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Micologia Veterinária Introdução

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Micologia Veterinária – Introdução ao estudo dos fungos. 
 
ASPECTOS GERAIS 
Micologia = estudo dos fungos 
Abordagem da disciplina: micologia médica, mais especificamente a micologia médico-
veterinária. 
Serão comentadas as doenças que atingem principalmente os animais, mas também 
micoses humanas. Algumas infecções são zoonoses e existem outras que embora não 
sejam zoonóticas são muito comuns aqui no Brasil, então é interessante ter esse 
conhecimento. 
No Rio Janeiro, há atualmente uma hiperendemia de esporotricose que são subnotificadas. 
Os números são alarmantes e infecções fúngicas são de difícil controle. Há uma imensa 
dificuldade na produção de vacina para fungos. 
Diferenças entre fungo e planta. 
O primeiro conceito a ser comentado é a diferenciação de fungo e planta. Quando olhamos 
para um cogumelo é muito fácil entender porque os fungos, até a década de 70, estavam no 
reino Plantae. Em 1969 foi criado o reino Fungi. 
 No entanto, existem muito mais diferenças entre fungos e plantas do que semelhanças. 
Existem 5 reinos e os fungos fica em um reino intermediário entre as plantas e os animais. 
- Os fungos são eucariontes assim como as nossas células.  Qual a importância de saber 
isso na prática? 
R: É só você pensar que a quantidade dos antibióticos é muito maior do que os 
antifúngicos, porque a célula procariota é muito diferente da célula eucariota do animal, 
porém os fungos têm células eucariotas como os animais, então os antifúngicos têm muito 
mais chances de causarem efeitos colaterais. O antifúngico tem que atuar em moléculas 
específicas que existem nas estruturas celulares dos fungos que não existem nas dos 
animais. O metabolismo hepático e renal que colaboram na toxicidade, mas o fato de usar 
uma droga que atua sobre uma célula eucarionte já a torna, por si só, mais tóxica do que os 
antibióticos. É por isso que nós temos no mercado uma quantidade maior de antibióticos 
do que de antifúngicos. 
- O que fez os pesquisadores diferenciarem fungos de plantas? 
R:1) A característica mais fundamental é que os fungos são heterotróficos, mais 
precisamente, quimioheterotróficos, enquanto as plantas são autotróficas. Isso quer dizer 
que os fungos precisam de outro ser vivo para retirar sua fonte de carbono, eles não são 
autônomos, não são independentes. Isso é uma diferença essencial. 
2) Outra diferença é que eles têm organelas nas suas células que têm reserva de 
substância como fonte de energia. Essa substância é o glicogênio, assim como os animais. 
Os vegetais armazenam amido. 
3) Fungos não formam tecidos verdadeiros. Não há vasos sanguíneos ou condutores de 
seiva que faz que com haja interdependência entre as células, existe sim um aglomerado 
celular, uma colônia de várias células compactadas. 
4) A composição da parede celular é diferente: Os vegetais têm celulose e os fungos têm 
quitina, assim como os artrópodes, que confere rigidez na parede do fungo. 
 
Os fungos são ubiquitários ou ubíquos assim como os vírus. Isso quer dizer que 
encontramos fungos em qualquer nicho ecológico. Temos fungos aquáticos, terrestres e 
aéreos. No ar são chamados de anemófilos. 
Diferenças em relação a vírus e bactérias: 
Uma bactéria, que é procariota, tem uma estrutura celular muito mais simples. Não vai ter 
membrana nuclear, não vai ter organelas membranosas, ao passo que todas as células 
eucariotas vão ter complexidade (núcleo contendo membrana, mitocôndria, retículo 
endoplasmático liso e rugoso, complexo de golgi...). Os vírus não têm reino, porque eles 
não são compostos por células. 
 
Os fungos pluricelulares muitas vezes são macroscópicos. Alguns são microscópicos e 
outros macroscópicos. Os macroscópicos têm uma grande diversidade de cogumelos. 
Outros que são microscópicos eventualmente eu posso ver o micélio. Ex: pão mofado, que 
sofre a ação de fungos pluricelulares microscópicos. 
Ao ser observado na microscopia, diferenciamos as estruturas reprodutivas e as hifas 
(células filamentosas). Classificamos os fungos de acordo com a estrutura reprodutiva. 
Essa estrutura reprodutiva é como se fosse a “assinatura do fungo”, muitas vezes é 
possível identificar o gênero e até espécie só observando a morfologia dessa estrutura. 
 
