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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA – 05 Caros futuros Analistas, mais carinhosamente chamados de AJAJ!! Esta é a penúltima aula de nossa caminhada que, infelizmente, está próxima do seu final!! Nela trataremos de dois assuntos bastante específicos e técnicos e que, por isso, são para muitos candidatos um tanto quanto chatinhos de se estudar. São eles: � OS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (Lei nº 8.137/98) � OS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS (Lei Nº 10.028/90) Tenho certeza que a essa altura do campeonato você já deve ter lido e relido inúmeras vezes tais dispositivos legais. Nosso intuito aqui será clarificar alguns pontos, desmistificá-los em termos de concursos, e direcioná-lo objetivamente para resolver e acertar questões de sua prova sobre tais temas. Fiz uma grande pesquisa em busca do maior número de questões de provas sobre os temas, mas confesso que não foi muito fácil encontrá-las. De qualquer forma, acredito ter trazido a quase totalidade dessas questões, a maioria delas do CESPE. Vamos direto ao assunto, pois É RETA FINAL e agora, mais do que nunca, é hora de arregaçar as mangas e rumar a mais um passo para a tão esperada aprovação no STJ!! CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 2 I – A LEI 8.137/90 E OS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA Caro aluno, estudaremos agora uma importante e não menos polêmica e controversa lei de nosso ordenamento jurídico: a Lei 8.137/90 que dispõe sobre os crimes contra a ordem tributária. O estudo dessa lei será um pouco diferente. Essa norma, com o passar dos anos, sofreu uma série de desdobramentos doutrinários e jurisprudenciais ligados ao ramo do Direito Tributário. As questões de provas de concursos nas áreas das carreiras policiais não têm tido o intuito de provar sua expertise, caro aluno, no citado ramo do Direito. Afinal de contas, você será um agente de segurança pública e não um Auditor Fiscal!! Tais questões têm cobrado do candidato um conhecimento objetivo e simples dos crimes ali previstos focando, em sua ESMAGADORA MAIORIA, nos crimes de sonegação fiscal cometidos por particulares contra a ordem tributária. Assim, esse será também nosso objetivo!! Focar nossos ensinamentos, de uma forma bem simples, mas bastante objetiva, naquilo que de fato lhe será cobrado em sua prova. Não adentraremos nas discussões doutrinárias, jurisprudenciais e nem em processo penal tributário, pois, você constatará, ao resolver as questões, que o aprendido aqui será bastante suficiente para você não errar nenhuma questão sobre o assunto. Vamos ao que interessa!! 1.1. CONCEITO DE TRIBUTO Para falar sobre crimes contra a ordem TRIBUTÁRIA é preciso que revisemos o conceito basilar de TRIBUTO trazido pelo nosso Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66). Professor, quer dizer que precisarei estudar também essa Lei? De jeito nenhum!! Muita calma nessa hora!! Eu disse apenas que dessa Lei, que é o nosso Código Tributário Nacional (CTN), vou apenas pinçar uns conceitos básicos que lhe ajudarão no entendimento do nosso estudo da Lei 8.137/90. Se você já estudou o CTN algum dia, não verá nada de novo, mas, se não, será de muita importância para a consolidação do aprendizado. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 3 � Tributo Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Veja que para ser um tributo, a cobrança pecuniária, ou seja, em dinheiro, tem que obedecer a três condições: � Instituída em lei; � Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada e; � Não constitua sanção (pena) por ato ilícito. E quais são as espécies de tributos? � Os tributos são IMPOSTOS, TAXAS e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA. � Imposto Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação INDEPENDENTE de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Compete à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes e compete ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios. � Taxa As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, TÊM COMO FATO GERADOR O EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA, ou a UTILIZAÇÃO, CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 4 EFETIVA OU POTENCIAL, DE SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. � Imposto A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para FAZER FACE AO CUSTO DE OBRAS PÚBLICAS DE QUE DECORRA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Bom, os conceitos acima foram todos extraídos do CTN, mas é importante ressaltar que os tipos de tributos não param por aí, pois a Constituição Federal de 1988 traz mais uns tipos de tributos os quais não será ode tanta relevância para o nosso. 1.1. FATO GERADOR E SUJEITO PASSIVO DO TRIBUTO Caro aluno, perceba que foram sublinhadas dos conceitos acima duas palavrinhas: FATO GERADOR e CONTRIBUINTE. Essas palavras também permearão nossos estudos e, por isso, é importante trazer seus conceitos, definidos pelo Código Tributário Nacional. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O fato gerador é uma expressão jurídico-contábil que representa um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Em obediência aos princípios contábeis da oportunidade e da competência, as despesas e receitas devem ser reconhecidas no momento da ocorrência do fato gerador, independentemente de pagamento. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O sujeito passivo direto é o contribuinte, ou seja, aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador tributário - fato típico prescrito na lei. Se o sujeito passivo direto não cumpre com a obrigação tributária, então ele (o contribuinte) É O PRÓPRIO A SER RESPONSABILIZADO PELO INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 5 O sujeito passivo indireto é o responsável pelo pagamento do tributo, ou seja, aquele que não se reveste necessariamente na condição de contribuinte, tendo relação indireta com o fato tributável. Pois bem, estudados todos esses conceitos, vamos ao que interessa!! O que pra você importará daqui pra frente é justamente saber a quais penas incorrerá quem frauda, sonega, extravia, deixa de recolher, enfim, quem comete crimes contra a ordem tributária. Porém, antes de adentrarmos nos crimes propriamente ditos, mais umas considerações precisam ser feitas. E essassão IMPORTANTÍSSIMAS!! 1.2. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES � Sujeito Ativo dos Crimes contra a Ordem Tributária Para o estudo do sujeito ATIVO dos crimes previstos na Lei 8.137/90, as informações abaixo são as que você precisa para a sua prova: IMPORTANTE � Quem, DE QUALQUER MODO, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade. O foco de nosso estudo serão os dois principais grupos de crimes tipificados na Lei em estudo: Crimes praticados por PARTICULARES (arts. 1º e 2º) Crimes praticados por FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS (art. 3º) CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 6 Nos crimes praticados por PARTICULARES o sujeito ativo é o contribuinte. Todavia, também poderão praticar os crimes supracitados o contador, o advogado, entre outros. Nos crimes praticados por FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, o sujeito ativo do artigo 3º é o funcionário público (crime próprio e funcional típico). O sujeito passivo desses crimes será sempre o Erário. � A Delação Premiada IMPORTANTE � Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe que através de CONFISSÃO ESPONTÂNEA revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de UM A DOIS TERÇOS. Perceba que não é exigível o desmantelamento da quadrilha, contentando-se a Lei com as informações detalhadas acerca do cometimento da infração, tais como o tempo do crime, seus agentes, o modo de execução, a vantagem obtida com o ilícito etc. Outrossim, a confissão deve ser espontânea. Revisando: os requisitos do instituto da delação são os seguintes: � crimes previstos na Lei; � praticados em concurso ou quadrilha; � delação à autoridade policial ou judicial, sendo revelada toda a trama delituosa; e � delação espontânea. Veja como foi cobrado: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 7 01. