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DESFIO PROFISSIONAL 8 SEMESTRE CONTROLADORIA EOUTROS 1240606

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Universidade Anhanguera/Pólo Marabá
Curso: Bacharelado em Ciências Contábeis
Serie: 8º Semestre 2016/2
DESAFIO PROFISSIONAL
DESAFIO PROFISSIONAL: CONTROLADORIA E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS; AUDITORIA; CONTABILIDADE AVANÇADA II; PERÍCIA, ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO; INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E MERCADOR DE CAPITAIS.
Tutora de Ensino a Distância: Profª Joanice L. Diniz
Alunos (as) – RA - Email
........
						Trabalho acadêmico para obtenção de nota nas disciplinas: Controladoria e Sistemas de Informações Gerenciais, Auditoria, Contabilidade Avançada II, Perícia, Arbitragem e Mediação e Instituições Financeiras e Mercado de Capitais do Curso de Ciências Contábeis do Polo de Marabá-PA, integrante da Universidade Anhanguera - UNIDERP.
Profª Joanice L. Diniz.
Marabá, 14 de Novembro de 2016
Resumo
Essa pesquisa busca mostrar de que forma as fraudes contábeis e gerenciais podem afetar as características qualitativas da informação contábil, de acordo com a análise de dados do Banco Panamericano, que ganhou notoriedade em 2010 pelos altos índices de fraudes envolvendo suas demonstrações contábeis, pondo em cheque uma das maiores empresas de auditoria do mundo, a Deloitte Touche Tohmatsu. Para tanto, procurou demonstrar a perda de fidedignidade e falta de confiança nas demonstrações contábeis apresentadas pelas empresas auditoras, pondo em evidência o papel dos gerentes e auditores, a responsabilidade destes e suas consequências.
Com efeito, a omissão de informação relevante ou acréscimo de itens inexistentes no balanço a curto e longo prazo, seja para administração, auditores independentes e usuários de uma maneira geral, afeta a credibilidade da instituição e põe em xeque a reputação dos auditores no que diz respeito à confiabilidade de seus relatórios e a qualidade dos serviços de auditoria prestados à instituição pela Deloitte, uma das quatro grandes firmas do setor, como uma boa oportunidade para investigar os riscos de reputação a que os auditores se encontram expostos no Brasil.
Palavras Chave: Auditoria, confiabilidade, reputação.
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO
	04
	Passo 01 SISTEMA FINANCEIRO E AS SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO
SISTEMA FINANCEIRO E AS SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO
	05
	1.1 - A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DO MERCADO DE CAPITAIS E AS PRECONDIÇÕES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO 
	07
	1.2 - AGENTES ECONÔMICOS: ESTADO, FAMÍLIAS E EMPRESAS
	08
	2 - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA 
	09
	2.1 - PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DO PAÍS
	13
	3 - MERCADO DE CAPITAIS 
	14
	3.1 – ESTRUTURA DO MERCADO DE CAPITAIS
	15
	3.2 CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO DE CAPITAIS: PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
	16
	Passo 02
	
	2.1 – A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NA ATUALIDADE
	16
	2.2 - A MATRIZ SWOT DO BANCO PANAMERICANO
	17
	2.3 – PLANO/PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BÁSICO DE UMA EMPRESA DE PANIFICAÇÃO
	19
	Passo 03
	
	3.1 – A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA CONTÁBIL NAS AÇÕES JUDICIAIS
	22
	3.2 - PRÉ-REQUISITOS PARA SE EXERCER A FUNÇÃO DE PERITO-CONTADOR
	23
	3.3 - EXEMPLO DE UMA PERÍCIA CONTÁBIL JUDICIAL
	24
	Passo 04
	
	4.1 - DIFERENÇA ENTRE AUDITORIA INTERNA E EXTERNA
	27
	4.2 – O PAPEL DA AUDITORIA NO PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS E/OU OPORTUNIDADES NA EMPRESA
	29
	4.3 – DIANTE DA IMINENTE FALHA DA AUDITORIA OCORRIDA NO BANCO PANAMERICANO, O QUE EFETIVAMENTE VOCÊ ACREDITA TER OCORRIDO?
	30
	4.3.1 - RELATÓRIO DE AUDITORIA SIMPLES
	32
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	34
	
	
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	35
INTRODUÇÃO
A auditoria independente das demonstrações financeiras desempenha um importante papel no funcionamento dos mercados de capitais, visando prover maior confiabilidade às informações contábeis divulgadas pelas companhias abertas. No entanto, como é possível garantir a qualidade dos serviços prestados pelos auditores? No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central do Brasil (BCB) estabeleceram o rodízio entre firmas de auditoria devido à falta de credibilidade que o mercado passou a apresentar em virtude da comprovação de falhas nos exames das demonstrações de instituições financeiras na década de 1980, visando preservar a independência dos auditores e diminuir os erros e fraudes relacionados ao processo de auditoria (OLIVEIRA; SANTOS, 2007). Após enfrentar resistências por parte da profissão e das companhias auditadas, a obrigatoriedade do rodízio foi revogada para as instituições sujeitas à regulação do BCB (IBRACON, 2011), mas ainda é exigida das demais companhias abertas sob fiscalização da CVM. 
As sanções impostas por órgãos fiscalizadores não são frequentes e tampouco costumam ter altos valores, e apenas recentemente se teve notícia de condenação judicial de grande monta a auditores, ainda passível de recurso (MENGARDO, 2013). Assim, o risco de reputação poderia assumir um papel preponderante como forma de incentivo à qualidade das auditorias realizadas no país. Neste sentido, o anúncio de fraudes contábeis no Banco Panamericano, cuja repercussão pôs em cheque a qualidade dos serviços de auditoria prestados à instituição pela Deloitte, uma das quatro grandes firmas do setor, se mostra como uma boa oportunidade para investigar os riscos de reputação a que os auditores se encontram expostos no Brasil. Por isso, o objetivo desta pesquisa é identificar se houve impactos aos retornos das ações de companhias clientes da Deloitte no período próximo à data do anúncio destas fraudes, visando responder a seguinte questão: a divulgação de fraudes contábeis no Banco Panamericano afetou a reputação da Deloitte? Os resultados obtidos, por serem inconsistentes com os observados em casos semelhantes ocorridos em outros mercados de capitais, apontam uma lacuna na literatura corrente a respeito dos riscos de reputação dos auditores, indicando a necessidade de considerar as características institucionais dos mercados onde eles atuam. 
Passo 01 
SISTEMA FINANCEIRO E AS SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO
A literatura tem reconhecido um sistema financeiro como estrutura, programa e propósitos (NASCIMENTO, 1989). Na verdade, consiste em um conjunto de instituições voltadas a propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo contínuo de recursos entre poupadores e investidores (FORTUNA, 2002), isto é, a transferência de capitais dos ofertadores finais para os tomadores finais. Dentre outros objetivos, visa criar condições para que os títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado (RUDGE; CAVALCANTE, 1996), possibilitando a sua negociação. 
O sistema financeiro se encontra baseado em um processo contínuo de mudança que almeja maximizar a utilidade que o capital representa (LAMEIRA, 2003). Possibilita que determinado agente, “sem perspectivas de aplicação, em algum empreendimento próprio, da process by wich industrial change occurs. The three types are: i) a system based on capital markets with resources allocated by prices estabilished in competitive markets; ii) a credit-based system with critical prices administered by goverment, and; iii) a credit-based system dominated by financial institutions” (ZYSMAN, 1994, p. 55). poupança que é capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilidades de poupança” (FORTUNA, 2002, p. 6).
 Ao viabilizar dita transferência, contribui para a alocação ótima de meios financeiros na economia – melhor aproveitamento dos recursos escassos para a maior geração possível de riqueza e bem-estar -, e se constitui como importante instrumento para a consecução dos objetivos fundamentais das sociedades econômicas contemporâneas. Para Fernando Santos (2001), nos dias atuais, difícil imaginar uma economia sem instituições financeiras: tal situação se apresentaria como extremamente ineficiente, dado que cada agente econômico somente poderia investir se tivesse construído poupança, o que impossibilitariaque indivíduos desprovidos de meios financeiros levassem a cabo bons projetos de investimento. 
Deste modo, é possível afirmar que o sistema financeiro, ao possibilitar a cessão de recursos dos indivíduos com poupança positiva aos que não a detêm, realiza uma função fundamental, que pode ser considerada intimamente relacionada com a temática do desenvolvimento. Segundo a doutrina, “não há um país desenvolvido sem um bom sistema financeiro” (PINHEIRO; SADDI, 2005, p. 449). Consequentemente, a crucial e complexa questão da temática do desenvolvimento equilibrado “vincula-se diretamente com a necessidade de uma mobilização da poupança nacional adequada, que direcione o financiamento para aqueles carentes de capital” (PINHEIRO; SADDI, 2005, p. 264), mas com bons projetos de investimento. 
