de casa em chamas, lutar contra agressor). A resposta aumenta a frequência 
cardíaca, o débito cardíaco e a pressão sanguínea; redistribui o fluxo sanguíneo da pele, dos rins e das regiões 
esplâncnicas para a musculatura esquelética; aumenta a ventilação, dilatando as vias aéreas; diminui a 
motilidade e secreções gastrointestinais; e eleva a concentração de glicose no sangue. 
 
Sistema Nervoso Parassimpático: A função geral do sistema nervoso parassimpático é restauradora, de 
conservação de energia. A organização do sistema nervoso parassimpático, em relação ao SNC (tronco 
encefálico e medula espinal), os gânglios parassimpáticos e os órgãos efetores. Os corpos celulares dos 
neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática se localizam no tronco encefálico (mesencéfalo, ponte 
e bulbo) ou na medula espinal sacra. Os axônios pré-ganglionares se projetam para vários gânglios situados 
nos órgãos efetores ou próximos a eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Origem dos Neurônios Pré-ganglionares: Os neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática são 
originários dos núcleos dos nervos cranianos (NC) III, VII, IX e X ou dos segmentos S2-S4 da porção sacral da 
medula espinal; a divisão parassimpática é, portanto, denominada craniossacra. Como na divisão simpática, a 
origem dos neurôniospré-ganglionares no SNC é consistente com a projeção para os órgãos efetores da 
periferia. A inervação parassimpática, dos músculos dos olhos, por exemplo, é originária do núcleo de 
Edinger-Westphal, no mesencéfalo, e trafega até a periferia pelo NC III; a inervação parassimpática do 
coração, dos bronquíolos e do trato gastrointestinal é originária dos núcleos bulbares e trafega para a 
periferia pelo NC X (nervo vago); já a inervação parassimpática dos órgãos geniturinários é originária da 
medula espinal sacra e trafega até a periferia pelos nervos pélvicos. 
- Localização dos Gânglios Autônomos: Diferentemente dos gânglios simpáticos, localizados próximos ao 
SNC, os gânglios do sistema nervoso parassimpático são encontrados nos órgãos efetores, ou ainda próximos 
a eles ou sobre eles (p. ex., ciliar, pterigopalatino, submandibular, ótico). 
- Neurotransmissores e Tipos de Receptores: Como na divisão simpática, todos os neurônios pré-ganglionares 
são colinérgicos e liberam ACh que interage com receptores nicotínicos nos corpos celulares dos neurônios 
pós-ganglionares. A maioria dos neurônios pós-ganglionares da divisão parassimpática é também 
colinérgica. Os receptores de ACh, nos órgãos efetores, são muscarínicos e não nicotínicos. Assim, a ACh 
liberada por neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática ativa receptores nicotínicos, enquanto a 
ACh liberada por neurônios pós-ganglionares da divisão parassimpática ativa receptores muscarínicos. Esses 
receptores e suas funções são distinguidos pelos fármacos que os ativam ou inibem. 
- Varicosidades Parassimpáticas Colinérgicas: Como já descrito, os neurônios pós-ganglionares 
parassimpáticos colinérgicos liberam seus neurotransmissores de varicosidades nos tecidos-alvo (p. ex., 
musculatura lisa). As varicosidades parassimpáticas colinérgicas liberam tanto o neurotransmissor clássico 
(ACh) quanto os neurotransmissores não clássicos (p. ex., peptídeo intestinal vasoativo [VIP], óxido nítrico 
[NO]). O neurotransmissor clássico, a ACh, é sintetizado nas varicosidades, a partir de colina e acetil CoA, e 
armazenado em vesículas pequenas e claras. Um grupo distinto de grandes vesículas densas contém 
peptídeos, como o VIP. Por fim, as varicosidades contêm óxido nítrico sintase e podem sintetizar NO, 
conforme necessário. Quando neurônios pós-ganglionares parassimpáticos colinérgicos são estimulados, a 
ACh é liberada pelas varicosidades, ligando-se a receptores muscarínicos nos tecidos-alvo, o que determina 
sua ação fisiológica. Com a estimulação intensa e de alta frequência, as grandes vesículas densas liberam seus 
peptídeos (p. ex., VIP), que se ligam a receptores nos tecidos-alvo e aumentam as ações da ACh. 
