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PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Estamos caminhando bem. Já chegamos quase na metade do caminho. É isso aí, vamos nos manter firmes e focados. Esta é a nossa quinta aula. Hoje veremos: AULA 05: 3.4 Licitação: princípios, obrigatoriedade, dispensa e exigibilidade, procedimentos e modalidades. Antes, porém, de analisar as questões, deixe-me fazer uma breve introdução. LICITAÇÃO A Constituição Federal impõe à Administração Pública a obrigatoriedade de quando for contratar empreender processo de licitação pública, ressalvado os casos autorizados por lei, conforme art. 37, inc. XXI, que assim dispõe: “Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. Devemos lembrar que o art. 22, inciso XXVII, CF/88, prescreve que compete privativamente à União criar normas gerais sobre licitações e contratos, conforme o seguinte: XXVII - Compete privativamente a União legislar sobre normas gerais de licitação e contratações, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III. Observe, assim, que a competência legislativa para editar norma geral sobre licitações e contratos é da União, de modo que Estados, DF e municípios devem seguir os ditames estabelecidos em norma geral cabendo-lhes, no que lhes for específico, editar suas normas, complementando a norma geral. Pois bem, no sentido de regulamentar o art. 37, inc. XIX, CF/88, e tendo em vista o art. 22, inc. XXVII, a União editou a Lei nº 8.666/93 que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. Portanto, é a Lei nº 8.666/93 a norma geral sobre licitações e contratos a ser observada pela Administração Pública, direta e indireta, de qualquer esfera de poder, seja da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Mas o que é licitação? De acordo com Hely Lopes Meirelles, licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Para a profa. Di Pietro, licitação é definida como sendo o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato. Então, para contratar obras, compras, serviços ou alienações, convoca-se interessados a fim de que apresentem suas propostas e a Administração possa selecionar e obtenha a mais PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 vantajosa. Cumpre dizer, portanto, que a licitação não é um ato, é um procedimento em que se conjugam vários atos, com intuito de permitir o maior número de participantes (licitantes) e para a Administração obter a proposta mais vantajosa. Lembre-se: A licitação é um procedimento. No entanto, devemos ter cuidado com o expresso no parágrafo único do art. 4º da Lei nº 8.666/93. É que, o referido artigo dispõe que “o procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública”. Trata-se do princípio do formalismo. E, em que pese essa caracterização legal, não se deve olvidar que a licitação é um procedimento formal. Mas qual a finalidade da licitação? Então, como se trata de um procedimento prévio à contratação, podemos dizer que licitação tem dupla finalidade na medida em que de um lado busca selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e de outro visa propiciar a igualdade de condições para que todos os interessados participem do certame. Contudo, com a edição da MP 495/2010, convertida na Lei nº 12.349/2010, que alterou o art. 3º da Lei nº 8.666/93, temos mais uma finalidade, qual seja: a promoção do desenvolvimento nacional. Observe o art. 3º na sua nova redação: Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) Dito isso, vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (BIBLIOTECÁRIO – FUB – CESPE/2011) A obrigatoriedade de licitação é princípio expresso na Constituição Federal de 1988. Comentário: De fato, estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inc. XXI, que “Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”, ou seja, trata- se do princípio da obrigatoriedade de licitar. Gabarito: Certo. 2. (ANALISTA – ARQUIVOLOGIA – MPU – CESPE/2010) Os órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios estão subordinados ao regime dessa lei. Comentário: PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 Conforme art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93, “subordinam–se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela União, Estados, DF e municípios”. Gabarito: Certo. 3. (BIBLIOTECÁRIO – FUB – CESPE/2011) Um órgão do Ministério Público estadual, ao realizar determinado certame licitatório, subordina-se, no que couber, às normas gerais de licitação previstas na Lei n.º 8.666/1993. Comentário: Nos termos do par. único do art. 1º, a Lei nº 8.666/93 aplica-se aos órgãos da Administração direta. Assim, como o MPE é um órgão integrante da estrutura da Administração direta dos Estados,também está subordinado aos ditames dessa Lei. Gabarito: Certo. 4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) A sociedade de economia mista, diferentemente das empresas públicas, não é obrigada a licitar. Comentário: Preciso enfatizar que, na atualidade, as bancas examinadoras, sobretudo o CESPE, têm primado por utilizar o entendimento jurisprudencial, especialmente o do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. E, em alguns casos, chega– se ao absurdo de utilizar decisões que ainda não são nem mesmo definitiva. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 De todo forma, é preciso estarmos antenados e acompanhando a evolução jurisprudencial, de modo a não sermos surpreendidos com recentes entendimentos do STJ ou STF. Para tanto indico a leitura semanal dos informativos de ambos os Tribunais, se você não tem o hábito, não perca mais tempo. No tocante à questão, devemos observar o princípio da obrigatoriedade de licitação e a controvérsia que gira em torno de sua aplicabilidade às estatais. Como assim? Explico. Determina a Constituição Federal em seu art. 37, inciso XXI, que ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública. Nesse sentido, como ressaltei, a Lei nº 8.666/93 regulamentou esse dispositivo constitucional e instituiu as modalidades de licitação. Com efeito, logo no parágrafo único do art. 1º da Lei ficou estabelecido que “subordinam–se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela União, Estados, DF e municípios”. Vê–se, pois, que a Lei nº 8.666/93 vinculada toda a Administração Pública ao princípio da obrigatoriedade de licitar, recaindo tal ônus sobre a Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, além das empresas públicas e sociedades de economia mista. Portanto, poderíamos dizer que estão sujeitos à licitação, com base na Lei nº 8.666/93: a) Administração direta; b) Administração indireta; c) fundos especiais; d) demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo poder público. Todavia, devemos lembrar que o art. 21, inc. XXVII, da CF/88 prescreve que “compete privativamente a União legislar sobre PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 normas gerais de licitação e contratações, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III”. Significa dizer que a própria Constituição Federal fez distinção entre o regime licitatório a ser seguido pela Administração Pública direta, autárquica e fundacional, que obedecem ao disposto no art. 37, inc. XXI, CF/88, em relação àquele que será adotado nas empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais devem observar o disposto no art. 173, §1º, inc. III, da CF/88, assim dispondo: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. §1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: ... III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública. Permitiu, portanto, a Constituição que as estatais adotem estatuto jurídico próprio, dispondo, dentre outras situações, sobre licitações e contratação. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, em sede de Mandado de Segurança, concedeu liminar para permitir que a Petrobrás, sociedade de economia mista federal, utilize procedimento PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 simplificado em vez de se submeter às regras da Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93) na medida em que está submetida a regime concorrencial no exercício de suas atividades, conforme os seguintes precedentes: Mandados de Segurança 25888, 25986, 26783, 27232, 27743, 27837 e 27796. A controvérsia se estabeleceu porque para o TCU a Petrobrás deveria adequar suas contratações e procedimentos de licitação às normas estabelecidas pela Lei 8.666/93. No entanto, a Petrobrás alegou que seus procedimentos de contratação não estariam submetidos a esta lei, mas sim ao Regulamento Licitatório Simplificado aprovado por decreto do Presidente da República. Vê–se que, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica e estejam em regime de livre concorrência, podem estabelecer regulamento licitatório simplificado, desde que aprovado por Decreto Presidencial. Assim, podemos constatar que em qualquer caso, como regra, haverá a obrigatoriedade de licitar. Todavia, no que se refere às empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica poderá ser utilizado regulamento licitatório simplificado. No mais, é possível que se afaste a licitação, nos casos e condições previstas na própria lei, ou seja, nas hipóteses de dispensa e inexigibilidade, que excepcionam a regra da obrigatoriedade de licitar. Gabarito: Errado. 5. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2008) Segundo liminar em mandado de segurança deferida à PETROBRAS, o Supremo Tribunal Federal abriu a possibilidade para que as empresas públicas e sociedades de economia mista que atuem em atividades econômicas e tenham PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 regulamentos próprios licitatórios não precisem seguir a Lei nº 8.666/1993. Comentário: Por força do art. 173, §1º, inc. III, da CF/88, e em conformidade com o entendimento do STF, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, exploradoras de atividade econômica em regime de competição, podem utilizar regulamento licitatório simplificado, desde que aprovado por Decreto Presidencial. Vale lembrar que o STF desde meados de 2008 vem concedendo liminares, em Mandado de Segurança, para permitir que a Petrobrás, sociedade de economia mista federal, utilize procedimento simplificado em vez de se submeter às regras da Lei de Licitações e Contratos. Gabarito: Certo. 6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Licitação é o procedimento administrativo pelo qual um órgão público convoca interessados para apresentação de propostas para alienação, aquisição, locação de bens, bem como a realização de obras ou serviços. Comentário: De acordo com o parágrafo único do art. 4º da Lei nº 8.666/93 que estabelece o princípio do formalismo, segundo o qual “o procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública”. Implica dizer que a licitação é um procedimento formal. Gabarito: Certo.PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 7. (ANALISTA JUDICIARIO – ADMINISTRATIVA – STM – CESPE/2011) De acordo com a legislação brasileira, a licitação deve seguir, obrigatoriamente, os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Comentário: A Administração Pública na condução do procedimento licitatório deve se orientar, de acordo com o art. 3º da Lei nº 8.666/93, pelos seguintes princípios básicos: Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) Portanto, temos os seguintes princípios: a) princípio da legalidade; b) princípio da impessoalidade; c) princípio da moralidade; d) princípio da igualdade; e) princípio da publicidade; f) princípio da probidade administrativa; g) princípio da vinculação ao instrumento convocatório; h) princípio do julgamento objetivo; i) outros correlatos (rol é exemplificativo) PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 Vejamos tais princípios: O princípio da Legalidade (art. 4º) estabelece que a Administração, bem como todos os participantes, deve seguir fielmente o procedimento traçado na lei de regência. Hely Lopes Meirelles entende que se trata do princípio do procedimento formal que determina a fiel observância dos procedimentos legais, conforme expresso no parágrafo único do art. 4º da Lei de Licitações e Contratos, que assim prevê: Art. 4º - Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. É importante salientar que não se admite formalismo inútil, ou seja, o excesso de formalismo. Princípio da impessoalidade é corolário do princípio da igualdade, de modo que a Administração deve ser imparcial, não fixando regras tendenciosas, pautando-se por critérios objetivos, negando-se favoritismos ou discriminações por critérios subjetivos, velando pelo acesso amplo aos que tenham ou possam vir a ter interesse. A moralidade impõe à Administração e aos participantes em geral a observância aos padrões éticos, agir com lealdade e boa-fé, sob pena de responsabilização administrativa, cível e penal. Em consonância ao princípio da moralidade está o princípio da probidade administrativa que estabelece a responsabilização dos agentes, inclusive terceiros, por atos ímprobos nos termos da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), assim como pela aplicação das sanções criminais estabelecidas nos artigos 89 a 99 da Lei de Licitações. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 O princípio da igualdade ou isonomia, como abordado, é um dos fundamentos da licitação, com envergadura constitucional, eis que a Constituição (art. 37, XXI) firma a necessidade de tratamento isonômico entre os licitantes, vedando-se tratamento discriminatório, bem como o art. 3º, § 1º, incs. I e II, da Lei de Licitação e Contratos, que assim dispõe: Art. 3º. § 1º É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. O princípio da publicidade impõe o dever de dar ampla divulgação ao certame, sendo, em regra, vedado o caráter sigiloso dos atos, inclusive sendo permitido o acesso aos particulares, tudo com o intuito de se fiscalizar o cumprimento das determinações legais e afastar condutas ilícitas, impondo-se, ainda, o dever de motivação de todas as decisões proferidas em quaisquer das etapas. Tais princípios, é bom ressaltar, são os que orientam, de forma geral, toda a Administração Pública, conforme art. 37, da CF/88. Há outros princípios, no entanto, que são mais específicos, ou seja, aplicando-se somente à licitação, como é o caso da vinculação PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 ao instrumento convocatório, sigilo das propostas, julgamento objetivo, adjudicação compulsória. Segundo o princípio da vinculação ao instrumento convocatório o Edital é a lei do certame, ou seja, o instrumento para convocar, chamar, dar notícia aos interessados acerca de determinado objeto pretendido pela a Administração, de modo que inclusive a vincula, como também vincula os licitantes que deverão observar as condições e requisitos que foram fixados no edital durante todo o procedimento licitatório e na execução do ajuste. Assim, prevê o art. 41 da Lei de Licitações que a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que estabelece o instrumento convocatório. Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. O princípio do julgamento objetivo determina que, nas análises das propostas, sejam observados os critérios objetivamente fixados no edital (denominados tipos de licitação: menor preço, melhor técnica, técnica e preço ou maior lance ou oferta), sem aferições subjetivas ou imprecisões, evitando-se apreciações discricionárias na decisão acerca das propostas, conforme determina os arts. 44 e 45, da Lei nº 8.666/93. Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. [...] Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá- lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br14 possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle A doutrina fala, ainda, em princípios licitatórios implícitos específicos ou correlatos, tal como: competitividade, procedimento formal, sigilo das propostas e adjudicação compulsória. A competitividade seria, conforme destaca Celso Bandeira de Mello, a obrigatoriedade de observância do caráter competitivo do procedimento licitatório, não se permitindo artimanhas ou mecanismos para frustrar tal propósito. O procedimento formal, conforme ressaltei quando da abordagem do princípio da legalidade, é a configuração de que a licitação caracteriza-se como ato administrativo formal, ou seja, tem seu rito e fórmulas legalmente estabelecidas, além de ser obrigatório o registro de seus atos documentadamente. O princípio do sigilo das propostas que, muito embora vigore o princípio da publicidade como regra, prevê que as propostas serão realizadas de forma sigilosa, evitando-se o conluio ou a fraude, mantendo-se o caráter competitivo, sendo inacessível até o momento de abertura, que será realizado em sessão pública. Finalmente, o princípio da adjudicação compulsória segundo o qual o vencedor do certame tem direito subjetivo a que o objeto da licitação lhe seja atribuído, de modo que veda eventual contratação com outrem, caso a Administração venha a contratar. É de se observar, contudo, que a adjudicação somente é garantia de que a Administração não poderá contratar com outrem senão com o próprio vencedor do certame. Gabarito: Certo. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O objetivo primordial da licitação é garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, sempre selecionando a proposta que apresente o menor preço. Comentário: Como se vê, a licitação é um procedimento administrativo utilizado pela Administração Pública a fim de selecionar, dentre aqueles que se dispõem, a proposta que melhor atenda aos seus interesses. Com efeito, antes da alteração empreendida pela Lei nº 12.349/2010, podia-se constatar que a licitação tinha dupla finalidade na medida em que, de um lado buscava selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e de outro, visava propiciar a igualdade de condições para que todos os interessados participem do certame. Todavia, a referida alteração trouxe nova finalidade, qual seja: a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) Assim, é possível dizer que as finalidades estabelecidas pelo procedimento licitatório são, conforme disposto no art. 3º da Lei de Licitações: a) garantir o princípio da isonomia; b) selecionar PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 a proposta mais vantajosa; c) promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Verifica–se, portanto, que a questão peca na sua parte final, quando estabelece que “o objetivo primordial da licitação é garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, sempre selecionando a proposta que apresente o menor preço”, na medida em que há outras finalidades de igual importância e, por isso, nem sempre será selecionada a proposta de menor preço. Gabarito: Errado. 9. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) A regra que determina que todas as contratações da administração pública devam ser feitas mediante licitação pública tem, entre suas funções, a de assegurar o princípio da isonomia. Comentário: De fato, como vimos, umas das finalidades da licitação é oportunizar igualdade de condições aos que se interessarem. É importante percebemos que o procedimento licitatório é empreendido no sentido de estabelecer uma competição, permitindo que todos os interessados, desde que atendida a qualificação exigida, tenham as mesmas condições para apresentar propostas à Administração Pública. Gabarito: Certo. 10. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) Embora o princípio do formalismo não esteja expresso na Lei de Licitações, todo procedimento licitatório se caracteriza pela formalidade e solenidade; por essa razão, o desrespeito a esse PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 princípio acarreta a nulidade do certame devido a vício de forma. Comentário: De fato, o princípio do formalismo não está expresso na Lei, sendo o procedimento caracterizado por formalidades e solenidades. Todavia, devemos lembrar que nem todas as formalidades são essenciais, daí que se a inobservância de dada formalidade, não essencial, não causar prejuízo, não haverá a nulidade do ato por tal motivo, de modo que fica afastado o excesso de formalismo em razão da finalidade do procedimento. Ilustrativamente: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PROPOSTA TÉCNICA. INABILITAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE FALTA DE ASSINATURA NO LOCAL PREDETERMINADO. ATO ILEGAL. EXCESSO DE FORMALISMO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. 