Morfologia dos fungos 
A gente vai observar que os fungos têm basicamente duas morfologias. Existem os fungos 
filamentosos e os leveduriformes 
 
Os filamentosos são chamados em algumas literaturas de bolores. Eles apresentam células 
cilíndricas, chamadas de hifas e o aglomerado de hifas é chamado de micélio. 
Já os leveduriformes são unicelulares. Uns são arrendondados, outros mais fusiformes. As 
leveduras são muito maiores do que as bactérias. 
 
Temos ainda outra categoria de fungos que será muito importante quando falarmos sobre 
fatores de virulência que são os Dimórficos (podem ter as duas morfologias, levedura ou 
filamentosa, dependendo das condições ambientais). A grande maioria dos dimórficos em 
temperatura ambiente (25 a 28°C) geralmente é filamentosa e quando passa a 
temperatura corporal (37°C ou mais) se torna levedura. 
Isso confere uma adaptação ao hospedeiro, muda os antígenos de superfície e faz com que 
esses fungos sejam potencialmente mais patogênicos. Normalmente o fungo adquire uma 
termotolerância e ainda que o hospedeiro fique febril, o fungo dimórfico continua se 
multiplicando. 
- Existe o contrário: A levedura se transformando em uma hifa? 
R: Existe. Geralmente uma levedura da microbiota (Candida albicans, por exemplo) tá na 
temperatura do hospedeiro, então não depende de temperatura para mudar de forma, 
mas, em situações de queda de imunidade, ou mudanças hormonais (aumento do 
estrogênio), há formação de pseudohifa ou hifa verdadeira. Isso é o dimorfismo invertido e 
não tem nada a ver com temperatura, acontece dentro do organismo do animal 
 C. albicans inicialmente habita a microbiota como levedura e quando ela vira uma hifa, 
por fatores do hospedeiro, ela vira patogênica e invade tecidos, causando doenças. 
 
Formas de levedura e cápsula 
Existem várias formas de leveduras. Umas são mais ovaladas ou não. De interesse médico-
veterinário a gente vai ter uma que tem cápsula. A cápsula (geralmente polissacarídica) 
vai estar presente nessa levedura. Esses fungos são do gênero Cryptococcus sp. que a 
gente vai estudar. Essa cápsula confere muita resistência do fungo à resposta imunológica 
do hospedeiro. Ambas as espécies Cryptococcus neoformans e o Cryptococos gattii têm 
cápsula, mas as demais leveduras que nós vamos estudar não têm essa cápsula 
polissacarídica. 
 
Classificação das hifas: vegetativa ou reprodutiva. 
Micélio ou hifa vegetativa é aquela que está geralmente associada ao meio de cultura 
servindo de sustentação, como se fosse uma raiz, e para adsorver nutrientes. Já o micélio 
que vai se diferenciar em uma estrutura reprodutiva é o micélio de reprodução. As hifas 
reprodutivas são as estruturas mais superficiais. 
- Como identificar o fungo? 
R: De acordo com a sua estrutura reprodutiva. O fungo é coletado, é feita a cultura dele, 
fazendo com que se produza as estruturas reprodutivas, a partir daí é identificado o fungo. 
 
