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PANORAMA DA MÚSICA ORIENTAL

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ASSOCIAÇÃO DE ARTE E CULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PANORAMA DA MÚSICA NO ORIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fernando Lewis de Mattos
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1 
MÚSICA DA CHINA............................................................................................................................ 3 
IMPERADORES LENDÁRIOS................................................................................................................. 3 
Sistema Kin................................................................................................................................. 5 
DINASTIA SHANG............................................................................................................................... 6 
Sistema Lyu ................................................................................................................................ 6 
DINASTIA CHOU................................................................................................................................. 8 
Música Instrumental.................................................................................................................... 9 
DINASTIA HAN E POSTERIORES......................................................................................................... 12 
MÚSICAS DO SUDESTE ASIÁTICO ............................................................................................... 14 
MÚSICA DA INDONÉSIA..................................................................................................................... 15 
Gamelão ................................................................................................................................... 15 
MÚSICA DA INDOCHINA .................................................................................................................... 19 
Conjuntos instrumentais ........................................................................................................... 21 
MÚSICA DA ÍNDIA ........................................................................................................................... 23 
OS LIVROS DA SABEDORIA............................................................................................................... 23 
SISTEMA DE TALAS.......................................................................................................................... 25 
O SISTEMA DE RAGAS ..................................................................................................................... 28 
COMENTÁRIOS DE ALAIN DANIÉLOU.................................................................................................. 32 
 1
INTRODUÇÃO 
 
Neste texto, serão apresentados aspectos da História da Música do Oriente, 
desde a formação do sistema musical mais antigo, conhecido atualmente, o 
Sistema Kin, da época dos Imperadores Lendários chineses, até o Sistema de 
Ragas da Índia, que pode ser considerado como o sistema mais elaborado de 
organização dos sons já elaborado. 
Serão estudados estes tópicos: 
1. Música da China – onde se encontra o mais antigo sistema musical 
conhecido, assim como a mais antiga melodia preservada até a atualidade, um 
Hino para a Entrada do Imperador, datada de cerca de 3.000 anos; 
2. Música no Sudeste Asiático – a música da Indonésia, especialmente o 
gamelão javanês e suas escalas pelog e slendro, possui características peculiares 
que ainda hoje fascina músicos e ouvintes de várias regiões do globo; 
3. Música da Índia – desde a divulgação do tratado Nathya-Sastra, escrito 
no séc. II a.C. e atribuído a Bharata, os indianos vêm desenvolvendo um sistema 
musical altamente elaborado, com base em dois princípios fundamentais: os 
ragas, escalas que deram origem às mais variadas melodias, e os talas, ciclos de 
tempo que deram origem às sofisticadas combinações rítmicas da música indiana. 
4. Música no Mundo Árabe – . 
 
As músicas produzidas pelas mais diversas culturas que deixaram registro 
histórico apresenta características comuns, que podem ser definidas com base em 
alguns princípios geradores. 
Algumas civilizações da Antigüidade iniciaram um processo de 
sistematização da organização dos sons seguindo preceitos cosmológicos, 
relações numéricas, naturais e míticas entre as notas que formam as escalas, ou 
simplesmente a partir da escuta atenta de sons do ambiente. 
Na Mesopotâmia e no Egito, existiram vários gêneros de música religiosa, 
cerimonial, lúdica e cortesã. Entretanto, não restou documentação que ateste 
qualquer aspecto sobre como estas músicas eram praticadas. Conhecem-se, 
 2
atualmente, apenas alguns instrumentos que permitem deduzir pouco sobre essas 
músicas. 
O sistema musical mais antigo que chegou aos dias de hoje, é o Sistema 
Kin chinês, o qual remonta à época dos Imperadores Lendários, há cerca de cinco 
mil anos. O Sistema de Ragas indiano, com vários tipos de escalas, que vão de 
cinco a dez sons, é o sistema musical oriental mais detalhadamente conhecido. 
Isso se deve, certamente, à grande quantidade de escritos preservados e à 
disseminação internacional da música indiana, na atualidade. 
Um gênero de música menos conhecido do que a música chinesa ou 
indiana, mas que influenciou profundamente algumas das transformações mais 
significativas da moderna música ocidental, é a Orquestra de Gamelão de Java e 
Bali. 
Uma dessas orquestras tocou na Exposição Internacional de Paris de 1889, 
causando grande impacto aos músicos franceses da época, como Erik Satie, 
Claude Debussy e Maurice Ravel. Esses músicos passaram a empregar as 
escalas balinesas que escutaram, assim como incorporaram as sonoridades e as 
combinações de sons do gamelão às suas próprias composições. 
A influência desses músicos sobre quase todas as produções musicais do 
século XX, terminou por disseminar indiretamente a música balinesa e javanesa. 
Entre os músicos que assumiram explicitamente a influência de Satie, Debussy ou 
Ravel, estão praticantes de vários estilos de jazz, compositores de bossa nova e 
músicos ligados às pesquisas da cultura autóctone de seus países, como Béla 
Bartók e Heitor Villa-Lobos, entre outros. 
Dada a importância da música francesa da belle époque para músicos 
como Villa-Lobos e Antônio Carlos Jobim, entre outros, pode-se dizer que aquilo 
que hoje entendemos por ‘música brasileira’ tem alguma referência, mesmo que 
por via indireta, na música do Extremo Oriente. 
 
 3
MÚSICA DA CHINA 
 
Imperadores Lendários 
Segundo a lenda, o Imperador Amarelo, Huang-Ti, criou a escrita dos 
ideogramas chineses e a música daquele país, a qual era organizada com base 
em princípios numéricos e a partir da ressonância de um som fundamental 
(denominado huang-kung). 1 
Esses princípios e relações entre os sons estavam ligados às tradições 
cosmológicas, à compreensão da natureza e a valores religiosos. 
Para os chineses, o Universo é formado por cinco elementos que regem a 
Natureza. Cada um desses elementos está associado a vários aspectos da 
realidade. 
 
Segundo a tradição taoísta, os elementos são estes: 
• Madeira – rege a criatividade, a primavera, a nota lá, etc. 
• Fogo – rege a paixão, o verão, o sabor amargo, a nota dó, etc. 
• Terra – rege o equilíbrio, o sabor doce, o olfato, a nota fá, etc. 
• Metal – rege a força, o outono, o sabor picante, a nota sol, etc. 
• Água – rege a sensibilidade, o inverno, o salgado, a nota ré, etc. 
 
Todos os elementos relacionam-se entre si, sendo que a formação e o 
crescimento de certos elementos favorecem e são favorecidospor alguns, ao 
passo que inibem e são inibidos por outros. 
Por exemplo, o elemento fogo é criado pelo elemento madeira, sendo 
inibido pela água. A ação do fogo favorece a formação e o crescimento do 
elemento terra, porém inibe as características do elemento metal. 
 
Abaixo, estão as relações existentes entre os cinco elementos. 
 
