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Aula 50 Direito Administrativo Aula 05

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PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques 
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Olá pessoal, 
Estamos caminhando bem. Já chegamos quase na 
metade do caminho. É isso aí, vamos nos manter firmes e focados. 
Esta é a nossa quinta aula. Hoje veremos: 
AULA 05: 3.4 Licitação: princípios, 
obrigatoriedade, dispensa e exigibilidade, 
procedimentos e modalidades. 
Antes, porém, de analisar as questões, deixe-me fazer 
uma breve introdução. 
LICITAÇÃO 
A Constituição Federal impõe à Administração Pública a 
obrigatoriedade de quando for contratar empreender processo de 
licitação pública, ressalvado os casos autorizados por lei, conforme 
art. 37, inc. XXI, que assim dispõe: 
“Ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a 
todos os concorrentes, com cláusula que 
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o 
qual somente permitirá exigências de qualificação 
técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações”. 
Devemos lembrar que o art. 22, inciso XXVII, CF/88, 
prescreve que compete privativamente à União criar normas gerais 
sobre licitações e contratos, conforme o seguinte: 
XXVII - Compete privativamente a União legislar sobre 
normas gerais de licitação e contratações, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, 
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autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, 
XXI, e para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III. 
Observe, assim, que a competência legislativa para 
editar norma geral sobre licitações e contratos é da União, de 
modo que Estados, DF e municípios devem seguir os ditames 
estabelecidos em norma geral cabendo-lhes, no que lhes for 
específico, editar suas normas, complementando a norma geral. 
Pois bem, no sentido de regulamentar o art. 37, inc. 
XIX, CF/88, e tendo em vista o art. 22, inc. XXVII, a União editou a 
Lei nº 8.666/93 que institui normas para licitações e contratos da 
Administração Pública. 
Portanto, é a Lei nº 8.666/93 a norma geral sobre 
licitações e contratos a ser observada pela Administração 
Pública, direta e indireta, de qualquer esfera de poder, seja da 
União, dos Estados, do DF e dos Municípios. 
Mas o que é licitação? 
De acordo com Hely Lopes Meirelles, licitação é o 
procedimento administrativo mediante o qual a Administração 
Pública seleciona proposta mais vantajosa para o contrato de 
seu interesse. 
Para a profa. Di Pietro, licitação é definida como sendo 
o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício 
da função administrativa, abre a todos os interessados, que se 
sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a 
possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e 
aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato. 
 
Então, para contratar obras, compras, serviços ou 
alienações, convoca-se interessados a fim de que apresentem suas 
propostas e a Administração possa selecionar e obtenha a mais 
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vantajosa. 
Cumpre dizer, portanto, que a licitação não é um ato, é 
um procedimento em que se conjugam vários atos, com intuito de 
permitir o maior número de participantes (licitantes) e para a 
Administração obter a proposta mais vantajosa. 
Lembre-se: A licitação é um procedimento. 
No entanto, devemos ter cuidado com o expresso no 
parágrafo único do art. 4º da Lei nº 8.666/93. É que, o referido artigo 
dispõe que “o procedimento licitatório previsto nesta Lei 
caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em 
qualquer esfera da Administração Pública”. 
Trata-se do princípio do formalismo. E, em que pese 
essa caracterização legal, não se deve olvidar que a licitação é um 
procedimento formal. 
Mas qual a finalidade da licitação? Então, como se trata 
de um procedimento prévio à contratação, podemos dizer que 
licitação tem dupla finalidade na medida em que de um lado busca 
selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e de 
outro visa propiciar a igualdade de condições para que todos os 
interessados participem do certame. 
Contudo, com a edição da MP 495/2010, convertida na 
Lei nº 12.349/2010, que alterou o art. 3º da Lei nº 8.666/93, temos 
mais uma finalidade, qual seja: a promoção do desenvolvimento 
nacional. Observe o art. 3º na sua nova redação: 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância 
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da 
proposta mais vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e 
será processada e julgada em estrita conformidade com os 
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da 
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
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administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, 
do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
(Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
Dito isso, vamos às questões. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (BIBLIOTECÁRIO – FUB – CESPE/2011) A obrigatoriedade 
de licitação é princípio expresso na Constituição Federal de 
1988. 
Comentário: 
De fato, estabelece a Constituição Federal em seu art. 
37, inc. XXI, que “Ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo 
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, 
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual 
somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”, ou seja, trata-
se do princípio da obrigatoriedade de licitar. 
Gabarito: Certo. 
2. (ANALISTA – ARQUIVOLOGIA – MPU – CESPE/2010) Os 
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as 
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e as demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União, pelos estados, 
pelo Distrito Federal e pelos municípios estão subordinados ao 
regime dessa lei. 
Comentário: 
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Conforme art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93, 
“subordinam–se ao regime desta Lei, além dos órgãos da 
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as 
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia 
mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela 
União, Estados, DF e municípios”. 
Gabarito: Certo. 
3. (BIBLIOTECÁRIO – FUB – CESPE/2011) Um órgão do 
Ministério Público estadual, ao realizar determinado certame 
licitatório, subordina-se, no que couber, às normas gerais de 
licitação previstas na Lei n.º 8.666/1993. 
Comentário: 
Nos termos do par. único do art. 1º, a Lei nº 8.666/93 
aplica-se aos órgãos da Administração direta. Assim, como o MPE é 
um órgão integrante da estrutura da Administração direta dos 
Estados,também está subordinado aos ditames dessa Lei. 
Gabarito: Certo. 
4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) A sociedade 
de economia mista, diferentemente das empresas públicas, 
não é obrigada a licitar. 
Comentário: 
Preciso enfatizar que, na atualidade, as bancas 
examinadoras, sobretudo o CESPE, têm primado por utilizar o 
entendimento jurisprudencial, especialmente o do Supremo Tribunal 
Federal e do Superior Tribunal de Justiça. E, em alguns casos, chega–
se ao absurdo de utilizar decisões que ainda não são nem mesmo 
definitiva. 
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De todo forma, é preciso estarmos antenados e 
acompanhando a evolução jurisprudencial, de modo a não sermos 
surpreendidos com recentes entendimentos do STJ ou STF. Para tanto 
indico a leitura semanal dos informativos de ambos os Tribunais, se 
você não tem o hábito, não perca mais tempo. 
No tocante à questão, devemos observar o princípio da 
obrigatoriedade de licitação e a controvérsia que gira em torno de sua 
aplicabilidade às estatais. Como assim? Explico. 
Determina a Constituição Federal em seu art. 37, inciso 
XXI, que ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo 
de licitação pública. Nesse sentido, como ressaltei, a Lei nº 8.666/93 
regulamentou esse dispositivo constitucional e instituiu as 
modalidades de licitação. 
Com efeito, logo no parágrafo único do art. 1º da Lei 
ficou estabelecido que “subordinam–se ao regime desta Lei, além dos 
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as 
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia 
mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela 
União, Estados, DF e municípios”. 
Vê–se, pois, que a Lei nº 8.666/93 vinculada toda a 
Administração Pública ao princípio da obrigatoriedade de licitar, 
recaindo tal ônus sobre a Administração Pública Direta, Autárquica e 
Fundacional da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
além das empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Portanto, poderíamos dizer que estão sujeitos à 
licitação, com base na Lei nº 8.666/93: a) Administração direta; b) 
Administração indireta; c) fundos especiais; d) demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pelo poder público. 