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/PB – 2008] Nos crimes contra a ordem tributária, a delação premiada não é prevista como causa de redução da pena. Questão 01: A nossa primeira questão de hoje já nos traz uma informação equivocada!! Você acabou de ver que a delação premiada, ou seja, a possibilidade de ter a pena diminuída através de confissão espontânea, é perfeitamente prevista para aqueles que cometem crimes contra a ordem tributária e revelam à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa. A redução da pena vai de 01 a 02 terços!! Não esqueça!! Gabarito: ERRADO � A Ação Penal A Lei 8.137/90 estabelece que os crimes nela previstos são de ação penal pública e a eles será aplicado o disposto no art. 100 do Código Penal. Para relembrar-lhe, o art. 100 caput e § 1º, assim dispõem: Código Penal Art. 100 - A AÇÃO PENAL É PÚBLICA, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º - A ação pública é PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, dependendo, quando a lei o exige, DE REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO OU DE REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA. IMPORTANTE � Não se esqueça: Para os crimes cometidos por particulares e por funcionários públicos, a ação penal é pública INCONDICIONADA. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 8 Ainda assim, a Lei prevê que qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes nela descritos, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. Bom, agora é a hora de estudarmos os crimes tipificados na norma em estudo! Você deve estar me perguntando: professor, devo estudar todos os crimes previstos nesta Lei para a minha prova do Senado? Boa pergunta!! Veja: a Lei 8.137/90 não trata somente dos crimes contra a ordem tributária!! Ela também tipifica outros tipos de crimes: CRIMES CONTRA ORDEM ECONÔMICA E CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO. O Edital de seu concurso, no conteúdo programático cobrado na parte de Conhecimentos Específicos, assim dispõe: “Crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90).” Ora, então você há de concordar comigo que sua prova cobrará, da Lei 8.137/90, apenas os crimes contra a ordem tributária, tipificados nos art. 1º, 2º e 3º, não é verdade? Pois bem, esses crimes serão o nosso foco!! Para o estudo deles não há mágica, nem segredo. O negócio é entendê- los e buscar memorizá-los ao máximo. Vamos a eles!! 1.3. CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Os crimes aqui tratados são chamados de CRIMES PRÓPRIOS, pois são aqueles que podem ser praticados apenas por determinada categoria de pessoas, onde a lei exige uma qualidade ou condição especial do autor. No nosso caso, por FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. Você bem sabe que o nosso Código Penal tipifica em seu Título XI, Capítulo I, uma série de crimes também próprios de funcionários públicos. Além desses, a Lei 8.137/90 determina que constitui crime funcional contra a ordem tributária: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 9 � extraviar LIVRO OFICIAL, PROCESSO FISCAL ou QUALQUER DOCUMENTO, de que tenha a guarda em razão da função; � sonegá-lo ou; � inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento INDEVIDO ou INEXATO de tributo ou contribuição social; Pena - reclusão, de 03 a 08 anos + multa. Perceba que o crime será consumado se qualquer uma das três condutas for praticada (extraviar, sonegar ou inutilizar) e o resultado da conduta provocar pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social. Sobre o verbo “sonegar” vamos falar sobre ele daqui a pouco das condutas relativas à sonegação fiscal. Saiba, já de antemão que SONEGAR é o ato realizado visando suprir ou reduzir tributo, mediante omissão, fraude, falsificação, alteração, adulteração ou ocultação. � exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, AINDA QUE FORA DA FUNÇÃO OU ANTES DE INICIAR SEU EXERCÍCIO, mas em razão dela, VANTAGEM INDEVIDA ou; � aceitar promessa de tal vantagem para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 03 a 08 anos + multa. Aqui temos o caso de um Fiscal de Tributos, por exemplo, que ao fiscalizar uma empresa e constatar irregularidades junto ao fiscal, solicita, exige ou recebe propina (vantagem indevida) para não autuá-la e multá-la. Ou de repente ele aceita a propina não para deixar de multar e, sim, para multar em valores bem menores do que deveria. Para que o crime esteja consumado não se faz necessário provar que ele recebeu a vantagem indevida, pois basta que seja também provada a aceitação por parte do Fiscal de PROMESSA de recebimento de tal vantagem. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 10 Perceba também que as condutas acima descritas, para que se configure o crime, não precisam ser praticadas de forma direta e nem precisam necessariamente beneficiar o funcionário público. Se outra(s) pessoa(s) for beneficada(s), o crime também estará consumado!! � patrocinar, direta ou indiretamente, INTERESSE PRIVADO perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 01a 04 anos + multa. Esse é o caso em que um servidor público aproveita-se de sua condição para financiar ou beneficiar, de forma direta ou indireta, interesses de pessoas ou empresas frente à administração do Fisco. Para revisar, dois lembretes: � Todos os crimes praticados por funcionários públicos, PREVISTOS NA LEI 8.137/90 preveem pena de RECLUSÃO e de MULTA. � O único crime que NÃO TEM pena privativa de liberdade de 03 a 08 anos é o crime de patrocínio de interesse privado (01 a 04 anos) Veja como o assunto foi cobrado: 02. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – PC/PA - 2006] Um fiscal de renda que extravie um processo fiscal cuja guarda seja de sua responsabilidade em razão da função que ocupe não pratica qualquer ilícito penal por ausência de tipicidade. 03. [IAUPE – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS – PREF. OLINDA/PE – 2011] Um Auditor Fiscal Municipal exigiu para si, ainda que indiretamente, fora da função, mas, em razão dela, vantagem indevida. Nesse caso, ele estará sujeito, de acordo com a Lei nº 8.137/90 – Crimes contra a Ordem Tributária, a reclusão de 3 a 8 anos, que poderá ser convertida em multa. 04. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, pode ser apenado cumulativamente com multa. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 11 05. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, é crime de menor potencial ofensivo. 06. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, não admite a tentativa. 07. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente, admite a suspensão do processo. 08. [FGV – INSPETOR DE POLICIA – PC/TJ – 2008] Não será instaurado inquérito para apuração da conduta do funcionário que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo- se da qualidade de funcionário público. Questão 02: Fácil, não!! De acordo com o que estudamos, a conduta do fiscal de rendas é sim exatamente um tipo penal previsto na Lei 8.137/90. Extraviar um processo fiscal cuja guarda seja de sua responsabilidade em razão da função é crime tipificado cujas penas são a reclusão de 03 a 08 anos e o pagamento de multa. Gabarito: ERRADO Questão 03: A assertiva até que acerta ao afirmar que o crime nela descrito prevê pena de reclusão de 03 a 08 anos. Entretanto, erra ao asseverar que tal pena poderá ser convertida em multa. De forma alguma!! A pena de multa é mais uma a que estará submetido quem comete o delito em questão. Gabarito: ERRADO Questão 04: Com certeza!! Não esqueça: TODOS os crimes contra a ordem tributária previstos na Lei 8.137/90 preveem pena restritiva de liberdade E multa!! Gabarito: CERTO Questão 05: O crime descrito na assertiva é crime contra a ordem tributária cometido por funcionário público, cuja pena restritiva de liberdade prevista é a de RECLUSÃO de 01 a 04 anos. Para ser de menor potencial ofensivo, a pena máxima para esse crime deveria ser de 02 anos. Com ela é de 04 anos, trata- se de crime de MAIOR potencial ofensivo. