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teoria do direito civil

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TEORIA DO DIREITO CIVIL – 2ª SEMESTRE – Noite
FATO JURÍDICO
Todo acontecimento natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito denomina-se fato jurídico.
TÍTULO II
Dos Atos Jurídicos Lícitos
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
O que vem anteriormente ao Art. 185 – CC/2002, é a invalidade do Negócio Jurídico (Art. 166 a Art. 184).
A despeito das controvérsias existentes, podemos decompor o fato jurídico da seguinte forma:
Fato Jurídico em Sentido Estrito (Ordinário e Extraordinário);
Ato-Fato Jurídico;
Ação Humana se divide em duas:
 Lícito (ato jurídico em sentido amplo): Ato Jurídico em sentido estrito (não negocial) e Negócio Jurídico.
Já o Ilícito (Ato ilícito).
NEGÓCIO JURÍDICO
É a declaração da vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendidos pelo agente.
Faz-se mister analisa-lo sob os três planos em que pode ser visualizado:
EXISTÊNCIA: Não surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o atendimento a certos requisitos mínimos, são eles: MINIFESTAÇÃO DE VONTADE; AGENTE EMISSOR DA VONTADE; FORMA E OBJETO.
VALIDADE: O fato de um negócio jurídico ser considerado existente não quer dizer que ele seja considerado perfeito, ou seja, com aptidão legal para produzir efeitos. Trata-se de um plano em que se adjetivam os elementos de existência, portanto são elementos validos do negócio jurídico: MANISFESTAÇÃO DA VONTADE LIVRE E DE BOA-FÉ; AGENTE CAPAZ, FORMA (PRESCRITA OU NÃO DEFESO EM LEI) E OBJETO LÍCITO (POSSÍVEL DETERMINADO OU DETERMINAVEL).
EFICÁCIA: Ainda que o um Negócio Jurídico existente seja considerado válido, ou seja, perfeito para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da declaração. 
Portanto, a premissa é que o Negócio Jurídico, deve ele produzir efeitos imediatamente.
DEFEITO DO NEGÓCIO JURÍDICO
Os mesmos encontram-se diretamente ligados aos vícios, os quais se dividem em:
Vícios de Consentimento: ERRO ou IGNORÂNCIA; DOLO, COAÇÃO, LESÃO ESTADO DE PERIGO.
Vícios Sociais: SIMULAÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES.
Iremos de forma en passant, abordarmos cada um deles:
ERRO ou IGNORÂNCIA: O erro é um estado de espírito positivo, qual seja, a falsa percepção da realidade, ao passo que a ignorância é um estado de espírito negativo, o total desconhecimento do declarante a respeito das circunstâncias do negócio.
O erro, entretanto só é considerado como causa de ANULABILIDADE do Negócio Jurídico se for: essencial (substancial) ou escusável (perdoável).
Ver Art. 138 – CC/2002
Também não caberia utilizar-se do erro de direito (Ver Art 3º da lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro).
Cabendo salientar que, por exemplo, de alguém que eventualmente celebra um contrato de importação de uma determinada mercadoria, sem saber que, momentos antes, foi expedido decreto proibindo a entrada de tal produto no território nacional. Não admitir a anulação do contrato simplesmente pela ficção legal da LINDB seria fazer com que o jurista fechasse os olhos para a realidade do que ordinariamente acontece, o que é inadmissível.
Já a hipótese de erro que não invalida o Negócio Jurídico, quando a pessoa a quem a declaração de vontade se dirige se oferece para executá-la de acordo com a vontade real do manifestante:
Ver Art. 144 – CC/2002
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
Sendo bom lembrar que ERRO e VÍCIO REDIBITÓRIO não se confundem.
DOLO: O dolo é o erro provocado por terceiro, e não pelo próprio sujeito enganado. Por exemplo, um sujeito que aliena a caneta de cobre, afirmando trata-se de ouro, atua com dolo, e o Negócio Jurídico poderá ser ANULADO.
Cabe informar que o dolo chamado pelo Direito Romano de dolus bônus, que é na realidade o elogio exagerado em relação ao produto, feito pelo vendedor, realçando suas qualidades, não atua maliciosamente. Para tanto, exige-se do adquirente grau mediano de diligência para que possa perceber as criativas técnicas de Marketing (vendas). A despeito disso, fica claro que a indicação de qualidade inexistentes ou a afirmação de garantias inverídicas extrapolam o limite do razoável, podendo configurar publicidade enganosa, sujeitando o infrator a sanções administrativas, civis e criminais.