Todavia, devemos lembrar que o art. 21, inc. XXVII, da 
CF/88 prescreve que “compete privativamente a União legislar sobre 
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normas gerais de licitação e contratações, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, §1º, III”. 
Significa dizer que a própria Constituição Federal fez 
distinção entre o regime licitatório a ser seguido pela Administração 
Pública direta, autárquica e fundacional, que obedecem ao disposto 
no art. 37, inc. XXI, CF/88, em relação àquele que será adotado nas 
empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais devem 
observar o disposto no art. 173, §1º, inc. III, da CF/88, assim 
dispondo: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa 
pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação 
de serviços, dispondo sobre: 
... 
III – licitação e contratação de obras, serviços, 
compras e alienações, observados os princípios 
da administração pública. 
Permitiu, portanto, a Constituição que as estatais 
adotem estatuto jurídico próprio, dispondo, dentre outras situações, 
sobre licitações e contratação. 
Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, em sede de 
Mandado de Segurança, concedeu liminar para permitir que a 
Petrobrás, sociedade de economia mista federal, utilize procedimento 
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simplificado em vez de se submeter às regras da Lei de Licitações e 
Contratos (Lei nº 8.666/93) na medida em que está submetida a 
regime concorrencial no exercício de suas atividades, conforme os 
seguintes precedentes: Mandados de Segurança 25888, 25986, 
26783, 27232, 27743, 27837 e 27796. 
A controvérsia se estabeleceu porque para o TCU a Petrobrás deveria 
adequar suas contratações e procedimentos de licitação às normas 
estabelecidas pela Lei 8.666/93. No entanto, a Petrobrás alegou que 
seus procedimentos de contratação não estariam submetidos a esta 
lei, mas sim ao Regulamento Licitatório Simplificado aprovado 
por decreto do Presidente da República. 
Vê–se que, conforme o entendimento do Supremo 
Tribunal Federal, as empresas públicas e sociedades de economia 
mista que explorem atividade econômica e estejam em regime de 
livre concorrência, podem estabelecer regulamento licitatório 
simplificado, desde que aprovado por Decreto Presidencial. 
Assim, podemos constatar que em qualquer caso, como 
regra, haverá a obrigatoriedade de licitar. Todavia, no que se 
refere às empresas públicas e sociedades de economia mista que 
explorem atividade econômica poderá ser utilizado regulamento 
licitatório simplificado. 
No mais, é possível que se afaste a licitação, nos casos 
e condições previstas na própria lei, ou seja, nas hipóteses de 
dispensa e inexigibilidade, que excepcionam a regra da 
obrigatoriedade de licitar. 
Gabarito: Errado. 
5. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2008) 
Segundo liminar em mandado de segurança deferida à 
PETROBRAS, o Supremo Tribunal Federal abriu a possibilidade 
para que as empresas públicas e sociedades de economia 
mista que atuem em atividades econômicas e tenham 
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regulamentos próprios licitatórios não precisem seguir a Lei 
nº 8.666/1993. 
Comentário: 
Por força do art. 173, §1º, inc. III, da CF/88, e em 
conformidade com o entendimento do STF, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista, exploradoras de atividade econômica 
em regime de competição, podem utilizar regulamento licitatório 
simplificado, desde que aprovado por Decreto Presidencial. 
Vale lembrar que o STF desde meados de 2008 vem 
concedendo liminares, em Mandado de Segurança, para permitir que 
a Petrobrás, sociedade de economia mista federal, utilize 
procedimento simplificado em vez de se submeter às regras da Lei de 
Licitações e Contratos. 
Gabarito: Certo. 
6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Licitação é o 
procedimento administrativo pelo qual um órgão público 
convoca interessados para apresentação de propostas para 
alienação, aquisição, locação de bens, bem como a realização 
de obras ou serviços. 
Comentário: 
De acordo com o parágrafo único do art. 4º da Lei nº 
8.666/93 que estabelece o princípio do formalismo, segundo o qual “o 
procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato 
administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da 
Administração Pública”. Implica dizer que a licitação é um 
procedimento formal. 
Gabarito: Certo.PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 
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7. (ANALISTA JUDICIARIO – ADMINISTRATIVA – STM – 
CESPE/2011) De acordo com a legislação brasileira, a licitação 
deve seguir, obrigatoriamente, os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, 
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que 
lhes são correlatos. 
Comentário: 
A Administração Pública na condução do procedimento 
licitatório deve se orientar, de acordo com o art. 3º da Lei nº 
8.666/93, pelos seguintes princípios básicos: 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta 
mais vantajosa para a administração e a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e 
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos 
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento 
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes 
são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
Portanto, temos os seguintes princípios: 
a) princípio da legalidade; 
b) princípio da impessoalidade; 
c) princípio da moralidade; 
d) princípio da igualdade; 
e) princípio da publicidade; 
f) princípio da probidade administrativa; 
g) princípio da vinculação ao instrumento convocatório; 
h) princípio do julgamento objetivo; 
i) outros correlatos (rol é exemplificativo) 
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Vejamos tais princípios: 
O princípio da Legalidade (art. 4º) estabelece que a 
Administração, bem como todos os participantes, deve seguir 
fielmente o procedimento traçado na lei de regência. 
Hely Lopes Meirelles entende que se trata do princípio 
do procedimento formal que determina a fiel observância dos 
procedimentos legais, conforme expresso no parágrafo único do art. 
4º da Lei de Licitações e Contratos, que assim prevê: 
Art. 4º - 
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei 
caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em 
qualquer esfera da Administração Pública. 
 
É importante salientar que não se admite formalismo 
inútil, ou seja, o excesso de formalismo. 
Princípio da impessoalidade é corolário do princípio da 
igualdade, de modo que a Administração deve ser imparcial, não 
fixando regras tendenciosas, pautando-se por critérios objetivos, 
negando-se favoritismos ou discriminações por critérios subjetivos, 
velando pelo acesso amplo aos que tenham ou possam vir a ter 
interesse. 
A moralidade impõe à Administração e aos 
participantes em geral a observância aos padrões éticos, agir com 
lealdade e boa-fé, sob pena de responsabilização administrativa, cível 
e penal. 
Em consonância ao princípio da moralidade está o 
princípio da probidade administrativa que estabelece a 
responsabilização dos agentes, inclusive terceiros, por atos ímprobos 
nos termos da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), 
assim como pela aplicação das sanções criminais estabelecidas nos 
artigos 89 a 99 da Lei de Licitações. 
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O princípio da igualdade ou isonomia, como 
abordado, é um dos fundamentos da licitação, com envergadura 
constitucional, eis que a Constituição (art. 37, XXI) firma a 
necessidade de tratamento isonômico entre os licitantes, vedando-se 
tratamento discriminatório, bem como o art. 3º, § 1º, incs. I e II, da 
Lei de Licitação e Contratos, que assim dispõe: 
Art. 3º. 
§ 1º É vedado aos agentes públicos: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, 
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou 
frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de 
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou 
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio 
dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente 
ou irrelevante para o específico objeto do contrato, 
ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 
3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação 
dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza 
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer 
outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no 
que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, 
mesmo quando envolvidos financiamentos de agências 
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e 
no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. 
O princípio da publicidade impõe o dever de dar 
ampla divulgação ao certame, sendo, em regra, vedado o caráter 
sigiloso dos atos, inclusive sendo permitido o acesso aos particulares, 
tudo com o intuito de se fiscalizar o cumprimento das determinações 
legais e afastar condutas ilícitas, impondo-se, ainda, o dever de 
motivação de todas as decisões proferidas em quaisquer das etapas. 
