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Conceito E Tarefa Da Filosofia Do Direito

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1Curso	Ênfase	©	2021
Filosofia	Do	Direito	–	Chiara	Ramos
Conceito	E	Tarefa	Da	Filosofia	Do	Direito
Axé,	juristas!
Vamos	finalmente	iniciar	o	módulo	de	aprendizagem	1	de	Filosofia	do	Direito:	conceito
e	tarefa	da	Filosofia	do	Direito.	
Bem,	 como	 eu	 já	 falei	 que	 a	 filosofia	 é	 muito	 mais	 sobre	 perguntas	 do	 que	 sobre
respostas,	e	que	a	gente	vai	se	apaixonar	por	todo	saber	 filosófico	durante	essas	seis
unidades	de	aprendizagem,	eu	gostaria	de	começar	com	uma	pergunta	provocadora:
E	que	deve	está	aí	rolando	na	mente	de	cada	uma	e	cada	um	de	vocês.	
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"Chiara,	para	que	me	serve	a	Filosofia	do	Direito?	A	que,	a	serviço	de	que	esse
conhecimento	nos	 é	 exigido	nas	provas	de	 concurso?	A	 serviço	de	que	existe
essa	Filosofia?	E	por	que	mais	uma	dessas	matérias,	que	muitas	 vezes	 tem	a
sua	importância	desconsiderada	ou	subconsiderada?
Mas	 vamos	 tentar	 responder	 essa	 pergunta	 sobre	 para	 que	 serve,	 do	 ponto	 de	 vista
prático,	 do	 ponto	 de	 vista	 pragmático,	 a	 partir	 de	 sua	 conceituação	 e	 das	 tarefas
comumente	atribuídas	a	essa	filosofia.
Para	que	a	gente	seja	bem	didático,	realmente,	vamos	começar	pela	palavra	em	si.
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Pela	etimologia.	
Filosofia	 vem	 de	 philos	 e	 sophia.	 Palavras	 de	 sobreposição	 de	 origem	 grega,	 que
significa	"amor	pela	sabedoria".	E	é	muito	importante	que	nós	saibamos	quem	é	Sophia.
Sophia	é	considerada	a	parte	feminina	de	Deus.	Sophia	é	considerada,	inclusive	pelos
gnósticos,	 como	aquele	 ventre	que	materializou	 toda	a	humanidade.	Sem	Sophia	não
seria	possível	o	plano	terreno,	o	plano	humano.	Sophia,	portanto,	é	a	inteligência	divina
e	é	o	ventre	que	pariu	o	mundo.	
E	como	comprova	todos	os	estudos	de	arqueologia,	como	comprova	toda	a	história,	esse
ventre	que	pariu	o	mundo	é	um	ventre	preto.	É	um	ventre	africano.	Não	à	toa,	não	à	toa
que	quem	traz	essa	palavra	filosofia	é	Pitágoras.
Pitágoras,	muito	conhecido	lá	pelos	seus	teoremas	matemáticos,	que	estudou	no	Egito,
e	que	trouxe	justamente	do	Egito	(África!	Não	esquecendo	que	o	Egito	é	África!),	trouxe
justamente	 do	 Egito,	 das	 suas	 pirâmides,	 a	 questão	 do	 teorema	 de	 Pitágoras.	 E	 ele
trouxe	também	diversas	concepções	filosóficas	e	concepções	de	saber,	e	muitas	vezes	é
apagada	dessa	narrativa	da	tradição	ocidental.
Portanto,	a	palavra	 filosofia,	ela	 foi	cunhada	por	Pitágoras,	dizendo	"Não,	eu	não	sou
um	sábio.	Eu	sou	um	amante,	um	amigo,	um	apaixonado	por	Sophia",	que	é	justamente
essa	sabedoria.	Essa	sabedoria	que	é	o	ventre	que	pare	toda	a	humanidade.	
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Então,	 essa	 filosofia,	 ela	 se	 alicerça	 nisso	 que	 entendemos	 por	 ser,	 nisso	 que
entendemos	por	mundo.	Ela	nos	diz,	por	exemplo,	e	nos	dá	a	possibilidade	de	pensar	a
partir	 de	 um	 elemento	 que	 se	 chama	 razão	 e	 explicar,	 inicialmente,	 os	 elementos
externos	ao	ser	humano.