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 12 Gabarito: ERRADO Questão 06: Esse também é um crime formal e a forma tentada é perfeitamente prevista. Gabarito: ERRADO Questão 07: Prevista no art. 89 da lei 9.099/95, a Suspensão Condicional do Processo (SCP) é uma forma de solução alternativa para problemas penais, que busca evitar o início do processo em crimes cuja pena mínima não ultrapasse 1 ano (pena ≤ 1ano), quando o acusado não for reincidente em crime doloso e não esteja sendo processado por outro crime. O crime descrito no item tem pena mínima de 03 ANOS e, por isso, não admite suspensão do processo. Gabarito: ERRADO Questão 08: Agora te pergunto: E por que não?? Com base em que o item faz essa afirmação?? O crime cometido por funcionário público de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público é um crime que prevê pena restritiva de liberdade com duração máxima de 04 anos. É, por isso, um crime de MAIOR potencial ofensivo e, portanto, requer a existência de inquérito policial. Gabarito: ERRADO 1.4. CRIMES COMETIDOS POR PARTICULARES (SONEGAÇÃO FISCAL) Para facilitar seu estudo, dividi os crimes de sonegação fiscal (cometido por particulares), previstos na Lei 8.137/90, em dois grandes grupos. Antes de listarmos os crimes de cada grupo, precisamos revisar os conceitos de crime MATERIAL e FORMAL. O crime material é aquele que exige necessariamente um resultado. Este conceito opõe-se ao conceito de crime formal. Crime material é aquele cuja descrição legal se refere ao RESULTADO e exige que o MESMO SE PRODUZA para a consumação do delito. Assim, o crime material é indispensável para a consumação a ocorrência do resultado previsto em lei como ofensivo a um bem penalmente protegido. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 13 O crime formal no Direito Penal Brasileiro ocorre quando a intenção do agente é presumida de seu próprio ato, que se considera consumado INDEPENDENTEMENTE do resultado, como por exemplo, a falsidade de moeda, ainda que o objeto do delito (a moeda falsa) não venha a circular. É aquele crime que não exige para a sua consumação, o resultado pretendido pelo agente ou autor. Guarde essas informações e vamos à análise dos dois grupos: � Grupo I – Crimes MATERIAIS cometidos por particulares A Lei 8.137/90 estabelece que constitui crime contra a ordem tributária SUPRIMIR ou REDUZIR tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: � omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; Esse é, infelizmente, um dos crimes mais cometidos por muitos proprietários de empresas, negócios, imóveis e outros em nosso país quando se trata de prestação de contas com fisco quando muitos omitem ou prestam informações irregulares em suas prestações de contas com a Fazenda. � fraudar a fiscalização tributária, � inserindo elementos inexatos, ou � omitindo operação de qualquer natureza em DOCUMENTO ou LIVRO exigido pela lei fiscal; É muito comum haver fiscalizações em empresas, estabelecimentos, indústrias, escritórios, enfim... Nestas fiscalizações, os Auditores pedem que os responsáveis prestem contas mostrando ou disponibilizando documentos ou livros exigidos pelas leis tributárias. Comete o crime tipificado, portanto, quem frauda a fiscalização inserindo informações sem exatidão ou omitindo algum tipo de operações nesses documentos ou livros. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 14 � falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ouqualquer outro documento relativo à operação tributável; Parecido com o tipo penal anterior só que a nível mais de operações mais corriqueiras e cotidianas de emissão dos documentos acima citados. � elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; Perceba aqui que quem comete o crime não é apenas aquele que utiliza um documento, sabendo tratar-se um documento falso. Comete também o crime que o elabora, distribui, fornece ou o emite. � negar ou deixar de fornecer, QUANDO OBRIGATÓRIO, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Qualquer comerciante ou prestador de serviço que negue ou deixe de fornecer nota fiscal de venda ou de serviço, quando o obrigatório (é claro), incorre no crime acima tipificado. E não adianta fornecer por fornecer se esse documento estiver em desacordo com a legislação. Se assim o fizer, também incorrerá no mesmo tipo penal!! Normalmente, quem incorre nessas condutas ainda tem a chance de se tratar e corrigir o erro mediante prazo estipulado pela autoridade competente. A Lei 8.137/90 estabelece o prazo de 10 dias para que o fato seja regularizado. Se nada acontecer, o crime estará de fato consumado!! Cabe ainda ressaltar que esse prazo poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 15 IMPORTANTE – NÃO ESQUEÇA!! � Todos os crimes acima citados são CRIMES MATERIAIS e prevêem a mesma pena: Reclusão de 02 a 05 anos + multa. � São circunstâncias que podem agravar de 1/3 até a metade a pena prevista acima se esses crimes: � ocasionarem grave dano à coletividade; � forem cometidos por servidor público no exercício de suas funções; � forem praticados em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. Analisaremos agora questões sobre esse tópico. Você terá a feliz constatação de que, com os conhecimentos adquiridos, as resolverá de forma rápida e simples!! 09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Após regularmente intimados pela autoridade administrativa para apresentarem a documentação fiscal da empresa, os sócios não atenderam à notificação no prazo de 15 dias. Em razão disso, os agentes da fiscalização requisitaram auxílio policial, adentrando o estabelecimento comercial, onde, imediatamente, passaram a apreender notas fiscais e documentos de controle paralelo. Com tal documentação, e em virtude da fraude descoberta, o lançamento tributário veio a ser realizado. O descumprimento da notificação nos termos apresentados caracteriza, em tese, crime contra a ordem tributária. 10. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] Não é possível que particular responda pelos delitos previstos no Capítulo I, Seção II – Dos crimes contra a Administração Pública previstos na Lei n. 8.137/1990. 11. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] A fiscalização tributária apreendeu em estabelecimento farmacêutico controle paralelo de vendas de três anos anteriores à fiscalização, sem emissão de notas fiscais, de cápsulas para emagrecimento compostas de substância capaz de causar dependência psíquica e acionou imediatamente a polícia, que efetuou a prisão em flagrante do sócio-gerente por tráfego de entorpecente, já que tal substância estava estocada em prateleira, vindo a ser proferida CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 16 sentença condenatória com trânsito em julgado. O proprietário do estabelecimento cometeu, em tese, crime contra a ordem tributária. 12. [CESPE – AGENTE DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Júlio suprimiu tributo, elaborando documento que sabia ser falso. Nessa situação, caso Júlio seja servidor público e tenha praticado o fato no exercício de suas funções, sua pena será agravada de um terço até a metade. 