Tais princípios, é bom ressaltar, são os que orientam, 
de forma geral, toda a Administração Pública, conforme art. 37, da 
CF/88. Há outros princípios, no entanto, que são mais específicos, ou 
seja, aplicando-se somente à licitação, como é o caso da vinculação 
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ao instrumento convocatório, sigilo das propostas, julgamento 
objetivo, adjudicação compulsória. 
Segundo o princípio da vinculação ao instrumento 
convocatório o Edital é a lei do certame, ou seja, o instrumento 
para convocar, chamar, dar notícia aos interessados acerca de 
determinado objeto pretendido pela a Administração, de modo que 
inclusive a vincula, como também vincula os licitantes que deverão 
observar as condições e requisitos que foram fixados no edital 
durante todo o procedimento licitatório e na execução do ajuste. 
Assim, prevê o art. 41 da Lei de Licitações que a 
Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, 
ao qual se acha estritamente vinculada, sendo, pois, o julgamento 
das propostas realizado com base no que estabelece o instrumento 
convocatório. 
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e 
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 
O princípio do julgamento objetivo determina que, 
nas análises das propostas, sejam observados os critérios 
objetivamente fixados no edital (denominados tipos de licitação: 
menor preço, melhor técnica, técnica e preço ou maior lance ou 
oferta), sem aferições subjetivas ou imprecisões, evitando-se 
apreciações discricionárias na decisão acerca das propostas, 
conforme determina os arts. 44 e 45, da Lei nº 8.666/93. 
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em 
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou 
convite, os quais não devem contrariar as normas e 
princípios estabelecidos por esta Lei. 
[...] 
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo 
a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-
lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios 
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo 
com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a 
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possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de 
controle 
A doutrina fala, ainda, em princípios licitatórios 
implícitos específicos ou correlatos, tal como: competitividade, 
procedimento formal, sigilo das propostas e adjudicação 
compulsória. 
A competitividade seria, conforme destaca Celso 
Bandeira de Mello, a obrigatoriedade de observância do caráter 
competitivo do procedimento licitatório, não se permitindo 
artimanhas ou mecanismos para frustrar tal propósito. 
O procedimento formal, conforme ressaltei quando 
da abordagem do princípio da legalidade, é a configuração de que a 
licitação caracteriza-se como ato administrativo formal, ou seja, tem 
seu rito e fórmulas legalmente estabelecidas, além de ser obrigatório 
o registro de seus atos documentadamente. 
O princípio do sigilo das propostas que, muito 
embora vigore o princípio da publicidade como regra, prevê que as 
propostas serão realizadas de forma sigilosa, evitando-se o conluio ou 
a fraude, mantendo-se o caráter competitivo, sendo inacessível até o 
momento de abertura, que será realizado em sessão pública. 
Finalmente, o princípio da adjudicação compulsória
segundo o qual o vencedor do certame tem direito subjetivo a que o 
objeto da licitação lhe seja atribuído, de modo que veda eventual 
contratação com outrem, caso a Administração venha a contratar. 
É de se observar, contudo, que a adjudicação 
somente é garantia de que a Administração não poderá 
contratar com outrem senão com o próprio vencedor do 
certame. 
Gabarito: Certo. 
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8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – 
CESPE/2008) O objetivo primordial da licitação é garantir a 
observância do princípio constitucional da isonomia, sempre 
selecionando a proposta que apresente o menor preço. 
Comentário: 
Como se vê, a licitação é um procedimento 
administrativo utilizado pela Administração Pública a fim de 
selecionar, dentre aqueles que se dispõem, a proposta que melhor 
atenda aos seus interesses. 
Com efeito, antes da alteração empreendida pela Lei nº 
12.349/2010, podia-se constatar que a licitação tinha dupla finalidade 
na medida em que, de um lado buscava selecionar a proposta 
mais vantajosa para a Administração e de outro, visava propiciar a 
igualdade de condições para que todos os interessados participem 
do certame. 
Todavia, a referida alteração trouxe nova finalidade, 
qual seja: a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável. 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância 
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da 
proposta mais vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e 
será processada e julgada em estrita conformidade com 
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, 
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da 
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento 
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes 
são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 
2010) 
Assim, é possível dizer que as finalidades estabelecidas 
pelo procedimento licitatório são, conforme disposto no art. 3º da Lei 
de Licitações: a) garantir o princípio da isonomia; b) selecionar 
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a proposta mais vantajosa; c) promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável. 
Verifica–se, portanto, que a questão peca na sua parte 
final, quando estabelece que “o objetivo primordial da licitação é 
garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, 
sempre selecionando a proposta que apresente o menor 
preço”, na medida em que há outras finalidades de igual importância 
e, por isso, nem sempre será selecionada a proposta de menor preço. 
Gabarito: Errado. 
9. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) 
A regra que determina que todas as contratações da 
administração pública devam ser feitas mediante licitação 
pública tem, entre suas funções, a de assegurar o princípio da 
isonomia. 
Comentário: 
De fato, como vimos, umas das finalidades da licitação 
é oportunizar igualdade de condições aos que se interessarem. 
É importante percebemos que o procedimento licitatório 
é empreendido no sentido de estabelecer uma competição, 
permitindo que todos os interessados, desde que atendida a 
qualificação exigida, tenham as mesmas condições para apresentar 
propostas à Administração Pública. 
Gabarito: Certo. 
10. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) Embora 
o princípio do formalismo não esteja expresso na Lei de 
Licitações, todo procedimento licitatório se caracteriza pela 
formalidade e solenidade; por essa razão, o desrespeito a esse 
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princípio acarreta a nulidade do certame devido a vício de 
forma. 
Comentário: 
De fato, o princípio do formalismo não está expresso na 
Lei, sendo o procedimento caracterizado por formalidades e 
solenidades. 
Todavia, devemos lembrar que nem todas as 
formalidades são essenciais, daí que se a inobservância de dada 
formalidade, não essencial, não causar prejuízo, não haverá a 
nulidade do ato por tal motivo, de modo que fica afastado o excesso 
de formalismo em razão da finalidade do procedimento. 
Ilustrativamente: 
MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. 
PROPOSTA TÉCNICA. INABILITAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE FALTA 
DE ASSINATURA NO LOCAL PREDETERMINADO. ATO ILEGAL. 
EXCESSO DE FORMALISMO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. 
1. A interpretação dos termos do Edital não pode conduzir a 
atos que acabem por malferir a própria finalidade do 
procedimento licitatório, restringindo o número de 
concorrentes e prejudicando a escolha da melhor proposta. 
2. O ato coator foi desproporcional e desarrazoado, 
mormente tendo em conta que não houve falta de 
assinatura, pura e simples, mas assinaturas e rubricas fora 
do local preestabelecido, o que não é suficiente para invalidar 
a proposta, evidenciando claro excesso de formalismo. 
Precedentes. 
3. Segurança concedida. 
(MS 5.869/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 11/09/2002, DJ 07/10/2002, p. 163) 
Gabarito: Errado. 
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18 
11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O 
licitante deverá observar as normas e condições estabelecidas 
no ato convocatório, todavia à administração pública é dado 
direito de, discricionariamente, não observar o objeto ou as 
condições contidas no edital, em virtude do seu poder de 
império. 