- Funções Recíprocas — Simpáticas e Parassimpáticas: Muitos órgãos apresentam inervação simpática e 
parassimpática. Essas inervações operam recíproca ou sinergicamente, produzindo respostas coordenadas. O 
coração, por exemplo, tem inervações simpática e parassimpática que funcionam reciprocamente, regulando 
a frequência cardíaca, a velocidade de condução e a força de contração (contratibilidade). As paredes de 
musculatura lisa, do trato gastrointestinal e da bexiga, têm inervação simpática (que produz relaxamento) e 
parassimpática (que produz contração). Os músculos radiais da íris são responsáveis pela dilatação da pupila 
(midríase) e possuem inervação simpática; o músculo circular da íris é responsável pela contração da pupila 
(miose) e apresenta inervação parassimpática. Nesse exemplo do olho, diferentes músculos controlam o 
tamanho da pupila, mas os efeitos gerais da atividade simpática e parassimpática são recíprocos. Na 
genitália masculina, a atividade simpática controla a ejaculação, enquanto a parassimpática controla a 
ereção; ambas são responsáveis pela resposta sexual. 
- Coordenação da Função dos Órgãos: A coordenação da função dos sistemas de órgãos, como orquestrada 
pelo sistema nervoso autônomo, é outro tema fisiológico recorrente. Esse controle é bastante claro, por 
exemplo, ao considerarmos a função da bexiga. Nesse órgão, deve haver coordenação temporal entre a 
atividade do músculo detrusor da parede vesical e os esfíncteres. Assim, a atividade simpática é dominante, 
quando a bexiga está se enchendo, relaxando a parede do órgão e, simultaneamente, contraindo o esfíncter 
vesical interno. A bexiga pode ser enchida, porque sua parede está relaxada; e o esfíncter, fechado. Durante 
a micção, a atividade parassimpática é dominante, contraindo a parede da bexiga e, simultaneamente, 
relaxando o esfíncter. Lógica similar pode ser aplicada ao controle do trato gastrointestinal: a contração da 
parede do trato gastrointestinal é acompanhada pelo relaxamento dos esfíncteres (parassimpático), 
permitindo que o conteúdo seja propelido para diante. O relaxamento da parede do trato gastrointestinal é 
acompanhado pela contração dos esfíncteres (simpática); o efeito combinado dessas ações é retardar ou 
interromper a movimentação do conteúdo. 
- Receptores autônomos: Os receptores autônomos estão presentes na junção neuromuscular, nos corpos 
celulares de neurônios pós-ganglionares e nos órgãos efetores. O tipo de receptor e seu mecanismo de ação 
determinam a natureza da resposta fisiológica. Além disso, as respostas fisiológicas são específicas para o 
tecido e o tipo celular. O tipo de receptor também prediz qual agonista ou antagonista farmacológico o ativa 
ou bloqueia. Os efeitos de tais fármacos podem ser facilmente previstos pelo entendimento das respostas 
fisiológicas normais. Espera-se que fármacos que são agonistas β1, por exemplo, aumentem a frequência 
cardíaca e a contratibilidade, enquanto os fármacos antagonistas β1 devem diminuir a frequência cardíaca e 
a contratibilidade. 
- Proteínas G: Os receptores autônomos estão ligados a proteínas ligantes de GTP (proteínas G), sendo, 
portanto, denominados receptores ligados à proteína G. Esses receptores, incluindo os do sistema nervoso 
autônomo, são compostos por cadeia polipeptídica única que atravessa sete vezes a membrana celular, e, por 
isso, são conhecidos como receptores proteicos de sete passagens transmembrânicas. O ligante (p. ex., ACh, 
norepinefrina) interage com o domínio extracelular desse receptor. O domínio intracelular do receptor se 
liga à proteína G. Essas proteínas G são heterotriméricas. Em outras palavras, apresentam três diferentes 
subunidades: α, β e γ. A subunidade α se liga ao difosfato de guanosina (GDP) ou ao trifosfato de guanosina 
(GTP). Quando o GDP está ligado, a subunidade α fica inativa; quando o GTP está ligado, a subunidade α é 
ativa. Assim, a ativação da proteína G reside na sua subunidade α e essa proteína alterna entre os estados 
ativo e inativo, de acordo com sua ligação com o GDP ou GTP. Quando a proteína G libera o GDP e se liga ao 
GTP, por exemplo, passa do estado inativo ao ativo; quando o GTP é novamente convertido ao GDP, por 
meio da atividade intrínseca de GTPase da proteína G, o estado ativo passa ao inativo. 