A	 gente	 vai	 ver	 no	 módulo	 de	 aprendizagem	 2,	 na	 unidade	 de	 aprendizagem	 2
exatamente	 isso,	 exatamente	 a	 história.	 Mas	 eu	 quero	 só	 adiantar	 que,	 primeiro,	 a
gente	 olha	 pra	 fora	 (porque	 chove,	 porque	 tem	 dia	 e	 noite,	 porque	 existem	 ciclos	 e
estações	do	ano).	Existe	algo	que	seja	essencial	a	todas	as	coisas	ou	não.
O	 homem	 se	 preocupa	 em	 olhar	 para	 o	 céu,	 para	 o	 universo	 e	 para	 a	 realidade	 e
explicar	a	realidade	natural.	E	 isso	 fazem	os	pré-socráticos,	os	 filósofos	chamados	da
natureza.
Depois	se	faz	necessário	olhar	para	a	sociedade,	para	os	homens.	Em	razão,	de	diversos
fatores	 que	 conversaremos	 na	 próxima	 unidade.	 Mas	 quando	 se	 faz	 necessário	 olhar
para	 os	 homens	 surgem	 os	 sofistas,	 com	 a	 sua	 retórica	 e	 os	 seus	 ensinamentos,
justamente	sobre	como	argumentar,	como	debater	em	esfera	pública,	como	ensinar	a
retórica.	E	em	oposição	aos	 sofistas	 surgem	os	 chamados	 socráticos,	 considerados	aí
realmente	os	pais	da	filosofia.	A	partir	de	Sócrates,	Platão	e	Aristóteles.
O	 que	 temos	 que	 entender,	 inicialmente,	 portanto,	 que	 a	 filosofia	 é	 um	 profundo
questionamento.	Primeiro	sobre	o	que	está	externo	a	nós,	depois	sobre	como	vivemos
em	sociedade,	depois	sobre	a	própria	sociedade,	as	regras	que	constituem	a	sociedade.
Portanto,	é	muito	mais	sobre	perguntas,	como	eu	 já	disse,	do	que	efetivamente	sobre
respostas.	As	condições,	segundo	grande	parte	das	bancas,	realmente,	de	concurso,	são
condições	 geográficas	 (porque	 a	 Grécia	 tá	 ali	 naquele	 mapa,	 naquela	 bota,	 entre	 o
Oriente	e	a	África),	e	ali	ela	passa	a	ser	um	porto	em	que,	cosmopolita,	em	que	várias
realidades	 se	 encontram,	 várias	 narrativas,	 várias	 culturas.	 E	 aquela	 efervescência
possibilita	o	surgimento	da	polis	e	a	crítica	sobre	a	polis,	a	crítica	e	a	necessidade	de
construção	a	partir	de	ideias	políticas.
Então,	são	conjunturas	geográficas,	são	conjunturas	históricas,	são	conjunturas	sociais
que	 torna	 aquele	 ambiente,	 um	 ambiente	 rico	 e	 um	 ambiente	 propício	 para	 que
efetivamente	surja	a	filosofia.	
Ela	 se	difere,	essa	 filosofia,	de	outros	 saberes.	A	 filosofia,	ela	não	é	 senso	comum.	O
senso	comum,	ele	é	justamente	aquele	conjunto	de	saberes	que	não	têm	metodologia,
que	são	populares,	que	a	sabedoria	popular	legitima,	mas	que	não	se	comprovam,	nem
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empiricamente	nem	cientificamente.	Esse	senso	comum	é	muito	visível	no	Direito.
Hoje,	assistindo	 telejornais	com	os	nossos	pais	que	não	são	 juristas	ou	com	amigos	e
amigas	que	não	são	 juristas,	nós	vemos	que	as	pessoas	 têm,	dentro	do	senso	comum
como	deveria	ou	não	se	aplicar	a	lei,	como	deveria	ou	não	se	fazer	justiça.	Esse	senso
comum	não	é	filosofia.