13. [FGV – INSPETOR DE POLICIA – PC/TJ – 2008] O Supremo Tribunal Federal decidiu que os crimes previstos no art. 1º da Lei 8.137/90 são crimes materiais. Isso significa que é preciso aguardar o término do procedimento administrativo-fiscal em que seja constatada a efetiva redução ou supressão do tributo para ajuizar a ação penal por crime de sonegação fiscal. Questão 09: A obrigação de uma empresa é apresentar documentação fiscal quando lhe for devidamente solicitada pela fiscalização. No caso em tela, a empresa não apresentou o documento fiscal quando exigida para tanto. Se não apresentou, comete sim crime contra ordem tributária!! Perceba ainda que ela teve o prazo para cumprir tal obrigação e mesmo assim não a fez. Gabarito: CERTO Questão 10: A Lei 8.137/90 traz em seu Capítulo I, os crimes contra a ordem tributária e assim os divide: Seção I – Dos Crimes Praticados por Particulares Seção II – Dos Crimes Praticados por Funcionários Públicos Daí, temos que realmente não é possível que particular responda pelos delitos previstos na Seção II acima citada, pois são crimes cometidos por funcionários públicos. MAS CUIDADO!! A organizadora de forma maldosa troca o título dessa Seção com o intuito de confundir aquele candidato menos preparado (não é o seu caso!!). O título dessa seção, como acabamos de constatar, é: “Dos crimes praticados por funcionário públicos” e não “Dos crimes contra a Administração Pública”. Gabarito: ERRADO Questão 11: Outra questão bem tranquila!! Você nem precisaria terminar de ler todo o seu enunciado para acertá-la, pois a expressão “sem emissão de notas fiscais” já nos garante que a empresa cometeu o mesmo crime contra a ordem tributária comentado na questão anterior. Gabarito: CERTO Questão 12: Ao suprimir o tributo elaborando documento que sabia ser falso, Júlio já comete o crime de sonegação fiscal. E se o faz no exercício de suas CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 17 funções, sua pena será de fato agravada de um terço até a metade. Foi o que você acabou de estudar!! Gabarito: CERTO Questão 13: A assertiva se refere aos crimes contra a ordem tributária cometidos por particulares. Tais crimes são considerados materiais por exigirem que os mesmos se produzam para a consumação do delito. Como tais tipos penais exigem a consumação do delito para ser configurado, é preciso, de fato, aguardar o término do procedimento administrativo-fiscal em que seja constatada a efetiva redução ou supressão do tributo para ajuizar a ação penal por crime de sonegação fiscal. Gabarito: CERTO � Grupo II – Crimes FORMAIS cometidos por particulares Constitui crime da mesma natureza: � fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre RENDAS, BENS ou FATOS, ou � empregar outra fraude para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; Esse é o famoso caso daqueles que gostam de enganar o “Leão” ao prestar declarações falsas ou omitir informações sobre suas rendas, bens e fatos. Prática demasiadamente comum em nosso país. � deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; Muito simples!! É quando alguém tem o dever de pagar qualquer espécie de tributo aos cofres públicos e não o faz no prazo legal. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIALPARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 18 E por fim, temos as seguintes condutas: � exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; � deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; � utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. IMPORTANTE – NÃO ESQUEÇA!! � Todos os crimes acima citados são CRIMES FORMAIS e prevêem a mesma pena: Detenção de 06 MESES a 02 anos + multa. � São circunstâncias que podem agravar de 1/3 até a metade a pena prevista acima se esses crimes: � ocasionarem grave dano à coletividade; � forem cometidos por servidor público no exercício de suas funções; � forem praticados em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. � Tanto nos crimes cometidos por funcionários públicos quanto nos cometidos por particulares, a pena de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Uma bateria de questões para finalizarmos o assunto: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 19 14. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – PC/ES – 2006] Um contribuinte, visando à supressão de um tributo, omitiu informação à autoridade fazendária, conseguindo, com sua conduta omissiva, a redução do tributo, e não, a supressão, que era o que pretendia. Nessa situação, a conduta do contribuinte não configura crime contra a ordem tributária e, sim, mera infração de cunho administrativo. [FGV – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS – PREF. ANGRA DOS REIS/RJ - 2010] Cássio Túlio e Virgilio Arantes foram denunciados com base no artigo 1º da Lei 8137/90, havendo indícios de fraude (omissão de operação econômica) no cometimento da conduta delituosa praticada. Entretanto, foi constatado que não houve a constituição definitiva do crédito tributário pela Fazenda, no processo administrativo fiscal. Dessa forma, julgue os itens a seguir: 15. Inexiste condição objetiva de punibilidade. 16. Inexiste crime, à vista da falta de requisito formal. 17. Devem ser apurados o ilícito e o crédito fazendário. 18. Deve haver a suspensão condicional do processo penal. 19. Deve ser reconhecida a continuidade delitiva. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] No que concerne aos crimes contra a ordem tributária, julgue os seguintes itens, com base no entendimento do STF. 20. Dispõe o art. 1.º da Lei n.º 8.137/1990 que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante determinadas condutas ali descriminadas. Em tais casos, se o crédito não houver sido lançado definitivamente, o crime não se tipifica, pois o delito é material. 21. O delito de falsificação de contrato social é absorvido por crime contra a ordem tributária, desde que tenha servido de meio para a sua prática. Questão 14: Bom, com base no que revisamos, não há dúvidas que na situação hipotética apresentada na questão, o contribuinte, ao omitir a informação à autoridade fazendária cometeu sim crime contra a ordem tributária!! A questão erra ao dizer que não!! Gabarito: ERRADO Questão 15: Essa questão, apesar de parecer um pouco mais complicada, é também de simples resolução. Basta que você se lembre de que esse crime cometido por Cássio Túlio e Virgílio Arantes é um crime MATERIAL e, portanto, CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 20 é necessário que o delito seja consumado para que eles possam por ele responder. Ora, se foi constatado que não houve a constituição definitiva do crédito tributário pela Fazenda, não existe mesmo condição objetiva de punibilidade. Gabarito: CERTO Questão 16: De fato inexiste crime, mas não por falta de requisito formal e, sim, de requisito MATERIAL. Gabarito: ERRADO Questão 17: Se não há requisito material, não há o que se apurar e, se não houve a constituição do crédito tributário, esse também não precisa ser apurado. Gabarito: ERRADO Questão 18: Nem sequer há processo, pois o requisito material não existiu para que o crime fosse consumado. Gabarito: ERRADO Questão 19: Não houve continuidade do delito no caso. Gabarito: ERRADO Questão 20: Agora ficou uma molezinha, não é verdade!! Vou repetir para que você não esqueça: os crimes contra a ordem tributária cometidos por particulares (art. 1º da lei 8.137/90) são considerados materiais por exigirem que os mesmos se produzam para a consumação do delito. Já batemos demais nessa tecla!! Assim, se o crédito não houver sido lançado definitivamente, está correto afirmar que nesse caso o crime não se tipifica. Gabarito: CERTO Questão 21: De jeito nenhum!! Mesmo que tenha servido de meio para a prática de crime contra a ordem tributária, temos nessa situação o concurso material de dois crimes onde um deles é exatamente o tipificado no art. 298 do Código Penal abaixo transcrito. “Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.” Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 21 Pronto!! Encerramos o estudo dos crimes contra a ordem tributária, previstos pela Lei nº 8.137/90. Será exatamente daí que a FGV elaborará uma ou, no máximo, duas questões sobre o tema em sua prova para Policial do Senado. Sugiro que você leia e releia quantas vezes achar necessário os ensinamentos dos tópicos acima, pois, assim, tenho certeza que você terá mais uma questão ganha de sua prova!! Antes de terminar nossa aula, para não dizer que não falei de flores, quero lembrar-lhe de outras duas condutas regulamentadas pela Lei 8.137/90. 