1 A nota huang-kung, isto é a nota fundamental que deu origem a todo o sistema pentatônico 
chinês, chama-se gōng e equivale à nossa nota fá. Sabe-se disso porque esta é a nota 
fundamental dos carrilhões (sistemas de sinos denominados bianzhong) encontrados em 
escavações arqueológicas. 
 4
 
 
 
Cada um dos elementos é responsável por determinados aspectos da 
natureza. Assim, entende-se que a realidade interior da alma humana, a realidade 
que se dá aos nossos sentidos, a natureza do planeta Terra e a totalidade do 
Cosmo são todos determinados pelas correlações existentes entre os elementos. 
O quadro abaixo apresenta algumas propriedades dos elementos. 
 
Elemento Estação Característica Direção Cor Nota Musical
Madeira primavera 
criatividade 
criação 
crescimento 
leste verde chiao 角 (lá) 
Fogo verão 
paixão 
inteligência 
movimento 
sul vermelho chih 徵 (dó) 
Terra mudança de estação 
equilíbrio 
sustentáculo 
segurança 
centro amarelo kung 宮 (fá) 
Metal outono 
utilidade 
confiabilidade 
força 
oeste branco shang 商 (sol)
Água inverno 
comunicação 
intuição 
sensibilidade 
norte azul yu 羽 (ré) 
 
A nota kung (fá) é a fundamental (hang-kung) e equivale ao elemento terra, 
que representa o equilíbrio, o centro e também as possibilidades de mudança. 
 5
Sistema Kin 
Há cerca de cinco mil anos, os chineses desenvolveram um sistema 
musical extremamente sofisticado, embasado nas inter-relações entre cinco sons 
(cada um deles regido por um elemento) e nas afinidades do intervalo de quinta 
justa. Daí, desenvolveu-se um sistema pentatônico (conjunto de cinco sons), 
amplamente empregado ainda hoje em vários países asiáticos2, em que todas as 
notas da escala são obtidas com base no número cinco: cinco sons distribuídos à 
distância de intervalos de quinta, entre si. 
Por exemplo, a partir da nota fá (kung), têm-se estas quintas justas: 
 Fá Dó Sol Ré Lá 
 
 5ªJ 5ªJ 5ªJ 5ªJ 
Se essas notas forem re-ordenadas como graus de uma escala, isto é, na 
sua seqüência ‘natural’, obtém-se a escala pentatônica Kin. 
Assim, o ciclo de quintas apresentado acima, ao ser re-ordenado 
 
 
 
 Fá Dó Sol Ré La 
 
 
 
 
aparece com as notas nesta seqüência: 
 
Fá 
(kung) 
Sol 
(chang) 
Lá 
(chiao) 
Dó 
(chih) 
Ré 
(yu) 
 
 
 
 
2 Escalas pentatônicas servem de base para criação de melodias em várias regiões do globo 
terrestre. A música africana e suas derivações, como o blues, o jazz e o batuque, assim como a 
música de vários povos ameríndios estão embasadas em sistemas pentatônicos. 
 6
Dinastia Shang 
Com o passar do tempo, o sistema pentatônico original foi ampliado, 
chegando ao complexo Sistema Lyu do Período Shang (1.500-1.000 a.C.), onde 
cada um dos sons está associado a elementos cosmológicos e a música é 
entendida como um reflexo da realidade, tanto do Universo quanto da vida interior. 
A nota fundamental kung (fá), que dá origem à escala musical, representa a 
totalidade do Universo e as notas derivadas dessa fundamental (as outras notas 
da escala) representam as partes que formam esse todo. 
A música é, assim, compreendida como o reflexo da realidade exterior que 
se manifesta na vida interior da alma humana. 
 
Sistema Lyu 
A busca da compreensão das inter-relações entre a totalidade do cosmo e 
suas partes, levou os músicos chineses desse período a dividir e subdividir a 
oitava, aumentando o número de notas e multiplicando a quantidade de escalas 
do sistema. 
No auge desse processo, a oitava passou a ser dividida em doze partes 
iguais. Cada um dos intervalos resultantes dessa divisão chama-se lyu, que é a 
menor distância entre os sons do sistema musical chinês, sendo equivalente ao 
semitom da música ocidental. 
O Sistema Lyu consiste em tomar cada um dos cinco sons da escala 
pentatônica Kin como sendo a nota que dá origem a uma nova escala. Têm-se, 
assim, cinco escalas, cada uma delas formada por cinco sons, sendo todas as 
relações derivadas do intervalo de quinta justa. 
Como cada nota do sistema pode ser tomada como base para a formação 
de uma nova escala, tem-se um sistema que compreende todas as doze notas lyu, 
em um Círculo de Quintas completo, que inicia e termina em fá. 
 
 
 
 7
 Fá 
 Sib . ............... Dó 
 Mib Sol 
Láb Ré
 Réb Lá 
 Solb Mi 
 Si 
 
Cada uma das escalas pentatônicas, assim obtidas, pode ser organizada 
com base em cinco padrões diferentes, isto é, a partir de cada escala, podem ser 
derivadas outras quatro através de nova ordenação das suas notas. 
Por exemplo, as notas que formam a escala Kin apresentada acima (fá-sol-
lá-dó-ré) podem ser distribuídas de cinco modos distintos. Se começarmos com 
cada uma de suas notas, teremos: 
 
Fá Sol Lá Dó Ré 
Sol Lá Dó Ré Fá 
Lá Dó Ré Fá Sol 
Dó Ré Fá Sol Lá 
Ré Fá Sol Lá Dó 
 
Com isso, podem-se obter cinco escalas a partir de cada conjunto de notas 
do sistema. Como há doze notas derivadas da divisão da oitava em 12 lyu, chega-
se a um total de 60 escalas diferentes (5 x 12 = 60). 
 
 
 
 
 8
O quadro a seguir demonstra as sessenta escalas do Sistema Lyu.3 
 
Fá Sol Lá Dó Ré Fá Sol Lá Dó Ré 
Sol Lá Si Ré Mi Sol Lá Si Ré Mi 
Lá Si Dó# Mi Fá# Lá Si Dó# Mi Fá# 
Dó Ré Mi Sol Lá Dó Ré Mi Sol Lá 
Ré Mi Fá# Lá Si Ré Mi Fá# Lá Si 
Fá Sol Lá Dó Ré Fá Sol Lá Dó Ré 
Sol Lá Si Ré Mi Sol Lá Si Ré Mi 
Lá Si Dó# Mi Fá# Lá Si Dó# Mi Fá# 
Dó Ré Mi Sol Lá Dó Ré Mi Sol Lá 
Ré Mi Fá# Lá Si Ré Mi Fá# Lá Si 
 
 
 
 
Dinastia Chou 
No período da Dinastia Chou (1000a.C-256d.C.), a música passa a ser 
também compreendida por seus efeitos físicos sobre as pessoas. Certos sons e 
suas combinações podem ser benéficos ou prejudiciais, conforme vários fatores 
da vida individual ou social. A música assume caráter terapêutico e educativo, 
devido à sua forte influência sobre o corpo e sobre a alma, influenciando a 
formação do caráter dos indivíduos. Mudanças políticas determinam mudanças no 
sistema musical, na prática dos músicos e até mesmo no uso de instrumentos. 
Novos governantes acreditam que não podem manter a música de períodos 
anteriores porque não condiz mais com a nova realidade. 
 