Comentário: 
Conforme princípio da vinculação ao instrumento 
convocatório, o edital é a lei de regência da licitação, devendo 
tanto a Administração, quanto os licitantes, observar as condições e 
requisitos que foram fixados, não podendo descumprir as normas e 
condições firmadas, às quais se acham estritamente vinculados, 
sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que 
estabelece o instrumento convocatório (art. 41, Lei nº 8.666/93). 
Por isso, na sua primeira parte a questão estaria 
correta (“o licitante deverá observar as normas e condições 
estabelecidas no ato convocatório”), porém, o erro estaria na 
segunda parte (“todavia à administração pública é dado direito de, 
discricionariamente, não observar o objeto ou as condições contidas 
no edital, em virtude do seu poder de império”), já que a 
Administração também sevincula aos termos do Edital. 
Gabarito: Errado. 
12. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) O 
princípio do sigilo na apresentação das propostas foi 
implicitamente revogado com o advento da CF de 1988 e 
legislação posterior, que determina que o procedimento 
licitatório será regido pelo princípio da publicidade 
Comentário: 
O princípio do sigilo das propostas estabelece que estas 
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sejam apresentadas em envelope lacrado, ou seja, que sejam 
mantidas de forma sigilosa, evitando–se o conluio ou a fraude, 
mantendo–se o caráter competitivo, sendo inacessível até o momento 
de abertura, que será realizado em sessão pública. 
Então, em que pese a Constituição Federal estabelecer 
que a Administração Pública deva observar o princípio da publicidade, 
princípio também expresso na Lei de Licitações, ele será 
excepcionado, neste momento, a fim de se garantir o interesse 
público em obter a proposta mais vantajosa e o caráter competitivo 
da licitação. 
Por isso, o princípio do sigilo na apresentação das 
propostas NÃO foi implicitamente revogado pela CF/88 e legislação 
posterior, que determina que o procedimento licitatório seja regido 
pelo princípio da publicidade, na medida em que em atenção à 
finalidade pública deve–se respeitar o princípio da competitividade de 
igualdade entre os licitantes. 
Gabarito: Errado. 
13. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) 
Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a 
administração pública está obrigada a atribuir o objeto da 
licitação ao vencedor, não sendo mais permitida, nessa fase, a 
revogação. 
Comentário: 
Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a 
Administração Pública atribui ao vencedor do certame o objeto 
licitado, ou seja, uma vez concluído o procedimento o objeto do 
certame é atribuído a licitante vencedor, impedindo a Administração a 
abertura de nova licitação acerca do mesmo objeto enquanto válida a 
adjudicação anterior. 
Garante–se assim que, em caso de contratação, a 
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Administração celebre o contrato com o vencedor da disputa. 
A propósito, como já disse, não se trata de 
obrigatoriedade de contratar, pois a Administração poderá não 
celebrar o contrato em razão de anulação por ilegalidade ou de 
revogação por interesse público superveniente. 
Tome como exemplo uma licitação para aquisição de 
papel no STJ, em que se sagrou vencedora a empresa Papel & Papel, 
porém em razão da adoção de processo eletrônico e da 
desnecessidade de papel, após tal informatização, revoga–se a 
licitação em razão do interesse público superveniente, de modo que a 
Administração então já não venha mais a contratar. 
Portanto, ainda que se adjudique o objeto ao vencedor 
do certame, isto não lhe garante a celebração do contrato, pois é 
possível a revogação da licitação por motivo de interesse público 
superveniente, por exemplo. 
Gabarito: Errado. 
14. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) De 
acordo com o princípio da moralidade, o vencedor da licitação 
tem direito subjetivo à adjudicação do objeto licitado. 
Comentário: 
Conforme ressaltado, o vencedor da licitação tem 
direito a que o objeto do certame lhe seja imputado. Todavia, não é 
por força do princípio da moralidade, mas por força do princípio da 
adjudicação compulsória. 
Obviamente que haveria violação ao princípio da 
moralidade administrativa e tantos outros, tal como legalidade e 
impessoalidade, em se imputar a outrem senão o próprio vencedor do 
certame o objeto licitado. 
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Todavia, o princípio que determina que seja imputado, 
atribuído, o objeto licitado ao vencedor é o princípio da adjudicação 
compulsória. 
Gabarito: Errado. 
15. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) O 
princípio da vinculação ao instrumento convocatório destina–
se exclusivamente a garantir o direito dos licitantes perante a 
administração pública. 
Comentário: 
Perceba que esse princípio é abordado com insistência 
pelo CESPE. Isso porque se traduz em orientação primordial na 
condução do procedimento licitatório. 
Estabelece tal princípio que o edital é a lei da 
licitação, devendo tanto a Administração, quanto os licitantes, 
observar as condições e requisitos que foram fixados no instrumento 
convocatório, ao qual se acham estritamente vinculados, sendo, pois, 
o julgamento das propostas realizado com base no que critério fixado 
no instrumento inaugural (art. 41, Lei nº 8.666/93). 
Vê–se, por isso, que não só os licitantes, mas a própria 
Administração, têm o dever de observância das regras fixadas no 
Edital, de modo que é uma garantia para o licitante em face da 
Administração e, de igual modo, uma garantia da Administração no 
sentido de que o licitante irá cumprir os termos do Edital, durante 
toda a vigência do contrato. 
Gabarito: Errado. 
16. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) 
Conforme o princípio do julgamento objetivo, o julgamento 
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das propostas deve ser feito de acordo com os critérios 
fixados no instrumento convocatório. 
Comentário: 
Nos termos do art. 44 da Lei nº 8.666/93, a comissão 
no julgamento das propostas levará em consideração os critérios 
objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem 
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. 
Assim, conforme o princípio do julgamento objetivo, as 
propostas deverão ser julgadas de acordo com os critérios fixados no 
instrumento convocatório, sendo tais critérios denominados tipos de 
licitação (menor preço, técnica e preço, melhor técnica, maior lance 
ou oferta). 
Gabarito: Certo. 
17. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – 
CESPE/2008) A fim de comprar carteiras escolares para as 
escolas do município, o prefeito de determinada cidade 
contratou, sem licitação, uma empresa especializada 
pertencente a seu amigo. O prefeito alegou que a empresa 
tem longa experiência no setor de carteiras escolares e que os 
valores cobrados estão compatíveis com o preço de mercado, 
razão pela qual não seria necessário o processo licitatório. 
Considerando essa situação e os princípios que regem a 
administração pública, julgue: *** A contratação feita pelo 
prefeito, embora não precedida de licitação, é válida porque 
atendeu ao princípio da eficiência. 
Comentário: 
Cumpre dizer que a licitação não é válida, seja porque 
burlou o procedimento licitatório, seja porque violou princípios 
administrativos expressos na Constituição. 
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Você deve recordar o princípio da eficiência, inserido 
pela EC 19/98, no rol dos princípios constitucionais expressos 
orientadores da Administração Pública (Legalidade, Impessoalidade, 
Moralidade, Publicidade e Eficiência), que prima pela busca de 
resultados, prescrevendo que a Administração deve atuar de forma a 
utilizar seus recursos e esforços gerando os melhores benefícios, 
resultados, como o menor dispêndio de recursos. 
Com efeito, ainda que pareça ser eficiente a conduta do 
agente público, eis que agiu com celeridade e primou por contratar 
uma empresa experiente e de observar o preço praticado no 
mercado, não pode tal princípio sesobrepor ao princípio da legalidade 
a fim de validar certas condutas. 