1.5. OUTROS CRIMES CORRELATOS PREVISTOS NA LEI 8.137/90 A Lei 8.137/90 modificou dois importantes tipos penais previstos no Código Penal Brasileiro e que têm correlação com os crimes contra a ordem tributária. Certamente você já deve ter estudado tais dispositivos, mas não nos custa repeti-los a fim de que você possa consolidar seu entendimento e, assim, fecharmos o assunto. Vou transcrevê-los tais quais estão na letra do CP. Peço sua atenção para as penas previstas para cada um dos crimes, ok? Duplicata simulada Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que NÃO CORRESPONDA à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Pena - detenção, de 02 a 04 anos + multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Art. 316 – (...) Excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social QUE SABE OU DEVERIA SABER INDEVIDO, ou, quando devido, EMPREGA NA COBRANÇA MEIO VEXATÓRIO OU GRAVOSO, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Pena - reclusão, de 03 a 08 anos + multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 22 II – A LEI 10.028/00 E OS CRIMES CONTRAAS FINANÇAS PÚBLICAS Caro aluno. Estudaremos a partir de agora a Lei que trata dos crimes contra as finanças públicas. Para estudar a Lei 10.028/00 é preciso que analisemos em paralelo alguns dispositivos importantes de outra norma: a Lei complementar nº 101/00, a nossa famosa lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A Lei de Responsabilidade Fiscal tem como princípio ou objetivo fundamental promover o equilíbrio das contas públicas. Este objetivo é sustentado por diversos pilares (os quais servem de suporte em relação ao objetivo): � Planejamento � Transparência � Controle e; � Responsabilização. Para o nosso estudo, focaremos a atenção sobre este último pilar, a RESPONSABILIZAÇÃO. A LRF só estabeleceu as chamadas "Sanções Institucionais", ou seja, aquelas sanções que afetam o ente federado ou o órgão/entidade da administração pública, considerado como um todo, sem implicar em responsabilização de agente público. Dentre estas "sanções institucionais" podemos citar como exemplo a vedação ao recebimento de transferências voluntárias e a vedação à realização de operações de crédito. Entretanto, entendeu-se que, para resguardar a eficácia da LRF, devia-se elaborar uma Lei que importasse sanções aos agentes públicos responsáveis pela violação aos seus preceitos. Tal lei foi a Lei n° 10.028/2000, também chamada de Lei dos Crimes Fiscais. Essa Lei alterou todos os dispositivos do Capítulo IV do Título III do Código Penal Brasileiro (arts. 359-A a 359-H) dispondo, assim, sobre os chamados crimes contra as finanças públicas. Além disso, esta lei instituiu infrações de natureza administrativa, cuja responsabilidade pela apuração e sancionamento é do Tribunal de Contas competente para fiscalizar aquele órgão/entidade ou ente federado. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 23 E aí você me pergunta: professor, devo estudar, além dos crimes, as infrações administrativas previstas nesta norma? Bom, não é isso que o Edital de seu concurso pede!! O conteúdo programático de fato cobra a Lei 10.028/00. No entanto, é taxativo ao referir- se aos CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS. Esse então será o nosso foco!! Para facilitar o aprendizado, vou dividi-los em uma ordem mais lógica, diferente daquela que aparece na Lei. Para cada tipo penal, faremos também uma breve correlação com aspectos regulamentados pela Constituição Federal, pela LRF e pela Lei 4.320/64. Aqui não há fórmula mágica!! Você terá que conhecê-los, entendê-los e memorizá-los ao máximo. Vamos lá!! 2.1. A ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA Ao regulamentar sobre o orçamento público, a nossa Carta Magna estabelece que cabe ao Poder Executivo a iniciativa para propor Leis que estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. A LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo na Constituição Federal. Ela preceitua que a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. Para Aliomar Baleeiro, despesa pública é a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da administração pública após autorização legislativa para execução de uma finalidade afeta ao poder público. Segundo a Lei 4.320/64, a Lei Orçamentária Anual conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. Dessa forma, a desobediência a esse preceito poderá levar ao enquadramento no crime abaixo, previsto pela Lei 10.020/08: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 24 � Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 01 a 04 anos. O bem jurídico protegido é visível: as finanças públicas e à probidade administrativa. Aduz-se desta proteção guarnecida pelo Estado, o interesse em desestimular qualquer funcionário que no alto de sua posição ultrapasse os limites estabelecidos pela lei. O sujeito ativo é o funcionário público competente a ordenar despesa. São também signatários deste delito, os chefes do Poder executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Presidente da República, Governadores e Prefeitos, respectivamente); os dirigentes das respectivas casas legislativas (Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras dos Vereadores); o presidente do Tribunal de Contas de cada um desses entes públicos; os Presidentes dos tribunais e os chefes do Ministério Público da União e dos Estados, quando no exercício de funções administrativas, e os dirigentes dos fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes (delito especial próprio). O sujeito passivo é o Estado. Ainda quanto às despesas públicas, a Lei rege que a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: � estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes e; � declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda às exigências acima citadas, as disposições do inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição e ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo. Atenção: Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do Ministério Público, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas federais estaduais e municipais. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 25 A inobservância dessa determinação legal por um dos titulares acima citados é crime previsto na Lei 10.028/00: � Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: Pena – reclusão, de 01 a 04 anos. Quanto ao bem protegido e aos sujeitos ativo e passivo, aplica-se mesma lógica do crime anterior!! Veja como foi cobrado!! 22. [FCC – AUDITOR SUBSTITUTO – TCE/RO – 2010] Constitui crime contra as finanças públicas executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 360 (trezentos e sessenta) dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura. Questão 22: Já temos informações suficientes para responder a nossa questão!! É de 180 (CENTO E OITENTA DIAS) anteriores ao final do mandato ou da legislatura o prazo em que não se pode executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, sob pena se cometer crime contra as finanças públicas (art. 359-G do Código Penal). Gabarito: ERRADO 2.2. IRREGULARIDADES NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO Versa ainda que a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receitae à fixação da despesa, não se incluindo nesta proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da LRF. Segundo a LRF, a operação de crédito é o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 26 aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. A nossa Constituição veda expressamente a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. E mais: veda também a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. Pois bem, quem desobedece a essas regras praticará o seguinte crime previsto na Lei 10.028/00: � Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: Pena – reclusão, de 01 a 02 anos. IMPORTANTE � Incidirá na MESMA PENA quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: � com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; � quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. O bem jurídico protegido é a probidade administrativa, relativamente às operações realizadas no âmbito das finanças públicas da União, Estado, Distrito Federal e Municípios. Protege-se o princípio da legalidade