Classificação das hifas: quanto a presença de septo. 
As hifas podem ser classificadas em dois tipos: de acordo com a presença ou não de septos. 
Existem as hifas cenocíticas que são asseptadas, ou seja, não possuem septos e temos as 
hifas septadas. 
Existe um grupo de fungos de interesse veterinário que todos eles vão apresentar hifas 
cenocíticas que são os zigomicetos. Somente os zigomicetos vão apresentar hifas 
cenocíticas e essas hifas cenocíticas costumam ser bem largas, bem mais grosseiras. É fácilidentificar. Todos os outros grupos vão ter hifas septadas. 
Esses septos, olhando à microscopia ótica, parecem estar dividindo toda a célula, mas na 
verdade são pseudocélulas. Existe um orifício central ou vários orifícios espalhados nesse 
septo, o que faz que haja comunicação de citoplasma entre os compartimentos da hifa. Por 
isso, é errado chamar um compartimento de célula, a célula, na verdade, é toda a hifa. 
Esses septos vão se fechar e assim se tornar um septo verdadeiro somente em duas 
situações: 
1ª situação: quando esse fungo for fazer uma hifa de reprodução. Então acontece o 
fechamento do septo e ele passa a ser um septo verdadeiro e começa a surgir uma hifa de 
reprodução. Os zigomicetos também vão ter formação de septo verdadeiro nessa situação. 
2ª situação: quando o fungo sofrer um traumatismo. Então para preservar o restante da 
hifa que não sofreu traumatismo, esse septo se fecha. 
As estruturas parentossoma e corpo de woronin são estruturas que somente os fungos vão 
ter e servem para fechar septo. O parentossoma aproxima as extremidades do septo. Uns 
fungos vão ter parentossoma, outros vão ter corpo de woronin e eles estão presentes no 
citoplasma do fungo. 
 
Classificação do fungo é quanto à pigmentação 
Alguns fungos produzem melanina e essa melanina serve aos fungos no ambiente assim 
como serve os animais, protegendo da radiação solar, contra os raios U.V. Muitos fungos 
são ambientais e usam essa melanina para se proteger. Quando esse fungo estiver 
causando uma infecção, essa melanina vai dificultar a destruição pela fagocitose. Então vai 
ser um fator de virulência muito importante para o fungo. O fungo que produz melanina 
vai ter a coloração mais escura, marrom escura a enegrecida. As hifas que são melanizadas 
são chamadas de hifas demáceas. 
Já aqueles fungos que tem o micélio claro, parecendo um algodão, de cor branca, marrom 
claro ou verde, não produzem melanina e ao confeccionar uma lâmina teria que usar um 
corante típico em laboratório de micologia que é azul de algodão. O azul de algodão é que 
vai dar o contraste para observar as hifas hialinas. Então todos os fungos hialinos 
observados no microscópio vão estar azulados. 
RESUMINDO: Isso significa que um fungo demáceo pode ser observado em microscopia 
sem corante nenhum. O fungo hialino precisa do azul de algodão. 
Por questão de segurança, o corante azul de algodão é usado com uma substância que vai 
matar o fungo que é o lactofenol. Para os fungos demáceos é usado somente o lactofenol. 
Muitas vezes, por economia, só há azul de algodão no laboratório e isso pode atrapalhar 
um pouco a visualização dos fungos demáceos. Porém mesmo que só tenha o azul de 
algodão, ele não vai corar o fungo demáceo, que continua marrom. 
 
Aspecto macroscópico do cultivo fúngico 
As leveduras crescem tipo leite condensado, são mais cremosas, que lembra as colônias de 
bactéria. Já os fungos filamentosos podem ter crescimento algodonoso. 
A Candida albicans, só a título de curiosidade, cresce como se fosse pingos de vela. 
E os fungos filamentosos nem sempre vão ser algodonosos. Algumas colônias parecem 
farinha espalhada, outras lembram uma borra de café, outras, aveludadas (que parecem 
um musgo). 
 
A CÉLULA FÚNGICA 
A célula fúngica é eucariota. 
Não existe diferença quanto à composição e estrutura da célula filamentosa para 
leveduriforme. Tanto a hifa quanto a leveduriforme vai ter parede celular e o mesmo 
conteúdo citoplasmático, vai mudar somente a forma. 
Diferenças entre outros reinos: 
- Fungos: quimioheterotróficos, eucariotos, com presença de parede celular contendo 
quitina, sem tecidos verdadeiros. 
- Animais: heterotróficos, eucariotos, não têm parede celular, com tecidos verdadeiros. 
- Vegetais: autotróficos, eucariotos, têm parede celular contendo celulose e os fungos têm 
quitina, com tecidos verdadeiros. 
- Bactérias: quimioheterotróficos, procariotas, têm parede celular contendo 
peptideoglicanos (exceção dos micoplasmas). 
Quais são as características somente dos fungos? – Presença de parede celular com a 
composição de quitina e outros açúcares (mananas e betaglucanos). 
Composição da parece celular dos fungos 
-Quitina 
- Manana – polímeros de manose ligada à proteína da parede celular 
- PAMP – padrão molecular associado ao patógeno [Molécula que quando está presente eu 
tenho certeza que é um fungo formado por Betaglucano] O que são os betaglucanos? 
Polímeros de glicose 
Então esses 3 componentes compõem a parede celular, muitos são fatores de virulência, 
que vão modular a resposta imunológica do animal e muitas vezes alguns vão ser alvos de 
antifúngicos. 
 