1. A interpretação dos termos do Edital não pode conduzir a atos que acabem por malferir a própria finalidade do procedimento licitatório, restringindo o número de concorrentes e prejudicando a escolha da melhor proposta. 2. O ato coator foi desproporcional e desarrazoado, mormente tendo em conta que não houve falta de assinatura, pura e simples, mas assinaturas e rubricas fora do local preestabelecido, o que não é suficiente para invalidar a proposta, evidenciando claro excesso de formalismo. Precedentes. 3. Segurança concedida. (MS 5.869/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/09/2002, DJ 07/10/2002, p. 163) Gabarito: Errado. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O licitante deverá observar as normas e condições estabelecidas no ato convocatório, todavia à administração pública é dado direito de, discricionariamente, não observar o objeto ou as condições contidas no edital, em virtude do seu poder de império. Comentário: Conforme princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o edital é a lei de regência da licitação, devendo tanto a Administração, quanto os licitantes, observar as condições e requisitos que foram fixados, não podendo descumprir as normas e condições firmadas, às quais se acham estritamente vinculados, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que estabelece o instrumento convocatório (art. 41, Lei nº 8.666/93). Por isso, na sua primeira parte a questão estaria correta (“o licitante deverá observar as normas e condições estabelecidas no ato convocatório”), porém, o erro estaria na segunda parte (“todavia à administração pública é dado direito de, discricionariamente, não observar o objeto ou as condições contidas no edital, em virtude do seu poder de império”), já que a Administração também sevincula aos termos do Edital. Gabarito: Errado. 12. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) O princípio do sigilo na apresentação das propostas foi implicitamente revogado com o advento da CF de 1988 e legislação posterior, que determina que o procedimento licitatório será regido pelo princípio da publicidade Comentário: O princípio do sigilo das propostas estabelece que estas PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 sejam apresentadas em envelope lacrado, ou seja, que sejam mantidas de forma sigilosa, evitando–se o conluio ou a fraude, mantendo–se o caráter competitivo, sendo inacessível até o momento de abertura, que será realizado em sessão pública. Então, em que pese a Constituição Federal estabelecer que a Administração Pública deva observar o princípio da publicidade, princípio também expresso na Lei de Licitações, ele será excepcionado, neste momento, a fim de se garantir o interesse público em obter a proposta mais vantajosa e o caráter competitivo da licitação. Por isso, o princípio do sigilo na apresentação das propostas NÃO foi implicitamente revogado pela CF/88 e legislação posterior, que determina que o procedimento licitatório seja regido pelo princípio da publicidade, na medida em que em atenção à finalidade pública deve–se respeitar o princípio da competitividade de igualdade entre os licitantes. Gabarito: Errado. 13. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a administração pública está obrigada a atribuir o objeto da licitação ao vencedor, não sendo mais permitida, nessa fase, a revogação. Comentário: Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a Administração Pública atribui ao vencedor do certame o objeto licitado, ou seja, uma vez concluído o procedimento o objeto do certame é atribuído a licitante vencedor, impedindo a Administração a abertura de nova licitação acerca do mesmo objeto enquanto válida a adjudicação anterior. Garante–se assim que, em caso de contratação, a PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 Administração celebre o contrato com o vencedor da disputa. A propósito, como já disse, não se trata de obrigatoriedade de contratar, pois a Administração poderá não celebrar o contrato em razão de anulação por ilegalidade ou de revogação por interesse público superveniente. Tome como exemplo uma licitação para aquisição de papel no STJ, em que se sagrou vencedora a empresa Papel & Papel, porém em razão da adoção de processo eletrônico e da desnecessidade de papel, após tal informatização, revoga–se a licitação em razão do interesse público superveniente, de modo que a Administração então já não venha mais a contratar. Portanto, ainda que se adjudique o objeto ao vencedor do certame, isto não lhe garante a celebração do contrato, pois é possível a revogação da licitação por motivo de interesse público superveniente, por exemplo. Gabarito: Errado. 14. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) De acordo com o princípio da moralidade, o vencedor da licitação tem direito subjetivo à adjudicação do objeto licitado. Comentário: Conforme ressaltado, o vencedor da licitação tem direito a que o objeto do certame lhe seja imputado. Todavia, não é por força do princípio da moralidade, mas por força do princípio da adjudicação compulsória. Obviamente que haveria violação ao princípio da moralidade administrativa e tantos outros, tal como legalidade e impessoalidade, em se imputar a outrem senão o próprio vencedor do certame o objeto licitado. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 Todavia, o princípio que determina que seja imputado, atribuído, o objeto licitado ao vencedor é o princípio da adjudicação compulsória. Gabarito: Errado. 15. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) O princípio da vinculação ao instrumento convocatório destina– se exclusivamente a garantir o direito dos licitantes perante a administração pública. Comentário: Perceba que esse princípio é abordado com insistência pelo CESPE. Isso porque se traduz em orientação primordial na condução do procedimento licitatório. Estabelece tal princípio que o edital é a lei da licitação, devendo tanto a Administração, quanto os licitantes, observar as condições e requisitos que foram fixados no instrumento convocatório, ao qual se acham estritamente vinculados, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que critério fixado no instrumento inaugural (art. 41, Lei nº 8.666/93). Vê–se, por isso, que não só os licitantes, mas a própria Administração, têm o dever de observância das regras fixadas no Edital, de modo que é uma garantia para o licitante em face da Administração e, de igual modo, uma garantia da Administração no sentido de que o licitante irá cumprir os termos do Edital, durante toda a vigência do contrato. Gabarito: Errado. 