3 Para deduzir qualquer uma das escalas pentatônicas do Sistema Lyu, no quadro acima, basta 
iniciar em qualquer nota e contar cinco notas na mesma direção, tanto na vertical quanto na 
horizontal, até alcançar a repetição da nota inicial. Com isso, obtêm-se todas 60 as escalas do 
sistema. 
 
 9
Nesta época, cria-se um Ministério da Música, com propósitos 
educacionais. O Ministério também atua na formação dos músicos, que exercem 
atividades em vários setores da vida religiosa e social. 
Desta época, tem-se a mais antiga fonte histórica musical chinesa, o Livro 
dos Documentos, escrito entre os séculos IX-VII a.C. 
Confúcio, que viveu entre 551-478 a.C., foi o autor do Livro das Canções, 
com cerca de 300 canções, das quais sobreviveram os poemas e poucas 
melodias, e do Livro dos Ritos, que sistematiza as cerimônias religiosas e as 
práticas musicais a elas associadas. 
Em 213 a.C. houve uma troca violenta de poder que resultouna queima de 
livros, documentos de estado e instrumentos musicais. Nessa situação, foram 
perdidas valiosas informações que atestavam sobre a vida social e cultural 
chinesa anterior a essa época. 
 
Música Instrumental 
Sabe-se que a música chinesa desta época é preponderantemente 
instrumental. No Livro dos Ritos, há uma sistematização dos instrumentos 
musicais e seu uso. Aí aparece a mais antiga classificação dos instrumentos, que 
são organizados desta maneira: 
1. Instrumentos de Seda – são instrumentos de cordas (acredita-se que o 
nome seja derivado do fato de as cordas serem feitas de seda, na época). 
Entre os instrumentos de seda, está o quin (de corda pinçada), que é um dos 
mais antigos instrumentos chineses, sendo considerado o mais importante; o 
ehru (de corda friccionada) e o zhu (de corda percutida). 
2. Instrumentos de Bambu – são instrumentos de sopro de madeira (bambu). 
Dizi é uma flauta transversa de bambu, considerada como sendo o mais 
importante instrumento de sopro; o xiau é um instrumento que se toca em 
posição vertical (assemelha-se a um fagote, porém com embocadura livre); 
suona é um instrumento de palheta dupla (como o clarinete) e tem, na 
extremidade, uma campana de metal (como o trompete). 
 10
3. Instrumentos de Madeira – são instrumentos de percussão, fabricados com 
madeira. Esses instrumentos podem ser percutidos, como o zhu, ou raspados 
com uma vara de bambu, como o yu; o zhu e o yu são mencionados em textos 
anteriores à Dinastia Kin. 
4. Instrumentos de Pedra – são instrumentos de percussão, em que as pedras 
podem ser golpeadas, uma contra a outra, ou podem ser percutidas com 
baquetas. Um instrumento característico dessa família é o bianquing, um 
carrilhão composto por um conjunto pedras afinadas, tocadas com baquetas. 
5. Instrumentos de Metal – são instrumentos de percussão, que podem ter 
afinação precisa, como o bianzhong, uma espécie de carrilhão composto por 
um conjunto de sinos de bronze afinados (este é o instrumento que deu 
origem ao sistema pentatônico Kin), e também podem ter afinação 
indeterminada, como o chun, antigo instrumento ritualístico que tem a figura 
de um tigre na parte superior. 
6. Instrumentos de Barro – podem ser instrumentos de sopro ou de percussão. 
O xun é uma espécie de ocarina, sendo um instrumento que já existia na fase 
pré-histórica; o fou é um grande instrumento ritualístico de percussão, tocado 
com baquetas. 
7. Instrumentos de Cabaça – são vários tipos de instrumentos de sopro que 
têm a estrutura de órgãos de boca. Os mais importantes são o sheng, que 
remonta ao período da Dinastia Shang, quando era empregado nas orquestras 
que acompanhavam os passos do imperador, e o lusheng, instrumento 
folclórico muito comum em regiões rurais do Sudeste chinês, geralmente 
tocado por um grupo numeroso de músicos, sendo que cada um toca um 
instrumento de tamanho diferente. 
8. Instrumentos de Pele – são instrumentos de percussão com afinação 
precisa ou indeterminada, como os tímpanos e tambores atuais. Entre os mais 
antigos, está o jiegu, feito de madeira, com as extremidades revestidas de 
pele animal e tocado com baquetas. 
 
A seguir, estão imagens de alguns desses instrumentos. 
 11
 
Quin 
 
 
 Pipa Dizi 
 
 
 
Bianzhong 
 12
Por volta de 300 a.C., a formação das escalas foi ampliada para conjuntos 
de sete notas (escalas heptatônicas), em que foram acrescentadas mais duas 
quintas justas ao sistema anterior. Nessas escalas, foram incorporados os 
intervalos pien (pien chih e pien kung), que corresponde ao lyu (semitom) que 
existia apenas no sistema geral, mas não era utilizado para a composição de 
melodias. 
Abaixo, está a formação da nova escala com acréscimo de mais duas 
quintas justas, completando as sete notas, a partir da nota fá: 
 
Fá Dó Sol Ré Lá Mi Si 
 
5ªJ 5ªJ 5ªJ 5ªJ 5ªJ 5ªJ 
 
Ao re-ordenar essas notas, na forma de escala, isto é, buscando a distância 
mais curta entre uma nota e outra, tem-se a escala heptatônica do período Chou: 
 
Fá 
(kung) 
Sol 
(chang) 
Lá 
(chiao) 
Si 
(pien chih) 
Dó 
(chih) 
Ré 
(yu) 
Mi 
(pien kung) 
 
Com isso, o sistema ampliou-se para um total de 84 de escalas, sendo que 
as melodias compostas com base nestas escalas eram consideradas como parte 
da “nova música”, própria da Dinastia Chou. Confúcio reagiu ao novo sistema, 
propondo o retorno às antigas tradições e seu caráter ético-religioso. 
 