Também, não deve confundir o DOLO com a FRAUDE, pois a Fraude busca-se violar a lei ou prejudicar a um número indeterminado de pessoas, a atuação dolosa, por sua vez, dirige-se especificamente à outra parte do negócio. 
O dolo pode ser: principal (essencial, determinante ou casual) e ainda acidental.
Ver Art. 145 – CC/2002
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Quanto ao agente pode ser positivo ou negativo (omissivo).
Ver Art. 148 – CC/2002
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Figuremos o seguinte exemplo: Caio colecionador de vasos antigos, contrata os serviços de Tício, profissional especializado em intermediar a comprar e venda de objetos raros. Após alguns meses de busca infrutífera, Tício, atuando dolosamente e objetivando não perder a sua remuneração, promoveu a negociação de um falso jarro da dinastia Ming (réplica de um original), entre Caio, tomador de seus serviços, e Orfeu, proprietário do referido artefato. Note-se que Caio fora induzido a erro pelo intermediário Tício, pessoa em quem depositava sincera confiança.
Com base nessa situação hipotética, as seguintes conclusões podem ser tiradas, à luz do Código Civil Brasileiro:
1)Se Orfeu tinha conhecimento da atuação maliciosa de Tício, caracterizando verdadeiro conluio entre ambos, o negócio pode ser anulado;
2)Se Orfeu não tinha conhecimento direto do dolo de Tício, mas podia presumi-lo, em face das circunstâncias do fato, o negócio pode ser anulado;
3)Se Orfeu não sabia, nem tinha como saber da atuação dolosa de Tício, em face da boa-fé de Orfeu o negócio subsiste, respondendo apenas Tício pelas perdas e danos devidos a Caio.
Entendemos que, nas duas hipóteses (“1” e “2”), Orfeu poderá ser civilmente responsabilizado (obrigação de pagar perdas e danos), juntamente com Tício, por não haver avisado a vítima (Caio) a respeito da manobra ardilosa.
COAÇÃO: Enquanto o DOLO manifesta-se pelo ardil, a coação traduz a violência. Pode ser: Física ou Moral.
Ver Art. 151, 152, 154, 155 – CC/2002
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, ,com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Adotou-se fórmula semelhante àquela prevista para o dolo exercido por terceiro, consoante de depreende da leitura do Art. 148 – CC/2002. Somente admitindo a anulação do Negócio Jurídico se o beneficiário soube ou devesse saber da coação, respondendo solidariamente com o terceiro pelas perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, sea coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
LESÃO: 
É o prejuízo resultante da desproporção existente entre as prestações de um determinado negócio jurídico (NJ), em face do abuso da inexperiência, necessidade econômica ou leviandade de um dos declarantes.
Podendo muitas vezes, traduzir o abuso do poder econômico de uma das partes, em detrimento da outra, hipossuficiente na relação jurídica.
Ver Art. 157 – CC/2002
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Ver Art. 4 da Lei de Economia Popular – Lei Nº 1521 de 26/12/1951)
Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim se considerando:
(......)
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de cinco mil a vinte mil cruzeiros.
Cabendo também Lei Nº 8.078 de 18/11/1990 – CDC, em seu Art. 6, V; Art. 39, V; Art. 51,IV e ainda no mesmo artigo o § 1, III.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(.....)
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:            (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
(.....)
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
(.....)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
(......)
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
(.....)
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
ESTADO DE PERIGO
É um defeito do Negócio Jurídico que guarda características comuns com o estado de necessidade, causa de exclusão de ilicitude no direito penal.
Portanto, quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pelo outra parte, emite declaração de vontade para salvaguardar direito seu, ou de pessoa próxima, assumindo obrigação excessivamente onerosa.
Ver Art. 156 – CC/2002.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
Aplicando-se por analogia o disposto no § 2 do Art. 157 – CC/2002.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
(......)
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redu
ção do proveito.
Entramos nos Vício Sociais:
SIMULAÇÃO: 
Ver Art. 167 – CC/2002.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Cabendo também a dissimulação (ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções e sentimentos; hipocrisia, fingimento).
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Cabendo salientar que a simulação divide-se em dois tipos: simulação absoluta e a relativa (também conhecida como dissimulação), para um melhor entendimento iremos exemplificar:
Na Absoluta, o NJ forma-se a partir de uma declaração de vontade ou uma confissão de dívida emitida para não gerar efeito jurídico algum, vejamos:
a)Com a finalidade de livrar bens da partilha imposta pelo regime de bens, ante a iminente separação judicial, o cônjuge simula negócio com um amigo, contraindo falsamente uma dívida, com o escopo de transferir-lhe bens em pagamento, prejudicando a esposa. Como se ver no caso em tela se sabe, que a alienação (neste caso) não pretende operar a transferência da propriedade dos bens em pagamento de dívida, mas sim permitir que o terceiro (amigo) salvaguarde o patrimônio do alienante até que se ultime a ação de separação judicial. 