administrativa, punindo-se criminalmente condutas praticadas sem a observância legal. O sujeito ativo somente poderá ser um agente público (funcionário público lato sensu). No entanto, somente poderá cometer esse tipo penal quem possui atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo. Se o funcionário que emitir o ato administrativo (ordem autorização ou ele próprio realizar a operação) não tiver atribuição CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 27 legal para tanto, referido ato será passível de anulação pelo próprio poder público. Essa falta de atribuição legal torna a conduta praticada atípica. Deve-se destacar que pode ser sujeito ativo tanto o agente público que emite o ato administrativo, isto é, que ordena ou autoriza a operação de crédito, como aquele funcionário (subordinado) que a realiza. O sujeito passivo será a União, Estado, Distrito Federal ou Municípios, relativamente ao erário público, isto é, a Receita pública, nas respectivas searas. Ainda sobre o assunto, a LRF estabelece que os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observadas algumas disposições nelas expressas e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal. A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte: � não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente; � a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida. Conforme dispõe a Lei 10.028/00, é crime: � Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei: Pena – detenção, de 03 meses a 01 ano. Aqui a tutela jurisdicional recai na finança pública, uma vez que a garantia assumida decorre do dinheiro ou propriedade do Estado. Podem ser sujeitos ativos desse tipo os chefes do Poder executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Presidente da República, Governadores e Prefeitos, respectivamente); os dirigentes das respectivas casas legislativas (Senado Federal, Câmara dos Deputados, CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 28 Assembléia Legislativas e Câmaras dos Vereadores); o presidente do Tribunal de Contas de cada um desses entes públicos; os presidentes dos tribunais e os chefes do Ministério Público da União e dos Estados, quando no exercício de funções administrativas, e os dirigentes dos fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes (delito especial próprio). E mais: o sujeito ativo deve possuir DOLO para a prática efetiva do crime. O sujeito passivo é o Estado. Vamos exercitar: 23. [FCC – AUDITOR SUBSTITUTO – TCE/RO – 2010] Constitui crime contra as finanças públicas ordenar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização judiciária. 24. [FCC – AUDITOR SUBSTITUTO – TCE/RO – 2010] Constitui crime contra as finanças públicas autorizar operação de crédito, interno ou externo, com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução da Câmara Federal. 25. [FCC – PROCURADOR DE CONTAS – TCM/BA – 2010] A prestação por administrador público de garantia em operação de crédito, sem contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, quando a lei o exigir, é fato típico, desde que demonstrada a negligência da autoridade que a prestou. 26. [CESPE – ANAL. JUDICIÁRIO – AREA: JUDICIÁRIA – TRE/MA – 2009] No delito de prestação de garantia graciosa, o sujeito passivo é apenas a União, uma vez que, no âmbito das demais unidades da Federação, inexiste possibilidade de prestar essa garantia. Questão 23: Essa está muito fácil!! De acordo com o que acabamos de estudar, não há dúvidas quanto à verdade de nossa questão, não é mesmo??! Gabarito: CERTO Questão 24: É importante que você saiba, caro aluno, que incidirá na MESMA PENA do crime estudado na questão anterior quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: � com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; � quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 29 Perceba então a pegadinha da banca ao insinuar que resolução da Câmara Federal (quando o certo é SENADO FEDERAL) será a responsável por estabelecer limite, condição ou montante para a realização das operações de crédito. Gabarito: ERRADO Questão 25: A nossa questão assevera que a prestação por administrador público de garantia em operação de crédito, sem contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, quando a lei o exigir, é fato típico. Até aí tudo bem, mas erra ao dizer que para sua consumação deve ser demonstrada a negligência da autoridade que a prestou, pois não se admite para esse crime a conduta culposa. Gabarito: ERRADO Questão 26: Dois erros na questão!! Primeiro: acabamos de ver que o sujeito passivo no delito de prestação da garantia graciosa é o Estado comotodo. Segundo: não é só no âmbito da União que existe possibilidade de prestar essa garantia. A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte: � não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente; � a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida. Gabarito: ERRADO 2.3. IRREGULARIDADES COM OS RESTOS A PAGAR A despesa pública no Brasil é realizada em consonância com o orçamento de determinado exercício. Uma vez que um dos princípios orçamentários é a anualidade, que determina a vigência do orçamento, para somente o exercício ao qual se CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 30 refere, não sendo permitida a sua transferência para o exercício seguinte, conclui-se que a despesa orçamentária é executada pelo regime de competência, conforme Art. 35, II da Lei nº 4.320/64, que indica pertencer ao exercício financeiro somente as despesas nele legalmente empenhadas. Contudo, a norma legal ainda determina em seu Art. 36: "Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.” Deste modo, a despesa orçamentária empenhada que não for paga até o dia 31 de dezembro, final do exercício financeiro, será considerada como Restos a Pagar, para fins de encerramento do correspondente exercício financeiro. Uma vez empenhada, a despesa pertence ao exercício financeiro em que o empenho ocorreu, onerando a dotação orçamentária daquele exercício. Logo, em razão dessa prescrição legal, a Lei 10.028/00 estabelece que constitui crime: � Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena – detenção, de 06 meses a 02 anos. Também comete crime contra as finanças públicas quem: � Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: Pena – detenção, de 06 meses a 02 anos. Nesses crimes, o bem jurídico protegido é a probidade administrativa e a estrita regularidade da Administração Pública, particularmente em relação às operações realizadas no âmbito das finanças públicas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Como se trata também de crime próprio, o sujeito ativo só poderá ser um agente público. No entanto somente poderá cometer esse tipo penal CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 31 quem possuir atribuição legal para praticar as condutas, incriminadas, quais sejam, ordenar ou autorizar inscrição em resto a pagar irregularmente, ou seja, sem estar devidamente empenhados ou exceder os limites legalmente autorizados. Somente pode ser sujeito ativo o titular de Poder ou órgão referido no artigo 20 da LRF. Se o funcionário que praticar qualquer das condutas incriminadas não tiver atribuição legal o comportamento será atípico. O sujeito passivo será a União, Estados, o Distrito Federal ou os municípios, segundo as respectivas searas lesadas. 