Lembremos, é verdade, que não há hierarquia entre 
princípios constitucionais. Assim, o princípio da eficiência não se 
sobrepõe ao da legalidade, nem este àquele. No entanto, 
especialmente neste caso se impõe a obrigatoriedade de licitar, nos 
termos do art. 37, inc. XXI, CF/88, que assim determina: 
XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, 
as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de licitação pública que 
assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações 
de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá 
exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
Gabarito: Errado. 
18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STF – 
CESPE/2008) Em procedimentos licitatórios, o princípio da 
adjudicação compulsória ao vencedor impede que se abra 
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nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior. 
Comentário: 
Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a 
Administração Pública atribui ao vencedor do certame o objeto 
licitado, ou seja, uma vez concluído o procedimento, o objeto do 
certame é atribuído ao licitante que dentre as propostas apresentadas 
foi a selecionada pela Administração. 
A adjudicação é ato final do procedimento licitatório, 
sendo um ato declaratório da Administração no sentido de atribuir o 
objeto licitado ao vencedor do certame. 
Com efeito, adjudicado o objeto ao vencedor do 
certame fica impedida a Administração de proceder à abertura de 
nova licitação acerca do mesmo objeto enquanto válida a adjudicação 
anterior. 
É bom repetimos que não há garantia de o vencedor do 
certame ser contratado, ou seja, não tem direito subjetivo ao 
contrato acerca do objeto licitado. Todavia, fica assegurado que, em 
caso de contratação, a Administração deverá celebrar o contrato com 
o vencedor do certame, não podendo, inclusive, realizar outra 
licitação enquanto válida essa adjudicação. 
Gabarito: Certo. 
19. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – 
CESPE/2008) A fim de comprar carteiras escolares para as 
escolas do município, o prefeito de determinada cidade 
contratou, sem licitação, uma empresa especializada 
pertencente a seu amigo. O prefeito alegou que a empresa 
tem longa experiência no setor de carteiras escolares e que os 
valores cobrados estão compatíveis com o preço de mercado, 
razão pela qual não seria necessário o processo licitatório. 
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Considerando essa situação e os princípios que regem a 
administração pública, julgue: *** Se a empresa realmente for 
especializada e os preços estiverem compatíveis com o preço 
cobrado pelas concorrentes, a referida contratação terá sido 
regular, e estará em consonância com os princípios que regem 
a administração pública. 
Comentário: 
Devemos observar, novamente, que a regra é a 
licitação e a exceção o afastamento da licitação (contratação direta), 
conforme determina o art. 37, inc. XXI, CF/88, ao estabelecer que: 
XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure 
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula 
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual 
somente permitirá exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
Portanto, ressalvados os casos em que há permissão ou 
autorização legal para não licitar, a regra é a obrigatoriedade de 
licitação, de maneira que, ainda que a empresa seja especializada e 
os preços sejam compatíveis, necessária a realização de 
procedimento licitatório dando possibilidade de ampla participação e 
disputa entre os interessados. 
Desse modo, a não utilização do procedimento 
licitatório não está em consonância com os princípios que regem a 
Administração Pública, podemos dizer, inclusive, que houve violação 
da legalidade, impessoalidade e moralidade, no mínimo. 
Gabarito: Errado. 
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20. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – 
CESPE/2008) A adjudicação compulsória ao vencedor da 
licitação corresponde à celebração do contrato. 
Comentário: 
Como já observamos, O princípio da adjudicação 
compulsória é ato final do procedimento licitatório, sendo um ato 
declaratório da Administração no sentido de atribuir o objeto licitado 
ao vencedor do certame. 
Conforme vimos, esse princípio traduz–se no dever de a 
Administração Pública atribuir ao vencedor do certame o objeto 
licitado, ou seja, uma vez concluído o procedimento e sagrando–se o 
vencedor, o objeto do certame é atribuído ao licitante que dentre as 
propostas apresentadas foi a selecionada pela Administração. 
Fica impedida, portanto, a Administração de proceder à 
abertura de nova licitação acerca do mesmo objeto enquanto válida a 
adjudicação anterior. Porém, não se traduz em garantia de 
contratação, sendo mera expectativa. Significa que poderá ser 
contratado caso a Administração venha realizar o contrato. 
A adjudicação não corresponde à celebração do 
contrato, mas simplesmente à declaração de quem fora o vencedor 
do certame. 
Gabarito: Errado. 
21. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) Se a 
administração pública iniciar procedimento licitatório cujo 
objeto seja bem sem similaridade ou bem de marca, 
características ou especificações exclusivas, a licitação será 
inválida, considerando-se que a lei veda, em caráter absoluto, 
a inclusão, no objeto da licitação, de bens e serviços sem 
similaridade ou de marcas e especificações exclusivas. 
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Comentário: 
Conforme art. 7º, §5º, da Lei nº 8.666/93, é vedada a 
realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem 
similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, 
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda 
quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito 
sob o regime de administração contratada, previsto e 
discriminado no ato convocatório. 
Gabarito: Errado. 
22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STJ – 
CESPE/2008) A concessão de direito real de uso de bens 
públicos imóveis construídos, destinados ou efetivamente 
utilizados no âmbito de programas habitacionais 
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração 
pública, não precisa ser licitada. 
Comentário: 
Conforme art. 17, inc. I, alínea “f”, da Lei de Licitações 
e Contratos, a concessão de direito real de uso de bens públicos 
imóveis construídos, destinados ou efetivamente utilizados no 
âmbito de programas habitacionais desenvolvidos por órgãos 
ou entidades da administração pública, não precisa ser licitada, 
por se tratar de hipótese de licitação dispensada. 
Gabarito: Certo. 
23. (JUIZ DE DIREITO – TJ/SE – CESPE/2008) A alienação 
de bens imóveis de propriedade de empresas públicas 
depende de autorização legislativa. 
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Comentário: 
Os bens das empresas públicas e sociedades de 
economia mista são considerados bens privados, por serem tais 
entidades pessoas jurídicas de direito privado. 
Por isso, tais bens se submeteriam aos ditames do 
Direito Civil. Desse modo não se exigiria, para sua alienação, 
autorização legislativa, conforme se observa da parte final do art. 17, 
inc. I, da Lei nº 8.666/93, ao estabelecer que quando se tratar de 
alienação de bens imóveis, dependerá de autorização legislativa para 
órgãos da administração direta e entidades autárquicas e 
fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, 
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de 
concorrência. 
Cuidado que aqui a expressão paraestatal foi cunhada 
naquela velha visão de Hely Lopes Meirelles, ou seja, compreendendo 
as sociedades de economia mista e as empresas públicas. 
Gabarito: Errado. 
24. (TÉCNICO DE CONTABILIDADE – MS – CESPE/2010) Caso 
a administração pública pretenda vender bens móveis, tal 
alienação estará subordinada à existência de interesse público 
devidamente justificado, será precedida de avaliação e de 
licitação e dependerá de autorização legislativa para órgãos 
da administração direta e entidades autárquicas e 
fundacionais. 
Comentário: 
Nos termos do art. 17, inc. II, da Lei º 8.666/93, a 
alienação de bens móveis da Administração Pública subordina-
se à existência de interesse público devidamente justificado, 
será precedida de avaliação e dependerá de licitação. 
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Portanto, a alienação de bens móveis da Administração 
não dependerá de autorização legislativa 
Gabarito: Errado. 