16. (PROCURADOR DO ESTADO – PGE/PI – CESPE/2008) Conforme o princípio do julgamento objetivo, o julgamento PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 das propostas deve ser feito de acordo com os critérios fixados no instrumento convocatório. Comentário: Nos termos do art. 44 da Lei nº 8.666/93, a comissão no julgamento das propostas levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. Assim, conforme o princípio do julgamento objetivo, as propostas deverão ser julgadas de acordo com os critérios fixados no instrumento convocatório, sendo tais critérios denominados tipos de licitação (menor preço, técnica e preço, melhor técnica, maior lance ou oferta). Gabarito: Certo. 17. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) A fim de comprar carteiras escolares para as escolas do município, o prefeito de determinada cidade contratou, sem licitação, uma empresa especializada pertencente a seu amigo. O prefeito alegou que a empresa tem longa experiência no setor de carteiras escolares e que os valores cobrados estão compatíveis com o preço de mercado, razão pela qual não seria necessário o processo licitatório. Considerando essa situação e os princípios que regem a administração pública, julgue: *** A contratação feita pelo prefeito, embora não precedida de licitação, é válida porque atendeu ao princípio da eficiência. Comentário: Cumpre dizer que a licitação não é válida, seja porque burlou o procedimento licitatório, seja porque violou princípios administrativos expressos na Constituição. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 Você deve recordar o princípio da eficiência, inserido pela EC 19/98, no rol dos princípios constitucionais expressos orientadores da Administração Pública (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência), que prima pela busca de resultados, prescrevendo que a Administração deve atuar de forma a utilizar seus recursos e esforços gerando os melhores benefícios, resultados, como o menor dispêndio de recursos. Com efeito, ainda que pareça ser eficiente a conduta do agente público, eis que agiu com celeridade e primou por contratar uma empresa experiente e de observar o preço praticado no mercado, não pode tal princípio sesobrepor ao princípio da legalidade a fim de validar certas condutas. Lembremos, é verdade, que não há hierarquia entre princípios constitucionais. Assim, o princípio da eficiência não se sobrepõe ao da legalidade, nem este àquele. No entanto, especialmente neste caso se impõe a obrigatoriedade de licitar, nos termos do art. 37, inc. XXI, CF/88, que assim determina: XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Gabarito: Errado. 18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) Em procedimentos licitatórios, o princípio da adjudicação compulsória ao vencedor impede que se abra PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior. Comentário: Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a Administração Pública atribui ao vencedor do certame o objeto licitado, ou seja, uma vez concluído o procedimento, o objeto do certame é atribuído ao licitante que dentre as propostas apresentadas foi a selecionada pela Administração. A adjudicação é ato final do procedimento licitatório, sendo um ato declaratório da Administração no sentido de atribuir o objeto licitado ao vencedor do certame. Com efeito, adjudicado o objeto ao vencedor do certame fica impedida a Administração de proceder à abertura de nova licitação acerca do mesmo objeto enquanto válida a adjudicação anterior. É bom repetimos que não há garantia de o vencedor do certame ser contratado, ou seja, não tem direito subjetivo ao contrato acerca do objeto licitado. Todavia, fica assegurado que, em caso de contratação, a Administração deverá celebrar o contrato com o vencedor do certame, não podendo, inclusive, realizar outra licitação enquanto válida essa adjudicação. Gabarito: Certo. 19. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) A fim de comprar carteiras escolares para as escolas do município, o prefeito de determinada cidade contratou, sem licitação, uma empresa especializada pertencente a seu amigo. O prefeito alegou que a empresa tem longa experiência no setor de carteiras escolares e que os valores cobrados estão compatíveis com o preço de mercado, razão pela qual não seria necessário o processo licitatório. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 Considerando essa situação e os princípios que regem a administração pública, julgue: *** Se a empresa realmente for especializada e os preços estiverem compatíveis com o preço cobrado pelas concorrentes, a referida contratação terá sido regular, e estará em consonância com os princípios que regem a administração pública. Comentário: Devemos observar, novamente, que a regra é a licitação e a exceção o afastamento da licitação (contratação direta), conforme determina o art. 37, inc. XXI, CF/88, ao estabelecer que: XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Portanto, ressalvados os casos em que há permissão ou autorização legal para não licitar, a regra é a obrigatoriedade de licitação, de maneira que, ainda que a empresa seja especializada e os preços sejam compatíveis, necessária a realização de procedimento licitatório dando possibilidade de ampla participação e disputa entre os interessados. Desse modo, a não utilização do procedimento licitatório não está em consonância com os princípios que regem a Administração Pública, podemos dizer, inclusive, que houve violação da legalidade, impessoalidade e moralidade, no mínimo. Gabarito: Errado. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 20. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) A adjudicação compulsória ao vencedor da licitação corresponde à celebração do contrato. Comentário: Como já observamos, O princípio da adjudicação compulsória é ato final do procedimento licitatório, sendo um ato declaratório da Administração no sentido de atribuir o objeto licitado ao vencedor do certame. Conforme vimos, esse princípio traduz–se no dever de a Administração Pública atribuir ao vencedor do certame o objeto licitado, ou seja, uma vez concluído o procedimento e sagrando–se o vencedor, o objeto do certame é atribuído ao licitante que dentre as propostas apresentadas foi a selecionada pela Administração. Fica impedida, portanto, a Administração de proceder à abertura de nova licitação acerca do mesmo objeto enquanto válida a adjudicação anterior. Porém, não se traduz em garantia de contratação, sendo mera expectativa. Significa que poderá ser contratado caso a Administração venha realizar o contrato. A adjudicação não corresponde à celebração do contrato, mas simplesmente à declaração de quem fora o vencedor do certame. Gabarito: Errado. 21. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) Se a administração pública iniciar procedimento licitatório cujo objeto seja bem sem similaridade ou bem de marca, características ou especificações exclusivas, a licitação será inválida, considerando-se que a lei veda, em caráter absoluto, a inclusão, no objeto da licitação, de bens e serviços sem similaridade ou de marcas e especificações exclusivas. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 Comentário: Conforme art. 7º, §5º, da Lei nº 8.666/93, é vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório. Gabarito: Errado. 22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STJ – CESPE/2008) A concessão de direito real de uso de bens públicos imóveis construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública, não precisa ser licitada. Comentário: Conforme art. 17, inc. I, alínea “f”, da Lei de Licitações e Contratos, a concessão de direito real de uso de bens públicos imóveis construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública, não precisa ser licitada, por se tratar de hipótese de licitação dispensada. Gabarito: Certo. 23. (JUIZ DE DIREITO – TJ/SE – CESPE/2008) A alienação de bens imóveis de propriedade de empresas públicas depende de autorização legislativa. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. EdsonMarques www.pontodosconcursos.com.br 28 Comentário: Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista são considerados bens privados, por serem tais entidades pessoas jurídicas de direito privado. Por isso, tais bens se submeteriam aos ditames do Direito Civil. Desse modo não se exigiria, para sua alienação, autorização legislativa, conforme se observa da parte final do art. 17, inc. I, da Lei nº 8.666/93, ao estabelecer que quando se tratar de alienação de bens imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência. Cuidado que aqui a expressão paraestatal foi cunhada naquela velha visão de Hely Lopes Meirelles, ou seja, compreendendo as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Gabarito: Errado. 24. (TÉCNICO DE CONTABILIDADE – MS – CESPE/2010) Caso a administração pública pretenda vender bens móveis, tal alienação estará subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e de licitação e dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais. Comentário: Nos termos do art. 17, inc. II, da Lei º 8.666/93, a alienação de bens móveis da Administração Pública subordina- se à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e dependerá de licitação. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 Portanto, a alienação de bens móveis da Administração não dependerá de autorização legislativa Gabarito: Errado. 25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) No que tange à dispensa de licitação, o rol de casos previstos na Lei n.º 8.666/1993 é taxativo e, portanto, outras situações, mesmo que similares às previstas, não ensejam a dispensa. Comentário: Observamos que a regra é a obrigatoriedade de licitar, sendo, pois, a licitação um procedimento prévio à contratação. No entanto, há hipóteses em que a Lei afasta ou permite que seja afastada a licitação, estipulando forma denominada de contratação direta, ocorrendo nos casos de dispensa e inexigibilidade. A dispensa de licitação ocorrerá quando embora seja possível a competição algumas razões justificam que se deixe de efetuá–la em nome do interesse público. Veja que seria possível realizar a licitação, todavia, em razão de alguma situação, a lei afasta ou permite que se afaste a licitação, procedendo–se a contratação sem licitação (contratação direta). Nesse sentido, segundo clássica lição de Hely Lopes Meirelles, dizemos que há duas hipóteses de dispensa, sendo: a) Licitação dispensável ocorre quando há autorização para se decidir acerca da utilização ou não do procedimento licitatório para contratar. Observa–se a possibilidade de deflagrar o certame, contudo, há a possibilidade de não utilizá–lo, cabendo ao administrador público, motivadamente, dentre as hipóteses legais, avaliar se é conveniente e oportuno realizar o procedimento licitatório, dispensando, se for o caso, em razão do interesse público, conforme as situações elencadas taxativamente no PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 art. 24 da Lei nº 8.666/93. b) Licitação dispensada ocorre quando, em que pese se vislumbrar a possibilidade de se realizar o procedimento competitivo, a própria lei determina o afastamento do procedimento, ou seja, não há margem de escolha do administrador público, pois a própria lei afasta a licitação, consoante art. 17 da Lei nº 8.666/93. Observe, portanto, que há sensível diferença entre licitação dispensada e licitação dispensável. Na dispensada não há como licitar, isso porque a lei determinou o afastamento do procedimento, muito embora fosse possível estabelecer uma competição. Na dispensável é possível licitar, mas cabe ao Administrador, diante das situações permitidas pela norma, avaliar se é conveniente e oportuno realizá–la. É importante destacar, portanto, que os casos de dispensa, ou seja, licitações dispensáveis e dispensadas estão taxativamente previstos na Lei, ou seja, a Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93) enumerou exaustivamente (numerus clausus) as hipóteses em que se admite a licitação dispensável (art. 24) e quando se aplica a dispensada (art. 17). Devo salientar, a título de dica ou aviso, que a Lei poderá ser alterada de modo a contemplar novos casos, como vem ocorrendo. Por isso, é sempre aconselhável termos em mãos a lei atualizada a fim de que não nos surpreendamos com novas hipóteses. Ademais, trata–se, certamente, do ponto mais complicado das licitações na medida em que há um número razoável de situações descritas como licitação dispensável. As hipóteses de licitação dispensada, como dito, estão elencadas no art. 17 da Lei nº 8.666/93, também taxativamente, e em síntese referem–se à alienação de bens móveis ou imóveis, pela Administração Pública. Por outro lado, atualmente, teríamos as seguintes hipóteses que ensejariam a licitação dispensável: PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 • Para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior (R$ 15.000, ou seja, 10% do valor do convite – R$ 150.000), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente. • Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior (R$ 8.000, ou seja, 10% valor do convite – R$ 80.000) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; Observemos que nesses dois primeiros casos, quando se tratar de contratação a ser realizada por consórcios públicos, sociedades de economia mista e empresas públicas, além de autarquia ou fundação qualificada como agência executiva, esse valor será o dobro, ou