27. [CESPE – PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS – TCE/CE – 2009] Considere que um agente público competente, nas vésperas do encerramento do exercício financeiro, adotou todas as medidas com o desígnio de ordenar a inscrição em restos a pagar de despesas que não estavam previamente empenhadas e que excediam, em muito, os limites estabelecidos na norma de regência, além da ausência de disponibilidade de caixa do ente público municipal. Nesse caso, há crime contra as finanças públicas. Questão 27: Isso mesmo!! A conduta acima citada é criminosa e está, como acabamos de ver, devidamente tipificada na Lei 10.028/00. Gabarito: CERTO 2.4. ASSUNÇÃO INTEMPESTIVA DE OBRIGAÇÕES No tocante ainda dos RESTOS A PAGAR, a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 42, veda ao titular do Ministério Público, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas federais estaduais e municipais, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Ora, o que acontece com quem desrespeita essa determinação legal? Simples!! Comete o seguinte crime previsto na Lei 10.020/98: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 32 � Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 01 a 04 anos. Nesses crimes o bem jurídico protegido, como gênero, é a administração pública. Especificamente, no entanto, protege-se o equilíbrio das contas públicas, especialmente em relação à sucessão dos mandatários titulares dos Poderes Públicos. Este dispositivo procura precaver a Administração Pública contra os excessos tradicionais de fim de mandato, que impedem as novas administrações de colocar em prática imediatamente seu plano de governo. O artigo anterior refere-se ao fim do exercício fiscal, independentemente de tratar-se de fim de mandato ou não. O sujeito ativo é a autoridade titular de mandato. Como todos os demais crimes aqui estudados, tratam-se de crimes próprios, mas estes são especialíssimos, na medida em que não basta ser funcionário público, mas deve ser titular de mandato, com poderes decisórios em nome da instituição ou Poder Público que representa. Assim, sujeitos ativos são o Presidente (da República, do Senado, da Câmara, da Assembleia, de Tribunais, da Câmara dos Vereadores), o Governador do Estado, os Procuradores Gerais da Justiça, da República, dos Estados, o Advogado Geral da União, etc. tratando-se de mandatos, sujeito ativo pode ser o eventual substituto legal. O sujeito passivo imediato, por sua vez, é a Administração Pública, que pode ser representada pela União, Estados, Município e Distrito Federal. Pode ser, ademais, outros órgãos ou instituições públicas tais como Poder Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Público, cujos representantes máximo são detentores de mandatos e gozam de poderes decisórios quanto a orçamento, despesas e finanças públicas e seus respectivos âmbitos. Nada impede que imediatamente, sejam atingidos terceiros, que também seriam sujeitos passivos. Veja como foi cobrado: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 33 28. [FCC – PROCURADOR – TCE/CE – 2011] Constitui crime contra as finanças públicas o ato de ordenar a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser paga no exercício financeiro, desde que a determinação ocorra nos dois últimos semestres do último ano do mandato ou legislatura. 29. [CESPE – ANAL. JUDICIÁRIO – AREA: JUDICIÁRIA – TRE/MA –2009] Constitui conduta típica autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, ainda que a despesa possa ser paga no mesmo exercício financeiro. 30. [FCC – AUDITOR SUBSTITUTO – TCE/RO – 2010] Constitui crime contra as finanças públicas autorizar a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser paga no exercício financeiro nos três últimos trimestres do último ano do mandato. Questão 28: Diante do exposto e de volta à questão, vou repetir: é nos dois últimos QUADRIMESTRES (e não nos dois últimos semestres) do último ano do mandato ou legislatura que é proibido ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro. Gabarito: ERRADO Questão 29: Caro aluno, muita atenção com a pegadinha da banca!! Se a despesa puder ser paga no mesmo exercício financeiro de sua autorização, mesmo que tenha sido autorizada nos dois últimos quadrimestres do último mandato do mandato ou legislatura, não há que se falar em crime contra as finanças públicas. Gabarito: ERRADO Questão 30: Mais uma questão que tenta “pegar” o candidato quanto aos prazos para assunção de obrigações por agentes públicos!! O tipo penal é: ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. Gabarito: ERRADO CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 34 2.5. OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO Sobre os títulos da dívida pública, a LRF regulamenta, em seu art. 61, que tais títulos, desde que devidamente escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério da Fazenda. A desobediência a essa regra, diz a Lei 10.028/00, leva ao cometimento do tipo penal abaixo: � Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia: Pena – reclusão, de 01 a 04 anos. O bem jurídico aqui tutelado é a defesa do patrimônio público, impedindo o aumento da dívida pública, para que aja um equilíbrio das contas públicas. Tratando-se de crime próprio somente pode ser imputado ao agente público responsável por ordenar, autorizar ou promover as condutas descritas no tipo. A qualidade do agente é imprescindível para a configuração do delito a competência do agente. Já o sujeito passivo é o ente da Federação a que pertencer o sujeito ativo, ou seja, a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios. O elemento subjetivo é o dolo, não se exigindo nenhuma finalidade específica para a caracterização do crime, basta apenas que o agente público tenha conhecimento da inexistência de lei de criação dos títulos ou a ausência de registro. Trata-se de crime formal, que se consuma com a ordenação, autorização ou promoção de oferta pública ou colocação no mercado financeiro de título de dívida pública irregular. Finalizamos, portanto, os tipos penais chamados de CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS inseridos no ano de 2000, pela Lei 10.028/00, no Título III (Capítulo IV) do nosso Código Penal. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 35 Essa norma traz outros dispositivos legais correlacionados com o assunto, mas entendo não fazerem parte do conteúdo exigido no Edital que é taxativo ao lhe cobrar apenas o conhecimento dos crimes aqui estudados. Se você tiver outras questões a respeito, favor enviá-las por e-mail que as comentarei. São elas!! 31. [CESPE – ANAL. JUDICIÁRIO – AREA: JUDICIÁRIA – TRE/MA – 2009] Ordenar a colocação, no mercado financeiro, de títulos da dívida pública, devidamente criados por lei, mas sem registro no sistema centralizado de liquidação e de custódia, não constitui crime, mas mera infração administrativa. Questão 31: Há aqui um equívoco ao atribuir a conduta do agente a uma infração administrativa. Trata-se de um crime contras as finanças públicas!! Nessa você não cai!! Gabarito: ERRADO IMPORTANTE - Para não esquecer!! � TODOS os crimes contra as finanças públicas são CRIMES PRÓPRIOS e de ação penal publica INCONDICIONADA; � Os SUJEITOS ATIVOS desses crimes serão sempre os agentes públicos, funcionários públicos e servidores públicos por equiparação; � O SUJEITO PASSIVO é o Estado em sentido amplo (lato sensu). Para fixar os lembretes, vamos recorrer ao CESPE: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 36 [CESPE – PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS – TCE/CE – 2009] Com respeito aos crimes de abuso de autoridade e contra as finanças públicas, julgue os itens a seguir. 32. Em relação a todos os tipos penais descritos no capítulo do CP que trata dos crimes contra as finanças públicas, os sujeitos ativos serão sempre os agentes públicos, funcionários públicos, servidores públicos por equiparação; portanto, são crimes próprios que possuem como sujeito passivo necessário o Estado, lato sensu, lesado na administração das finanças. 33. A persecução penal em juízo, para algumas das infrações penais descritas no capítulo do CP que trata dos crimes contra as finanças públicas, necessita da representação formal do ente público lesado, a ser exercitada no prazo decadencial, tendo como parâmetro a prescrição punitiva em abstrato para o respectivo tipo. 34. Os atos de improbidade administrativa, além de infrações administrativas que podem levar à perda do cargo público, correspondem, necessariamente, às infrações penais que tutelam as finanças do Estado. 