-Portanto, tratando-se de um verdadeiro jogo de cena, uma simulação absoluta.
Já na relativa (dissimulação), emite-se uma declaração de vontade ou confissão falsa com o propósito de encobrir ato de natureza diversa, cujos efeitos, queridos pelo agente, são proibidos por lei. Denominada esta hipótese de simulação relativa objetiva.
Utilizando-se da dissimulação (por exemplo):
a)Um homem casado pretende doar um bem a sua concubina (concubinato impuro - refere-se ás relações entre um homem e uma mulher, que se estabeleciam contrariando ás condições imposta ao casamento, ou seja, materializadas nos impedimentos matrimoniais – CONCUBINADO Art. 1.727). Ante a proibição legal, o alienante simula uma compra e venda, que em seu bojo, encobre o ato que efetivamente se quer praticar: a doação do bem com efeito de transferência gratuita da propriedade.
b)Por força da proibição, um homem casado aliena o bem a um terceiro, em fase de quem não há restrição legal, o qual, em seguida, doa o mesmo a Concubina. 
(Ver Art. 167 – CC/2002)
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
FRAUDE CONTRA CREDORES: 
Negócios de transmissão gratuita de bens (Ver. Art.158. caput – doação);
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
* Credor Quirografário: Não tem garantia real para pagamento de seu crédito.
Remissão de dívidas (Ver. Art.158. caput – o devedor insolvente perdoa dívida de terceiro);
Contratos onerosos do devedor insolvente, em duas hipóteses (Ver Art. 159 – CC/2002)
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Ver também: Art. 162 – CC/2002.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
* Credor quirografário é aquele que não possui um direito real de garantia, pois seu crédito está representado por títulos oriundosde uma obrigação, como, por exemplo, a duplicata, o cheque, um contrato que configure um título executivo extrajudicial,  uma nota promissória e etc.
São chamados “quirografários” pois tudo o que existe (teoricamente) para provar juridicamente a dívida é algo assinado (‘quiro’= mão ; ‘graphos’ = grafia/escrita).
Cabendo não confundir, Fraude a Credores com Fraude a Execução.
	Fraude a Execução
	Fraude a Credores
	Instituto de Direito Processual
	Instituto de Direito Material
	Má-fé presumida
	Ônus da prova do Credor
	Interesse do Credor e do Estado, sendo considerado atos atentatórios à dignidade da Justiça (Art. 774,I CPC/2015)
	Interesse somente do Credor, como particular prejudicado.
	Atos declarados ineficazes
	Atos anuláveis
	Declarável incidentalmente
	Objeto de ação anulatória, autônoma e específica
	Tipifica ilícito Penal (CP, Art. 179)
	Interesse puramente particular
Ação declaratória incidental: é uma nova demanda no processo em andamento. É um novo pedido feito pelo autor para transformar a questão prejudicial em questão principal, através da qual se constata uma cumulação de pedido ulterior. O intuito é fazer incidir os efeitos da coisa julgada sobre a questão incidental que se transformou em principal com a insurgência da ação declaratória incidental. Tem previsão legal no Art 5º do CPC/2015.
Questão prejudicial: No direito processual civil, é a questão arguida em primeiro lugar, a fim de impedir ou tornar prejudicado o julgamento do mérito. Deve ser decidida antes de qualquer outra, pois dela depende a própria questão principal.
CPC 2015
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
CP
Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Considera-se nulo o NJ (Ver Art. 166 e 167 – CC/2002)
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
E o que torna valido o NJ:
Agente: CAPAZ e LEGITIMADO;
Manifestação da Vontade: LIVRE e de Boa-Fé;
Forma: LIVRE ou PRESCRITA EM LEI;
Objeto: LÍCITO POSSÍVEL E DETERMINADO OU DETERMINAVEL.
O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico ele nunca fora considerado válido. Dispõe o CC: Art. 169 – CC/2002.
Assim, a nulidade do ato pode ser alegada por qualquer interessado, inclusive pelo MP, podendo até ser decretada de ofício pelo juiz. Sendo um ato inválido desde a sua constituição, entende-se que o mesmo pode ser questionado a qualquer tempo. Sobre tais atos, exemplifica o Código: Art. 166, 167 – CC/2002.