25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – 
CESPE/2008) No que tange à dispensa de licitação, o rol de 
casos previstos na Lei n.º 8.666/1993 é taxativo e, portanto, 
outras situações, mesmo que similares às previstas, não 
ensejam a dispensa. 
Comentário: 
Observamos que a regra é a obrigatoriedade de licitar, 
sendo, pois, a licitação um procedimento prévio à contratação. 
No entanto, há hipóteses em que a Lei afasta ou permite que seja 
afastada a licitação, estipulando forma denominada de contratação 
direta, ocorrendo nos casos de dispensa e inexigibilidade. 
A dispensa de licitação ocorrerá quando embora seja 
possível a competição algumas razões justificam que se deixe de 
efetuá–la em nome do interesse público. Veja que seria possível 
realizar a licitação, todavia, em razão de alguma situação, a lei afasta 
ou permite que se afaste a licitação, procedendo–se a contratação 
sem licitação (contratação direta). 
Nesse sentido, segundo clássica lição de Hely Lopes 
Meirelles, dizemos que há duas hipóteses de dispensa, sendo: 
a) Licitação dispensável ocorre quando há 
autorização para se decidir acerca da utilização ou não do 
procedimento licitatório para contratar. Observa–se a possibilidade de 
deflagrar o certame, contudo, há a possibilidade de não utilizá–lo, 
cabendo ao administrador público, motivadamente, dentre as 
hipóteses legais, avaliar se é conveniente e oportuno realizar o 
procedimento licitatório, dispensando, se for o caso, em razão do 
interesse público, conforme as situações elencadas taxativamente no 
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art. 24 da Lei nº 8.666/93. 
b) Licitação dispensada ocorre quando, em que pese 
se vislumbrar a possibilidade de se realizar o procedimento 
competitivo, a própria lei determina o afastamento do procedimento, 
ou seja, não há margem de escolha do administrador público, pois a 
própria lei afasta a licitação, consoante art. 17 da Lei nº 8.666/93. 
Observe, portanto, que há sensível diferença entre 
licitação dispensada e licitação dispensável. Na dispensada não há 
como licitar, isso porque a lei determinou o afastamento do 
procedimento, muito embora fosse possível estabelecer uma 
competição. Na dispensável é possível licitar, mas cabe ao 
Administrador, diante das situações permitidas pela norma, avaliar se 
é conveniente e oportuno realizá–la. 
É importante destacar, portanto, que os casos de 
dispensa, ou seja, licitações dispensáveis e dispensadas estão 
taxativamente previstos na Lei, ou seja, a Lei de Licitações e 
Contratos (Lei nº 8.666/93) enumerou exaustivamente (numerus 
clausus) as hipóteses em que se admite a licitação dispensável (art. 
24) e quando se aplica a dispensada (art. 17). 
Devo salientar, a título de dica ou aviso, que a Lei 
poderá ser alterada de modo a contemplar novos casos, como vem 
ocorrendo. Por isso, é sempre aconselhável termos em mãos a lei 
atualizada a fim de que não nos surpreendamos com novas 
hipóteses. Ademais, trata–se, certamente, do ponto mais complicado 
das licitações na medida em que há um número razoável de situações 
descritas como licitação dispensável. 
As hipóteses de licitação dispensada, como dito, estão 
elencadas no art. 17 da Lei nº 8.666/93, também taxativamente, e 
em síntese referem–se à alienação de bens móveis ou imóveis, 
pela Administração Pública. 
Por outro lado, atualmente, teríamos as seguintes 
hipóteses que ensejariam a licitação dispensável: 
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31 
• Para obras e serviços de engenharia de valor até 10% 
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I 
do artigo anterior (R$ 15.000, ou seja, 10% do valor do 
convite – R$ 150.000), desde que não se refiram a parcelas 
de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e 
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam 
ser realizadas conjunta e concomitantemente. 
• Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez 
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do 
artigo anterior (R$ 8.000, ou seja, 10% valor do convite – 
R$ 80.000) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, 
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, 
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada 
de uma só vez; 
Observemos que nesses dois primeiros casos, quando 
se tratar de contratação a ser realizada por consórcios públicos, 
sociedades de economia mista e empresas públicas, além de 
autarquia ou fundação qualificada como agência executiva, 
esse valor será o dobro, ou seja, obras e serviços de engenharia R$ 
30.000 e outros serviços e compras R$ 16.000. 
• Nos casos de guerra ou grave perturbação da 
ordem; 
• Nos casos de emergência ou de calamidade 
pública, quando caracterizada urgência de 
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, 
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários ao 
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e 
para as parcelas de obras e serviços que possam ser 
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e 
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da 
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a 
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prorrogação dos respectivos contratos; 
• Quando não acudirem interessados à licitação 
anterior e esta, justificadamente, não puder ser 
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, 
neste caso, todas as condições preestabelecidas; 
Significa, nessa hipótese, que a licitação é 
deserta. Licitação deserta é aquela em que não se apresentam 
interessados,diferentemente de licitação fracassada, quando há 
interessados, no entanto, são todos inabilitados ou todas as 
propostas são desclassificadas, impedindo o prosseguimento do 
certame. Neste caso, licitação fracassada, poderá a Administração 
fixar o prazo de oito dias úteis para que sanem as irregularidades e 
apresentem nova documentação ou propostas sem vício. No convite, 
poderá tal prazo ser reduzido para três dias úteis. (art. 48, §3º, Lei 
nº 8.666/93) 
• Quando a União tiver que intervir no domínio 
econômico para regular preços ou normalizar o 
abastecimento; 
• Quando as propostas apresentadas 
consignarem preços manifestamente superiores 
aos praticados no mercado nacional, ou forem 
incompatíveis com os fixados pelos órgãos 
oficiais competentes, casos em que, observado o 
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a 
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens 
ou serviços, por valor não superior ao constante do 
registro de preços, ou dos serviços (cf. §3º, art. 48) 
• Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito 
público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a 
Administração Pública e que tenha sido criado 
para esse fim específico em data anterior à vigência 
desta Lei, desde que o preço contratado seja 
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compatível com o praticado no mercado; 
• Quando houver possibilidade de comprometimento 
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em 
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho 
de Defesa Nacional; 
• Para a compra ou locação de imóvel destinado 
ao atendimento das finalidades precípuas da 
administração, cujas necessidades de instalação e 
localização condicionem a sua escolha, desde que o 
preço seja compatível com o valor de mercado, 
segundo avaliação prévia; 
• Na contratação de remanescente de obra, 
serviço ou fornecimento, em conseqüência de 
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de 
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas 
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive 
quanto ao preço, devidamente corrigido; 
• Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e 
outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para 
a realização dos processos licitatórios correspondentes, 
realizadas diretamente com base no preço do dia; 
• Na contratação de instituição brasileira incumbida 
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino 
ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição 
dedicada à recuperação social do preso, desde que a 
contratada detenha inquestionável reputação ético–
profissional e não tenha fins lucrativos; 
• Para a aquisição de bens ou serviços nos termos 
de acordo internacional específico aprovado pelo 
Congresso Nacional, quando as condições ofertadas 
forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; 
 
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• Para a aquisição ou restauração de obras de 
arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às 
finalidades do órgão ou entidade. 
