Buscar

FREUD 3 4- Totem e tabu

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

FREUD, Sigmund, 1856-1939. Totem e tabu: algumas concordâncias entre a vida psíquica dos homens primitivos e a dos neuróticos. Capítulo III-IV;
RESENHA	
Sabrina Vitória de Araújo Alves
Direito 2018.2 (M) – UFRN
	Animismo, magia e onipotência dos pensamentos é o terceiro ensaio de Freud que apresenta três grandes concepções de mundo: animista que atribui ao próprio indivíduo o poder, religiosa, onde esse poder é atribuído aos deuses, ainda com a influência do homem para que agissem conforme seus anseios e a científica. Assim criando as concepções em decorrência de suas necessidades diante do entendimento de seus desejos.
	A primeira concepção, a animista, revelava um mundo dirigido pela magia, que o homem primitivo imaginava ter o poder de controle dos espíritos dos homens, das coisas e dos animais. Em que os primeiros exteriorizavam suas reais vontades, com o objetivo de que os espíritos realizassem seus desejos. Freud mostra que essa mesma característica é visível na criança fazendo com que alucinem a realização de seus desejos.
	O autor contata uma associação entre a onipotência e o narcisismo, após observar que o homem primitivo enxerga o mundo, isto é, à sua imagem e semelhança, e chama como investimento libidinal em si próprio “como se tivesse enamorada de si mesma”, ou seja, o outro acha-se somente enquanto objeto de satisfação e não em sua singularidade.
	Freud faz diversas analogias entre os primeiros homens e os neuróticos. Os neuróticos assim como os primitivos também demonstram hesitar em aceitar a realidade, e atribui a seus próprios anseios. O outro grupo é de natureza da magia, já que em todos seus atos, predominam a onipotência das ideias para os processos psíquicos sobre a vida real. A mudança do animismo, para a religião e posteriormente para a ciência, se dá pela difusão da cultura.
	Agora, já tratando do quarto e último ensaio é voltado a referir-se ao totemismo em que esse sistema pode ser visto da perspectiva de observação tanto religiosa, quando há relações de respeito entre o primitivo e seu totem, como social, nas relações entre os membros de um clã comprometidos a ajudar-se e se protegem mutualmente.
	No que diz respeito à forma religiosa, vemos o tabu ligado ao totem, em que era imposto proibições advindas de seus descendentes a fim de proteger o objeto sagrado. Não se podia matar, comer ou caçar o animal, em algumas tribos, sequer, olhar para ele ou tocar e até mesmo chamar pelo verdadeiro nome, cuja sansão era desde uma grave doença até mesmo a morte. Já no aspecto social, essas restrições se relacionam com o horror, medo ao incesto em relações endogamicas.
	Após uma longa pesquisa sobre teorias que o autor apresenta (nominalistas, sociológicas e psicológicas), conclui-se que existem dois pontos de vistas opostos. Um que procura manter a pressuposição original de que a exogamia constitui parte inerente do sistema totêmico e outro que nega existir tal vinculação.
	Freud afirma que a exogamia, o núcleo do sistema totêmico, se funda no medo do incesto, e dessa afirmação, ele refere-se às atitudes das crianças para com os animais, e mostra pontos que se ligam aos primitivos. De acordo com a zoofobia, primeira neurose apresentada ainda na infância, exemplifica com um de seus pacientes infantis, Hans. O qual analisa o mesmo e formula a hipótese de que os casos que apresentam uma zoofobia infantil, liga-se diretamente ao complexo de Édipo, em que o pai irá apresentar-se como um rival na partilha do interesse da mãe.
	Diante da ambivalência que Hans sente, ele não pode expressar seu ódio do pai, já que ele também sente um amor e admiração, e transfere essa inquietude para as galinhas. Assim sendo a primeira consequência do totemismo, a substituição do pai para um animal totêmico.
	Freud acompanha três autores: Darwin, Atkison e Robertson Smith para formular uma teoria do assassinato originário, através da teoria da horda primitiva, diante da então apresentada festa totêmica, em que um animal era sacrificado e depois choravam sua morte, para ser posteriormente comido inteiro pelos membros da tribo. Os laços que unem os membros e os que os unem à divindade em questão chama sua atenção.
	Através de um mito, é narrado os fatos que ocorreram para a formulação de um acordo entre a horda de que eram proibidos o incesto e o homicídio. Narrava que uma determinada horda era dominada por um pai que tinha todas as mulheres e impossibilitava o acesso dos outros homens a elas, como um monopólio, frustrando assim os seus filhos, que possuíam desejos pelas suas mães e irmãs.
	É montado então conluio desses filhos insatisfeitos para matar o pai, que de forma ambivalente, tanto o odiavam como o amava e admirava. Então, coletivamente, mataram o pai, e para marcar a existência desse novo grupo, celebraram uma festa totêmica na qual devoraram o corpo do pai e se reconheceram como irmãos de sangue.
	Porém, os filhos perceberam que todos tinham o objetivo de ocupar exclusivamente o lugar do pai, o que geraria um enorme conflito, podendo extingui-los, assim decidiram renunciar o monopólio da violência, quanto as relações sexuais incestuosas, buscando em outras hordas mulheres para se relacionarem, assim criando uma espécie de lei, que é a exogamia. Ou seja, o parricídio não teve os objetivos almejados e o lugar do pai é reposto simbolicamente. 
O pai morto tornou-se mais forte e poderoso que o pai vivo, e o que antes era proibido pela força do pai, passou agora a ser interditado pelos filhos, devido a um sentimento de culpa causado pela ambivalência antes apresentada. Assim, os dois tabus fundamentais do totemismo: matar o totem e casar com a mulher do mesmo totem, relacionam-se ao complexo de Édipo.
	O autor conclui que existe um liame entre a 	“moralidade humana” e o inicio da mesma com esses dois tabus fundamentais. Proibindo o incesto faz com que não desvinculem a união que foi adquirida entre eles e ao proteger o animal totêmico, tentam assim reconciliar-se com o pai, devido o sentimento de culpa.

Continue navegando