- Adrenorreceptores: Os adrenorreceptores são encontrados nos tecidos- alvo do sistema nervoso simpático e 
ativados pelas catecolaminas norepinefrina e epinefrina. A norepinefrina é liberada pelos neurônios pós-
ganglionares do sistema nervoso simpático. A epinefrina é secretada pela medula suprarrenal e chega aos 
tecidos-alvo pela circulação. Os adrenorreceptores são divididos em dois tipos, α e β, que são, ainda mais, 
diferenciados em α1 , α2 , β1 e β2 . Cada um desses tipos de receptores tem um mecanismo de ação diferente 
(exceto os receptores β1 e β2 , que têm o mesmo mecanismo de ação), provocando efeitos fisiológicos 
diversos. 
- Receptores α1: Os receptores α1 são encontrados na musculatura lisa vascular da pele, nos músculos 
esqueléticos e na região esplâncnica, nos esfíncteres do trato gastrointestinal e da bexiga e no músculo radial 
da íris. A ativação dos receptores α1 leva à contraçãode cada um desses tecidos. O mecanismo de ação 
envolve a proteína G denominada Gq e a ativação da fosfolipase C. 
- Receptores α2: Os receptores α2 são inibidores, localizados pré-sinapticamente e pós-sinapticamente, e são 
menos comuns do que os receptores α1 . Esses receptores são encontrados em terminais nervosos pré-
sinápticos adrenérgicos e colinérgicos e no trato gastrointestinal. Os receptores α são encontrados em duas 
formas, os autorreceptores e os heterorreceptores. Os receptores α2 presentes nos terminais nervosos 
simpáticos pós-ganglionares são denominados autorreceptores. Nessa função, a ativação de receptores α2 
pela norepinefrina liberada por terminais nervosos pré-sinápticos inibe a liberação adicional da molécula 
pelas mesmas estruturas; esse feedback negativo conserva a norepinefrina em estados de alta estimulação 
do sistema nervoso simpático. É interessante notar que a medula suprarrenal não tem receptores α2 e, 
portanto, não está sujeita a esse feedback negativo; consequentemente, a medula suprarrenal pode ser 
depletada de catecolaminas, durante períodos de estresse prolongado. Os receptores α2 , presentes em 
terminais nervosos pós-ganglionares parassimpáticos do trato gastrointestinal, são denominados 
heterorreceptores. A norepinefrina é liberada pelas fibras pós-ganglionares simpáticas, que fazem sinapse 
com essas fibras pós-ganglionares parassimpáticas. Quando ativados pela norepinefrina, os receptores α2 
inibem a liberação de acetilcolina dos terminais nervosos pós-ganglionares parassimpáticos. Dessa forma, o 
sistema nervoso simpático inibe, indiretamente, a função gastrointestinal (i.e., pela inibição da atividade 
parassimpática). O mecanismo de ação destes receptores envolve a inibição da adenilil ciclase, descrita nos 
seguintes passos: 1. O agonista (p. ex., norepinefrina) se liga ao receptor α2 , que está acoplado à adenilil 
ciclase por proteína G inibidora, Gi . 2. Quando a norepinefrina está ligada, a proteína Gi libera o GDP e se 
liga ao GTP, e a subunidade αi se dissocia do complexo da proteína G. 3. A subunidade αi , então, se desloca 
pela membrana, se ligando à adenilil ciclase, a inibindo. Por causa disso, os níveis de AMPc diminuem, 
produzindo a resposta fisiológica final. 
- Receptores β1: Os receptores β1 são proeminentes no coração. Esses receptores são encontrados no nodo 
sinoatrial (SA), no nodo atrioventricular (AV) e no músculo ventricular. A ativação dos receptores β1 , nesses 
tecidos, aumenta a frequência cardíaca, no nodo SA, elevando a velocidade de condução pelo nodo AV e a 
contratibilidade do músculo ventricular, respectivamente. Os receptores β1 também estão localizados nas 
glândulas salivares, no tecido adiposo e nos rins (nestes últimos promovem a secreção de renina). O 
mecanismo de ação dos receptores β1 envolve a proteína Gs e a ativação da adenilil ciclase. 