PAMPs 
O betaglicano é um fator de virulência importante e o PAMP de fungos (padrão molecular 
associado a fungo) 
E qual o PAMP das bactérias? Peptideoglicano e nas gram negativas o LPS 
(lipopolissacarídeo). 
E o PAMP dos vírus? RNA de fita dupla. Na replicação em algum momento ele vai produzir 
RNA de fita dupla e esse RNA de fita dupla vai induzir uma forte resposta imunológica. 
 
Membrana citoplasmática 
A membrana citoplasmática dos fungos tem a mesma conformação da célula animal. Então 
segue aquele mosaico com fosfolipídeo e proteínas ancoradas, além de esteróides, que na 
célula animal é chamado de colesterol. Nos fungos o esteróide é diferente, chamado de 
ERGOSTEROL. Ele dá estabilidade a essa membrana, é um componente estrutural. Existem 
antifúngicos cujo alvo é se ligar ao ergosterol. 
 
Citoplasma 
Várias organelas: Mitocôndrias, vacúolos digestivos, lisossomo, complexo de golgi, retículo 
endoplasmático, etc. Diferença: presença de omassoma que é, na verdade, estrutura 
oriunda de invaginações da membrana citoplasmática. Não observamos omassomas na 
microscopia ótica, só em microscopia eletrônica. Os omassomas são estruturas exclusivas 
dos fungos. 
À esses omassomas foi atribuído uma série de funções, como síntese da parede celular, a 
micropinocitose (que é quando entra pequenas partículas líquidas), produção de 
glicogênio. A cada trabalho os pesquisadores acham uma nova função para os omassomas 
Existem autores que alegam que esses omassomas são decorrentes da desidratação da 
célula ao preparar o fungo no laboratório. 
Cápsula não é um bom exemplo de estrutura que só os fungos têm. Alguns têm, outros não, 
mas não são exclusividade deles. 
Existem fungos que emitem uma projeção de hifa que pode ter função de absorção e 
fixação. Essas projeções são chamadas de rizóides ou haustórios. Existem fungos que 
parasitam helmintos e sugam seus nutrientes através de rizóides. Essa estrutura é 
facultativa, nem todos os fungos têm, assim como a cápsula. 
 
METABOLISMO FÚNGICO 
A maioria dos fungos de interesse médico e médico-veterinário são aeróbios obrigatórios. 
As leveduras, algumas são fermentadoras e isso quer dizer que se não tiver oxigênio elas 
podem fazer o processo de obtenção de energia através da fermentação. Elas são 
geralmente aeróbias facultativas. Por isso que na indústria as leveduras são muito 
utilizadas, porque ao fermentarem elas podem produzir CO2 ou na fermentação alcoólica 
o álcool etílico, então podem ser usada da indústria de massas, vinhos e etc. 
 Existem também fungos microaerófilos, que crescem em ambiente com pouco O2. 
A nutrição dos fungos é por absorção. 
- Como ele se alimenta? 
O fungo cresce e libera várias enzimas no meio de cultura. Algumas vão clivar lipídeos, 
outras vão clivar vários tipos de proteínas ou açúcares, transformando essas 
macromoléculas em micromoléculas que podem ser absorvidas. As micromoléculas vão 
passar pela parede e pela membrana celular para nutrirem o fungo. A digestão ocorre forado fungo. 
O pH do meio de cultura não é 7,0 como o das bactérias. É um pouco mais ácido, por volta 
de 6,5. Então, por isso, os fungos preferem crescer em frutas cítricas (laranja, tangerina). O 
crescimento fúngico alcaliniza esse meio e depois chegam as bactérias. Então geralmente 
tem uma sequência de contaminação de alimentos. 
Há limites de pH para crescimento, as leveduras suportam pH 2,5 – 8,5 ; os fungos 
filamentosos que podem crescer em pH de 1,5 – 11. O pH ótimo da maioria dos fungos é de 
6,5. Por isso que os fungos são ubiquitários (encontramos eles em todos os ambientes), 
são bastante resistentes, estão presentes nas condições mais variadas de ambientes. 
 