Também	 é	 filosofia	 (e	 aí	 o	 principal:	 isso	 aí	 é	 tema	 cobrado	 em	 concurso	 público,
porque	 é	 muito	 próximo)	 a	 filosofia	 da	 ciência.	 As	 duas	 se	 fundamentam	 na	 ideia	 de
razão.	 Só	 que	 a	 ciência,	 ela	 também,	 além	 da	 questão	 da	 razão,	 tem	 a	 questão	 do
método.	E	a	ciência	do	Direito,	portanto,	ela	passa	a	ser	percebida	justamente	como	um
pensamento	tecnológico	para	trazer	e	fixar	dogmas,	pontos	de	partida	a	partir	do	uso
da	razão	e	do	uso	do	método.	
Ciência,	portanto,	tem	a	ver	com	experimentações,	muitas	vezes,	e	ela	nasce	(não	cabe
aqui	a	gente	fazer	todo	esse,	essa	retrospectiva	histórica	do	nascimento	ciência),	mas
ela,	 essa	 concepção	 é	 muito	 moderna.Essa	 concepção,	 primeiro,	 de	 experimentação,
tanto	 que	 as	 ciências	 nascem	 como	 ciências	 naturais,	 aquelas	 que	 podem	 ser
visualizadas	 em	 laboratório.	 Tanto	 que	 a	 sociologia,	 as	 ciências	 sociais	 quando	 elas
nascem,	 elas	 nascem	 como	 física	 social,	 também	 tentando	 trazer	 leis	 universais.	 A
ciência	tenta	experimentar	para	trazer	leis	universais.	A	filosofia,	ela	vai	questionar.
Então,	se	distingue	da	ciência,	se	distingue	do	senso	comum.	Sobre	o	senso	comum	é
muito	interessante	uma	passagem	de	Mariana	Chauí,	que	ela	fala	o	seguinte:	enquanto
no	senso	comum	se	pergunta	que	horas,	que	horas	são,	o	filósofo,	a	filósofa	pergunta	o
que	é	o	tempo.
Então,	 são	 questões	 muito	 mais	 complexas,	 do	 ponto	 de	 vista	 de	 questionamento.	 A
ciência	 também	 não	 é	 técnica.	 E	 aí,	 vamos	 tomar	 mais	 uma	 vez	 o	 Direito	 como
referência.	O	Direito	como	técnica	significa	um	saber	para	tomar	uma	decisão.	Direito
como	técnica	significa	decidibilidade.
A	filosofia,	no	seu	eterno	questionar,	não	possibilitaria	que	se	fechasse	uma	decisão	que
solucionasse	 conflito	 e	 pacificasse	 socialmente.	 Por	 isso	 que	 também	 existe	 a
necessidade	da	técnica.	A	técnica	como	técnica	social	específica,	que	tenta	aí	ocasionar
uma	 conduta	 que	 seja	 querida,	 que	 seja	 desejável,	 que	 seja	 desejada	 pela	 estrutura
jurídica,	pela	estrutura	dominante.	
Também	 não	 se	 mistura	 filosofia,	 ciência	 e	 religião.	 Isso	 dentro	 do	 parâmetro	 e	 do
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paradigma	 da	 modernidade.	 Porque	 se	 olharmos	 para	 a	 Grécia,	 se	 olharmos	 para	 a
Idade	Média,	vamos	ver	que	ocorre	o	que	se	chama	alopoiese.
"Chiara,	que	nome	feio	é	esse?"
É	o	nome	que	Luhmann	utiliza	e	Tercio	Sampaio	Ferraz	traz	para	a	teoria	do	Direito	no
Brasil,	dizendo	que	não	há	uma	diferenciação	entre	o	que	é	Direito,	o	que	é	política,	o
que	é	religião,	o	que	é	ética,	tá	tudo	misturado.	Tanto	é	que	Aristóteles	diz	que	o	Direito
é	a	arte	do	justo.	Então,	vejam:	mistura	a	arte	e	a	 justiça	no	conceito	de	Direito.	Isso
significa	 que	 os	 sistemas	 sociais	 não	 estão	 totalmente	 definidos	 em	 caixas,	 em
especializações,	como	surge	com	a	modernidade.