- Receptores β2: Os receptores β2 são encontrados na musculatura lisa vascular dos músculos esqueléticos, 
nas paredes do trato gastrointestinal e da bexiga e nos bronquíolos. A ativação dos receptores β2 , nesses 
tecidos, provoca seu relaxamento ou dilatação. O mecanismo de ação dos receptores β2 é similar ao dos 
receptores β1 : ativação da proteína Gs , liberação da subunidade αs , estimulação da adenilil ciclase e 
geração de AMPc. 
Respostas dos Adrenorreceptores à Norepinefrina e à Epinefrina: Existem diferenças significativas nas 
respostas dos adrenorreceptores α1 , β1 e β2 às catecolaminas norepinefrina e epinefrina. Essas diferenças 
são explicadas adiante, lembrando que a norepinefrina é a catecolamina liberada pelas fibras nervosas pós-
ganglionares simpáticas adrenérgicas, enquanto a epinefrina é a principal catecolamina liberada pela medula 
suprarrenal: 
(1) A norepinefrina e a epinefrina têm quase a mesma potência nos receptores α1 , sendo a última pouco 
mais potente. Quando comparados aos receptores β, porém os receptores α1 são relativamente insensíveis 
a catecolaminas. A ativação de receptores α1 requer concentrações maiores de catecolaminas do que a 
ativação de receptores β. Fisiologicamente, tais concentrações elevadas são, localmente, atingidas quando a 
norepinefrina é liberada pelas fibras nervosas pós-ganglionares simpáticas, mas não quando as 
catecolaminas são liberadas da medula suprarrenal. A quantidade de epinefrina (e norepinefrina) liberada 
pela medula suprarrenal, na resposta de luta ou fuga, por exemplo, é insuficiente para a ativação dos 
receptores α1 . 
(2) A norepinefrina e a epinefrina têm a mesma potência nos receptores β1 . Como mencionado antes, 
concentrações muito menores de catecolaminas são necessárias para a ativação dos receptores β1 do que a 
de receptores α1 . Assim, a norepinefrina liberada pelas fibras nervosas simpáticas ou a epinefrina liberada 
pela medula suprarrenal ativa os receptores β1 . 
(3) Os receptores β2 são, preferencialmente, ativados pela epinefrina. Assim, espera-se que a epinefrina, 
liberada da medula suprarrenal, mas não a norepinefrina, liberada das terminações nervosas simpáticas, 
ative os receptores β2 . 
 
 
Colinorreceptores: Existem dois tipos de colinorreceptores: nicotínicos e muscarínicos. Os receptores 
nicotínicos são encontrados na placa motora, em todos os gânglios autônomos e nas células cromafins da 
medula suprarrenal. Os receptores muscarínicos são encontrados em todos os órgãos efetores 
parassimpáticos e em alguns órgãos efetores da divisão simpática. 
Receptores Nicotínicos: Os receptores nicotínicos são encontrados em diversos locais importantes: na placa 
motora do músculo esquelético, em todos os neurônios pós-ganglionares dos sistemas nervosos simpático e 
parassimpático e nas células cromafins da medula suprarrenal. A ACh é seu agonista natural, sendo liberada 
pelos motoneurônios e por todos os neurônios pré-ganglionares. Não se sabe se o receptor nicotínico na 
placa motora é idêntico ao encontrado nos gânglios autônomos. Essa questão pode ser respondida pelo 
exame das ações dos fármacos que atuam como agonistas ou antagonistas nesses receptores. Os receptores 
nicotínicos dos dois locais são, certamente, similares: ambos são ativados pelos agonistas ACh, nicotina e 
carbacol, e antagonizados pelo fármaco curare. Porém, outro antagonista do receptor nicotínico, o 
hexametônio, bloqueia os gânglios, mas não a placa motora. Assim, pode-se concluir que os receptores 
desses dois locais são similares, mas não idênticos, onde o receptor nicotínico da placa da extremidade do 
músculo esquelético é designado N1 e o receptor nicotínico nos gânglios autonômicos é designado N2 . 