Como exemplo, o CC determina, em seu art. 167,caput, que o ato jurídico simulado é nulo. Assim, se você simula a venda de sua casa ao seu filho, quando na verdade houve uma doação, esse ato será nulo, podendo ser alegado por qualquer interessado e a qualquer momento. Eventualmente, ainda neste exemplo, o seu filho pode ter alienado a casa a terceiros de boa fé, os quais não deverão ser prejudicados pela nulidade do ato, não sendo possível a restauração do status quo e não havendo outra oportunidade senão a conversão da obrigação em perdas e danos.
O ato anulável, por outro lado, pode ser confirmado pelas partes quando não houver prejuízo a direito de terceiros. Note que tal possibilidade não existe para os atos nulos. O art. 178, aliás, estabelece prazo decadencial para o pedido de anulação do ato. A anulabilidade não pode ser declarada de ofício pelo juiz, devendo ser peticionada pela parte interessada.
Como exemplo de ato anulável, podemos citar o negócio jurídico celebrado por sujeito relativamente incapaz (jovem de 17 anos de idade, por exemplo).
	NULIDADE ABSOLUTA
	NULIDADE RELATIVA (Anulabilidade)
	Ato nulo exige interesse público
	O ato anulável atinge interesse particular legalmente tutelado
	Opera-se de pleno direito
	Não se opera de pleno direito
	Não se admite confirmação
	Admite-se confirmação expressa ou tácita
	Pode ser arguida pelas partes, por terceiro interessado, Pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, ou, até mesmo, pronunciada de oficio pelo Juiz
	Somente pode ser arguida pelos legítimos interessados
	A ação declaratória de nulidade é decidida por sentença declaratória de efeitos ex tunc
	A ação anulatória é decidida por sentença de natureza desconstitutiva, cujus efeitos, em nosso sentir , são ex tunc
	A nulidade pode ser reconhecida a qualquer tempo, não se sujeitando Á prazo decadencial
	A anulabilidade somente pode ser arguida pela via judicial, em prazo decadenciais 4 (regra geral) ou 2 (regra supletiva) anos, salvo norma específica em sentido contrário.
ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO (NJ).
Art. 121 a 137 – CC/ 2002
Termo: É uma espécie acessória, o termo é o acontecimento futuro e certo que subordina o início ou o término da eficácia jurídica de determinado ato negocial. Possuindo Futuridade e Certeza.
Assim como a condição, essa cláusula refere-se a acontecimento futuro, descaracterizando-se se o evento já ocorreu.
Condição: Trata-se da determinação acessória, que faz a eficácia da vontade declarada dependente de algum acontecimento futuro e incerto.
Por Exemplo: O indivíduo que se obriga a transferir gratuitamente um imóvel rural ao seu sobrinho (doação), quando ele se casar. O casamento, no caso, é uma determinação acessória, futura e incerta, que subordina a eficácia jurídica do ato negocial (condição suspensiva). No mesmo viés, quando o sujeito adquire, por meio de um contrato devidamente registrado, o usufruto de um determinado bem, para auferir renda até que cole grau em curso superior, forçoso concluir também tratar-se de negócio jurídico condicional (condição resolutiva).
Modo ou encargo: É determinação acessória acidental do negócio jurídico que impõe ao beneficiário um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior.
Tratando-se de uma autolimitação da vontade, típica dos negócios gratuitos.
Sendo um peso atrelado a uma vantagem.
Por Exemplo: 
a)Faço doação à instituição, impondo-lhe o encargo de prestar determinada assistência a necessitados.
b)Faço a doação de uma casa a alguém, impondo-lhe o dever de residir no imóvel;
c) Faço legado de determinada quantia a alguém, impondo-lhe o dever de construir monumento em minha homenagem.
d)Faço doação de área à Prefeitura com encargo de ela colocar, em uma das vias públicas, meu nome.
Por vezes, em casos específicos, sua presença pode ensejar a nulidade do negócio (plano da validade).
Trata-se da condição, do termo e do encargo, que são cláusulas limitadoras da eficácia do negócio jurídico. Não são elementos nem da existência, nem da validade dos negócios jurídicos.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ouaos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
ATOS ILÍCITOS
a)Ação humana (positiva ou negativa);
b)Contrariedade ao direito ou ilicitude (violação de dever jurídico preexistente);
c)Prejuízo (material ou moral).
Não constitui atos Ilícitos:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
A prescrição acontece quando alguém perde o direito de exigir de outrem o cumprimento de alguma ação, por não tê-lo feito dentro de determinado período de tempo.