Então,	portanto,	existe	essa	cisão,	até	esse	rompimento	com	o	saber	mitológico	mostra
que	filosofia	não	é	ciência,	não	é	teologia,	como	também	não	é	arte,	não	tem	a	ver	com
estética.	Não	tem	a	ver	justamente	com	essa	representação	criativa	de	objetos	e	do	ser.
Isso	também	se	distingue	do	que	é	saber	filosófico.
"Mas,	Chiara,	e	Filosofia	do	Direito?"
A	gente	falou	de	filosofia	e	queremos	saber	sobre	Filosofia	do	Direito.	
O	que	seria?
Antes	 de	 eu	 falar,	 vamos	 ver	 a	 visão	 de	 um	 especialista.	 Um	 dos	 principais
especialistas.
VISÃO	DO	ESPECIALISTA	
No	 Brasil,	 Miguel	 Reale	 é	 considerado,	 realmente,	 uma	 das	 grandes	 referências	 e
extremamente	citado	pelas	bancas	de	concurso.	E	ele	diz	o	seguinte:
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Isso	ele	diz	no	seu	livro	"Lições	preliminares	de	direito".
O	que	é	que	significa	que	essa	Filosofia	do	Direito,	ela	é	um	perquirimento,	um
questionamento,	um	perguntar	desinteressado?
Significa	 que	 ela	 não	 tem	 o	 compromisso	 de	 que	 o	 Direito	 enquanto	 técnica	 tem,	 de
solucionar,	 de	 pacificar	 as	 controvérsias,	 de	 solucionar	 conflitos.	 Ela	 não	 tem	 a
pretensão	 de,	 ao	 menos	 em	 tese,	 em	 teoria,	 ela	 não	 tem	 pretensão	 de	 conformar,	 de
normatizar.	 Mas,	 sim,	 de	 questionar,	 e	 independente,	 sem	 estar	 com	 dogmas	 e	 com
morais,	questionar	os	próprios	dogmas,	a	própria	moral,	os	próprios	 fundamentos,	os
próprios	pressupostos.
Por	 isso	 que	 Tercio	 Sampaio	 Ferraz,	 ele	 vem	 nos	 dizer	 que	 essa	 filosofia	 é	 uma
disciplina	zeetética.
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É	uma	disciplina	que	questiona	os	nossos	pontos	de	partida.	Porque	quando	falamos	da
dogmática	 jurídica,	 quando	 falamos	 do	 Direito	 enquanto	 técnica,	 a	 gente	 	 tem	 que
partir	de	alguns	pressupostos,	como,	por	exemplo,	que	não	é	possível	ao	judiciário	não
dizer	o	direito.	O	princípio	da	vedação	do	non	liquet.	É	justamente	desses	dogmas	que
se	tornam	possíveis	as	decisões.
Portanto,	 para	 Tercio,	 a	 filosofia	 é	 uma	 disciplina	 zeetética,	 é	 uma	 disciplina	 de	 um
eterno	questionar,	que	não	se	fecha,	que	está	sempre	aberta	a	novas	possibilidades.
E	 depois	 eu	 vou,	 ao	 final,	 trazer	 uma	 crítica	 que	 a	 filosofia	 tem	 essa	 perspectiva	 de
crítica	de	absolutamente	tudo,	menos	de	si	própria.	E	isso	é	um	ponto	que	nós	podemos
abordar	mais	a	frente.	
Quais	 são	 essas	 questões	 dentro	 desses	 fundamentos,	 dessas	 questões
fundamentais,	dessas	perguntas	que	se	preocupa	a	Filosofia	do	Direito?
Eu	digo	que	tem	duas	principais.
Primeiro,	o	que	é	o	Direito?	E,	segundo,	o	que	é	a	justiça	e	a	sua	relação	com	o
direito?