Dinastia Han e posteriores 
A Dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.) caracteriza-se pela adoção do 
Confucionismo como religião oficial do Estado. Com isso, dá-se a restauração da 
música antiga, com base nos documentos que ainda restavam. Nesta época, há 
grande intercâmbio cultural com outros povos, que terminam por influenciar a 
música tradicional chinesa. Entre 220-560, há um período de dominação 
estrangeira, que é superado pela Dinastia Sui (560-618), que assimilou influências 
árabes. 
 13
No período da dinastia Tang (618-907 d.C.), os hinos que acompanhavam a 
entrada do imperador eram tocados por orquestras formadas por grande número 
de executantes, podendo chegar a mais de quinhentos músicos. Nesta época, 
voltou-se a cultivar a música tradicional chinesa de períodos anteriores, porém, 
agora, com as características estrangeiras que já haviam sido assimiladas. Desta 
época, é o poeta Li Tai-po (701-762). 
A música praticada na Dinastia Sung (960-1279) dá continuidade ao 
período anterior. Esta época caracteriza-se por intensa atividade cultural, com 
grandes produções de teatro e ballet, impressão de livros e a formação de 
grandes orquestras que tocavam na corte, nas festividades e no teatro. 
 
 
 
 14
MÚSICAS DO SUDESTE ASIÁTICO 
 O Sudeste asiático é formado por duas regiões, a Indochina e a Insulíndia. 
Os países que fazem parte da Indochina são: Tailândia, Camboja, Birmânia, 
Malásia, Vietnã, Laos; os países da Insulíndia são estes: Indonésia, Malásia 
Oriental, Timor-Leste, Cingapura, Brunei e Filipinas. 
Apesar das diferenças culturais existentes entre os povos do Sudeste 
asiático, pode-se considerar que as músicas que praticam pertencem a um 
mesmo sistema musical geral. 
Isso se deve a alguns fatores: 
⇒ em todos esses povos, a música instrumental tem grande importância, na 
vida religiosa, cortesã e social; 
⇒ predominam instrumentos metálicos de percussão, com afinação precisa; 
⇒ A música é, geralmente, praticada em conjunto, em que os instrumentos 
são agrupados em orquestras (p. ex.: gamelão javanês, pin-peat cambojano e 
khuarang-sai tailandês, etc.); 
⇒ Instrumentos de sopro e de cordas, assim como a voz humana, podem 
fazer parte dessas orquestras, mas são dispensáveis; 
⇒ há uma característica comum a esses povos, raramente encontrada em 
outras regiões: o uso de escalas isométricas pantonais, isto é, a oitava é 
dividida em partes iguais, produzindo escalas de cinco sons (pentatônicas) ou 
de sete sons (heptatônicas). O uso de escalas isométricas permite que haja 
modulações constantes de qualquer tonalidade para qualquer outra (princípio 
da pantonalidade).4 
Pelas descobertas arqueológicas, deduz-se que essas práticas musicais 
podem ser bastante antigas. Um litofone (instrumento de percussão feito pedra) do 
período neolítico foi encontrado no maciço de Bac-Sion, em 1949. A análise das 
 
4 Esta é a característica do Sudeste asiático que mais influenciou a música internacional, no século 
XX. A escala isométrica pantonal mais conhecida internacionalmente é aescala de tons inteiros, 
uma escala hexatônica que divide a oitava em seis partes iguais. Esta escala, assimilada por 
influência do gamelão javanês através de Debussy e outros franceses, tem sido usada na música 
de câmara e orquestral, no jazz e outras manifestações. No Brasil, Garoto (1915-1955) já 
empregava a escala de tons inteiros em seus choros e sambas, chegando, inclusive, a compor 
uma Debussyana. 
 15
lâminas que formam o instrumento levou o musicólogo Jaap Kunst a deduzir de 
que as notas deste instrumento já formariam a base para uma escala pelog, a 
mais importante da música Indonésia atual. 
 
Música da Indonésia 
 
Insulíndia 
Atualmente, a República da Indonésia é uma das regiões mais povoadas do 
mundo, sendo que a maior parte de sua população concentra-se na ilha de Java. 
O arquipélago indonésio constitui-se de milhares de ilhas, com cerca de 300 
grupos étnicos que falam por volta de 250 dialetos. Essa diversidade étnico-
cultural deve-se, entre outros fatores, às colonizações indianas, chinesas, árabes 
e européias. 
Acredita-se que o predomínio de instrumentos melódicos de metal, que 
formam o gamelão, deve-se ao alto nível alcançado na Idade do Bronze, por volta 
de 300 a.C. 
 
Gamelão 
Gamelão significa ‘orquestra’. O termo pode ser empregado tanto para 
designar instrumentos metálicos de percussão com sons determinados (gongos e 
metalofones), quanto o conjunto desses instrumentos (orquestra). 
Há várias formações de gamelão, que podem ser empregadas nas cortes, 
nos centros urbanos, em festividades rurais, em rituais religiosos e no teatro, para 
 16
acompanhar cenas (atores e marionetes) e dança. Um gamelão pode ser formado 
por alguns músicos e pode chegar a possuir perto de 80 instrumentos, sendo que 
a formação mais comum possui aproximadamente 25 instrumentos e cinco a seis 
cantores. 
Entre os instrumentos que formam o gamelão, estão: gongos (ketuk e 
kenong, discos de bronze afinados, com uma seção convexa no centro), gongos 
suspensos (gong ageng e kempul), carrilhões de gongos (bonang, jogo de 
pequenos gongos suspensos), metalofones (gender, teclado com lâminas 
metálicas e um ressonador tubular para cada tecla), xilofones (tchalung e 
gambang, teclados com lâminas de madeira e um ressonador tubular para cada 
tecla), vários tipos de tambores (kendang: gending, ketipung, batangan), além de 
flautas (suling, uma espécie de flauta obliqua), oboés (sarunai, instrumento de 
sopro de palheta dupla) e rabecas (rebab, instrumento de cordas friccionadas de 
origem árabe que também está na origem do violino europeu), além de cinco ou 
seis cantores. 
Um gamelão completo geralmente possui dois grupos de instrumentos, 
cada um afinado em uma das duas escalas tradicionais, pelog e slendro. Pelog é 
uma escala heptatônica (com sete notas), com intervalos variáveis, isto é, não se 
trata de uma escala isométrica. Atribui-se a essa escala um caráter feminino, doce 
e afável que representa os mistérios da natureza. As notas de pelog são estas: 
bem (mi), gulu (fá), dada (sol, baixo), pelog (lá, alto), lima (si), nem (dó), barang 
(ré, baixo). 
Slendro é uma escala pentatônica, porém completamente diferente da kin 
chinesa, principalmente por dividir a oitava em cinco intervalos iguais e por 
incorporar dissonâncias e semitons (piens). Suas notas são: barang (ré), gulu (mi, 
alto), dada (sol), lima (si), nem (dó, baixo). Segundo o musicólogo Alain Daniélou, 
o nome da escala viria de um dos epítetos de Shiva (shilendra, “senhor das 
virtudes”). Esta escala representa um temperamento masculino, sério e solene. 
Além dessas formações de base, as notas das escalas slendro e pelog 
podem ser reordenadas de vários modos, sendo que cada novo padrão (modo) 
chama-se patet. Esses patets são considerados apenas como diferentes 
 17
“maneiras de ser” das escalas originárias e acrescentam diversidade de 
expressão, caráter e disposição de alma a elas. Cada escala e seus diferentes 
modos são tocados em diferentes horas do dia, em várias situações da vida social 
e religiosa. 
A textura musical da música de gamelão é, geralmente, heterofônica, em 
que os diferentes músicos realizam improvisos em torno de padrões melódicos e 
rítmicos preestabelecidos. Há cerca de mil desses padrões melódicos, 
freqüentemente tocados, nos festivais e cerimônias. Os músicos costumam tocar 
as mesmas linhas melódicas em diferentes tempos, com base em um pulso geral 
determinado pelos grandes gongos, o que produz a impressão de uma renda 
sonora em constante transformação. 
Devido ao pulso geral e à natureza mais ou menor similar dos diferentes 
tipos de instrumentos de percussão melódica, a sonoridade geral do conjunto é 
bastante homogênea. Mesmo os instrumentos de sopro e cordas, de naturezas 
distintas, integram-se perfeitamente à sonoridade geral do conjunto. Muitas vezes, 
as melodias resultam da combinação de alguns instrumentos, em que uns 
completam seqüências melódicas iniciadas pelos outros. O efeito geral do 
encadeamento de melodias, ritmos e texturas resulta em peças musicais rápidas, 
sem exigir virtuosismo dos músicos. Em determinados trechos de algumas peças, 
pode ocorrer que um dos músicos se destaque para realizar um solo virtuosístico, 
mas isso não é regra geral. 
Os gamelões das ilhas de Java e Bali são bastante semelhantes, sendo que 
os instrumentos balineses têm uma forma particular de ressonância, em que pares 
de instrumentos são afinados com diferença mínima de altura, isto é, um 
instrumento é ligeiramente mais grave do que o outro. Isso produz uma 
sonoridade difusa, que se dispersa pelo ambiente sem definição de limites 
precisos entre as notas e os timbres dos instrumentos. Em Bali, há também um 
conjunto maior do que o gamelão, chamado gong. 
Abaixo, um quadro com os instrumentos do gamelão. 
 18
 