Conforme ensina Simone Nunes (2000), a Constituição de 1988 foi a primeira na experiência brasileira a dar tratamento ao sistema financeiro, criando um artigo específico, o de número 192, constante de seu capítulo IV, do título VII (“Da Ordem Econômica e Financeira”). Na redação original da Carta de Outubro, o art. 192 era assim definido: CRFB/88. Brasília: Ministério da Educação/Esplanada dos Ministérios, 1988, p. 127-129.
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, será regulado em lei complementar, que disporá sobre: I – a autorização para o funcionamento das instituições financeiras, assegurado às instituições bancárias oficiais e privadas acesso a todos os instrumentos do mercado financeiro bancário, sendo vedada a essas instituições a participação em atividades não previstas na autorização de que trata este inciso;
II – autorização e funcionamento dos estabelecimentos de seguro, previdência e capitalização, bem como do órgão oficial fiscalizador e do órgão oficial ressegurador;
III – as condições para a participação no capital estrangeiro nas instituições a que se referem os incisos anteriores, tendo em vista, especialmente: a) os interesses nacionais; b) os acordos internacionais;
IV – a organização, o funcionamento e as atribuições do banco central e demais instituições financeiras públicas e privadas;
V – os requisitos para a designação de membros da diretoria do banco central e demais instituições financeiras, bem como os seus impedimentos após o exercício do cargo;
VI – a criação de fundo ou seguro, com o objetivo de proteger a economia popular, garantindo créditos, aplicações e depósitos até determinado valor, vedada a participação de recursos da União;
VII – os critérios restritivos da transferência de poupança de regiões com renda inferior à média nacional para outras de maior desenvolvimento;
VIII – o funcionamento das cooperativas de crédito e os requisitos para que possam ter condições de operacionalidade e estruturação próprias das instituições financeiras;
§ 1º A autorização a que se referem os incisos I e II será inegociável e intransferível, permitida a transmissão do controle da pessoa jurídica titular, e concedida sem ônus, na forma da lei do sistema financeiro nacional, a pessoa jurídica cujos diretores tenham capacidade técnica e reputação ilibada, e que comprove capacidade econômica compatível com o empreendimento.
§ 2º Os recursos financeiros relativos a programas e projetos de caráter regional, de responsabilidade da União, serão depositados em suas instituições regionais de crédito e por elas aplicados.
§ 3º As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar.
A Emenda Constitucional nº 40, de 2003, além de alterar a redação do caput do art. 192, revogou todos os seus incisos, alíneas e parágrafos. Desde então, o texto constitucional passou a ostentar a seguinte conformação:
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
Tal dispositivo se encontra inserido numa Constituição que faz alusão a uma única ordem ao invés de duas. Em outras palavras, a Carta Política não sistematiza uma “ordem econômica” e uma “ordem financeira”, mas um conjunto de regras e princípios que englobam a normatização tanto da atividade econômica quanto da financeira, indicativo da estreita interrelação entre ambas. Portanto, a dinamização e maximização do “econômico” guarda estreita conexão com o “financeiro”, vale dizer, com a criação de adequados instrumentos e mecanismos que lhe deem suporte e condições de impulsionar o exercício da atividade econômica e promover o desenvolvimento.
Ao se analisar o arranjo institucional nacional, nota-se a presença de inúmeros órgãos, entre eles: i) Conselho Monetário Nacional; ii) Banco Central do Brasil; iii) Banco de Desenvolvimento Econômico e Social; iv) Comissão de Valores Mobiliários; e v) outras instituições, públicas e também privadas, tais como os bancos comerciais e de investimento, assim como as caixas econômicas.
Percebe-se também que o sistema financeiro é segmentado em subsistemas, com a formação de diferentes mercados: i) mercado de crédito; ii) mercado monetário; iii) mercado cambial; e) mercado de capitais, com as operações realizadas no âmbito destes mercados submetidas ao poder de polícia administrativa do Banco Central (crédito, monetário e cambial) ou ainda da Comissão de Valores Mobiliários (NUNES, 2000, p. 30). 
Pode-se dizer, assim, que o arranjo brasileiro contempla os três tipos de organização institucional financeira (sistemas baseados nos mercados de capitais, sistemas baseados na participação dos governos e bancos públicos e sistemas baseados em instituições financeiras privadas) identificados por John Zysman (1994). 
1.1 - A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DO MERCADO DE CAPITAIS E AS PRECONDIÇÕES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO 
No contexto da economia de mercado, o financiamento é assumido como imprescindível às organizações, especialmente às sociedades anônimas. A obtenção de recursos para o financiamento de suas atividades é indispensável para o bom desempenho de suas funções econômicas e sociais. O ingresso de dinheiro no caixa das sociedades contribui extraordinariamente para um significativo aumento na capacidade de desenvolvimento e execução de projetos empresariais, que irá impactar positivamente na geração de empregos para a população, aumento de arrecadação para os entes públicos e desenvolvimento econômico-social. Tal raciocínio resta nítido nas lições de Eleazar Carvalho Filho (2001, p. 59), para quem “o nível de capitalização de empresas tem impacto direto no desenvolvimento econômico de um país”. O autor destaca também o papel social deste segmento do sistema financeiro pela sua contribuição para uma melhor distribuição da riqueza na sociedade, ao possibilitar a repartição da propriedade por um grande número de pessoas. O mercado de capitais, de um lado, proporciona às sociedades, organizações produtivas que são, mais uma alternativa para o financiamento de suas atividades, a um custo muito menor do que o decorrente de outras fontes de capital, potencializando a sua capacidade de desenvolvimento de projetos empresariais, com reflexos no desenvolvimento econômico social; por outro lado, propicia aos investidores mais uma excelente opção de investimento, com expectativa de ganhos futuros consideravelmente maiores em relação àqueles obtidos através de outros produtos financeiros e, assim, constitui-se como mecanismo de incentivo para a formação de poupança popular, que representa uma melhor alocação de recursos. Trata-sede excelente alternativa de alocação de recursos por parte do investidor e de captação de recursos por parte das companhias, desempenhando um papel transformador do próprio ambiente social, que transcende os seus aspectos meramente econômicos, com benefícios para toda a coletividade. Portanto, “é interesse público o desenvolvimento de um mercado de valores mobiliários que possibilite a adequada transferência de recursos, o crescimento dos agentes econômicos e viabilize o desenvolvimento econômico e social” (ANDREZO, 1999, p. 24). Para Proença (2005), o desenvolvimento do mercado de valores mobiliários requer a observância de algumas precondições, entre elas: i) condições mínimas para que o mercado opere livremente; ii) padrões mínimos legais e éticos; iii) grau justo de estabilidade social e política; iv) relativa estabilidade monetária e estrutura básica para instituições financeiras e outros intermediários financeiros. Segundo o autor, é imprescindível a edificação de uma estrutura institucional adequada, capaz de gerar confiabilidade nessas instituições e a manutenção de informações aos investidores. Os pontos destacados acima evidenciam a relevância das ideias de transparência e confiança no processo de intermediação financeira, sendo as mesmas fundamentais para o crescimento qualitativo do mercado. Quanto ao tema, vale registrar o ensinamento da doutrina: Deve-se destacar também que a intermediação financeira envolve confiança. Dar e receber crédito é, em última instância, dar e receber confiança, como se observa na origem da palavra do latim creditum, que significa confiança. Aquele que entrega recursos a alguém acredita que esses recursos serão administrados de forma a permitir uma adequada remuneração. Nesse sentido, a transparência é fundamental para permitir monitoramento por parte dos poupadores e assegurar uma confiança ainda maior entre os agentes e no próprio mercado (ANDREZO; LIMA, 2007, p. 8). A intervenção do Poder Público no mercado, através da disciplina jurídica das relações financeiras realizadas no seu âmbito, isto é, o direito do mercado de capitais, deve ser orientado para assegurar e manter a confiança, que dependerá de níveis ótimos de transparência, garantidos por padrões jurídicos e fortalecidos por contornos éticos.
1.2 - AGENTES ECONÔMICOS: ESTADO, FAMÍLIAS E EMPRESAS
Os AGENTES ECONÓMICOS são todos os indivíduos, instituições ou conjunto de instituições que, através das suas decisões e ações, tomadas racionalmente, intervêm num qualquer circuito económico. Apesar de terem funções diferenciadas no circuito económico, de produção, de consumo ou de investimento, estabelecendo entre si relações económicas essenciais.
