Buscar

Introdução à Micologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Introdução a Micologia
Os fungos têm tanto aspectos positivos como negativos. Na Micologia o que mais interessa são os pontos negativos, pois são esses que causam doenças como de pele chamadas micoses cutâneas e sistêmicas quando atingem os órgãos como um todo e causam micoses profundas.
Fungos também produzem micotoxinas que são substâncias que causam por conseqüência micotoxicoses. Essas micotoxinas são metabolitos secundários e seus prejuízos a animais e seres humanos são de grande importância para medicina.
Alguns fungos trazem pontos positivos como, por exemplo, na utilização deles para maturação de queijos, para produção de cervejas, para produção de pães, além da utilização para antibióticos como a penicilina. A Penicilina foi descoberta por conta de uma inibição do crescimento de bactérias na presença do fungo o que evidenciou a inibição do crescimento bacteriano por conta da presença fúngica.
Outra divisão dos fungos é quanto ao seu tamanho. Há fungos macroscópicos e os microscópicos. Os microscópicos são os mais estudados dentro da Micologia. Estes podem ser unicelulares/leveduras ou pluricelulares/filamentosos. Neste caso, os pluricelulares ou leveduriformes são formados por mais de uma célula. Já os unicelulares ou filamentosos são formados por uma célula apenas. Os fungos filamentosos formam uma estrutura, denominada hifa.
Os fungos possuem algumas similaridades com as plantas, mas o que diferencia ele das mesmas são algumas características. Alguns exemplos de características são que estes são eucariotos, não possuem clorofila como as plantas, são heterotróficos (podem ser tanto pluricelular quanto unicelular), em sua parede contém quitina e não celulose (alguns apresentam celulose, mas em baixa concentração) e não produzem amido. Os fungos eucariotos apresentam célula eucariótica com parede celular e com membrana, mas a parede celular dos fungos é formada por polissacarídeos e polipeptídios. 
Existe a possibilidade de ter lipídeos, fosfolipídios, triglicerídeos e esteróides. Um ponto importante é a presença de ergosterol dentro dos esteróides, pois os medicamentos antifúngicos atuam sobre o ergosterol, impedindo a síntese do mesmo.
Há também os fungos demáceos que são de coloração negra que até mesmo na lâmina essa característica é possível de ser visualizada. Isso acontece por conta de uma defesa do fungo em que ele produz melanina para se proteger de raios ultravioletas. 
Como são eucariotos possuem mitocôndria que a formação varia conforme o ciclo biológico (se está em estado de reprodução ou não), retículo endoplasmático liso (REL) que está relacionado a síntese de lipídeos, retículo endoplasmático rugoso (RER) que está relacionado a síntese de proteínas e até mesmo complexo de golgi. Tanto as proteínas quanto os lipídeos sintetizados são transportados por estruturas em forma de vesículas.
Para identificar um fungo independente se ele é unicelular ou pluricelular observam-se as estruturas de reprodução tanto na forma sexuada como assexuada. Os fungos fazem os dois tipos de reprodução (sexuada e assexuada). A sexuada ocorre e o fungo é classificado com estado teleomorfo. Já quando está assexuada o fungo é classificado como anamorfo. O mais observado, sem dúvidas, é o estado anamorfo/assexuada. 
A primeira coisa a se observar num fungo são as estruturas de reprodução. No caso dos fungos pluricelulares ou filamentosos que são constituídos por mais de uma célula existe grande diferenciação entre as espécies. Já no caso dos fungos unicelulares, se vê uma estrutura ovalada (como uma bola pequena) que indica apenas uma célula. Ou seja, os fungos filamentosos apresentam muito mais diversidade morfológica.
Inicia-se observando a colônia, a cor dela e depois partimos para a microscopia. Os fungos unicelulares vão ser difíceis de serem diferenciados na microscopia, pois são muito parecidos. 
Já os fungos filamentosos apresentam hifas que é a estrutura principal dos filamentosos e pode ser classificada como septadas ou contínuas. As septadas não são totalmente fechadas e isso que diferencia das contínuas.
As hifas juntam-se umas nas outras e fazem anastomose formando micélio que nada mais é que o conjunto de hifas. Existe também os fungos dimórficos que possuem tanto a forma leveduriforme quanto a filamentosa, variando conforme a situação em que se encontra o fungo. Um exemplo clássico é o Sporothrix que quando em ambiente se encontra na forma filamentosa e quando parasitando animais se encontra em forma de levedura.
Como todo fungo faz reprodução sexuada ou assexuada, a assexuada é a que será observada no dia a dia e pode ocorrer por brotamento ou divisão binária.
O brotamento pode ser simples em que na célula de levedura se tem as regiões de Buds que são as regiões de adelgaçamento. Além disso, tem a parede, a membrana e vai acontecer uma evaginação da parede para formar a célula filha sendo que a mesma pode se desprender dali ou não. Na maioria das vezes o que acontece é que ela cresce e forma um pequeno tubo. Isso acontece em casos de brotamento simples e há a formação de pseudo-hifas.
