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Slides PRESCICAO E DECADENCIA

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Ambos os institutos estão ligados à influência do tempo nas relações jurídicas.
Num primeiro contato, para os leigos na ciência jurídica, a prescrição pode parecer injusta, pois contraria o princípio segundo o qual quem deve, precisa honrar as obrigações assumidas, pois impede, após o decurso de determinado tempo que o direito seja exercido.
No entanto, para os estudiosos, deve ficar claro a importância desses institutos à estabilidade das relações sociais. Ex: o adquirente de um imóvel precisa ter a aquisição estabilizada, não podendo sujeitar-se indefinidamente a eventual ação de reivindicação, portanto esta prescreve.
Não fosse o tempo determinado para exercício dos direitos, toda pessoa teria de guardar indefinidamente todos os documentos dos negócios realizados em sua vida, bem como das gerações anteriores.
Portanto escoado o prazo prescricional ou decadencial, isenta de perigos de eventual anulabilidade ou outros riscos do negócio
A prescrição e a decadência são criações jurídicas que ocorrem em razão de um fato jurídico natural: o decurso do tempo. 
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Prescrição extintiva e prescrição aquisitiva
Prescrição extintiva: Art189 cc “é a perda da ação atribuída a um direito e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não-uso dela, durante determinado espaço de tempo” (Caio Mário).
Prescrição aquisitiva: Consiste na aquisição de um direito real pelo decurso de tempo. Tal recurso é conferido em favor daquele que possuir, com ânimo de dono o exercício de fato das faculdades inerentes ao domínio da coisa, móvel ou imóvel. ( Usucapião- tratado na parte Especial, no direito das coisas) 
OBS: A finalidade social de uma e de outra é diversa, enquanto a primeira extingue, faz desaparecer direitos em face da inércia do titular, a segunda faz nascer direito real, motivado pela posse contínua da coisa. (usucapião)
 REQUISITOS DA PRESCRIÇÃO
1 – Violação de um direito, com o surgimento da pretensão( ação exercitável) – Tão logo se tenha um direito violado, surge o direito subjetivo de ação ( esse não prescreve, pois a ação pode ser exercida a qualquer tempo), mas a pretensão que está ligada ao exercício do direto material Prescreve. A pretensão é deduzida em juízo por meio da ação.
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2- inércia do Titular – é atitude passiva, diante de um direito violado, por parte do titular que nada promove para impedir os efeitos do direito violado, havendo abstenção do direito de ação. Tal inércia CESSA com a propositura da ação, ou por qualquer outro meio que a lei admita como sendo uma manifestação positiva do titular do direito no sentido de impedir sua prescrição.
3- ausência de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do curso da prescrição. A lei traz as situações que consideram impeditivas, suspensivas ou interruptivas da prescrição, ou seja fatores que neutralizam os efeitos do instituto
 ÃÇÕES IMPRESCRITÍVEIS 
A regra geral é prescritibilidade. A regra porém não é absoluta, pois existem relações jurídicas incompatíveis, inconciliáveis, pela sua natureza, com a prescrição e decadência. Tais como direitos da personalidade, vida, o nome, liberdade, nacionalidade. Também não prescrevem também as chamadas ações de estado ( separação, interdição, investigação de paternidade,) .
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 , e ainda os direito chamados facultativos. Ex: O direito do condômino exigir a divisão da coisa comum ( 1320cc) ou pedir a venda (1323cc); a faculdade de pedir meação do muro divisório (art 1327)pois não existem direitos violados, apenas prerrogativas que a lei confere caso sejam preenchidos os requisitos.. As pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, por depósito, penhor ou mandato ( como não existem a posse com ânimo de dono não podem alegar usucapião)
 
 DIFERENÇA ENTRE PRESCIRÇÃO E DECADÊNCIA
Decadência é a queda ou o perecimento de direito pelo decurso do prazo fixado para seu exercício, sem a manifestação efetiva do titular.