REPRODUÇÃO 
Em relação à reprodução a gente vai ter os fungos fazendo reprodução assexuada e 
sexuada. 
Na reprodução assexuada há dois tipos: Reprodução assexuada sem a produção de 
estruturas diferenciadas e Reprodução assexuada com a produção de estruturas 
diferenciadas. 
Reprodução assexuada sem a produção de estruturas diferenciadas 
A estrutura formada é idêntica a célula mãe. As leveduras geralmente se reproduzem por 
brotamento ou fissão binária. Por brotamento há formação de blastoconídio (célula filha) 
que às vezes se destaca da célula mãe ou não. Quando tem essa formação de várias células 
grudadas uma na outra (resultado do brotamento), essa estrutura é chamada de 
pseudohifa. No microscópio ótico parece uma hifa mais gordinha, mais trançada. Dá pra 
diferenciar da hifa verdadeira. 
 
Alguns fungos filamentosos que tem hifas septadas podem desarticular esses 
compartimentos e podem formar uma estrutura chamada artroconídio. O artroconídio é 
uma estrutura de reprodução que vai virar uma nova hifa. Artroconídios são formados por 
fragmentação das hifas em segmentos retangulares, são encontrados nos fungos: 
Geotrichum sp. Coccidioides immitis e em dermatófitos. 
 
 
Reprodução assexuada com a produção de estruturas diferenciadas. 
Reprodução aonde uma hifa vegetativa vai sofrer uma diferenciação num processo de 
reprodução assexuada e vai produzir estruturas de reprodução. Cada uma dessas 
estruturas pode germinar e dar origem a novas hifas. Quando elas estão externas (não tem 
nenhuma membrana envolvendo) nós chamamos essa estrutura reprodutiva de conídio e 
vai ter milhares. Conídios em cadeia circundando externamente uma vesícula  típico de 
Aspergillus sp. 
 
Em contrapartida, há fungos que geram uma vesícula e dentro dela vai ter as estruturas de 
reprodução. Essa vesícula é chamada de esporângio e as estruturas dentro dela, de 
esporos. Essa estrutura é típica de Mucor sp. 
 
Então o esporo é diferente do conídio não por função e sim por localização. O conídio é 
exógeno ou externo e o esporo é endógeno ou interno. 
Essa hifa de reprodução que sustenta os conídios é denominada conidióforo e a hifa que 
sustenta os esporos é chamada de esporangióforo. 
Tipos de conídios 
Existem varias morfologias diferentes de conídios. Podem ser diferenciados pelo tamanho 
em macroconídeos (grandes) e os microconídios (pequenos). Os macroconídios pode ter 
formado de charuto, naveta, fusiforme, em meia-lua, etc. 
Crescimento vegetativo da hifa 
A hifa cresce sempre na região apical. 
a- Esporos 
b- Esporângio 
O maior ser vivo do mundo é um fungo subterrâneo. Tem vários e vários hectares, mas na 
verdade grande parte dele já está morto, é parede celular, pois há o crescimento 
vegetativo da hifa, que não deixa de ser um processo de reprodução. 
Todas as organelas, as vesículas vão para região apical da hifa, aquele conteúdo 
citoplasmático é empurrado para dentro da região apical e vai sendo produzida a nova 
parede celular. Ocorre o alongamento das hifas, elas se ramificam também e podem se 
unir, é o que chamamos de anastomose ou fusão de hifas. O que vai sendo deixado para 
trás não tem citoplasma mais, só tem parede celular, não é mais vivo. 
Além da direção do crescimento ser apical, ele é radial, formando um círculo. Por isso que 
as colônias tendem a ser arredondadas, assim como as lesões de pele com suspeita de 
serem causadas por fungo, ex: dermatofitose. 
Importância de saber a direção e sentido do crescimento fúngico: para fazer coleta de 
material em lesão com suspeita fúngica  onde vai ter fungo viável? - Na periferia, nos 
bordos da lesão; pois o crescimento fúngico é apical-radial. 
Reprodução Sexuada 
Qual é a importância da reprodução sexuada? Variabilidade genética. Quando o fungo está 
em condições adversas, ou quando existe uma escassez de nutrientes, ele vai mudar a sua 
reprodução de assexuada (que é vantajosa porque produz uma quantidade muito grande 
de descendentes) para sexuada. 
A reprodução sexuada é uma união de núcleos de hifas diferentes ou de leveduras 
diferentes. Do ponto de vista evolutivo, há uma grande importância da reprodução 
sexuada. Nós vamos ter algumas espécies que são emergentes e vão ser resistentes a 
alguns antifúngicos e às condições adversas do ambiente. 
 Vantagens da reprodução assexuada: quantidade de descendentes rápida e 
enorme, sem gasto de energia. 
 Desvantagem: sem variabilidade genética 
 