No brotamento fissão o processo é o mesmo do brotamento simples sendo que a célula filha se solta da mãe e cresce até o tamanho da que lhe deu origem. Na microscopia é possível observar uma cicatriz na célula. A diferença entre brotamento fissão e divisão binária consiste no fato de que no brotamento fissão ocorre uma evaginação e na divisão binária ocorre uma invaginação e a célula divide-se ao meio formando duas células iguais.
Algumas leveduras podem ter uma cápsula de origem mucopolissacarídea. Outro ponto importante é que no processo de reprodução assexuada algumas leveduras podem apresentar hifas verdadeiras. Caso uma levedura forme hifa verdadeira assim como um fungo filamentoso dá-se o nome de pleomorfismo. Além disso, existe a possibilidade de haver a produção de pseudohifas que ocorre quando há um brotamento e a célula fica e não se destaca, não havendo formação de novas células. Microscopicamente terá várias células ligadas umas nas outras e não é classificada como hifa e sim, pseudohifa. O conjunto de pseudohifa é chamado de pseudomicélio. Fungos podem apresentar septos, ou seja, hifas septadas. Estas hifas septadas não são assim por completo, apenas apresentam poros (ultramicroscópicos) que tem como utilidade a circulação de material.
Quando se tem reprodução sexuada (teleomorfo) é possível dividir os fungos em classes. Há fungos que possuem hifas largas não septadas, mas quando observado na microscopia é possível ver septos sim (um bem distante do outro). Ou seja, nem sempre isso é seguro.
Uma estrutura importante são os corpúsculos de Woronin que ficam no citoplasma próximo a parede. Quando as hifas passam por um estresse, existe a possibilidade de perder material e é ai que o corpúsculo entra, impedindo a possibilidade de perda de material citoplasmático. O corpúsculo de Woronin tapa/fecha o buraco em questão. Nem todos os fungos possuem essa estrutura, outros podem ter cristais com funções similares. Existem fungos com poros multiperfurados e de pequeno calibre.
O crescimento das hifas é sempre apical, crescem do ápice. A hifa é a unidade estrutural do fungo e principal componente do fungo filamentoso e ela é facilmente visualidade. Por exemplo, quando se tem um substrato e verifica-se uma coloração verde acinzentada nele, é o crescimento de hifas, sendo que elas podem crescer dentro ou fora. Já o micélio (conjunto de hifas) pode ser classificado como reprodutivo e vegetativo.
O micélio reprodutivo é responsável pela formação das estruturas de reprodução. As hifas vão crescendo, fazendo anastomose, se ramificando e isso é indicativo de crescimento do fungo e formação de colônias, consequentemente. 
A colônia é o material usado para se fazer uma primeira análise. Nela é possível visualizar quatro áreas. Temos a área central que é a mais antiga onde o crescimento já cessou por conta do crescimento ser do centro para a periferia. Há a região chamada de frutificação. Outraregião é a de crescimento biomassa onde tem mais hifas desenvolvendo-se. Por fim, há a região periférica onde acontecem as ramificações das hifas.
Existem estruturas que caracterizam o fungo secundariamente e são identificadas na microscopia e são importantes na diferenciação para identificação. Para os fungos pluricelulares verificamos características macroscópicas como colônia, cor e relevo, além das características microscópicas. Nos fungos unicelulares é necessário verificar seu comportamento. 
Os fungos, num geral, precisam de carbono e nitrogênio. As fontes de carbono podem ser os açúcares (glicose, xilose, maltose, galactose, sacarose, etc.) e cada espécie tem os açúcares que ela assimila e é isso que auxilia na diferenciação das leveduras já que todas são redondas e precisa-se diferenciá-las. 
Portanto, para diferenciar espécies de leveduras têm-se bases de assimilação de açúcares, testes bioquímicos, testes fisiológicos. Além disso, pode-se diferenciar pela temperatura que ela cresce, qual enzima é necessária para seu crescimento e até estruturas de frutificação e ornamentação são utilizadas para identificar. As estruturas de frutificação surgem a partir da modificação da hifa que forma esporangiosporos. 
A diferença de conídio para esporo é que conídio se forma fora e esporo se forma dentro. A célula esporogênica forma os esporos que ficam dentro de estruturas globosas. Os conidiogênios formam conídios que são sempre livres sendo que o conídio pode vir diretamente da hifa e nem sempre precisa vir de um conidiogênio.
As estruturas de ornamentação não se sabem sua função. Apenas sabemos que os fungos apresentam formato do tipo pente, espiral, raquete, peptinada ou até candelabro. 
Os micélios vegetativos dos filamentosos podem formar estruturas denominadas artroconídios. A hifa tubular sofre fragmentação no sentido transversal sendo partida e fragmentada. Cada fragmento se solta e fica lado a lado um do outro e essas são denominadas artroconídios. Estes germinarão e formarão novas hifas. Esse processo é super comum em fungos dermatófitos. 
Existe uma estrutura relacionada à resistência que é o clamidoconídio. Nem todo fungo tem e são formados na porção final da hifa. É uma estrutura globosa que armazena o DNA. Outra forma de formação é intercaladamente às hifas. Quando o fungo forma essa estrutura é indicativo de que o meio não é bom para ele.

Continue navegando