 
 
 
Gamelão balinês formado por produtores de arroz 
 19
Música da Indochina 
 
Indochina 
Segundo uma antiga lenda cambojana, há mais de 4.000 anos havia um 
imperador que encantava os animais ao tocar um litofone chamado khan-do 
(instrumento melódico, formado por lâminas de pedra suspensas). Este 
instrumento pode estar nas origens dos atuais instrumentos melódicos de 
percussão característicos da região. 
De acordo com anais chineses, havia um reino Funan, fundado por um 
brâmane lendário por volta do séc. I, que mantinha domínio militar e econômico 
sobre a região sul da Indochina. Segundo os registros, este reino teria forte 
influência indiana e predominou na região por cerca de cinco séculos, criando a 
escrita khmer a partir do sânscrito. Acredita-se que a forte influência indiana sobre 
as culturas do Sudeste asiático, especialmente sobre a Indochina, adveio desse 
reinado Funan. 
Em meados do séc. VI, o Kambujas dominaram o Funan e assimilaram sua 
cultura e escrita khmer, vindo a unificar o território no séc. VII, ao fundar 
numerosas cidades na região que hoje compreende países como Camboja e 
Laos. No séc. IX, foi instituída a Dinastia de Angkor, que dominou a região até o 
 20
séc. XV. Essa dinastia alcançou seu ápice nos séc. XII-XIII, quando foi construído 
o templo de Angkor Vat. 
 
Templo de Angkor Vat 
 
Este é um templo khmer dedicado ao deus hindu Vishnu, com galerias 
ornamentadas com baixo-relevos que narram a epopéia do deus. No séc. XV, o 
templo foi anexado pelos budistas. 
A rica iconografia do templo ilustra o uso de vários instrumentos melódicos 
de percussão e serve de referência ao conhecimento das práticas musicais de 
diferentes épocas, que, presumivelmente, não se modificaram profundamente até 
os dias atuais. 
As escalas mais comuns da tradição khmersão isométricas, em que a 
oitava é dividida em sete partes mais ou menos iguais. A escala padrão tem esta 
seqüência de notas: dó, ré baixo, mi muito baixo, fá alto, sol baixo, lá baixo, si 
muito baixo. Essa escala não tem um nome específico, nem existe qualquer 
registro teórico que possa atestar características humanas ou cósmicas a essas 
escalas ou a suas notas. 
Sabe-se que, devido à influência chinesa, no Laos e no Vietnã é comum 
que o quarto grau (fá alto) e o sétimo grau (si muito baixo) dessa escala básica 
sejam suprimidos para gerar uma escala pentatônica semelhante à escala kin (dó, 
ré baixo, mi muito baixo, sol baixo, lá baixo). 
 21
Com base nas fortes influências da cultura tradicional chinesa sobre a 
Indochina, o musicólogo Robert Lachmann acredita que a música atual da 
Indochina está mais próxima da antiga música chinesa do que a própria música da 
China atual. 
 
Conjuntos instrumentais 
Pin-peat são orquestras tradicionais cambojanas que acompanham 
cerimoniais religiosos, teatro e dança. Os instrumentos são bastante similares aos 
do gamelão, porém com nomes diferentes. A orquestra típica tem, geralmente, 
dois xilofones (roneat-ek e roneat-thung, grande com caixa de ressonância curva), 
dois carrilhões de gongos (kong-thom e kong-tuch, jogos de pequenos gongos em 
uma armação circular disposta em volta do músico), um ou dois sopros de palheta 
dupla (pi-nai e sra-lai), dois grandes tambores oblíquos, um pequeno tambor 
cilíndrico e um par de címbalos (ching). Grupos similares, chamados pi-phat, são 
comuns na Tailândia. 
Orquestras de cordas que atuam em rituais religiosos ou matrimoniais, são 
chamadas de phleng khmer5, no Camboja, e de khuarang sai, na Tailândia. Os 
instrumentos que constituem esses conjuntos podem ser bastante variados, 
dependendo da região ou da função que exerce. Uma formação comum é esta: 
um grande alaúde (tchapey), um monocórdio (sadev), duas rabecas (tro-khmer e 
tro-u), um oboé (pi-nai), uma flauta (khloy) e dois tambores. Há alguns anos, 
quase todas as aldeias cambojanas possuíam uma dessas orquestras. 
Uma orquestra típica da música de concerto indochinesa chama-se 
mahowri, a qual pode possuir dois ou três xilofones, instrumentos de cordas 
pinçadas (takhe e tchapey), instrumentos de cordas friccionadas (tro-khmer e tro-
u), uma ou duas flautas (khloy) e vários instrumentos de percussão. 
 
 
Abaixo, alguns instrumentos cambojanos. 
 