Os prazos prescricionais estão determinado nos Art. 205 e 206 – CC/2002, e eles não podem ser modificados. Porém, eles podem sofrer suspensão, interrupção ou impedimento, uma única vez.
Em caso de impedimento, não chega a se iniciar o prazo prescricional, enquanto na suspensão, o prazo de prescrição que estava em curso sofre uma parada, e continua do mesmo ponto assim que o problema for solucionado.
Já na interrupção, o prazo de prescrição que estava em curso deve ser reiniciado, desconsiderando o período anterior.
Quanto a suspensão tem-se como exemplo o período em que o judiciário entra em recesso.
A decadência também está diretamente ligada ao decurso do tempo, porém, na decadência, o que o sujeito perde é o direito material, caso ele não utilize dentro de determinado prazo.
A pessoa tem o direito, porém, como não entrou com o pedido formal para sua realização dentro de determinado período de tempo, esse seu direito caduca.
Os prazos de decadência podem ter origem legal, ou por meio de acordo entre as partes envolvidas. Esses prazos são dispostos em diversas partes do Código Civil, porém se encontram principalmente na Parte Especial do Diploma Civil.
Questiona-se: 
Qual é o prazo para entrar com reclamação trabalhista ?. 
O prazo para entrar com reclamação trabalhista está previsto no art. 11 da CLT. O empregado, após o término do contrato/rescisão, tem até 2 anos para ingressar com ação trabalhista, podendo reclamar os últimos 5 anos.
CLT
Art. 11.  A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.                  (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)        (Vigência)
Lembrando, na prescrição, o sujeito perde o direito à determinada ação, ou seja, seu direito de exigir algo por meios legais deixam de existir. Na decadência, a pessoa perde o próprio direito material, por não ter formalizado o pedido de seu direito dentro de um prazo definido.
	
	PRESCRIÇÃO
	DECADÊNCIA
	O que é
	A prescrição extingue o direito à pretensão, ou seja, o poder de exigir algo de alguém por meio de um processo jurídico, caso esse direito não tenha sido utilizado em determinado espaço de tempo.
O direito material ainda existe, porém ele não pode ser alcançado por vias jurídicas.
A prescrição pode ser alegada a qualquer momento pelas partes.
	Na decadência, também chamada de caducidade, o que se perde é o próprio direito material, por falta do uso desse direito.
Nele, existe um direito, e seu pedido deve ser formalizado na justiça dentro de determinado prazo. Caso a formalização não seja feita, o direito deixa de existir.
Na decadência, a ação deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.
	Lei
	Art. 205 e 206 do CC.
	Está espalhado por todo o Diploma Civil.
	Renúncia
	Admite renúncia
	Não admite a renúncia da decadência legal (estabelecida por lei), mas admite da decadência convencional (convencional entre as partes).
	Instituto de interesse
	Privado
	Público
	Interrupção
	Pode ser interrompido, nos casos descritos no Art. 202 – CC. A interrupção só pode ocorrer uma vez
	Não pode ser suspenso ou interrompido.
	Exceções
	A prescrição não ocorre para todos. Segundo o Art. 197, não ocorre a prescrição entre cônjuges, entre ascendentes e descendentes, e entre tutelados e seus tutores.
	Não há exceções para casos de decadência, ela ocorre para todos.
	Inicio do Prazo
	O prazo prescricional se inicia após a violação do direito, e geralmente é de 10 anos. Porém, a lei aponta prazos diferentes para casos específicos.
	Na decadência, o prazo de perecimento se inicia junto com o próprio direito.
	Exemplo
	Uma empresa mandou seu funcionário embora, sem pagar pelos seus direitos. O funcionário então decide não colocar a empresa na justiça. Porém, 10 anos depois, ele resolve entrar com ação pedindo o quelhe é devido. Nesse caso, o juiz irá negar o pedido, pois o prazo para entrar com ação já havia prescrito. Porém, se a empresa resolver pagar a sua dívida, e depois se arrepender, ela não poderá exigir o dinheiro de volta, visto que o direito material do funcionário ainda era válido.
	Maria comprou um eletrodoméstico na loja de João. Chegando em casa, ela percebeu que o produto estava com problema, porém, ela não conseguiu ir reclamar no mesmo dia, e logo saiu de viagem, voltando apenas 30 dias depois. Quando chegou de volta, ela foi até a loja para reclamar sobre o eletrodoméstico, porém, o vendedor já não podia fazer nada, pois o prazo já havia decaído.
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