Segundo Francisco Amaral: Decadência é perda do direito potestativo pela inércia do seu titular. Seu objeto são os direitos potestativo de qualquer espécie, disponíveis ou indisponíveis, direitos que conferem ao respectivo titular o poder de influir ou determinar mudança na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que há dever correspondente, apenas uma sujeição da outra parte.
 CRITÉRIOS DIFERENCIADORES
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1 – na prescrição o prazo começa a fluir a partir do momento em que o titular tem seu direito violado; na Decadência o prazo começa a fluir no momento em que nasce o direito, a partir desse momento começa a correr o prazo para extinção desse mesmo direito, se não tornar-se efetivo.
2 – A prescrição resulta exclusivamente da lei; A decadência pode resultar da lei, do testamento e do contrato ( vontade das partes).
3 – A prescrição extingue a pretensão e o seu direito de ação e por via de consequência do direito material; a Decadência extingue direitamente o direito, e com ele a ação que o protege.
4 – temos como critério ainda a Origem da Ação: Se a ação tiver a mesma origem do direito ( nasceu com ele, configura-se decadência; se a ação nasceu posteriormente, quando o direito já era existente e vem a ser violado, tal ato caracteriza-se a prescrição.
5 – os prazos prescricionais, encontram-se exclusivamente na parte geral do CC Art. 205 e 206, e os decandenciais estão na parte geral,e na especial como complemento de cada artigo que rege a matéria.
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DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE PRESCRIÇÃO.
ART 189CC: Esse artigo soluciona uma pendência antiga dentro da doutrina, o fato da prescrição poder ser alegada em sede de exceção ( defesa). Ex: A demanda B para receber 100.000,00, e B, em sede de defesa alega que essa quantia deve ser compensada com o que A lhe deve, ou seja 50.000,00, no entanto a dívida de “A” já está prescrita, portanto não poderá “B” requerer a compensação como tese de defesa.
 Renúncia à Prescrição ARt 191 cc.
A alegação de prescrição a pricípio deve ser alegada pelo DEVEDOR, no entanto este pode renunciar a este direito, preferindo pagar dívida prescrita. 
 - Requisitos para validade dessa renúncia
1 – que a prescrição esteja consumada: a renúncia não pode ser prévia nem mesmo em curso, pois esse instituto é de interesse público e isso tornaria a ação imprescritível pela vontade das partes ( norma de ordem pública não pode ter sua aplicação afastada pela vontade das partes)
2 – que não prejudique terceiros: os terceiros eventualmente prejudicados seriam os credores. Ex; se eu renuncio o direito de alegar prescrição, consequentemente irei pagar a dívida e isso necessariamente importará diminuição patrimonial, o que pode prejudicar um credor.
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A renúncia ainda pode ser expressa ou tácita. 
Expressa – é aquela manifestação inequívoca do devedor, escrita ou verbal de que não pretende utilizar o instituto.
Tácita – é qualquer ato praticado pelo devedor, incompatível com a prescrição.
Ex: reconhecimento da dívida, mediante pagamento parcial, pedido de parcelamento etc.
Art 192 – Os prazos prescricionais, por serem de ordem pública não podem ser negociados ou alterados pela vontade das partes. ( obs. A prescrição em curso pode ser alterada por lei posterior, pois não cria direito adquirido)
Art 193 – A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição dentro do procedimento de conhecimento. No entanto se a parte não o fizer na primeira oportunidade que tiver ( em regra na contestação), não receberá Honorários advocatícios de sucumbência ( art 22 CPC)
Obs: não há como alegar prescrição em sede de recurso especial nem extraoridinário.
A legação da prescrição pode ser apresentada por quem aproveita, ou seja quem tenha interesse econômico em seus efeitos liberatórios.
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Ex: o credor do prescribente insolvente, pois se el não tiver que pagar dívida prescrita sobra mais patrimônio; o responsável pela evicção, cuja evicção
se extinguir pela prescrição, etc.