Tendo em vista não ser possível efetuar uma produção que realmente supra todas as necessidades e desejos das pessoas, torna-se fundamental a eleição de quais serão as prioridades, enfatizando-se a produção de determinados bens e serviços em detrimento de outros. Mas é preciso ter um responsável por essa escolha de prioridades. E nesse cenário, tais decisões são realizadas pelos Agentes Econômicos, sendo que os principais são: Empresas, Famílias, Mercado, Estado e Mundo.
O Mundo é apontado como um agente econômico porque, diante da globalização, os países precisam se relacionar com outras economias, influenciando de forma generalizada, a todas, com suas decisões.
O ESTADO
Que toma decisões de consumo, de investimento e de política económica,  incluindo a política orçamental e fiscal e a política monetária.
AS EMPRESAS
Consideradas polos econômicos importantes, as empresas são agentes econômicos responsáveis por grande parte das decisões da sociedade, visando à solução de suas questões econômicas. Os responsáveis pela direção das empresas são os empresários que detém as máquinas e equipamentos e , sairá de suas organizações a maior parte das mercadorias, bens e serviços que abastecerão a sociedade, tendo por finalidade saciar as suas necessidades.
Os empresários ampliam sua capacidade produtiva por meio de investimentos produtivos, dos quais eles também conseguem contratar e treinar seus trabalhadores. Mas nenhuma organização sobrevive sozinha, sendo assim, ela não pode tomar decisões isoladamente. Nesse sentido, geralmente as decisões são tomadas tendo como principal foco as famílias, que identificam os consumidores dos produtos fabricados nas referidas organizações.
AS FAMÍLIAS
Diante do papel que exercem, enquanto consumidores, as famílias adquirem um papel fundamental. Isso porque no momento em que elas obtém uma mercadoria, seja ele produto ou serviço, cada integrante da família, conhecido como consumidor, estará referenciando a escolha do empresário acerca de sua produção. O ato de compra, de maneira geral, representa um voto a favor de determinada mercadoria, cuja produção é dependente do empresário.
Isso quer dizer que se o consumidor reduzir a quantidade de compras ou cessar essa atividade, o empresário deverá interpretar esse fato como sendo a representação do descontentamento de seu cliente. Nesse momento é preciso desenvolver modificações no produto para que se ajuste às novas necessidades dos consumidores.
Antes de lançar novos produtos ou antigos produtos com modificações, faz-se urgente conhecer os desejos do público-alvo, assim como a realização de um teste de aceitação do produto pelo mercado. Geralmente esse é um comportamento adotado pela maioria das empresas promissoras
2 - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA é uma organização cuja finalidade é otimizar a alocação de capitais financeiros próprios e/ou de terceiros, obedecendo uma correlação de risco, custo e prazo que atenda aos objetivos dos seus patrocinadores (no sentido da palavra inglesa stakeholder, incluindo pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesses em sua operação como acionistas, clientes, colaboradores, cooperados, forneceras, agências reguladoras do mercado onde a organização opere.
A Instituição Financeira opera administrando um equilíbrio delicado entre moedas, prazos e taxas negociados para os capitais que capta (passivos) e para os que aplicam (ativos) no mercado, respeitando os critérios e normas estabelecidos pelas agências reguladoras/supervisoras de cada mercado onde atue.
Um complicador para a governança do Sistema Financeiro é a taxa de alavancagem entre os passivos e ativos da Instituição Financeira, a qual exige um contínuo monitoramento, e pode levar a eventuais intervenções pelas agência reguladoras ou supervisoras, visando administrar o risco sistêmico.
De acordo com a classificação do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br), as instituições que compõe o SFN são divididas quanto aos seus órgãos normatizadores e supervisores, e também quanto as suas operações. Sob as normas do Conselho Monetário Nacional e a supervisão do BCB estão as instituições financeiras propriamente ditas, que atuam nos mercados monetário, de crédito, de capitais e de câmbio.
O primeiro grupo refere-se às instituições monetárias, que podem realizar a captação de depósitos à vista, ou seja, depósitos em conta corrente.
Banco comercial: Instituição privada ou pública especializada em operações de curto e médio prazos, que oferece capital de giro para o comércio, indústria, empresas prestadoras de serviços e pessoas físicas, bem como concedem crédito rural.
Cooperativa de crédito: Instituição privada, com personalidade jurídica própria, especializada em propiciar crédito e prestar serviços a seus associados, constituída sob a forma de sociedade de pessoas de natureza civil. Podem se originar da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou mesmo adotar a livre admissão de associados em uma área determinada de atuação, sob certas condições.
Banco múltiplo com carteira comercial: Instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou dedesenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Para captar depósito a vista deve ter a carteira comercial.
As instituições financeiras que não são autorizadas a captar depósitos à vista, chamadas de não monetárias, estão dispostas abaixo. Entre elas também se inclui oos bancos múltiplos sem carteira comercial.
Agência de fomento: Instituições que possuem como objeto social a concessão de financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos na Unidade da Federação onde tenham sede. Devem estar sob o controle de Unidade da Federação, sendo que cada Unidade só pode constituir uma agência.
Associação de poupança e empréstimo: São associações civis, sendo de propriedade comum de seus associados, que tem por objetivo propiciar a aquisição de casa própria aos seus associados, captar e disseminar o hábito da poupança.
Banco de câmbio: Instituições autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à exportação e importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular.
Banco de desenvolvimento: Instituições controladas pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado.
Banco de investimento: Instituições privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros.
Companhia hipotecária: Instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade anônima, que têm por objeto social conceder financiamentos destinados à produção, reforma ou comercialização de imóveis residenciais ou comerciais aos quais não se aplicam as normas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Cooperativa central de crédito: Formadas por cooperativas singulares, organizam em maior escala as estruturas de administração e suporte de interesse comum das cooperativas singulares filiadas, exercendo sobre elas, entre outras funções, supervisão de funcionamento, capacitação de administradores, gerentes e associados, e auditoria de demonstrações financeiras.
Sociedade de crédito, financiamento e investimento: Conhecidas por financeiras, são instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro.
Sociedade de crédito imobiliário: Instituição que se destina à realização de operações imobiliárias relativas a incorporação, construção, venda ou aquisição de habitação. Os recursos são obtidos através de depósitos de poupança, emissão de letras hipotecárias e imobiliárias, além de depósitos interfinanceiros.
Sociedades de crédito ao microempreendedor: Entidades que têm por objeto social exclusivo a concessão de financiamentos e a prestação de garantias a pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas classificadas como microempresas, com vistas a viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial de pequeno porte. São impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos junto ao público, bem como emitir títulos e valores mobiliários.
Além destes, existem outros intermediários ou auxiliares financeiros, que também estão sob a supervisão do BCB e são considerados instituições financeiras, embora não captem recursos diretamente dos poupadores.
Administradoras de consórcio: Pessoas jurídicas prestadoras de serviços relativos à formação, organização e administração de grupos de consórcio. Sua constituição deve ser autorizada pelo BCB.
Sociedade de arrendamento mercantil: Constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão "Arrendamento Mercantil". Sua principal atividade é o arrendamento mercantil ou leasing, além de aplicar recursos em títulos da dívida pública e em CDI.
Sociedade corretora de câmbio: Tem por objeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes.
Sociedade corretora de títulos e valores mobiliários: São constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou por cota de responsabilidade limitada. Possuem como atividade principal a intermediação no mercado de ações (venda, compra e distribuição de títulos e valores mobiliários). Têm acesso exclusivo ao pregão da bolsa de valores.
Sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários: Essencialmente possuem os mesmos objetivos das corretoras, mas não são autorizadas a operar no recinto das bolsas de valores e de mercadorias, nem operam com metais preciosos no mercado físico.
Sob a supervisão exclusiva da Comissão de Valores Mobiliários estão às bolsas de valores e as bolsas de mercadorias e futuros, que geram um ambiente mais seguro para a realização de negócios do mercado de capitais. Atualmente no Brasil a Bolsa de Valores de São Paulo foi fundida com a Bolsa de Mercadorias e Futuros, tornando-se uma única sociedade.
Bolsa de mercadorias e futuros: Associações privadas civis, com objetivo de efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades.
Bolsa de valores: Sociedades anônimas ou associações civis, com o objetivo de manter local ou sistema adequado ao encontro de seus membros e à realização entre eles de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela Comissão de Valores Mobiliários.
Mesmo não sendo obrigadas a seguirem o Plano de Contas das Instituições Financeiras (COSIF), as entidades do ramo de seguros, previdência privada e capitalização são consideradas instituições financeiras. Como já mencionado, estão sob a supervisão da SUSEP e da SPC.