• Para a impressão dos diários oficiais, de 
formulários padronizados de uso da 
administração, e de edições técnicas oficiais, bem 
como para prestação de serviços de informática à 
pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos 
ou entidades que integrem a Administração 
Pública, criados para esse fim específico; 
• Para a aquisição de componentes ou peças de 
origem nacional ou estrangeira, necessários à 
manutenção de equipamentos durante o período de 
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses 
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for 
indispensável para a vigência da garantia; 
• Nas compras ou contratações de serviços para o 
abastecimento de navios, embarcações, unidades 
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando 
em estada eventual de curta duração em portos, 
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por 
motivo de movimentação operacional ou de 
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais 
puder comprometer a normalidade e os propósitos das 
operações e desde que seu valor não exceda ao limite 
previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei 
(R$ 80.000,00); 
• Para as compras de material de uso pelas Forças 
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e 
administrativo, quando houver necessidade de manter 
a padronização requerida pela estrutura de apoio 
logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, 
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mediante parecer de comissão instituída por decreto; 
• Na contratação de associação de portadores 
de deficiência física, sem fins lucrativos e de 
comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades 
da Admininistração Pública, para a prestação de 
serviços ou fornecimento de mão–de–obra, desde 
que o preço contratado seja compatível com o praticado 
no mercado. 
• Para a aquisição de bens destinados 
exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com 
recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras 
instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo 
CNPq para esse fim específico; 
• Na contratação de fornecimento ou suprimento de 
energia elétrica e gás natural com concessionário, 
permissionário ou autorizado, segundo as normas da 
legislação específica; 
• Na contratação realizada por empresa pública 
ou sociedade de economia mista com suas 
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou 
alienação de bens, prestação ou obtenção de 
serviços, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
• Para a celebração de contratos de prestação de 
serviços com as organizações sociais, qualificadas 
no âmbito das respectivas esferas de governo, para 
atividades contempladas no contrato de gestão. 
• Na contratação realizada por Instituição Científica 
e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a 
transferência de tecnologia e para o licenciamento de 
direito de uso ou de exploração de criação protegida. 
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• Na celebração de contrato de programa com 
ente da Federação ou com entidade de sua 
administração indireta, para a prestação de 
serviços públicos de forma associada nos termos 
do autorizado em contrato de consórcio público ou 
em convênio de cooperação. 
• Na contratação da coleta, processamento e 
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis 
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta 
seletiva de lixo, efetuados por associações ou 
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas 
físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público 
como catadores de materiais recicláveis, com o uso de 
equipamentos compatíveis com as normas técnicas, 
ambientais e de saúde pública. 
• Para o fornecimento de bens e serviços, 
produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e 
defesa nacional, mediante parecer de comissão 
especialmente designada pela autoridade máxima do 
órgão. 
• Na aquisição de bens e contratação de 
serviços para atender aos contingentes militares 
das Forças Singulares brasileiras empregadas em 
operações de paz no exterior,necessariamente 
justificadas quanto ao preço e à escolha do 
fornecedor ou executante e ratificadas pelo 
Comandante da Força. 
• Na contratação de instituição ou organização, 
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, 
para a prestação de serviços de assistência 
técnica e extensão rural no âmbito do Programa 
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural 
na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, 
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instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 
12.188, de 2.010) 
• Nas contratações visando ao cumprimento do 
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei 
nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados 
os princípios gerais de contratação dela 
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 
2010) 
Conclui–se, portanto, que se trata de rol taxativo, ou 
seja, outras situações, mesmo que similares às previstas, não 
ensejam a dispensa. 
Gabarito: Certo. 
26. (ANALISTA JUDICIÁRIO – STM – CESPE/2011) A 
contratação do arquiteto Oscar Niemeyer para realizar um 
projeto arquitetônico em Brasília é um exemplo de situação 
que enseja dispensa de licitação. 
Comentário: 
Podemos tirar duas conclusões. Primeira, a contratação 
mesmo de Oscar Niemeyer para um projeto arquitetônico qualquer 
em Brasília, dependeria de licitação, conforme prevê o art. 13, §1º, 
Lei de Licitações. 
Agora, se for para contratá-lo tendo em vista a 
natureza do projeto e sua notória especialização, teremos hipótese 
em que se aplicada a regra prevista no art. 25, inc. II, da Lei nº 
8.666/93, ou seja, é inexigível a licitação. 
Gabarito: Errado. 
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27. (BIBLIOTECÁRIO – FUB – CESPE/2011) A dispensa de 
licitação para a compra de hortifrutigranjeiros por fundação 
pública federal é permanente. 
Comentário: 
A dispensa para compra de hortifrutigranjeiros não é 
permanente, só deve ocorrer pelo tempo necessário a se realizar a 
licitação. Aliás, perceba que se a fundação tem necessidade do 
fornecimento constante, deve fazer licitação contratando empresa 
para fornecimento regular dos produtos, conforme art. 24, inc. XII, 
da Lei nº 8.666/93. 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros 
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização 
dos processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela 
Lei nº 8.883, de 1994) 
Gabarito: Errado. 
28. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) De 
acordo com a lei, é dispensada a licitação para a prestação de 
serviços de informática a pessoa jurídica de direito público 
interno por órgãos ou entidades que, criados para esse fim 
específico, integrem a administração pública. 
Comentário: 
Não é dispensada. É dispensável, conforme o art. 24, 
inc. XVI, da Lei nº 8.666/93. 
Nesse sentido, dispõe que é dispensável a licitação 
“para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de 
uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para 
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prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de 
direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem 
a Administração Pública, criados para esse fim específico”. 
Gabarito: Errado. 
29. (ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JUNIOR – CNPQ 
– CESPE/2011) Configura-se hipótese de dispensa de licitação 
a contratação realizada por instituição científica e tecnológica 
(ICT) ou por agência de fomento para a transferência de 
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de 
exploração de criação protegida. 
Comentário: 
De fato, de acordo com o art. 24, inc. XXV, da Lei nº 
8.666/93, é dispensável a licitação na contratação realizada por 
Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento 
para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito 
de uso ou de exploração de criação protegida. 
Gabarito: Certo. 
30. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TAQUIGRÁFIA – TJ/ES – 
CESPE/2011) Suponha-se que, diante das fortes chuvas de 
verão no Sudeste do Brasil, um estado-membro dessa região 
resolva decretar estado de calamidade pública, razão pela qual 
passe a ser urgente o atendimento das demandas da 
comunidade atingida. Nesse caso hipotético, uma obra pública 
poderá ser iniciada, com dispensa de licitação, 
independentemente do prazo para a sua conclusão. 
Comentário: 
De acordo com o art. 24, inc. IV, Lei nº 8.666/93, é 
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dispensável a licitação nos casos de emergência ou de calamidade 
pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação 
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de 
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários ao 
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as 
parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no 
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e 
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou 
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. 
Gabarito: Errado. 
31. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) 
Considere que o governo de determinado estado-membro da 
Federação tenha realizado licitação, na modalidade convite, 
para contratar um escritório de contabilidade para 
desempenhar atividades contábeis gerais, mas não tenha 
havido interessados. Nesse caso, é permitida a contratação 
com dispensa de licitação, desde que observados os requisitos 
legais. 
Comentário: 
Novamente temos a incidência do art. 24, inc. V, da Lei 
nº 8.666/93, ou seja, caso de licitação deserta porque não houve 
interessados. 
V - quando não acudirem interessados à licitação 
anterior e esta, justificadamente, não puder ser 
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, 
neste caso, todas as condições preestabelecidas; 
Gabarito: Certo. 