São	 o	 que	 a	 gente	 chama	 de	 questões	 fundamentais.	 Do	 mesmo	 jeito	 que	 a	 filosofia
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geral	vai	ser	quem	somos,	para	onde	estamos	indo,	de	onde	viemos,	o	que	é	a	vida,	o
que	é		felicidade.	E	a	Filosofia	do	Direito	tem	essas	duas	questões	fundamentais.
O	que	é	o	Direito?
Direito	 é	 uma	 palavra	 multívoca,	 que	 admite	 várias	 possibilidades	 de	 sentido	 e	 que
muda	a	partir	de	 contextos	históricos.	E	a	 filosofia	 vai	 se	preocupar	 sobre	o	que	é	o
Direito.
O	Direito	é	a	norma?	O	Direito	é	o	que	é	justo?	
O	que	é	o	Direito?
O	Direito	é	o	que	provém	da	fundamentação	divina?	É	o	que	tá	na	bíblia?	É	o
que	tá	no	alcorão?
O	que	é	o	Direito?
E	o	que	é	a	justiça?
Todo	Direito	é	justo?
Se	não	for	justo,	é	Direito?
São	questões	que	a	filosofia	se	preocupa,	a	filosofia	em	específico	como	uma,	um	ramo
específico	da	 filosofia	se	preocupa.	E	dentro	desse	contexto	zeetético	eu	ainda	tenho,
nós	 ainda	 temos	 alguns	 outros,	 outras	 subdivisões	 dessa	 filosofia	 jurídica,	 como,	 por
exemplo,	 a	 própria	 epistemologia	 jurídica,	 que	 é	 o	 estudo	 sobre	 o	 saber	 mesmo.	 É	 o
estudo	sobre	a	ciência,	como	se	fosse	a	ciência	da	ciência.
Essa	epistemologia	que	busca	a	raiz	desse	conhecimento	filosófico	jurídico.	Nós	temos,
e	 aqui	 a	 contribuição	 de	 Bobbio,	 que	 vez	 por	 outra	 essa	 contribuição	 é	 cobrada	 em
provas.	 E	 Bobbio	 é	 um	 dos	 preferidos,	 como	 eu	 já	 falei	 pra	 vocês,	 das	 bancas	 de
concurso	 em	 geral,	 não	 é	 de	 uma	 apenas.	 Ele	 vem	 fazer	 uma	 distinçãoentre
deontologia	 jurídica,	 que	 e	 justamente	 a	 questão	 da	 justiça.	 E	 ele	 diz	 o	 seguinte
"justiça,	uma	norma	justa	é	aquela	que	deveria	ser	enquanto	que	uma	norma	injusta	é
aquela	que	não	deveria	ser".
Então,	a	questão	de	justiça	não	é	uma	questão	ontológica,	não	é	uma	questão	do	ser,	é
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uma	questão	do	dever	ser,	é	uma	deontologia	jurídica.
Já	 a	 ontologia,	 ele	 diz	 que	 se	 restringe	 às	 questões	 de	 validade.	 É	 Direito	 ou	 não	 é
Direito.	E	a	gente	diz	o	que	é	Direito	e	o	que	não	é	Direito	a	partir	do	que	é	válido	ou	do
que	não	é	válido.	E	a	própria	discussão	em	torno	do	que	é	validade	é	algo	fundamental
na	Filosofia	do	Direito.	Porque	quando	se	diz,	como	Kelsen	disse,	que	o	Direito	é	norma
e	que,	portanto,	o	Direito	se	auto	valida	a	partir	do	conceito	de	norma,	você	chega	a
uma	questão	 fundamental:	o	que	é	validade?	E	que	vários	autores	vão	 trazer	as	 suas
enunciações,	as	suas	percepções	a	partir	desse	questionamento.	E	além	disso,	Bobbio
nos	fala	também	da	fenomenologia,	que	aqui	está	ligada	nem	à	validade	nem	à	justiça,
mas,	sim,	à	eficácia.
Ou	 seja,	 aquela	 norma	 produz	 o	 padrão	 de	 comportamento	 ao	 qual	 ela	 se	 propõe	 a
normatizar,	 ou	 seja,	 ela	 é	 obedecida	 espontaneamente?	 Se	 ela	 não	 for	 obedecida,	 a
sanção	é	aplicada?	Ou	seja,	ela	é	ou	não	é	eficaz?