Sob a supervisão da SUSEP estão as sociedades seguradoras (que prestam o serviço de seguros), as resseguradoras (que fazem o resseguro, ou seja, o seguro dos serviços de seguro prestados pelas seguradoras), as sociedades de capitalização (que emitem títulos de capitalização) e as entidades abertas de previdência privada (prestando serviços de previdência privada aberta, ou seja, com adesão livre a qualquer interessado).
Já a SPC regula apenas as entidades fechadas de previdência complementar, conhecidas como fundos de pensão, onde os associados fazem parte de um grupo específico de pessoas, geralmente empregados da empresa que patrocina o fundo.
2.1 - PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DO PAÍS
BANCO DO BRASIL: Até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN – Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Confederação, mas também acumula a função de Banco de Investimento e Desenvolvimento..
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com seu capital dividido em ações ordinárias transacionadas em bolsa de valores, sendo a União a maior detentora das ações negociadas.
No incentivo às atividades produtivas, o Banco do Brasil prioriza três setores: agropecuária; modernização industrial e comercio exterior. O crédito rural é reconhecido como ponto forte do banco eseus principais objetivos são aumentar a produção, melhorar o nível de vida dos agricultores e reduzir o êxodo rural.
O Banco do Brasil, historicamente, sempre ostentou a responsabilidade por dois terços dos empréstimos concedidos para custeio agrícola no país. Ultimamente, motivado pelas mudanças na política do governo, sua participação chegou a contribuir com 80%. É ainda o principal agente viabilizador do processo de crescimento agrícola iniciado em 1991.
O Banco do Brasil atua como Agente Financeiro do Governo Federal. Adicionalmente, o Banco do Brasil acumula as funções de um Banco de Investimento e Desenvolvimento e de um Banco Comercial.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SOCIAL – BNDES: ex-autarquia federal criada pela Lei 1.628, de 20 de junho de 1952, foi enquadrado como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimento que contribuam para o desenvolvimento do País. Contando com recursos de programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela política de investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais; promover o crescimento das exportações, dentre outras funções.
Em sua atividade financiadora, o BNDES conta com recursos próprios, oriundos de aportes do Tesouro Nacional e os decorrentes de empréstimos e doações de entidade nacional e estrangeira e organismos internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimentos – BID, e os repassa a seus agentes financeiros (Bancos de Investimentos, Bancos Estaduais de Desenvolvimento, Companhias Estaduais e Regionais de Desenvolvimento).
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL: criada em 1861, está regulada pelo Decreto-lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos a vista, realizar operações ativas e efetuar prestações de serviços.
A CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. É um instrumento governamental de financiamento social, priorizando a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esportes. Além disso, centraliza o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, integra o sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE, o sistema Financeiro de Habitação – SFH e também financia projetos de saneamento básico.
Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem como tem o monopólio de empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de bilhetes de loteria federal.
3 - MERCADO DE CAPITAIS é constituído de um conjunto de instrumentos, instituições e agentes econômicos cuja missão é mobilizar recursos de poupança financeira de pessoas físicas, empresas e outras unidades econômicas que tem excedentes financeiros e promover sua alocação eficiente para financiar a produção, a comercialização e o investimento das empresas e o consumo das famílias.
Do ponto de vista legal, o mercado de capitais no Brasil é o mercado de títulos e valores imobiliários emitidos pelas empresas e regulado pela CVM. Não fazem parte desse mercado os títulos da dívida pública e os títulos da dívida emitidos por instituições financeiras, com exceção dos debentures. Segmentos desse mercado são objetos de auto regulação por entidades privadas, por delegação da CVM. Alguns exemplos são o mercado de ações e de derivativos de bolsa, sujeitos, sujeitos a normas emitidas pela BM&FBOVESPA, o registro transações com títulos de dívida e derivativos transacionados no mercado de balcão organizado é regulado pela CETIP, enquanto que os processos de emissões primárias de ações e dívida são reguladas pela ANBIMA.
Desde o Ano 2000, foram realizados importantes avanços institucionais do mercado de capitais brasileiro, e sua regulação hoje é considerada de boa qualidade e a melhor entre as economias emergentes. Nesse período foram criados mediante regulamentação da CVM vários instrumentos e veículos do mercado de capitais, aperfeiçoados vários mecanismos e normas voltados para proteção ao investidor e para a garantia de condições competitivas no mercado.
No mercado de ações, além do mercado tradicional, foram criados novos segmentos de listagem de acordo com os padrões de governança obedecidos pelas empresas ou em função do seu tamanho. No mercado de dívida, além dos avanços no mercado de balcão organizado, foram regulamentados o acesso das sociedades anônimas de capital fechado a esse mercado e vários instrumentos e veículos, como por exemplo, os Certificados de Recebíveis Imobiliários, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio, os Fundos de Investimento em Participações.
O menor custo de capital das companhias abertas resulta basicamente de alguns atributos dessas empresas que permitem aos investidores e credores melhor avaliar suas características de risco e retorno e seu potencial de crescimento e aos seus acionistas participar ativamente de sua administração.
Em geral, os acionistas de companhias abertas tem liquidez para suas ações. Essa característica permite, entre outros benefícios, ajustar o perfil de seu patrimônio às suas preferencias pessoais, mediante a adequada diversificação de sua carteira de investimentos em termos de horizonte de investimento, risco e retorno.
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.
3.1 – ESTRUTURA DO MERCADO DE CAPITAIS
O Mercado de Capitais é constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. O mesmo é subdividido em Mercado Primário e Mercado Secundário. 
No Mercado Primário é onde se negocia a subscrição de novas ações ao público, isto é, onde os valores mobiliários circulam pela primeira vez e onde a empresa obtém o capital para seus empreendimentos, pois o dinheiro da venda vai para a empresa.
Já o Mercado Secundário são as demais negociações com esses títulos, como simples trocas de possuidores, pois a empresa emissora já não terá mais contato com o dinheiro proveniente dessas trocas. Esse último mercado se caracteriza também pelas negociações realizadas fora das bolsas, em negociações que denominamos como mercado de balcão, trazendo dessa forma mais liquidez para esses ativos financeiros.
Mercado de Balcão é um mercado sem local físico determinado para a realização de transações. Elas são realizadas por telefone, entre as instituições financeiras. Neste mercado, normalmente, são negociadas ações de empresas não registradas na BOVESPA, além de outras espécies de títulos. O mercado de balcão é dito organizado quando se estrutura como um sistema de negociações de títulos e valores imobiliários administrados por entidade autorizada pela CVM.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO DE CAPITAIS: PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
Primário funciona quando uma companhia emite títulos novos para serem colocados no mercado. A venda primária de valores imobiliários está associada a uma operação de underwritng, processo pelo qual uma instituição financeira coordena e eventualmente garante a colocação dos títulos junto ao mercado. O coordenador pode ser um banco de investimento, sociedades corretoras ou distribuidoras de valores imobiliários.
Secundário, quando os valores mobiliários são negociados nos pregões das Bolsas de Valores, entreos diversos investidores que participam do mercado. Nessas negociações, a companhia emitente não recebe recursos, e sim o proprietário do título. Entretanto, é o mercado secundário que oferece importante atributo de liquidez aos investidores que adquirem os títulos no mercado primário.
Passo 02
2.1 – A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NA ATUALIDADE
Para se sobressair no cenário empresarial, os gestores necessitam utilizar informações seguras e eficazes para balizar o seu processo decisório. Dessa forma, a contabilidade, enquanto ciência, em constante adaptação a estas mudanças, assume pressupostos multidisciplinares visando auxiliar todos os níveis de processos organizacionais. Neste contexto, surge a controladoria, que utiliza-se dos conhecimentos contábeis, associados a diversas áreas de conhecimento, como estatística, matemática, psicologia e outras, com intuito de disponibilizar este suporte informacional aos gestores para que possam conduzir a organização de acordo com o que foi estabelecido em sua missão e visão estratégica.