5 A expressão phleng khmer significa “música de casamento”. 
 22
 
 Grupo musical cambojano do início do séc. XX Roneat 
 
 
 
 Takhe Tro 
 
 
 Kong-tuch Kong-thom 
 
 
 23
MÚSICA DA ÍNDIA 
 
Sabe-se pouco sobre os povos que habitaram a região da Índia, antes da 
chegada dos arianos por volta de 1.500 a.C. Supõe-se que havia alguma relação 
entre as culturas pré-arianas e as civilizações da Mesopotâmia e do Egito, devido 
a objetos similares encontrados em escavações arqueológicas. 
Ao chegarem, os arianos impuseram-se como casta dominante, ao longo de 
vários séculos. Sua cultura está fundamentada no culto védico, isto é, os Livros 
dos Vedas, que, em sânscrito, significa Livros da Sabedoria. Esses livros dedicam 
grande parte de seu texto à música religiosa. 
 
Os Livros da Sabedoria 
Ainda hoje, os vedas são as escrituras sagradas das principais religiões 
indianas, como o Hinduísmo. Considera-se que estejam entre os textos mais 
antigos, sendo que suas origens, transmitidas por tradição oral datam de antes de 
3.000 a.C. Acredita-se que os textos começaram a se estabelecer em torno de 
2.5000 a.C., tomando sua forma mais ou menos atual por volta de 1.000 a.C. Por 
volta de 200 a.C. foi escrito o último dos livros, que trata dos cultos aos deuses 
Brahma e Shiva. 
Foram escritos dezenas de livros, sendo que os cinco vedas principais são 
estes: 
1. Rigveda (Sabedoria dos Hinos) – contém hinos em forma de 
recitativo, isto é, uma espécie de canto-falado em torno de três notas 
(dó, ré e mi) com predomínio de construção silábica, em que cada 
nota é cantada por uma sílaba; o principal tipo de canto é a pathya 
(recitação); 
2. Sammaveda (Sabedoria dos Cânticos) – são cantos com 
vocalizações mais amplas, a partir de padrões rítmicos e melódicos 
predeterminados, sendo que pode conter alguns melismas de caráter 
solene; a forma musical predominante é a gita (canto ligeiramente 
melismático); 
 24
3. Atharvaveda (Sabedoria das Fórmulas Mágicas) – ??? 
4. Yajurveda (Sabedoria das Fórmulas de Sacrifício) – ??? 
5. Natyaveda (Sabedoria da Arte Dramática) – ??? 
 
Esses textos, repletos de hinos, cânticos, poemas, preceitos e narrativas, 
formam a base para a fundamentação das crenças, das fórmulas mágicas, dos 
rituais, das orações e dos princípios litúrgicos que determinam os princípios 
religiosos e a organização social dos hindus. 
Os quatro primeiros livros são dedicados à casta superior e o quinto livro 
refere-se às castas restantes. Neste livro, intitulado Nathya-Sastra e atribuído a 
Bharata no séc. II a.C., encontra-se o mais antigo texto teórico sobre a música 
indiana. Contém distinções entre a música vocal sacra, embasada nos quatro 
vedas tradicionais e dedicada ao deus ariano Brahma, e a música profana 
instrumental, dedicada a Shiva, deus autóctone cujo culto é anterior o período 
ariano. 
Livros posteriores, como Matanga e Dattila, ambos do séc. I a.C., também 
abordam as diferenças entre a música védica, consagrada a Brahma, e a música 
dedicada a Shiva, que pode ter caráter popular (chamada deshi e formada por 
danças, canções de amor e cantos eróticos) ou caráter cortesão. 
 25
Sistema de Talas 
O ritmo da música indiana é organizado em ciclos de tempo, denominados 
talas. Ao contrário da música ocidental – cuja rítmica é estruturada com base na 
divisão de uma duração em duas partes (divisão binária) ou em três partes 
(divisão ternária) –, o ritmo da música indiana é organizado por adição, em 
estruturas métricas que podem conter entre seis e dezesseis tempos. 
A seguir será realizada uma demonstração das diferenças entre o sistema 
de adição e o sistema de divisão. 
 
Sistema de divisão binária 
Abaixo, está representado o sistema ocidental de divisão binária. 
 
NÍVEL DIVISÃO 
1 1º 
(semibreve) 
1 2 2º 
(mímimas) 
1 2 3 4 3º 
(semínimas) 
1 2 3 4 5 6 7 8 4º 
(colcheias) 
 
No quadro acima, a nota do primeiro nível da estrutura (semibreve) divide-
se em duas notas (mínimas), no segundo nível; cada uma das duas notas do 
segundo nível divide-se em duas, gerando quatro notas no terceiro nível 
(semínimas). Da mesma forma, cada nota do terceiro nível divide-se em duas, o 
que produz oito notas no quarto nível (colcheias). Esse processo poderia seguir, 
até gerar 32 notas (fusas) ou 64 notas (semifusas). 
Se a nota que compreende o total do tempo (a semibreve do primeiro nível) 
durasse oito segundos, haveria a seguinte relação de duração entre as notas: 
 26
 
NÍVEL DIVISÃO 
1º 8” 
2º 4” 4” 
3º 2” 2” 2” 2” 
4º 1” 1” 1” 1” 1” 1” 1” 1” 
 
Dito de outra forma: 
A semibreve dura 8 segundos; para saber a duração da mínima, deve-se 
dividir a semibreve por 2 → 8 : 2 = 4. 
Cada mínima dura 4 segundos; para saber a duração da semínima, deve-se 
dividir a mínimapor 2 → 4 : 2 = 2. 
Cada semínima dura 2 segundos; para saber a duração da colcheia, deve-
se dividir a semínima por 2 → 2 : 2 = 1. 
 
No sistema de divisão tradicional do ocidente, combinações rítmicas mais 
complexas tornam-se impossíveis. O que levou músicos europeus, principalmente 
no século XIX e no século XX, a criar meios cada vez mais elaborados de quebrar 
essa quadratura rítmica imposta pelo sistema de divisão, através do uso de 
síncopes, contratempos, quiálteras, ritmos cruzados, compassos mistos, 
polirritmia, modulação métrica e incorporação de métodos aditivos oriundos da 
música oriental e da música africana. 
 