35. Sedimentou-se na atual jurisprudência dos tribunais superiores o entendimento de que, para caracterizar a prática das condutas descritas no CP, no capítulo dos crimes contra as finanças públicas, faz-se mister o pronunciamento definitivo do tribunal de contas competente, nos mesmos moldes da exigência de lançamento definitivo do tributo devido para a caracterização de crimes contra a ordem tributária. Questão 32: Perfeito!! Essa é a melhor explicação para os sujeitos ativos e passivos dos crimes contra as finanças públicas tipificados na nossa Lei 10.028/00. Resume muito bem tudo o que estudamos na análise de cada um desses tipos penais!! Gabarito: CERTO Questão 33: Atenção!! Não se esqueça!! TODOS os crimes contra as finanças públicas são crimes de ação penal INCONDICIONADA e também, como você já sabe, crimes próprios por exigir qualidade especial do sujeito ativo (agente público). Logo, a questão erra ao afirmar que há para esses crimes a necessidade de representação formal do ente público lesado. Gabarito: ERRADO Questão 34: Aqui a questão pede um mix básico de conhecimentos sobre a Lei 10.028/00 e a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/90). A Lei 8.429/92 elenca um rol de condutas que, praticadas por agentes públicos, podem configurar atos de improbidade administrativa que: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 37 � importam em enriquecimento ilícito; � causam prejuízo ao erário ou; � atentam contra os princípios da administraçãopública. Tais atos, quando consumados, podem realmente levar à perda do cargo público, mas não há NECESSARIAMENTE, em nenhum dispositivo das normas acima citadas, correspondência desse efeito com as infrações penais que tutelam as finanças do Estado. Gabarito: ERRADO Questão 35: Questão com um enunciado muito bonitinho, porém ordinário. Não há nenhum entendimento na jurisprudência que obriga o pronunciamento definitivo do tribunal de contas competente para que esteja caracterizado qualquer um dos crimes contra as finanças públicas previstos na lei 10.028/00. Saiba disso!! Gabarito: ERRADO *** Caro aluno, mais um importante passo foi dado em nossa jornada!! Espero que nossas aulas possam de fato estar engrandecendo e colaborando para o aperfeiçoamento de seu aprendizado!! Conte comigo em nosso fórum e não deixe de acessar regularmente também o quadro de avisos do curso. Até a próxima aula e bons estudos!! CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 38 QUESTÕES DE SUA AULA 01. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/PB – 2008] Nos crimes contra a ordem tributária, a delação premiada não é prevista como causa de redução da pena. 02. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – PC/PA - 2006] Um fiscal de renda que extravie um processo fiscal cuja guarda seja de sua responsabilidade em razão da função que ocupe não pratica qualquer ilícito penal por ausência de tipicidade. 03. [IAUPE – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS – PREF. OLINDA/PE – 2011] Um Auditor Fiscal Municipal exigiu para si, ainda que indiretamente, fora da função, mas, em razão dela, vantagem indevida. Nesse caso, ele estará sujeito, de acordo com a Lei nº 8.137/90 – Crimes contra a Ordem Tributária, a reclusão de 3 a 8 anos, que poderá ser convertida em multa. 04. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, pode ser apenado cumulativamente com multa. 05. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, é crime de menor potencial ofensivo. 06. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, não admite a tentativa. 07. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] O crime de exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 39 ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente, admite a suspensão do processo. 08. [FGV – INSPETOR DE POLICIA – PC/TJ – 2008] Não será instaurado inquérito para apuração da conduta do funcionário que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo- se da qualidade de funcionário público. 09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Após regularmente intimados pela autoridade administrativa para apresentarem a documentação fiscal da empresa, os sócios não atenderam à notificação no prazo de 15 dias. Em razão disso, os agentes da fiscalização requisitaram auxílio policial, adentrando o estabelecimento comercial, onde, imediatamente, passaram a apreender notas fiscais e documentos de controle paralelo. Com tal documentação, e em virtude da fraude descoberta, o lançamento tributário veio a ser realizado. O descumprimento da notificação nos termos apresentados caracteriza, em tese, crime contra a ordem tributária. 10. [ESAF – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE – 2010] Não é possível que particular responda pelos delitos previstos no Capítulo I, Seção II – Dos crimes contra a Administração Pública previstos na Lei n. 8.137/1990. 11. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] A fiscalização tributária apreendeu em estabelecimento farmacêutico controle paralelo de vendas de três anos anteriores à fiscalização, sem emissão de notas fiscais, de cápsulas para emagrecimento compostas de substância capaz de causar dependência psíquica e acionou imediatamente a polícia, que efetuou a prisão em flagrante do sócio-gerente por tráfego de entorpecente, já que tal substância estava estocada em prateleira, vindo a ser proferida sentença condenatória com trânsito em julgado. O proprietário do estabelecimento cometeu, em tese, crime contra a ordem tributária. 12. [CESPE – AGENTE DE POLICIA FEDERAL – DPF – 2004] Júlio suprimiu tributo, elaborando documento que sabia ser falso. Nessa situação, caso Júlio seja servidor público e tenha praticado o fato no exercício de suas funções, sua pena será agravada de um terço até a metade. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 40 13. [FGV – INSPETOR DE POLICIA – PC/TJ – 2008] O Supremo Tribunal Federal decidiu que os crimes previstos no art. 1º da Lei 8.137/90 são crimes materiais. Isso significa que é preciso aguardar o término do procedimento administrativo-fiscal em que seja constatada a efetiva redução ou supressão do tributo para ajuizar a ação penal por crime de sonegação fiscal. 14. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – PC/ES – 2006] Um contribuinte, visando à supressão de um tributo, omitiu informação à autoridade fazendária, conseguindo, com sua conduta omissiva, a redução do tributo, e não, a supressão, que era o que pretendia. Nessa situação, a conduta do contribuinte não configura crime contra a ordem tributária e, sim, mera infração de cunho administrativo. [FGV – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS – PREF. ANGRA DOS REIS/RJ - 2010] Cássio Túlio e Virgilio Arantes foram denunciados com base no artigo 1º da Lei 8137/90, havendo indícios de fraude (omissão de operação econômica) no cometimento da conduta delituosa praticada. Entretanto, foi constatado que não houve a constituição definitiva do crédito tributário pela Fazenda, no processo administrativo fiscal. Dessa forma, julgue os itens a seguir: 15. Inexiste condição objetiva de punibilidade. 16. Inexiste crime, à vista da falta de requisito formal. 17. Devem ser apurados o ilícito e o crédito fazendário. 18. Deve haver a suspensão condicional do processo penal. 19. Deve ser reconhecida a continuidade delitiva. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] No que concerne aos crimes contra a ordem tributária, julgue os seguintes itens, com base no entendimento do STF. 20. Dispõe o art. 1.º da Lei n.º 8.137/1990 que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante determinadas condutas ali descriminadas. Em tais casos, se o crédito não houver sido lançado definitivamente, o crime não se tipifica, pois o delito é material. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL PARA AJAJ - STJ PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br 41 21. O delito de falsificação de contrato social é absorvido por crime contra a ordem tributária, desde que tenha servido de meio para a sua prática. 22. [FCC – AUDITOR SUBSTITUTO – TCE/RO – 2010] Constitui crime contra as finanças públicas executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal,
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