Assim sendo, a competitividade no mundo dos negócios e a globalização da economia exigem um gerenciamento cada vez mais eficaz nas organizações, pois a instabilidade econômico-financeira afeta todos os ramos de negócios. Deste modo, as empresas precisam estar preparadas para competir com preço e qualidade, operando a menores custos os seus produtos e serviços. Contudo, para concretizar essa concepção, o gestor precisa conhecer todas as informações sobre seu empreendimento e adotar uma postura criativa e inovadora no mercado, perpetuando seu empreendimento. Visto que no atual ambiente econômico terão continuidade e prosperidade apenas as organizações que apresentarem competência administrativa para gerir as turbulências do mercado, torna-se imprescindível a utilização de ferramentas da controladoria, pois estas proporcionam confiabilidade, velocidade, segurança e agilidade na geração de informações úteis ao processo decisório. Dessa forma, a gestão estratégica da controladoria, que inicia no planejamento estratégico, passando pelos planos de ação, orçamentos e avaliação de indicadores de desempenho são fundamentais para a continuidade empresarial. Do ponto de vista de Oliveira, Perez Jr e Silva (2010, p. 6) “as funções e atividades exercidas pela moderna controladoria tornaram-se fatores vitais para o controle e planejamento a médio e longo prazos de qualquer tipo de organização, com ou sem fins lucrativos”. Os autores consideram como essenciais a utilização de tais ferramentas, pois o processo decisório é influenciado diretamente pela atuação da controladoria no âmbito de planejamento e controle. Evidencia-se que, diante do suporte informacional prestado pela controladoria, o gestor poderá atuar com maior segurança no planejamento presente e futuro da organização, levando em consideração as alternativas viáveis, de forma segura e coerente, para concretização de suas metas, objetivando lucratividade e rentabilidade, dentro das exigências impostas pelo mercado. 
2.2 - A MATRIZ SWOT DO BANCO PANAMERICANO
. Ler os artigos apresentados na Orientação Pedagógica em relação ao Banco Panamericano e desenvolver a matriz SWOT, apresentando as Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças que você identifica nele
Ela foi concebida nos anos 60, pelo pesquisador Albert Humphrey, da Universidade de Stanforf, nos Estados Unidos, como uma ferramenta para ajudar os gerentes a conhecerem e administrarem melhor suas organizações. Mas as aplicações da matriz são inúmeras. Basicamente, ela pode ser empregada em qualquer situação em que se deseje obter um panorama geral, interno e externo, e estudar possíveis influências que possam ajudar ou atrapalhar o desempenho de um projeto, pode ser a criação ou ampliação do seu negócio, uma mudança de emprego ou até uma reforma na casa.
A palavra SWOT, vem do inglês, e significa “strenghts, weakness, opportunities and threats”, o que seria em português “forças, fraquezas, oportunidades e ameaças” ) e dá nome a uma matriz que facilita a visualização destas quatro características, que são inerentes aos mais variados tipos de empresas..
Fazer uma matriz SWOT, portanto, nada mais é que identificar esses quatro itens, estuda-los bem e usá-los para administrar melhor, crescer, gerenciar possíveis crises e contratempos. O primeiro passo é listar todos os aspectos internos e externos à sua empresa considerando se eles representam as forças ou fraquezas ou se podem ser encarados como oportunidades ou ameaças.
Planejamento. Para que uma empresa consiga estipular e atingir suas metas de visibilidade, crescimento, produção e aumento de lucros, é necessário analisar diversas variáveis que, de modo direto ou indireto, estão ligadas a essa palavra e podem contribuir para a evolução e o desempenho de um negócio. 
Existem várias ferramentas que servem de auxílio na hora de planejar os passos do presente e do futuro da companhia. Uma delas é a Análise Swot, que é utilizada durante a realização do planejamento estratégico para auxiliar na compreensão do cenário em que se encontra a companhia.
Através desses dados, é possível ter uma maior noção dos pontos fracos e fortes, do cenário em que a empresa está inserida, além de servir como auxílio para que profissionais e empresários fiquem atentos ao movimento do mercado. Confira abaixo o passo a passo para a realização da Análise SWOT.
Com o objetivo de entender melhor o cenário em que a empresa está inserida, é necessário dividi-lo em ambiente externo (variáveis que afetam a empresa de fora para dentro) e ambiente interno (variáveis que partem da companhia, de dentro para fora).
No ambiente interno, é necessário determinar as forças e fraquezas de uma companhia em comparação com outras empresas do mesmo ramo de atuação. Tais variáveis são determinadas por meio do próprio contexto da companhia, das ações realizadas, e devem ser sanadas pelos líderes e suas equipes. Por exemplo, as forças e fraquezas podem ser medidas diante da quantidade e qualidade de recursos de uma empresa em face aos concorrentes, como mão de obra qualificada e receita.
As oportunidades e ameaças estão dentro do chamado ambiente externo. Elas variam de acordo com o mercado em que o empreendimento está inserido. Por exemplo, uma oportunidade para uma empresa é o crescimento do setor do qual faz parte e o surgimento de novos nichos de consumidores. Já as ameaças podem ser a expansão ou o lançamento de novas tecnologias por uma concorrente do mesmo segmento.
Determinados os dados do ambiente interno e do ambiente externo, colocam-se as informações numa tabela 2x2, com duas colunas e duas linhas. Confira abaixo um exemplo do diagrama SWOT:
	
	Pontos fortes
	Pontos Fracos
	Ambiente interno
	S
Forças
	W
Fraquezas
	Ambiente externo
	O
Oportunidades
	T
Ameaças
A análise SWOT ajuda a ter clareza do negócio, possibilitando que se identifiquem quais pontos fortes explorar e quais pontos a trabalhar no âmbito de toda a gestão empresarial. Essa ferramenta ajuda a determinar a posição atual da empresa e antecipar o futuro, visando as oportunidades e precavendo as ameaças.
2.3 – PLANO/PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BÁSICO DE UMA EMPRESA DE PANIFICAÇÃO
1- INTRODUÇÃO
 O planejamento estratégico vem se consolidando como um importante instrumento de gestão utilizado pelas empresas na busca de crescimento e solidez em seus negócios. Assim, pretende-se realizar o planejamento estratégico de uma empresa do ramo de panificação localizada na região metropolitana de Marabá-PA, objetivando estudar aspectos como determinantes estruturais, posicionamento e mercado onde a empresa está inserida. 
2- DETERMINANTES ESTRUTURAIS 
Ameaças: 
- Aumento do preço do trigo (mat. prima);
- Intensidade da concorrência no setor;
 - Alterações na política governamental, de forma a atingir o setor; 
- Pressão das redes varejistas sobre a venda de pães, doces e substitutos. Oportunidades: 
- Localização próxima aos fornecedores; 
- Posicionamento em ambientesde grande circulação de pessoas;
 - Possibilidade de expansão no mercado regional.
 3- AUDITORIA DE POSIÇÃO
 Pontos Fortes: 
- Variedade de pães, doces e salgados;
 - Flexibilidade de serviços, como entrega a domicilio;
 - Produtos feitos na hora, com reposição constante; 
- Produção sob os mais rígidos padrões de higiene.
Pontos Fracos:
 - Preço;
 - Desperdício em função do prazo de validade dos produtos;
 - Difícil acesso a canais de distribuição. 
4 - ESTRUTURA DE MERCADO 
A estrutura que mais se adequa ao mercado do setor é a concorrência monopolística, já que é caracterizada a produção diferenciada, com a presença de substitutos próximos, além de um número elevado de empresas do ramo. Planejamento Estratégico de Uma Pequena Empresa do Ramo de Panificação
5 - ANÁLISE DAS FORÇAS COMPETITIVAS: 
a) Substitutos: Destacam como elementos desta categoria os supermercados oferecendo salgados, bolachas e doces em geral das mais variadas naturezas e sabores, além dos produtos de outros produtos não convencionais vendidos em “tabernas” e estabelecimentos alimentícios, mas que exercem pressão sobre as vendas tais qual, tapiocas e salgadinhos, mingaus e etc.
 b) Novos Entrantes: Podemos destacar como principais entrantes potenciais que podem afetar as vendas e faturamento, bem como a estrutura deste mercado, temos: os “mercadinhos” e “tabernas de esquina”, bem como os próprios supermercados que desejam diversificar seus serviços e lojas de conveniência que exercem pressão sobre vendas de doces e salgados. 
c) Fornecedores: A iniciação de um empreendimento sempre requer perdas no que tange a poder de compra com fornecedores, visto esses apenas fornecem descontos para altos volumes de compras, e um empreendimento iniciando normalmente não apresenta tal volume, logo buscar estabelecer parcerias bem como uma fidelização nas compras podem representar uma saída para a empresa conseguir descontos e diminuir a pressão que os fornecedores podem exercer. 
d) Compradores: Os clientes são o público alvo que está destinado nosso empreendimento. Considerando o mercado paraense como altamente ligado a raízes regiões, os consumidores exercem diversas pressões no que tange à doces com características regionais, salgados ao estilo regional, outros inovadores e que estão bastantes presentes na vida cotidiana do paraense. 