Isso	é	um	ponto	também	da	fenomenologia	do	Direito.	
Existem,	além	de	tudo	isso	que	eu	já	falei	pra	vocês,	alguns	critérios	que	Cretella	Júnior
traz	 para	 dizer	 que	 existem	 muitos	 conceitos	 de	 filosofia.	 Conceituar	 filosofia	 não	 é
tarefa	fácil,	ou	seja,	já	estamos	em	mais	da	metade	da	aula	e	a	gente	não	chega	a	um
conceito	de	filosofia.	
Mas	existe,	por	exemplo,	critérios	que	podemos	adotar	para	conceituar	a	filosofia	e	a
Filosofia	do	Direito.	Não	existe	um	conceito	pronto	e	acabado,	mas	existem	critérios.	E
eu	vou	falar	pra	vocês	aqui	dos	critérios	utilizados	por	Cretella	 Júnior,	que	também	é
referência	em	algumas	bancas,	alguns	exames	e	algumas	provas.	Por	exemplo:
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O	primeiro	critério	a	gente	 já	abordou,	que	é	o	critério	nominal,	etimológico,	ou	seja,
filosofia	 significa	 amar	 a	 sabedoria,	 ter	 amizade	 pelo	 saber.	 Portanto,	 a	 Filosofia	 do
Direito	 seria	 justamente	 esse	 amor	 ao	 saber	 jurídico,	 essa	 preocupação	 constante,
profunda	em	saber,	em	compreender	o	Direito,	em	compreender	o	fenômeno	jurídico.	E
isso,	realmente,	nessa	busca	a	partir	do	amor	ao	saber.
Nós	 temos	 também	 um	 critério	 global,	 aquelas	 tentativas	 generalizantes	 que	 tentam
abarcar	 todas	 as	 questões	 dentro	 do	 Direito.	 E	 pelo	 critério	 global,	 a	 filosofia	 do
Direito,	ela	deve	buscar	não	explicações	especializadas,	particularizadas	do	que	seja	o
jurídico,	mas,	sim,	buscar	uma	explicação	global	desse	fenômeno.	A	filosofia	do	direito,
portanto,	 seria	 aquela	 ciência	 universal	 do	 mundo	 jurídico.	 Essa	 ciência	 da
jurisprudência	 e	 do	 ponto	 de	 vista	 de	 universalidade.	 O	 que	 é	 uma	 tendência	 bem
característica	da	filosofia	ocidental,	da	filosofia	de	raiz	grega.
Temos	 o	 critério	 causal,	 que	 na	 realidade,	 a	 filosofia	 busca	 as	 causas	 primeiras,	 os
elementos	 essenciais.	 E	 isso	 desde	 os	 filósofos	 da	 natureza,	 como	 vamos	 ver	 com
Anaximandro,	 Anaxímenes,	 que	 vai	 dizer,	 por	 exemplo,	 que	 o	 arquet	 de	 tudo	 o	 que
compõem	 o	 universo	 é	 a	 água	 ou	 são	 os	 quatro	 elementos	 ou	 é	 o	 átomo,	 como	 diz
Demócrito.	Isso	aí	você	vai	perceber	que	é	uma	busca,	portanto,	do	que	gera	todas	as
coisas,	a	busca	da	causa	inicial.	Essa	aí	seria	uma	forma	de	conceituar	filosofia	a	partir
de	um	critério	causal.
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Temos	também	os	critérios	dos	postulados.	Isso	significa	filosofia	crítica.	A	filosofia	que
se	 preocupa	 com	 os	 postulados	 procura	 os	 fundamentos	 das	 coisas,	 procura	 esses
dogmas,	 essas	 pré-compreensões.	 Ela	 é	 uma	 filosofia	 que,	 em	 geral,	 os	 considera
insuficientes	e	passa	a	criticar	os	próprios	pressupostos.	Portanto,	muito	parecida	com
a	concepção	de	zeetética	analítica,	100%	analítica,	que	Tercio	nos	 traz.	Portanto,	é	a
busca	por	esse	fundamento	das	coisas,	dizendo	o	quanto	que	as	soluções	obtidas	pelas
ciências	 particularizadas	 não	 conseguem	 ter	 essa	 visão	 holística,	 essa	 visão	 do	 todo.