seja, obras e serviços de engenharia R$ 30.000 e outros serviços e compras R$ 16.000. • Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; • Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 prorrogação dos respectivos contratos; • Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; Significa, nessa hipótese, que a licitação é deserta. Licitação deserta é aquela em que não se apresentam interessados,diferentemente de licitação fracassada, quando há interessados, no entanto, são todos inabilitados ou todas as propostas são desclassificadas, impedindo o prosseguimento do certame. Neste caso, licitação fracassada, poderá a Administração fixar o prazo de oito dias úteis para que sanem as irregularidades e apresentem nova documentação ou propostas sem vício. No convite, poderá tal prazo ser reduzido para três dias úteis. (art. 48, §3º, Lei nº 8.666/93) • Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; • Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços (cf. §3º, art. 48) • Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 compatível com o praticado no mercado; • Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; • Para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; • Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; • Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; • Na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético– profissional e não tenha fins lucrativos; • Para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 • Para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. • Para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática à pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; • Para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; • Nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei (R$ 80.000,00); • Para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 mediante parecer de comissão instituída por decreto; • Na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão–de–obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. • Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; • Na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; • Na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. • Para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. • Na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 • Na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. • Na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. • Para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. • Na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. • Na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) • Nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) Conclui–se, portanto, que se trata de rol taxativo, ou seja, outras situações, mesmo que similares às previstas, não ensejam a dispensa. Gabarito: Certo. 26. (ANALISTA JUDICIÁRIO – STM – CESPE/2011) A contratação do arquiteto Oscar Niemeyer para realizar um projeto arquitetônico em Brasília é um exemplo de situação que enseja dispensa de licitação. Comentário: Podemos tirar duas conclusões. Primeira, a contratação mesmo de Oscar Niemeyer para um projeto arquitetônico qualquer em Brasília, dependeria de licitação, conforme prevê o art. 13, §1º, Lei de Licitações. Agora, se for para contratá-lo tendo em vista a natureza do projeto e sua notória especialização, teremos hipótese em que se aplicada a regra prevista no art. 25, inc. II, da Lei nº 8.666/93, ou seja, é inexigível a licitação. Gabarito: Errado. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 27. (BIBLIOTECÁRIO – FUB – CESPE/2011) A dispensa de licitação para a compra de hortifrutigranjeiros por fundação pública federal é permanente. Comentário: A dispensa para compra de hortifrutigranjeiros não é permanente, só deve ocorrer pelo tempo necessário a se realizar a licitação. Aliás, perceba que se a fundação tem necessidade do fornecimento constante, deve fazer licitação contratando empresa para fornecimento regular dos produtos, conforme art. 24, inc. XII, da Lei nº 8.666/93. Art. 24. É dispensável a licitação: XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Gabarito: Errado. 28. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) De acordo com a lei, é dispensada a licitação para a prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno por órgãos ou entidades que, criados para esse fim específico, integrem a administração pública. Comentário: Não é dispensada. É dispensável, conforme o art. 24, inc. XVI, da Lei nº 8.666/93. Nesse sentido, dispõe que é dispensável a licitação “para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico”. Gabarito: Errado. 29. (ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JUNIOR – CNPQ – CESPE/2011) Configura-se hipótese de dispensa de licitação a contratação realizada por instituição científica e tecnológica (ICT) ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. Comentário: De fato, de acordo com o art. 24, inc. XXV, da Lei nº 8.666/93, é dispensável a licitação na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. Gabarito: Certo. 30. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TAQUIGRÁFIA – TJ/ES – CESPE/2011) Suponha-se que, diante das fortes chuvas de verão no Sudeste do Brasil, um estado-membro dessa região resolva decretar estado de calamidade pública, razão pela qual passe a ser urgente o atendimento das demandas da comunidade atingida. Nesse caso hipotético, uma obra pública poderá ser iniciada, com dispensa de licitação, independentemente do prazo para a sua conclusão. Comentário: De acordo com o art. 24, inc. IV, Lei nº 8.666/93, é PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 dispensável a licitação nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. Gabarito: Errado. 31. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) Considere que o governo de determinado estado-membro da Federação tenha realizado licitação, na modalidade convite, para contratar um escritório de contabilidade para desempenhar atividades contábeis gerais, mas não tenha havido interessados. Nesse caso, é permitida a contratação com dispensa de licitação, desde que observados os requisitos legais. Comentário: Novamente temos a incidência do art. 24, inc. V, da Lei nº 8.666/93, ou seja, caso de licitação deserta porque não houve interessados. V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; Gabarito: Certo. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 41 32. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) Em razão de situações excepcionais, a dispensa de licitação é possível nos casos de guerra ou de grave perturbação da ordem. Comentário: Vê–se que a dispensa de licitação é questão certa a ser abordada pela Banca Examinadora. Conforme salientando, poderá ser afastada a licitação e realizada a contratação direta (dispensa), quando o interesse público assim o indicar, dentre os casos permitidos pelo art. 24 da Lei nº 8.666/93, que enumerou taxativamente as hipóteses de licitação dispensável. Dentre elas, tem–se no inc. III do art. 24 da Lei nº 8.666/93 a autorização para dispensa nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. Gabarito: Certo. 33. (TABELIÃO – TJDFT – CESPE/2008) É dispensável a licitação em caso de fornecimento de bens ou serviços, produzidos ou prestados no país, desde que envolvam tanto a alta complexidade tecnológica como a defesa nacional, situação que exige parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. Comentário: A Lei nº 11.484/2007 incluiu no rol das hipóteses de licitação dispensável, o inciso XXVIII o qual dispõe que a licitação será dispensável para o fornecimento de bense serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 42 nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. Vê–se, portanto, que referida hipótese exige, para que se possibilite a dispensa de licitação, que os bens e serviços, sejam produzidos ou prestados no País e que, cumulativamente, envolvam alta complexidade tecnológica e defesa nacional. Além de tudo isso, deverá ser designada pela autoridade máxima do órgão licitante comissão especial que irá avaliar tais requisitos, devendo emitir parecer no sentido de estarem presentes tais circunstâncias a fim de que possa então o administrador decidir pela dispensa ou não. Gabarito: Certo. 34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) O estado X firmou contrato administrativo de obra pública, no regime de administração contratada. Para tanto, foi feita a licitação, sendo vencedora a empresa Y, ficando a empresa Z em segundo lugar. Passados nove meses do início da execução da obra, o referido contrato foi rescindido pela contratada. Acerca dessa situação hipotética, dos contratos administrativos e da licitação, julgue: Na hipótese considerada, a administração poderá contratar a empresa Z, segunda colocada na referida licitação, com dispensa de licitação, desde que mantidas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor. Comentário: Estabelece o art. 24, inc. XI, da Lei nº 8.666/93 que na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido, poderá ocorrer a dispensa a licitação. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 43 Obviamente, isso não afasta a responsabilidade da empresa inadimplente que poderá sofrer as sanções previstas no edital, no contrato e na própria Lei. Assim, poderá haver a dispensa, observando a ordem de classificação no certame e desde que mantidas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor. Gabarito: Certo. 35. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) A União firmou contrato de obra pública com a construtora Cimento Forte Ltda., visando construir uma hidrelétrica em um grande rio do estado do Pará, obra essa que durará cerca de 3 anos, de forma a diminuir o risco futuro de crise de energia elétrica. Para tanto, utilizou–se da dispensa de licitação. Nos termos desse contrato de obra pública, todas as indenizações por danos causados a terceiros em decorrência da obra seriam suportadas pela construtora. Com base nessa situação hipotética, julgue: *** A situação descrita caracteriza emergência, razão por que a contratação por meio de dispensa de licitação foi adequada. Comentário: É considerado, nos termos do art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666/93, como casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 44 Essa hipótese de dispensa ocorre quando o tempo necessário para a realização da licitação impede a adoção de medidas indispensáveis para evitar o dano. Emergência quer dizer situação fática onde há potencial de dano excepcional para a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, ou seja, significa necessidade de atendimento imediato. Na situação descrita na questão, o eventual dano será futuro e não é certo, ou seja, é mero risco, de modo que para tanto se pode adotar o procedimento licitatório, visto que o prazo estimado é razoável para realização do certame, não sendo, pois, situação de dispensa. Gabarito: Errado. 36. (TÉCNICO DE CONTABILIDADE – MS – CESPE/2010) Caso a União tenha de intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento, a licitação será dispensável. Comentário: Conforme estabelece o art. 24, inc. VI, da Lei de Licitações, a licitação será dispensável “quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento” Gabarito: Certo. 37. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) A União, ao intervir no domínio econômico para normalizar o abastecimento ou regular preços, pode dispensar a licitação. PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 45 Comentário: Mera repetição. Então, conforme estabelece o art. 24, inc. VI, da Lei de Licitações, a licitação será dispensável “quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento” Gabarito: Certo. 38. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANTAQ – CESPE/2009) A licitação será dispensável quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a administração. Comentário: Com efeito, conforme salientamos, licitação dispensável é aquela em que há discricionariedade em se dispensar ou não a licitação, cabendo ao administrador público, motivadamente, dentro das hipóteses legais, avaliar acerca da conveniência e oportunidade em realizá–la. Dessa forma, as situações que ensejam a licitação dispensável estão elencadas no art. 24 da Lei nº 8.666/93 taxativamente. Veja que em tais situações a lei autoriza a dispensa da licitação. Dentre elas, tem–se a denominada licitação deserta, ou seja, conforme art. 24, inc. V, da Lei nº 8.666/93, quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas, haverá a possibilidade de dispensa de licitação. Novamente, é de se destacar que não se deve confundir licitação deserta, quando não se apresentam PACOTE DE EXERCÍCIOS – STJ/2012 ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 46 interessados, com licitação fracassada, quando há interessados, no entanto, são todos inabilitados ou todas as propostas são desclassificadas. Gabarito: Certo. 39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TAQUIGRAFIA – TRE/BA – CESPE/2010) Denomina-se licitação deserta àquela em que, apesar de terem comparecido interessados, nenhum é selecionado em decorrência da desclassificação do certame. Comentário: A licitação deserta ocorre quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas, haverá a possibilidade de dispensa de licitação, conforme art. 24, inc. V, da Lei nº 8.666/93. De outro lado, se todos forem inabilitados ou forem desclassificados
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