6 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
 a) Planejamento Estratégico:
 • Missão: oferecer produtos que estejam sempre de acordo com desejos e necessidades do cliente investindo-se constantemente nos processos e produtos da empresa e visando sempre agregar valor no que tange a qualidade ao consumidor
 • Visão: oferecer ao cliente produtos diferenciados, frescos e de qualidade.
 • Objetivos Permanentes: ser referência no mercado.
 • Objetivos Estratégicos: em três anos aumentar a quantidade de postos de venda para quatro unidades e aumentar a parcela de mercado para 3%.
 • Políticas: políticas de diferenciação do produto, de redução de custos operacionais e logísticos e de atendimento ao consumidor. 
• Diretrizes: aperfeiçoar a qualidade dos produtos a partir da preferência do consumidor e trabalhar uma rígida relação com fornecedores, compradores e colaboradores, afim de que se possa minimizar as despesas com desperdícios e transporte.
Passo 03 
3.1 – A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA CONTÁBIL NAS AÇÕES JUDICIAIS
Nas ações judiciais quando se necessita produzir provas acerca de determinado assunto, e não tendo o Juiz conhecimento técnico necessário sobre a questão, utiliza-se o trabalho do perito.
Esse profissional precisa estar habilitado, com formação superior, de sólidos princípios e conhecimento prático razoável. Além disso, precisa ter um conjunto de capacidades, que são suas qualidades, entre elas estão: a legal, a profissional a ética e a moral. Sua opinião deve estar justificada, lastrada em elementos sólidos e ao alcance de quem vai utilizar.
A perícia judicial é específica, e define-se pelo texto da lei, ao estabelecer no artigo 420, do Código de Processo Civil, que “a prova pericial consiste em exame, vitória e avaliação”.
No caso da perícia judicial contábil, a especialização é a que se refere a todos os fenômenos relativos ao patrimônio individualizado de pessoa, pessoas, empresa, instituição e grupo de empresas.
O trabalho do perito deve ser conferido pelo juiz a um contador de sua confiança, por ele designado, sempre que as partes requererem, e o juiz julgar procedente o pedido. Isso só acontece quando as provas dos autos são insuficientes para o esclarecimento dos fatos, já que a perícia terá força de prova.
A importância da perícia contábil judicial se dá ao fato do juiz buscar conhecimento do assunto pela opinião do perito, que vai agir como se juiz fosse na indagação dos fatos, através de exames, vistorias, avaliações, fortalecendo sua opinião. 
A opinião do perito deve estar calcada na ética, na moral e nas normas profissionais estabelecidas pela lei e pelo Conselho Federal de Contabilidade, pois o Laudo Pericial vai definir o destino das pessoas.
Dessa forma, o perito contador não deve poupar explicações que justifiquem seu trabalho e que ofereçam, aos que dele se vão utilizar, o máximo de confiança possível. Além disso, pode também, alegar impedimento e suspeição conforme determina o art, 138, e aplicados os motivos do artigo 135 do Código de Processo Civil, tais como: ser amigo ou inimigo capital de uma das partes; alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; e interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes (grifos nossos).
Para exercer a função de perito contábil, a lei determina que seja um Contador registrado, e em dias com suas obrigações perante o Conselho Regional de Contabilidade.
A NBC P2 e a NBC T 13 caracteriza a função pericial em sua essência, ao afirmar que perícia não é só aquela que se faz para efeitos judiciais e de litígio, mas toda e qualquer tarefa para qual se exige uma opinião profunda e específica, no sentido de gerar um esclarecimento, daí a necessidade do perito se valer da opinião de outros técnicos quando da execução de uma tarefa que não sejam de sua capacidade, de forma a suplementar o trabalho com outro parecer. 
3.2 - PRÉ-REQUISITOS PARA SE EXERCER A FUNÇÃO DE PERITO-CONTADOR
A Resolução nº 857/99 decidiu modificar o teor da NBC P22 – Normas Profissionais de Perito Contábil, e identificar essa norma sob a denominação NBC P2 – Normas Profissionais do Perito. Segundo o que estabelece o Conselho Federal de Contabilidade, as normas são de cumprimento obrigatório e o desrespeito a elas constitui lesão à Ética Profissional, sujeito a abertura de processo, a ao julgamento pelos Tribunais de Ética, contra as desobediências ocorridas.
Assim, deve o perito contábil ser Contador, estar registrado e em dia com suas obrigações perante o Conselho Regional de Contabilidade são os requisitos que capacitam legalmente o profissional, consoante as normas e a lei.
3.3 - EXEMPLO DE UMA PERÍCIA CONTÁBIL JUDICIAL, numa Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais, na qual a autora Aitã Vendas e Serviços Ltda, moveu em desfavor da empresa Maxicomp do Brasil, Indústria e Comércio de Computadores S/A, na qual a autora, na qualidade de Agente Comercial da ré por força de um contrato de representação comercial firmado em 2001, alega ter sido prejudicada pela imposição de um novo instrumento contratual em meados de março desse mesmo ano, de forma unilateral, contemplando apenas os interesses da requerida. E que, a requerente não teve outra alternativa, senão aceitar as condições impostas nesse novo contrato, pelo fato de já haver feito investimentos em infraestrutura exigidos pela requerida na avença do contratoprimitivo e que a não assinatura implicaria em enorme prejuízo financeiro. Ao passo que a ré, alega não haver em nenhum momento da relação comercial qualquer tipo de coação contra a autora para a assinatura da alteração contratual, afirmando também, a inexistência de cláusula de exclusividade na revenda de seus produtos pela autora.
A autora formulou os seguintes quesitos:
Queira o Senhor Perito relacionar quais as comissões registradas no Livro Diário e devidas pela ré a autora, mês a mês, no período de janeiro a dezembro de 2001.
Resp: Conforme pesquisa realizada no Livro Diário do ano de 2001, da empresa Aitã Vendas e Serviços Ltda., as comissões mensais foram: xxxxxxx
Queira o Senhor Perito quantificar e relacionar a partir de quando a autora iniciou queda nas comissões sobre vendas dos serviços.
Resp: Em pesquisa realizada no Livro Diário, constatou-se que nos meses de janeiro a março de 2001 o faturamento da empresa estava em ascensão. A partir do mês de abril/2001, iniciou-se a queda do faturamento.
Queira o Senhor Perito demonstrar qual a média das comissões no período de vendas regulares, ou seja, nos meses de ascensão?
Resp: Os meses de ascensão das comissões foram janeiro, fevereiro e março do ano de 2001 apresentando uma média mensal de R$ 368.3333,33, conforme demonstrado na tabela abaixo: xxxxxxxxxxxxxxxx
Queira o Senhor Perito demonstrar a redução mês a mês nas comissões da autora e quais os percentuais?
Resp: A redução nas comissões iniciou-se a partir de abril de 2001. Segue demonstrado no quadro abaixo os respectivos valores e percentuais calculado mês a mês. xxxxxxxxxxxx
Queira o Senhor Perito informar a partir de quando a ré deixou de pagar as comissões da autora e qual o seu quantum até dezembro de 2001.
Resp: Pesquisando o Livro Diário da autora e confrontando-o com seus registros financeiros constatou-se que não houve cessação nos pagamentos. Porém, a partir de 25/02/2001 a ré passou a efetuar pagamentos parciais dos títulos, não havendo a partir daí nenhum título quitado integralmente e alguns com ausência total de pagamentos, apresentando em 31/12/2001 um quantum em aberto de R$ 1.193.532,00 (conforme detalhado no Anexo I – SALDOS POR TÍTULO).
Queira o Senhor Perito informar mês a mês o valor dos impostos e/ou contribuições que está autora obrigada a pagar a União e Município, como sejam, IRPJ, CSL, PIS, CONFINS e ISS, oriundos das emissões de Notas Fiscais, objeto do período de 2001?
Resp: Analisando os Livros de Registros contábeis e Fiscais da autora, e após confrontação com a Demonstração de Resultado do Exercício e balanço Patrimonial no período de 2001, os valores dos impostos e/ou contribuições que a autora está obrigada a pagar a União e Município encontram-se detalhados no quadro que segue.
Para o levantamento dos valores demonstrados na tabela abaixo foi observado o seguinte:
O IRPJ foi calculado com base no Lucro Real Trimestral à alíquota de 15%.
A CSL foi calculada com base no Lucro Real Trimestral à alíquota de 9%.
O PIS, a CONFINS e o ISSQN foram calculados sobre o faturamento bruto mensal utilizando-se as seguintes alíquotas: 0,65%, 3% e 5%, respectivamente.
 Queira o Senhor Perito informar ainda se a autora pagou todos os impostos e/ou contribuições acima? Qual o montante pago e ainda a pagar?