Art 195 – Caso os representantes legais ou assistentes dos Relativamente incapazes, deixarem culposamente prescrever um direito ou não alegarem em seu benefícios, terão estes direito ação regressiva contra os culpados.
Art 196 – Os prazos prescricionais, não se suspendem ou interrompem com a morte, essa regra aplica-se tanto para os prazos contra como os a favor.
ART 194 – DIZIA – o juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente incapaz.
FOI REVOGADO – Com a sua revogação entende-se que a partir da Lei 11280/2006 a prescrição poderá ser reconhecida de ofício pelo juiz EM QUALQUER situação, independentemente se envolver ou não direito de menores.
Trata-se de uma regra de cunho processual, que possibilitará maior celeridade ao processo, pois reconhecida a prescrição extinguir-se-á uma quantidade enorme de processos em curso.
Esse fato não retira do devedor o direito de renunciar, pois o juiz mandará ouvir a outra parte e esta poderá manifestar o direito de pagar
 
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DAS CAUSAS QUE IMPEDEM A PRESCRIÇÃO – Art 197 CC
Justificam-se em razão da condição ou situação em que certas pessoas se encontram, que as impedem de agir.
- Baseia-se nas relações de confiança, amizade e laços de afeição. ( aplicam-se à união estável).
Rol é taxativo.
Art 198 CC – Traz a preocupação em proteger o direito ao exercício da pretensão, dos que encontram em situações especiais, que os impedem de diligenciarem na defesa de seus interesses.
OBS: Contra essas pessoas não corre prescrição para prejudicá-los MAS podem ser eles, beneficiados com a arguição de prescrição do direito da outra parte.
Art 199 CC – Enquanto não nasce a Pretensão ou seja enquanto não se tem uma situação de violação de direito configurada, que justifique uma ação a ser exercitada, não corre prescrição.
Art 200 CC- necessidade da sentença penal condenatória.
DAS CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO 
Art 202CC A prescrição somente se interrompe uma única vez, pois assim a lei evita que se eternizem as interrupções sem uma decisão definitiva, impedindo dessa forma que se efetive a prescrição.
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 I -Exige-se que posteriormente ao despacho do juiz, a citação seja promovida de maneira válida
V – Medias judiciais ativas do credor. Ex Ações cautelares, interpelações.
VI – Nessa situação a interrupção se dá sem a vontade do CREDOR, mas sim do devedor. Ex: confissão de dívida, pedido de prorrogação ou parcelamento de dívida, pagamento dos juros.
OBS: Existem outras causas de interrupção previstas em leis especiais.
 DECADÊNCIA
A decadência também chamada de caducidade, é instituto de direito substantivo ( material), gerando a perda de um Direito previsto em lei.
Portanto ocorre a decadência quando um direito potestativo não é exercido,dentro do prazo fixado. Os direitos potestativos não admitem violação, pois impõe uma sujeição e não um dever jurídico a outrem.
Ex: .o meu direito de anular o negócio jurídico não pode ser violado pela parte a quem a anulação prejudica, pois esta apenas se sujeita a sofrer as consequências da anulação decretada pelo juiz, não tendo dever algum que possa descumprir.
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Art 210 e 211 CC – não pode ser reconhecida de ofício se convencional ou por testamento, mas se decorrer de lei o juiz deve fazê-lo.
Fica clara a possibilidade das partes estabelecerem prazos decadenciais voluntários, para o exercicios de determinados direitos. Ex: direito de recompra nas mesmas condições de venda durante 01 ano
Art 207 – Os prazos decadenciais são em regra fatais, não se interrompem nem suspendem. SALVO se lei especial trouxer previsão contrária.
Art 208 – Excepcionalmente não corre decadência contra menores.
Os prazos decadenciais estão espalhados pelo código, no entanto fica facil identifica-los, pois os prescricionais encontram-se exclusivamente nos art 205 e 206 do CC.
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