 Vantagens da reprodução sexuada: pode ser resistente a condições adversas, 
antifúngicos. 
 Desvantagem: Demora e gera menor número de descendentes 
 
PROCESSO: 
 Uma hifa + e uma hifa – que se atraem através de liberação por ferormônios. 
 Ocorre plasmogamia que é a fusão de citoplasma. 
 Depois a cariogamia (fusão dos núcleos) e o fungo que era haplóide passa a ser 
diplóide. A fusão dos núcleos forma uma estrutura arredondada que, apesar de não 
ter gametas, é chamada de zigoto e é 2n. 
 Acontece a meiose para voltar à condição “n” (haplóide). São necessárias várias 
etapas de meiose para haver a formação de conídios ou esporos. E o que vai ser 
formado no final vai ser importante (o tipo de esporo ou conídio) para 
classificação desses fungos em uma classe ou filo. Precisa-se assim analisar o 
produto da reprodução sexuada. 
Filos de Fungos: 
1) Chytridiomycota (quitrídios – com zoósporos flagelados) 
2) Zygomycota 
3) Ascomycota 
4) Basidiomycota 
5) Fungos imperfeitos 
Os zigomicetos na reprodução sexuada produzem esporos endógenos que são chamados 
de zigospóros e a estrutura que contém esses esporos é chamado de zigosporângios. 
 
Os ascomicetos são uma classe enorme que produz esporos (endógeno) sempre em 
estruturas filamentosas que são chamadas de ascos. Asco significa saco, e sempre em 
número de 8 esporos. Todos os ascos vão ter 8 ascospóros, que são esporos endógenos. Ao 
redor desses ascos, eu posso ter estruturas de proteção de diversas formas diferentes que 
podem ser vistas a olho nu. Ascos em forma de pêra são chamados de peritécio, em 
formato de taça é chamado de apotécio e arredondado é chamado de cleistotécio. 
 
E os basidiomicetos são os que formam cogumelos. Também só vamos ter cogumelos após 
uma reprodução sexuada e na reprodução sexuada nós temos essa estrutura de proteção 
que vai ter o pílio e embaixo do pílio várias células chamadas de basídia. Cada célula 
basídia comporta 4 esporos ou conídios, eles são externos. Então na reprodução sexuada 
dos basidiomicetos eu vou ter embaixo do pílio centenas e milhares de células basidias de 
ponta cabeça, cada uma com 4 basidiosporos contendo conídio. 
 