Resp.: Conforme análise do Livro Diário e consequente confronto com a Demonstração de Resultado do Exercício e Balanço Patrimonial, do montante de impostos e contribuições apurados no ano de 2001, corresponde a R$ 538.908,25 (quinhentos e trinta e oito mil, novecentos e oito reais e vinte e cinco centavos), a empresa pagou R$ 156.448,48 (cento e cinquenta e seis mil quatrocentos e quarenta e oito reais e oito centavos), restando um saldo a pagar de R$ 382.459,77 (trezentos e oitenta e dois mil, quatrocentos e cinquenta e nove reais e setenta e sete centavos), conforme demonstrados, a seguir: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Sobre a Receita de 2001. Informar qual seria o total de comissões da autora até o final deste ano (2001) se tivesse mantido nos três trimestres seguintes a média das vendas do primeiro trimestre do mesmo ano? O total encontrado neste período de 2001 pede-se que seja corrigido pelo IGP-M e acrescido dos juros de 1% a.m., capitalizados até dezembro de 2004.
Resp.: Verificando o livro Diário, no primeiro trimestre do período de 2001, apresentou uma média mensal de comissão de vendas de R$ 368.333,33 (trezentos e sessenta e oito mil, trezentos e trinta e três reais e trinta e três centavos), que multiplicado pelos 12 (dozes) meses, apresenta um quantum de R$ 4.420.000,00 (quatro milhões quatrocentos e vinte mil reais), no final de 2001
Corrigindo-se o valor encontrado no final do ano de 2001, pelo IGP-M mais acréscimo de juros de 1 % a.m., capitalizados nos anos seguintes (2002, 2003 e 2004) teremos um montante de R.682.66,60 (nove milhões, seiscentos oitenta dois mil, seiscentos sessenta um reais e sessenta centavos), conforme encontra-se demonstrado e detalhado no Anexo II – PROJEÇÃO DA RECEITA DE 2001 (segundo critérios da requerente).
 Sobre as receitas futuras de 2002, 2003 e 2004, ano do término do contrato com a ré considerando como parâmetro os valores de 2001 (receita de serviços), encontrados no quesito precedente pede ao Dr. Perito calcular para os três anos seguintes um acréscimo de 72%, mais juros compensatórios de 1% a.m. capitalizados e juros moratórios de 1% a.m. sem capitalização.
Resp.: Utilizando-se da receita de serviços encontrada no quesito precedente, correspondente a R$ 4.420.000,00 e aplicando o acréscimo de 72% (conforme quesitado pela requerente) teremos uma receita corrigida de R$ 7.602.400,00. Acrescendo-se a essa receita corrigida os juros compensatórios (capitalizados mensalmente) e os juros de mora (sem capitalização), teremos ao final um montante total de R$ 28.558.869,30, conforme detalhado na tabela abaixo: xxxxxxxxxxxxxxx
Queira o Senhor Perito informar, à luz dos quesitos anteriores, qual o total da receita encontrada nos anos 2001 a 2004, na forma arguida nos quesitos 8 e 9.
Resp.: O total da receita para os anos de 2001 a 2004, projeta conforme critérios definidos pela autora nos quesitos 8 e 9, é de R$ 38.241.530,,90 (trinta e oito milhões, duzentos e quarenta e um mil, quinhentos e trinta reais e noventa centavos).
Queira o Senhor Perito confirmar que a autora não pode honrar seus compromissos com terceiros bem como as obrigações com a União e Município, em função da inadimplência da ré referente às suas comissões e ainda pelo fato de que houve intervenção diretamente nas vendas, e consequentemente, na redução das suas comissões.
Resp.: Considera o perito, o quesito impertinente ao âmbito de sua responsabilidade profissional, deixando por conseguinte de responde-lo.
Queira o Senhor Perito confirmar que, não houvesse a ré inadimplido com a autora e ainda não ao tivesse havido a interrupção nas vendas, se a mesma poderia encontrar-se em situação caótica e à beira da falência, considerando a evolução das vendas constatadas no início do ano de 2001.
Resp.: Considera o perito, o quesito impertinente ao âmbito de sua responsabilidade profissional, deixando por conseguinte de responde-lo.
Queira o Senhor Perito esclarecer o que mais entender necessário, em benefício da verdade.
Resp.: Todos os esclarecimentos foram prestados nas respostas aos quesitos precedentes.
A ré formulou o seguinte quesito:
Queira o Senhor Perito informar e discriminar a evolução dos gastos da autora com publicidade e marketing, que realmente motivaram os negócios com produtos da ré.
Resp.: Os gastos da autora com publicidade e marketing no ano de 2001 totalizaram R$ 52.755,00 (cinquenta e dois mil, setecentos e cinquenta e cinco reais e cincos reais)
Conclusão
Encerrados os trabalhos, conforme os fatos relatados e transcritos, por intermédio das diligências para as buscas de provas materiais e, ainda, após análise de toda documentação fornecida, bem como daquela acostada aos autos, respondemos os quesitosda autora e da ré em relação a lide, utilizando-se dos parâmetros definidos nos mesmo.
Esperamos ter explorado e trazido aos autos às informações técnicas necessárias, para convicção das partes e ao MM. Juiz, e assim, colocamo-nos à vossa inteira disposição para outros esclarecimentos julgados pertinentes.
Nada mais havendo a considerar, damos por encerrado o presente Laudo, constituído de 12 (doze) folhas de um só lado com 02 anexos, pelo perito contador que a este subscreve e assina.
Marabá, 13 de Novembro de 2016
___________________________________
José Araújo Silva – CRC-PA 9.586
Perito-Contador
	
Passo 04 
4.1 - DIFERENÇA ENTRE AUDITORIA INTERNA E EXTERNA
Conforme o tipo de intervenção, a Auditoria se divide em Interna e Externa. 
A Auditoria Interna constituiu o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade. 
É uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações, como um serviço prestado à administração. Constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e avaliação da eficiência de outros controles.
A Auditoria Externa constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estes representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do Patrimônio Liquido, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado da entidade auditada consoante as normas brasileiras de contabilidade.
É executada por um profissional independente, sem ligação com o quadro da empresa. Sua intervenção é ajustada em contrato de serviços. Os testes e indagações se espalham por onde haja necessidade de levantar questões elucidativas para conclusão do trabalho ajustado.
O auditor externo, pela relevância de seu trabalho perante o público, dada a credibilidade que oferece ao mercado, se constitui numa figura impar que presta inestimáveis serviços ao acionista, aos banqueiros, aos órgãos do governo e ao público em geral. Sua função visa a credibilidade das demonstrações contábeis, examinadas dentro de parâmetros de normas de auditoria e princípios contábeis.
A diferença básica entre a auditoria interna e externa refere-se ao grau de independência existente. O auditor interno é dependente da empresa em que trabalha e é responsável por seus atos somente perante a empresa em que exerce suas atividades. O impacto de seus relatórios recebe influência de usa subordinação.
Outras também são as diferenças, tais como: Ação e objetivo, a auditoria externa examina as demonstrações financeiras, enquanto o auditor interno examina os controles operacionais; a finalidade da auditoria externa é opinar sobre as demonstrações financeiras, enquanto que na auditoria interna é promover as melhoria nos controles operacionais; os relatórios do auditor externo é feito através de parecer, enquanto que na auditoria interna são feitas recomendações de controle interno e eficiência administrativa; quanto ao interesse no trabalho, a auditoria externa os interessados são a empresa e o público em geral, enquanto que na auditoria interna, o interesse é da empresa; e por último, quanto a responsabilidade do profissional, que em se tratando de auditor externo, a responsabilidade é civil e criminal, enquanto a do auditor interno, a responsabilidade é trabalhista.
4.2 – O PAPEL DA AUDITORIA NO PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS E/OU OPORTUNIDADES NA EMPRESA
	A responsabilidade primeira (primária) na prevenção e identificação de fraudes e/ou erros é da administração da entidade, mediante a manutenção de adequado sistema de controle interno, que, entretanto, não elimina o risco de sua ocorrência.
	O Auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros. No entanto deve planejar seu trabalho avaliando o risco de sua ocorrência, de maneira a ter grande probabilidade de detectar aqueles que impliquem efeitos relevantes nas Demonstrações Contábeis.
	Ao planejar a auditoria, o auditor deve indagar da Administração da entidade auditada sobre qualquer fraude e/ou erro que tenham sido detectados. Ao detectá-los, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à administração da entidade, e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas.
	Para detectar as fraudes e erros, o auditor deverá avaliar criticamente o sistema contábil, incluindo o controle interno, tanto em termos de concepção quanto de funcionamento efetivo, concedendo especial atenção às condições ou eventos que representem riscos de fraude ou erros, que incluem, dentre outros motivos: estrutura ou atuação inadequada da administração da entidade auditada ou de algum dos seus membros.