Portanto,	a	filosofia,	ela	se	diferencia	da	ciência	por	esse	grau	máximo	de	abstração.
Por	 fim,	 temos	 o	 critério	 axiológico	 que	 é	 a	 partir	 da	 filosofia	 que	 nós	 traríamos	 os
valores	 para	 o	 Direito,	 aproximaríamos	 o	 discurso	 da	 ciência	 jurídica	 da	 justiça,	 da
ética	e	dos	valores.	
Dito	 isto,	 gente,	 vamos	 pra	 um	 conteúdo	 importante.	 Vamos	 ver	 esse	 conteúdo
importante	que	faz	parte	do	nosso	objeto	principal.	
CONTEÚDO	IMPORTANTE
Quais	são	as	tarefas?
"Pra	que	que	serve	Chiara,	a	filosofia	do	Direito?"
Primeiro,	 tem	 uma	 função	 fundamentadora	 nessa	 busca	 das	 causas	 primeiras,	 nessa
busca	e	nesse	questionamento	dos	 fundamentos	 e	dos	próprios	dogmas	do	Direito.	A
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filosofia,	 ela	 tem	 essa	 função	 de	 fundamentar.	 Ela	 traz	 uma	 narrativa	 que,	 quando
aceita,	se	torna	uma	narrativa	e	um	projeto	hegemônico,	inclusive.
Essa	fundamentação,	ela	é,	portanto,	um	eterno	questionamento	da	filosofia.	Esse	é	um
conhecimento	 que	 vocês	 não	 podem	 tirar	 dentro	 do	 que	 a	 gente	 diz	 de	 tradição	 e
dentro	do	que	cobram	as	bancas	de	concurso.	Essas	duas	tarefas	se	destacam:	a	função
fundamentadora	e	a	função	avaliativa	crítica.
Dá-se	bastante	ênfase	dentro	da	crítica,	justamente	a	essas	questões	da	escola,	trazida
pela	 Escola	 de	 Frankfurt,	 trazida	 pelo	 pós	 Segunda	 Guerra	 Mundial,	 trazida	 pela
insuficiência	das	questões	objetivada	pelo	positivismo	 jurídico	com	a	separação	entre
direito	e	moral,	e	as	atrocidades	ocorridas	a	partir	dessa	cisão	entre	o	que	é	direito	e	o
que	é	justiça.
E	 essa	 função	 avaliativa,	 crítica,	 ela	 gera	 um	 ruído	 na	 ciência	 do	 direito,	 como	 diz	 a
teoria	dos	sistemas	sociais.	E	esse	ruído	faz	com	que	haja	transformações,	alterações,
evolução	 de	 sentidos,	 de	 significados	 e,	 por	 isso,	 temos	 rompimentos	 de	 paradigmas
filosóficos.	A	filosofia,	portanto,	ela	nos	serve	dessa	forma.
Mas	além	disso,	nós	temos	o	que	nos	diz	Biattar,	que	sistematiza,	eu	trouxe	aqui	numMARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 MARIA AUGUSTA SANTOS PARRETTI 03351169817 
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quadrinho	pra	vocês,	algumas	das	tarefas	da	filosofia	que	ele	elenca.
Primeiro:	 questionar	 e	 criticar	 a	 realidade	 por	 meio	 da	 razão.	 Lembre-se	 sempre	 a
tradição	filosófico	ocidental,	a	razão	é	o	grande	centro,	porque	coloca	o	homem	como
centro	de	explicação	do	universo	e	razão	de	todas	as	coisas,	e	fundamento	de	todas	as
coisas.
Biattar	também	diz	que	é	tarefa	da	filosofia	proceder	à	crítica	sobre	sistema	de	justiça.