Segundo essa distinção farmacológica, fármacos, como o hexametônio, são agentes bloqueadores 
ganglionares, mas não são bloqueadores neuromusculares. Uma segunda conclusão pode ser obtida sobre 
agentes bloqueadores ganglionares, como o hexametônio. Esses agentes devem inibir receptores 
nicotínicos em gânglios simpáticos e parassimpáticos, e, assim, produzir efeitos disseminados da função 
autônoma. Para prever as ações de agentes bloqueadores ganglionares, em sistema orgânico dado, porém é 
necessário saber se, nesse sistema, o controle dominante é simpático ou parassimpático. A musculatura lisa 
vascular, por exemplo, apresenta apenas inervação simpática, causando vasoconstrição; assim, os agentes 
bloqueadores ganglionares relaxam a musculatura lisa vascular, provocando vasodilatação. (Devido a essa 
propriedade,os agentes bloqueadores ganglionares podem ser usados no tratamento da hipertensão.) Por 
outro lado, a função sexual masculina é acentuadamente prejudicada por agentes bloqueadores 
ganglionares, já que apresenta componentes simpáticos (ejaculação) e parassimpáticos (ereção). O 
mecanismo de ação dos receptores nicotínicos, seja na placa motora ou nos gânglios, é baseado no fato de 
que esse receptor de ACh é, também, um canal para Na + e K+ . Quando o receptor nicotínico é ativado pela 
ACh, o canal se abre, permitindo a 124 passagem de Na + e K+ , determinada por seus respectivos 
gradientes eletroquímicos. A função dos receptores/canais nicotínicos em dois estados: fechado e aberto. O 
receptor nicotínico é proteína integral da membrana celular, composta por cinco subunidades: duas α, uma 
β, uma delta (δ) e uma gama (γ). Essas cinco subunidades formam funil, ao redor do orifício central. Quando 
a ACh não está ligada, a entrada do canal está fechada. Quando a ACh está ligada a cada uma das duas 
subunidades α, ocorre mudança conformacional em todas as subunidades, resultando na abertura do 
centro do canal. Quando o centro do canal se abre, o Na + e o K+ fluem, de acordo com seus respectivos 
gradientes eletroquímicos (Na + para dentro da célula e K+ para fora), e cada íon tenta levar o potencial de 
membrana a seu equilíbrio. O potencial de membrana resultante é a média entre os potenciais de equilíbrio 
dos dois íons, aproximadamente 0 milivolt, o que corresponde ao estado despolarizado. 
 
Receptores Muscarínicos: Os receptores muscarínicos estão localizados em todos os órgãos efetores do 
sistema nervoso parassimpático: no coração, no trato gastrointestinal, nos bronquíolos, na bexiga e nos 
órgãos sexuais masculinos. Esses receptores também são encontrados em certos órgãos efetores do sistema 
nervoso simpático, principalmente nas glândulas sudoríparas. Alguns receptores muscarínicos (p. ex., M1 , 
M3 , and M5 ) apresentam o mesmo mecanismo de ação que os adrenorreceptores α1. Nesses casos, a 
ligação do agonista (ACh) ao receptor muscarínico provoca a dissociação da subunidade a da proteína G, a 
ativação da fosfolipase C e a geração de IP3 e diacilglicerol. O IP3 libera o Ca 2+ armazenado e o aumento da 
concentração intracelular desse íon, associado à presença de diacilglicerol, produz as ações fisiológicas 
tecido-específicas. Outros receptores muscarínicos (p. ex., M4 ) atuam inibindo a guanilato ciclase e a 
diminuição dos níveis de AMPc intracelulares. Outros receptores muscarínicos (M2 ) alteram processos 
fisiológicos por meio da ação direta da proteína G. Nesses casos, não há envolvimento de segundo 
mensageiro. Os receptores muscarínicos do nodo SA do coração, por exemplo, quando ativados pela ACh, 
ativam a proteína Gi e liberam a subunidade αi , que se liga diretamente aos canais de K+ do nodo SA. 
Quando as subunidades ai se ligam aos canais de K+ , estes se abrem, retardando a velocidade de 
despolarização no nodo SA e diminuindo a frequência cardíaca. Nesse mecanismo, não há estimulação ou 
inibição da adenilil ciclase ou da fosfolipase C, nem o envolvimento de segundo mensageiro; em vez disso, a 
proteína Gi age, diretamente, sobre o canal iônico.

Outros materiais