	Existe risco inevitável de que distorções relevantes resultantes de fraude e, em menor grau, de erro possam deixar de ser detectados, devido as limitações inerentes a auditoria. E se for descoberto, posteriormente, que durante o período coberto pelo parecer do auditor, exista distorção relevante não refletida ou não corrigida nas demonstrações contábeis, resultantes de fraude e/ou erro, isto não significa que o auditor deixou de cumprir as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, pois o que irá determinar o cumprimento dessas normas será a adequação dos procedimentos de auditoria adotados nas circunstâncias e do seu parecer com base nos resultados desses procedimentos.
	Existe maior chance de não detectar distorção relevante resultante de fraude do que não detectar distorção relevante resultante de erro, pois a fraude geralmente envolve atos planejados para ocultá-la, exemplos: conluio, falsificação, apresentação de informações intencionamente erradas ao auditor. Se o auditor concluir que a fraude e/ou erro têm efeito relevante sobre as demonstrações contábeis, e que isso não foi apropriadamente refletido ou corrigido, ele deve emitir seu parecer com ressalva ou com opinião adversa.
	E se não foi possível para o auditor determinar se houve fraude e/ou erro, devido a limitações impostas pelas circunstâncias, e não pela entidade, ele deve avaliar o tipo de parecer a emitir.
	O auditor deverá comunicar a administração da entidade auditada descobertas factuais envolvendo fraude, podendo ser de forma verbal ou escrita, dependendo da ocasião, tão cedo quanto possível, mesmo que o efeito potencial sobre as demonstrações contábeis seja irrelevante.
Quanto à terceiros, o sigilo profissional normalmente impede o auditor de comunicar fraude e/ou erro a terceiros, mas em certas ocasiões, quando houver obrigação legal de fazê-lo, ao auditor poderá ser requerida a quebra de sigilo profissional.
O auditor pode concluir que é necessário retirar-se do trabalho quando a entidade não tomar as medidas corretivas relacionadas com fraude, que ele considera necessárias às circunstâncias, mesmo quando a fraude for relevante para as demonstrações contábeis.
4.3 – DIANTE DA IMINENTE FALHA DA AUDITORIA OCORRIDA NO BANCO PANAMERICANO, O QUE EFETIVAMENTE VOCÊ ACREDITA TER OCORRIDO?
O Banco Panamericano é uma instituição financeira de médio porte, com foco de atuação nos mercados de financiamento de veículos, de crédito consignado e de crédito pessoal. Em 09 de novembro de 2010 a instituição divulgou ao público um fato relevante, dando conta de que seu principal acionista controlador à época, o Grupo Sílvio Santos, decidira aportar na instituição o valor de R$ 2,5 bilhões, obtidos mediante operação financeira contratada com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), com o objetivo de suportar os ajustes decorrentes da constatação de inconsistências contábeis que não permitiam que as demonstrações financeiras refletissem a real situação patrimonial do banco. Basicamente, o Banco Panamericano vendia suas carteiras de crédito a instituições financeiras de maior porte, reconhecendo a receitade tais vendas, porém não baixava de seu ativo o montante destas carteiras, o que inflava o valor de seu patrimônio líquido. Além disso, estas mesmas carteiras eram vendidas para novos compradores, amplificando os efeitos da fraude. Ao cruzar as informações de outros bancos sobre as carteiras adquiridas do Panamericano, a fiscalização do Banco Central constatou que as mesmas carteiras haviam sido vendidas para mais de um comprador. Assim, em virtude do ajuste de R$ 2,5 bilhões, o patrimônio líquido de R$ 1,6 bilhão do Panamericano se tornou um passivo a descoberto de R$ 900 milhões. 
Fica claro, que apesar da Administração não citar nomes aos culpados, ela afirma categoricamente e reconhece a deficiência dos critérios contábeis e controles internos que estavam sendo adotados pelo banco anteriormente. Como os mecanismos adotados que geraram as inconsistências contábeis eram bem complexos, se tornou inviável tentar mensurar com confiabilidade o momento exato do inicio das fraudes. Em 31 de Dezembro de 2010 foi realizado um levantamento dos reais bens, direitos e obrigações que o banco possuía, para que a partir daí, fosse elaborado um balanço de abertura com informações que refletissem sua real situação patrimonial.
 O que se extrai da crise no Panamericano, é que administração e contabilidade abrem mão de todos os padrões internacionalmente aceitos, normas e imposições legais para mostrarem ao público uma contabilidade totalmente maleável, adaptada á sua situação, de forma a satisfazer um pequeno números de indivíduos.
A manipulação das informações contábeis ocorrida alterou sua posição patrimonial através da pouca importância dada a essas características essenciais. Ao modificar as circunstâncias contábeis e financeiras de um órgão, as sequelas resultantes são a total ausência de qualquer qualidade na informação prestada, prejudicando toda a entidade e demais envolvidos, direta ou indiretamente a ela. Os prejuízos dessa desvalorização da fidedignidade poderá continuar a se alastrar por um longo tempo, até que a organização venha ganhar de volta sua credibilidade e estabilidade financeira.
4.3.1 - RELATÓRIO DE AUDITORIA SIMPLES
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE COM OPINIÃO COM RESSALVA DEVIDO À DISTORÇÃO RELEVANTE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Examinando as demonstrações contábeis do Banco pan-americano, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de Dezembro de 2010, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.
Responsabilidade da Administração do Banco sobre as demonstrações contábeis
A administração do Banco é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.
Responsabilidade dos auditores independentes
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis do Banco para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia destes controles internos do Banco. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feita pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis todas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.
Base para opinião com ressalva
O patrimônio Líquido do Banco estão apresentados no Balanço patrimonial por R$ 1,6 bilhão, mas apresentou um passivo a descoberto de R$ 900 milhões, dado que vendia suas carteiras de crédito a instituições financeiras de maior porte, reconhecendo a receita de tais vendas, porém não baixava de seu ativo o montante destas carteiras, o que inflava o valor de seu patrimônio líquido.
Opinião com ressalva
Em nossa opinião, o Banco vendia suas carteiras de crédito a instituições financeiras de maior porte, reconhecendo a receita de tais vendas, porém não baixava de seu ativo o montante destas carteiras, o que inflava o valor de seu patrimônio líquido. Exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Banco em 31 de Dezembro de 2010, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Marabá, 14 de Janeiro de 2011
_________________________________
RENATA LORENTINO CAETANO
Auditora independente – CRC nº 10040
_______________________________________
R. L. O. CAETANO SERVIÇOS CONTÁBEIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar possíveis efeitos da divulgação de fraudes contábeis no Banco Panamericano sobre o mercado brasileiro de capitais, as evidências mostram de que o impacto deste caso sobre a reputação da Deloitte, firma que prestava serviços de auditoria ao banco, tivesse afetado os retornos das ações dos demais clientes da firma. Os resultados do estudo de evento e dos testes de ruptura aplicados não deram suporte às hipóteses que as ações de companhias auditadas pela Deloitte tiveram retornos anormais negativos ou menores que os das demais companhias no período próximo à data do anúncio do caso, e tampouco de que tenha havido rompimentos nas tendências dos retornos das ações de companhias auditadas pela Deloitte em maior proporção do que os rompimentos ocorridos nas tendências dos retornos das ações de companhias auditadas por outras firmas. 
O fato é que o mercado de capitais brasileiro não seja eficiente em relação às informações sobre os auditores independentes. Assim, os danos à reputação dos auditores não seriam refletidos rapidamente nos preços das ações de seus clientes. Estudos a respeito do impacto do caso Panamericano diretamente sobre o mercado de auditoria, que avaliem alterações no valor dos honorários e no número de clientes da Deloitte após este evento, poderão vir a corroborar com esta pesquisa. 
Então, é possível que a reputação da firma já estivesse deteriorada antes deste caso, e um eventual “Custo Deloitte” já estivesse refletido nos preços das ações de seus clientes. Estudos que incluam tais casos em seus escopos e que avaliem os reflexos da contração da Deloitte sobre os preços das ações de seus clientes, poderiam sustentar esta conjectura ou, por outro lado, evidenciar que nenhum destes casos de fato abalou a reputação da firma. 
A possibilidade é a de que as firmas de auditoria não incorram em riscos de reputação no Brasil. A aparente indiferença do mercado de capitais brasileiro aos danos causados à reputação da Deloitte pelo caso do Banco Panamericano, sugerida pelos resultados das pesquisa, associada ao baixo risco de litígios

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