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32. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) Em 
razão de situações excepcionais, a dispensa de licitação é 
possível nos casos de guerra ou de grave perturbação da 
ordem. 
Comentário: 
Vê–se que a dispensa de licitação é questão certa a ser 
abordada pela Banca Examinadora. 
Conforme salientando, poderá ser afastada a licitação e 
realizada a contratação direta (dispensa), quando o interesse público 
assim o indicar, dentre os casos permitidos pelo art. 24 da Lei nº 
8.666/93, que enumerou taxativamente as hipóteses de licitação 
dispensável. 
Dentre elas, tem–se no inc. III do art. 24 da Lei nº 
8.666/93 a autorização para dispensa nos casos de guerra ou grave 
perturbação da ordem. 
Gabarito: Certo. 
33. (TABELIÃO – TJDFT – CESPE/2008) É dispensável a 
licitação em caso de fornecimento de bens ou serviços, 
produzidos ou prestados no país, desde que envolvam tanto a 
alta complexidade tecnológica como a defesa nacional, 
situação que exige parecer de comissão especialmente 
designada pela autoridade máxima do órgão. 
Comentário: 
A Lei nº 11.484/2007 incluiu no rol das hipóteses de 
licitação dispensável, o inciso XXVIII o qual dispõe que a licitação 
será dispensável para o fornecimento de bense serviços, 
produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa 
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nacional, mediante parecer de comissão especialmente 
designada pela autoridade máxima do órgão. 
Vê–se, portanto, que referida hipótese exige, para que 
se possibilite a dispensa de licitação, que os bens e serviços, sejam 
produzidos ou prestados no País e que, cumulativamente, envolvam 
alta complexidade tecnológica e defesa nacional. 
Além de tudo isso, deverá ser designada pela 
autoridade máxima do órgão licitante comissão especial que irá 
avaliar tais requisitos, devendo emitir parecer no sentido de estarem 
presentes tais circunstâncias a fim de que possa então o 
administrador decidir pela dispensa ou não. 
Gabarito: Certo. 
34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – 
CESPE/2008) O estado X firmou contrato administrativo de 
obra pública, no regime de administração contratada. Para 
tanto, foi feita a licitação, sendo vencedora a empresa Y, 
ficando a empresa Z em segundo lugar. Passados nove meses 
do início da execução da obra, o referido contrato foi 
rescindido pela contratada. Acerca dessa situação hipotética, 
dos contratos administrativos e da licitação, julgue: Na 
hipótese considerada, a administração poderá contratar a 
empresa Z, segunda colocada na referida licitação, com 
dispensa de licitação, desde que mantidas as mesmas 
condições oferecidas pelo licitante vencedor. 
Comentário: 
Estabelece o art. 24, inc. XI, da Lei nº 8.666/93 que na 
contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em 
conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de 
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições 
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, 
devidamente corrigido, poderá ocorrer a dispensa a licitação. 
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Obviamente, isso não afasta a responsabilidade da 
empresa inadimplente que poderá sofrer as sanções previstas no 
edital, no contrato e na própria Lei. 
Assim, poderá haver a dispensa, observando a ordem 
de classificação no certame e desde que mantidas as mesmas 
condições oferecidas pelo licitante vencedor. 
Gabarito: Certo. 
35. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – 
CESPE/2008) A União firmou contrato de obra pública com a 
construtora Cimento Forte Ltda., visando construir uma 
hidrelétrica em um grande rio do estado do Pará, obra essa 
que durará cerca de 3 anos, de forma a diminuir o risco futuro 
de crise de energia elétrica. Para tanto, utilizou–se da 
dispensa de licitação. Nos termos desse contrato de obra 
pública, todas as indenizações por danos causados a terceiros 
em decorrência da obra seriam suportadas pela construtora. 
Com base nessa situação hipotética, julgue: *** A situação 
descrita caracteriza emergência, razão por que a contratação 
por meio de dispensa de licitação foi adequada. 
Comentário: 
É considerado, nos termos do art. 24, inc. IV, da Lei nº 
8.666/93, como casos de emergência ou de calamidade pública, 
quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa 
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, 
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e 
somente para os bens necessários ao atendimento da situação 
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que 
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e 
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da 
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a 
prorrogação dos respectivos contratos. 
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Essa hipótese de dispensa ocorre quando o tempo 
necessário para a realização da licitação impede a adoção de medidas 
indispensáveis para evitar o dano. 
Emergência quer dizer situação fática onde há potencial 
de dano excepcional para a segurança de pessoas, obras, serviços, 
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, ou seja, 
significa necessidade de atendimento imediato. 
Na situação descrita na questão, o eventual dano será 
futuro e não é certo, ou seja, é mero risco, de modo que para tanto 
se pode adotar o procedimento licitatório, visto que o prazo estimado 
é razoável para realização do certame, não sendo, pois, situação de 
dispensa. 
Gabarito: Errado. 
36. (TÉCNICO DE CONTABILIDADE – MS – CESPE/2010) Caso 
a União tenha de intervir no domínio econômico para regular 
preços ou normalizar o abastecimento, a licitação será 
dispensável. 
Comentário: 
Conforme estabelece o art. 24, inc. VI, da Lei de 
Licitações, a licitação será dispensável “quando a União tiver que 
intervir no domínio econômico para regular preços ou 
normalizar o abastecimento” 
Gabarito: Certo. 
37. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) 
A União, ao intervir no domínio econômico para normalizar o 
abastecimento ou regular preços, pode dispensar a licitação. 
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Comentário: 
Mera repetição. Então, conforme estabelece o art. 24, 
inc. VI, da Lei de Licitações, a licitação será dispensável “quando a 
União tiver que intervir no domínio econômico para regular 
preços ou normalizar o abastecimento” 
Gabarito: Certo. 
38. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANTAQ – CESPE/2009) A 
licitação será dispensável quando não acudirem interessados 
à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser 
repetida sem prejuízo para a administração. 
Comentário: 
Com efeito, conforme salientamos, licitação 
dispensável é aquela em que há discricionariedade em se dispensar 
ou não a licitação, cabendo ao administrador público, motivadamente, 
dentro das hipóteses legais, avaliar acerca da conveniência e 
oportunidade em realizá–la. 
Dessa forma, as situações que ensejam a licitação 
dispensável estão elencadas no art. 24 da Lei nº 8.666/93 
taxativamente. Veja que em tais situações a lei autoriza a dispensa 
da licitação. 
Dentre elas, tem–se a denominada licitação deserta, ou 
seja, conforme art. 24, inc. V, da Lei nº 8.666/93, quando não 
acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, 
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, 
neste caso, todas as condições preestabelecidas, haverá a 
possibilidade de dispensa de licitação. 
 
Novamente, é de se destacar que não se deve 
confundir licitação deserta, quando não se apresentam 
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interessados, com licitação fracassada, quando há interessados, no 
entanto, são todos inabilitados ou todas as propostas são 
desclassificadas. 
Gabarito: Certo. 
39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TAQUIGRAFIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) Denomina-se licitação deserta àquela em que, 
apesar de terem comparecido interessados, nenhum é 
selecionado em decorrência da desclassificação do certame. 
Comentário: 
A licitação deserta ocorre quando não acudirem 
interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder 
ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste 
caso, todas as condições preestabelecidas, haverá a possibilidade de 
dispensa de licitação, conforme art. 24, inc. V, da Lei nº 8.666/93. 
De outro lado, se todos forem inabilitados ou forem 
desclassificados

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