Existem fungos que a gente sabe que tem reprodução sexuada, mas a gente não sabe quais 
são as estruturas. Esses fungos eram colocados num filo e chamados de Deuteromicetos, 
mas essa terminologia ficou antiga e passaram a ser chamados de fungos imperfeitos. O 
mais correto quando não é estudada a reprodução sexuada, é chamá-los pelo gênero, comoé o caso do Sporotrix sp., Geotrichum sp., Tricosporum sp., Malassezia sp., Candida sp., 
dentre outros. A gente sabe que eles fazem reprodução sexuada, mas a gente não conhece, 
não estudou ainda as estruturas. 
importância do conhecimento da reprodução sexuada: o seu estudo é importante para a 
classificação dos fungos. 
Do ponto de vista evolutivo, nós consideramos os basidiomicetos mais evoluídos do que os 
ascomicetos, depois os zigomicetos e os quitrídios (que tinham flagelos). 
 
Classificação dos fungos (papel biológico) 
Podem ser sapróbios ou saprófitas, simbióticos e parasitas. 
Sacro significa podre, então significa que o fungo está obtendo sua fonte de carbono (sua 
matéria orgânica) de uma matéria orgânica morta, vegetal ou animal. São os 
decompositores 
Os simbióticos estabelecem relação com outro ser vivo, sendo favorável para o fungo e 
para o outro ser vivo. 
Os parasitas vão estabelecer uma relação com outro ser vivo, sendo benéfica para o fungo, 
mas maléfica para o hospedeiro; esses fungos vão ser o foco da nossa disciplina. 
 
Importância benéfica dos fungos 
- FUNGOS DECOMPOSITORES: Um fungo saprófito pode decompor matéria orgânica morta 
para restituir os nutrientes do ambiente, mas pode ser maléfico ao decompor um quadro, 
livro ou outro objeto de importância humana. 
- FUNGO SIMBIÓTICOS: Quando eles são simbióticos, eles vão se estabelecer intimamente 
com outro organismo e não vai causar malefício nenhum. 
 Fungo com raízes de plantas: formam as micorrizas. Benefícios das micorrizas: 
proteção para as plantas e aumento de superfície de contato para absorção de 
nutrientes. 
 Fungo com alga fotossintetizante: Líquen – marcador biológico de radiação, 
corante, alguns pássaros fazem ninho no líquen para corar o ovo e enganar os 
predadores. 
- FUNGOS PRODUTORES DE ANTIBIÓTICO: Penicilium sp. produzem penicilina. 
- NA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA: Vários benefícios. Fungos produtores de acido cítrico, 
conservantes, acidulantes. Fungos que servem como alimentos, como champignon, 
shitake, shimeji, portobello, porcini, trufas. Fungos leveduriformes fermentadores 
utilizados no preparo de alimentos: cerveja, vinho, saquê, massas e queijos. 
Ultimamente pesquisadores descobriram fungos decompositores de matéria inorgânica, 
como plástico, podendo ser um grande avanço pensando em ambiente. 
Na agroindústria, o fungo pode funcionar como controle biológico, se alimentando de 
outros fungos que são pragas de plantações e de outras pragas, reduzindo o uso de 
agrotóxicos, promovendo maior saúde aos consumidores. 
 
Malefícios 
Fungos deterioram alimentos, ocasionando micoses em vegetais, e isso pode ser ruim para 
o consumidor e produtor: laranja, pão, morango; o alimento mofado tem menor valor 
nutritivo (fungo digere os nutrientes para se alimentar) e também pode estar 
contaminado com micotoxinas. 
Fungos podem ocasionar micoses em animais, doenças alérgicas (fungos anemófilos) e 
síndrome do edifício doente. Essa síndrome tem outros organismos envolvidos e ocorre 
em pessoas que moram ou trabalham em edifícios mais antigos. Então é um problema 
freqüente em países antigos como Inglaterra. A sintomatologia é muito inespecífica: dor de 
cabeça, fadiga. Pode afetar também animais de companhia. Seria necessário demolir o 
prédio, porque é difícil combater os fungos que fazem parte da estrutura. 
Fungos podem produzir toxinas que são substâncias liberadas para o ambiente ou podem 
fazer parte do substrato do fungo. 
Quando você tem uma intoxicação apenas pela ingestão de micotoxinas, a gente chama de 
micotoxicose, as micotoxinas exógenas. Quando você come um cogumelo venenoso e tem 
uma doença (pode ter sintomas como diarréia, alucinação, lesão neurológica), você tem 
um micetismo. É causada pela toxicidade da composição da parede celular do fungo.

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