Sistema de adição 
Se o sistema ocidental tradicional limita as possibilidades rítmicas em 
valores que são divisíveis uns pelos outros, o sistema de adição da música indiana 
permite a criação estruturas rítmicas mais complexas já na sua origem, pois se 
pode adicionar qualquer valor a qualquer outro valor. Isso resulta em padrões 
rítmicos irregulares, com grupos de cinco, sete ou onze notas, por exemplo. 
 27
Conforme foi visto acima, no sistema de divisão, parte-se da nota mais 
longa (uma semibreve de 8”, nos exemplos anteriores) em direção às notas com 
duração mais curta. 
No sistema indiano, o processo é o oposto, parte-se da nota com menor 
duração e, por adição, chega-se às durações maiores. 
No exemplo utilizado acima, a totalidade de oito segundos da semibreve 
seria alcançada a partir da adição de grupos de colcheias, semínimas ou mínimas. 
O total resulta sempre em oito segundos: 
⇒ 8 colcheias → 1” + 1” + 1” + 1” + 1” +1” + 1” + 1” = 8” 
⇒ 4 semínimas → 2” + 2” + 2” + 2” = 8” 
⇒ 2 mínimas → 4” + 4” = 8” 
⇒ 1 semibreve → 8” 
 
As possibilidades rítmicas do que está demonstrado acima não são distintas 
do que foi demonstrado no sistema de divisão. A grande diferença está em que, 
no sistema de adição, é possível adicionar de forma irregular. 
Por exemplo, para alcançar um total de oito colcheias, pode-se adicioná-las 
destas maneiras, entre outras tantas possibilidades: 
⇒ 1 + 2 + 2 + 1 + 2 = 8 
⇒ 2 + 1 + 3 + 2 = 8 
⇒ 3 + 4 + 1 = 8 
⇒ 3 + 3 + 2 = 8 6 
 
A riqueza rítmica da música indiana reside ainda em outro aspecto: a 
sobreposição de diferentes métodos de organização das durações. Se um 
conjunto indiano toca com base em uma métrica (compasso) de oito tempos, cada 
um dos músicos pode realizar diferentes padrões de adição para alcançar os oito 
tempos resultantes. Isso produz ritmos cruzados e polirritmias eu tornam a rítmica 
da música indiana uma das mais elaboradas de todos os tempos. 
 
6 Este ritmo (3+3+2) é bastante comum na música latino-americana, pela influência africana. 
Encontra-se, entre outros gêneros, na rumba de origem cubana, no baião de origem brasileira e na 
milonga de origem argentina. 
 28
 
 
Abaixo, estão alguns dos talas mais empregados atualmente: 
 
TALA Nº de Tempos Ordenação 
Tisra-jati triputa 7 3 + 2 + 2 
Chaturasra triputa 8 4 + 2 + 2 
Âdi-tala 8 4 + 2 + 2 
Jhampa-tala 10 2 + 5 + 3 
Jhap-tala 10 2 + 3 + 2 + 3 
Chautala 12 4 + 4 + 2 + 2 
Tisra-eka 12 4 + 4 + 4 
Tritala 16 4 + 8 + 4 
Deshadi 16 4 + 8 + 4 
 
 
 
O Sistema de Ragas 
A base da tradição védica está na música vocal, que serve de modelo 
inclusive aos improvisos puramente instrumentais de outras tradições. Os nomes 
das sete notas da escala indiana são: sa, ri, ga, ma, pa, dha, ni. 7 
Na tradição indiana, essas notas são associadas a cores, sons produzidos 
por animais e a elementos humanos (a alma, diferentes partes do corpo e os 
centros de energia denominados chakras), conforme está no quadro abaixo. 
 
 
7 A distribuição dos intervalos da escala básica (sa-grama, isto é, escala de sa) assemelha-se ao 
Modo Dórico ocidental. Por isso, a maneira mais simples de transcrever os nomes das notas para a 
nossa nomenclatura seria iniciando pela nota ré: sa (ré), ri (mi), ga (fá), ma (sol), pa (lá), dha (si), ni 
(dó). Alguns autores preferem transcrever sa como dó e adicionar bemóis onde for necessário: dó-
ré-mib-fá-sol-lá-sib. 
 29
NOTA COR ANIMAL HOMEM CHAKRA 
Sa Vermelho Pavão Alma Sahasrar 
Ri Laranja Búfalo Cabeça Agya 
Ga Amarelo Bode Braços Anahat 
Ma Verde Cegonha Peito Manipura 
Pa Turquesa Cuco Garganta Swasdhishthan 
Dha Azul Cavalo Ancas Muladhar 
Ni Lilás Elefante Pés Vishuddha 
 
Na música indiana atual, há duas grandes tradições: Sistema Carnático e 
Sistema Hindustani. Este, proveniente da Índia do Norte, sofreu várias influências 
devido às invasões estrangeiras e ao contato com chineses, persas, gregos, 
mongóis e árabes. Predominam escalas pentatônicas, relacionadas aos cinco 
elementos: água, terra, fogo, ar e éter8. Nas escalas pentatônicas, cada uma das 
notas tem a capacidade de evocar um desses elementos. 
O Sistema Carnático é considerado mais puro do que o Hindustani, pois 
segue de forma mais rigorosa os ensinamentos do Sammaveda, seguindo antiga 
tradição que remonta cerca de 3.000 anos. Há quem diga que, na Índia do Sul, 
são conhecidas milhões de escalas, cada uma com suas características próprias 
que se diferenciam das demais. 
Juntamente aos padrões rítmicos (talas), são empregados ragas
9
, padrões 
melódicos que servem de base para construção de melodias tradicionais e para a 
improvisação. Sobre esses modelos (talas e ragas), a música indiana é 
amplamente improvisada em ciclos de tempo, através do acréscimo de vários 
níveis de complexidade produzido pelo diálogo entre os músicos. Cada raga tem 
suas próprias características melódicas e deve ser tocado em certa estação do 
ano e em determinado momento do dia para produzir estados de alma específicos 
nos ouvintes. 
 
8 Na China, os elementos também são cinco, porém dois deles são diferentes: em vez de éter e ar, 
estão madeira e metal. Nas tradições ocidentais, os elementos são quatro: água, terra, fogo e ar. 
9 O vocábulo raga deriva da palavra ranja, que significa ‘cor’, em sânscrito. 
 30
Segundo a tradição, todo o sistema está embasado em seis escalas 
originárias (jatis), consideradas puras, que, em combinação com escalas ‘mistas’, 
formaram o complexo sistema de ragas que perdura até a atualidade. Considera-
se que um total de 126 ragas foi utilizado para a composição das melodias 
tradicionais e atualmente servem de base para improvisações. Dependendo da 
forma como foram derivados das escalas originárias (reis), os ragas são 
considerados como raginis (rainhas) ou putras (príncipes). 
Segundo Yogananda
10
, os seis ragas básicos são estes: 
• Hindole-raga – deve ser tocado na primavera, à noite, para evocar 
sentimentos relativos ao amor universal; 
• Deepaka-raga – deve ser tocado no verão, ao anoitecer, para instigar 
os ouvintes à devoção religiosa e à piedade; 
• Megha-raga – deve ser tocado ao meio-dia, na época das monções, 
para incitar sentimentos de coragem e firmeza de espírito; 
• Bhairavi-raga – toca-se nas manhãs de agosto, para estimular a 
calma e a serenidade de espírito; 
• Sri-raga – deve ser tocado no outono, ao entardecer, e sua função é 
conduzir o ouvinte a estados de amor puro; 
• Malkounsa-raga – deve ser tocado no inverno, à meia-noite, para 
despertar senso de bravura e fazer os ouvintes valorosos. 
 