Quem	tem	esse	papel	não	é	a	dogmática,	a	dogmática,	como	técnica,	ela	se	preocupa
em	 decidir	 de	 forma	 definitiva,	 pacificar	 socialmente	 os	 conflitos.	 A	 filosofia,	 ela
justamente	busca	esse	eterno	questionar,	como	diz	aí	o	terceiro,	a	terceira	tarefa	que
Biattar	coloca:	questionar	a	atividade	dos	legisladores	e	oferecer	suporte	reflexivo	para
essas	atividades.
Além	 disso,	 investigar	 as	 causas	 da	 desconstrução,	 do	 enfraquecimento,	 da	 ruína	 do
sistema	 jurídico.	 Agora	 a	 gente	 vive	 uma	 total	 crise	 de	 legitimidade,	 uma	 crise
paradigmática.	É	a	filosofia	do	Direito	que	vai	se	debruçar	sobre	isso.	Ela	vai	proceder,
portanto,	com	a	discussão	sobre		os	valores,	sejam	valores	econômicos,	valores	morais,
que	impactam	no	sistema	jurídico.	Essa	é	a	filosofia,	por	isso	juristas,	não	errem.	Não
errem!
NÃO	ERRE
Sempre	que	se	falar	em	filosofia	estamos	falando	em	crença	na	razão	como	método.
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Esse	é	 o	método	 filosófico.	É	desconsiderar	 os	 sentidos,	 desconsiderar	 as	 intuições	 e
tentar	desconsiderar	todas	as	crenças	mitológicas,	para,	a	partir	da	razão	se	chegar	a
verdade.	 Então,	 acredita-se	 inicialmente	 não	 só	 na	 busca	 mas	 na	 possibilidade	 de
encontrar	a	verdade.
E	 a	 filosofia	 serve	 muito	 e	 tem	 servido	 cada	 vez	 mais	 pra	 fundamentar	 decisões
judiciais.	Por	 isso,	vamos	 trabalhar	aqui	uma	 jurisprudência	que	cita	especificamente
uma	questão	filosófica.
JURISPRUDÊNCIA	
Bem,	diz	uma	decisão	do	Superior	Tribunal	de	Justiça	(STJ).	Aqui	comigo	na	tela,	diz.
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Um	filósofo	justamente	da	tradição	medieval.
Ou	 seja,	 se	 utiliza	 de	 Tomás	 de	 Aquino	 pra	 fundamentar	 decisões	 e	 isso	 vemos	 com
bastante	 frequência.	 Isso	 vemos,	 sobretudo,	 com	 Aristóteles,	 com	 a	 lógica	 da
proporcionalidade.
E,	 por	 fim,	 eu	 só	 queria	 deixar	 uma	 contrapartida	 do	 que	 eu	 penso	 como	 função	 da
filosofia.	Sobretudo,	essa	função	da	filosofia	ocidental.
Eu	 entendo	 que	 essa	 filosofia,	 quando	 ela	 quebra	 com	 a	 lógica,	 com	 a	 explicação
mitológica,	com	as	cosmo	visões,	ela	está	a	serviço	de	um	projeto	hegemônico	de	visão
de	mundo.	Então,	não	subestimem	o	papel	da	filosofia.
É	a	partir	da	 filosofia	que	essa	noção	de	mundo	e	sociedade	é	possível.	É	a	partir	da
filosofia	grega,	da	ótica	da	razão,	a	partir	da	ótima	do	individualismo	e	do	renascimento
dessas	 ideias	 na	 modernidade	 que	 nós	 temos	 esse	 predomínio	 de	 uma	 epistemologia
que	só	considera	uma	forma	de	narrativa	do	mundo,	que	é	a	narrativa	eurocêntrica.	É
essa	 filosofia	que	está,	portanto,	a	serviço	da	 ideia	hegemônica	e	que	constrói	 toda	a
nossa	sociedade	a	partir	dos	dia	de	hoje.
Portanto,	por	isso	que	eu	disse,	a	filosofia	questiona	todos	os	fundamentos,	menos	a	si
própria.
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Deixando	 essa	 pulguinha	 aqui	 com	 vocês,	 nos	 encontramos	 na	 próxima	 unidade	 de
aprendizagem.
Até	mais!	Axé!
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