O sistema indiano foi constituído ao longo de séculos, através de 
acréscimos e supressões de notas às escalas básicas e por meio da criação de 
novos modelos melódicos. Existem vários tipos de escalas, com diferentes 
números de notas: pentatônicas (5 sons), hexatônicas (6 sons), heptatônicas (7 
sons), octatônicas (8 sons),eneatônicas (9 sons) e decafônicas (10 sons). 
Se na teoria são consideradas apenas as escalas pentatônicas, 
hexatônicas e heptatônicas, na prática, a incorporação de notas ornamentais às 
escalas básicas tornou-se tão usual que são considerados parte essencial dos 
ragas. Isso, acrescido à divisão da oitava em vinte e dois sons (shrutis), faz com 
 
10 YOGANANDA, Paramahansa. Autobiografia de um iogue. Rio de Janeiro: GMT, 2006, p. 173. 
 31
que o sistema musical indiano seja um dos mais ricos e complexos já elaborados 
por qualquer civilização, em qualquer época. 
 
Entre as características mais importantes dos ragas, estão: 
• tipo de escala – pentatônica (5 notas), hexatônica (6 notas), 
heptatônica (7 notas), octatônica (8 notas) etc.; 
• constituição intervalar – intervalo de cada grau da escala com 
relação aos demais; 
• nota inicial – som que dá início à melodia; 
• nota final – som que finaliza a melodia; 
• nota central – nota que dá movimento à melodia e serve para 
finalização, nas cadências interiores; 
• modelos melódicos – são padrões melódicos típicos de cada raga; 
• modelos de ornamentação – são notas ou padrões típicos de 
ornamentação, que identificam determinado raga. 
 
A textura da música indiana é, geralmente, organizada em três partes 
principais: melodia vocal, ritmo com instrumentos de percussão e 
acompanhamento instrumental de caráter melódico. No tipo mais comum de 
estrutura, a linha vocal e a parte rítmica desdobram-se sobre um bordão (nota 
fixa). A combinação desses elementos caracteriza uma textura preferencialmente 
heterofônica, com aspectos polifônicos. 
Do ponto de vista da estrutura, grande parte dos gêneros da música indiana 
inicia com uma introdução dos elementos mais característicos do raga. Esta 
introdução, denominada Alap, realiza-se sem acompanhamento nem precisão 
rítmica, sendo que a métrica torna-se progressivamente mais definida na segunda 
parte, chamada de Jor. Aos poucos, são adicionadas durações de ritmo mais 
breves, que tornam o tempo mais rápido e preparam a terceira parte, chamada 
Jhala. Nessa parte, ocorre o ápice da música, com ritmos agitados e escalas muito 
rápidas. Se os músicos sentirem necessidade, podem acrescentar uma pequena 
parte com função de finalização, denominada Gat. 
 32
 
 
 
As relações entre os diferentes graus das escalas indianas seguem um 
rigoroso princípio hierárquico em quatro categorias, que equivalem ao sistema 
social do Hinduísmo: 
• Vadi: é a fundamental do modo – na escala sa-grāma: nota sa, que 
corresponde ao Rei, na hierarquia social; 
• Samavadi: são as consonâncias de 9 shrutis (4ªJ) e 13 shrutis (5ªJ) – 
representadas, na escala sa-grāma, pelas notas ma e pa, que 
correspondem aos Ministros do Rei; 
• Anuvadi: são as assonâncias de 5 shrutis (3ªm) e 16 shrutis (6ªM) – 
na escala sa-grāma: notas ga e dha, que correspondem aos Súditos 
do Rei. 
• Vivadi: as dissonâncias de 2 shrutis (2ªM) e 20 shrutis (7ªm) – na 
escala sa-grāma: notas: ri e ni, que equivalem aos Inimigos do Rei; 
 
 
Comentários de Alain Daniélou 
A seguir, comentários do musicólogo Alain Daniélou11 sobre alguns dos 
ragas mais praticados no último século. 
Bhairavi “é geralmente tocado pela manhã; reflete sentimentos de plenitude, 
calma, satisfação e ternura”.12 
Sindhi-Bhairavi “é um modo mais versátil, mais agitado e mais apaixonado 
que o Bhairavi, porém também mais leve”. 
Bhimpalashri “é um modo terno e gracioso, geralmente tocado próximo ao 
final da tarde”. 
Ahiri-lalita “é tocado ao nascer do sol. A expressão é de alegria e frescor”. 
Malkosh “é um modo pentatônico, geralmente tocado à noite e corresponde 
aos sentimentos de paz, devoção, calma alegria e representa as noites 
estreladas”. 
 
11 DANIÉLOU, Alain. Anthologie de la musique classique de l’Inde. Paris: Audivis/Unesco. Encarte 
CD, p. 34-43. 
12 As citações entre aspas são comentários de Daniélou sobre as características de cada raga. 
 33
Todi “é um modo cromático sutil que se toca de manhã e representa a 
sensualidade, o prazer, o amor”. 
Varali “é um modo com tendências pentatônicas, que pertence à família dos 
modos Todi do Norte”. 
Multani é “um modo sutil e suave, tocado à tarde. A escala é semelhante à 
do modo Todi, mas a organização das notas difere ligeiramente”. 
Dhanyasi “é um modo matinal que representa uma atmosfera de graça e 
ternura”. 
Kamavardhani, “também conhecido como Purvi, é um modo cromático 
delicado, que geralmente é tocado ao pôr do sol e representa os mistérios da 
noite”. 
Mauj-Khammaj “é uma variedade de modo Jônio, tocado ao anoitecer. É um 
modo límpido e sorridente, às vezes irônico, mas com um leve toque de nostalgia”. 
Suha-Kamode “toca-se geralmente à noite e representa um humor leve e 
sensual, a fantasia de uma corte civilizada”. 
Mecha-Kalyani “é um modo alegre, preferencialmente tocado à noitinha”. 
Kambhoji “é equivalente ao modo Jônio. É um modo tocado ao entardecer e 
à noite, sendo amplamente empregado na música religiosa”. 
Yadukula Kambhoji “é uma variação do Hari-Kambhoji. Todas as formas do 
modo Kambhoji são tocadas ao entardecer e exprimem louvor. Yadukula serve 
para exprimir tanto a forma humana quanto a forma mística do amor”. 
Khamas “é uma variante do modo Hari-kambhoji. Os sentimentos são o 
amor e a angústia da separação”. 
Râga-Mâlikâ “é uma composição na qual os modos mudam 
constantemente, fazendo uma ‘guirlanda de modos’ antes de retornar ao modo 
original”. 
 
 
 
 
 
 34
 
Purandara Dasa, fundador do Estilo Carnático no séc. XVI. 
 
 
 
 Pandit Kamalesh Maitra Ravi Shankar

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