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RELATÓRIO DIRIGIDO – PRÉ- DIMENSIONAMENTO Brenda Bernadete Santos Carvalho Laureana Barbosa Carvalho Lucas Mateus Lopes Sá Luz Costa Maria Carolina Fernandes Antero Yan Sousa Fernandes Palmas – TO, 13 de abril de 2017. PRÉ-DIMENSIONAMENTO Para evitar problemas com o projeto arquitetônico, o pré- dimensionamento pode ser realizado na elaboração do projeto, reduzindo futuras falhas após o dimensionamento definitivo da estrutura. A partir deste, é possível calcular o peso próprio da estrutura, que é a parte inicial no cálculo das ações. O conhecimento das dimensões permite determinar os vãos equivalentes e as rigidezes, necessários no cálculo das ligações entre os elementos. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE LAJES MACIÇAS Laje maciça é aquela onde toda a espessura é composta por concreto, conta com armaduras longitudinais de flexão e eventualmente armaduras transversais, é apoiada em vigas ou paredes ao longo das bordas. Laje com borda ou bordas livres é um caso particular de laje apoiada nas bordas. A laje lisa e a laje cogumelo são também lajes maciças de concreto, porém, nessas lajes as cargas e outras ações são transferidas diretamente aos pilares, sem intermédio de apoios nas bordas. Por uma questão de tradição no Brasil é costume chamar a laje apoiada nas bordas como “laje maciça”. As lajes maciças podem ser de Concreto Armado ou de Concreto Protendido. O único elemento a ser dimensionado na laje é a sua espessura. Para tal, é necessário determinar qual será o lx e ly do plano que compõe a laje. No plano retangular lx é normalmente a aresta menor. Também deve saber se a mesma é armada em uma ou duas direções e seu modelo construtivo, nesse caso é maciça. h lx = menor vão da laje Respeitar valores mínimos da NBR 6118/2014 para lajes maciças (item 13.2.4.1) • 7 cm para lajes de cobertura que não estejam em balanço; • 8 cm para lajes de piso ou lajes de cobertura em balanço; • 10 cm para lajes em balanço; • 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total inferior ou igual a 30kN; • 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30kN; • 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com mínimo de para lajes de piso biapoiadas e para lajes de piso continuas; • 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS RETANGULARES O peso próprio, parcela importante a ser considerada no cálculo das ações, é determinado através do pré-dimensionamento dos elementos estruturais. O conhecimento das dimensões permite determinar os vãos equivalentes e as rigidezes, necessários no cálculo das ligações entre os elementos. Para vigas horizontais, em nível, com seção retangular e constante, sem cargas pontuais, com dois apoios (um em cada extremidade), devem-se utilizar os seguintes critérios: O comprimento total da viga não deveria passar de 30 metros. Caso a edificação tenha dimensão linear superior a essa, será necessária uma junta de dilatação. Para vigas isostáticas (com apoios simples, sem resistência a momento fletor) a altura da viga é o comprimento do vão dividido por 10. H=(L/10). Já em vigas hiperestáticas (com apoios engastados, com reação de apoio a momento fletor) a altura é o vão dividido por 15. (H=L/15) Em vigas hiperestáticas em dois sentidos perpendiculares entre si, engastadas no meio do vão, a altura é o vão dividido por 20. (H= L/20) Para efeito de orçamento, deve-se considerar o consumo de aço de 100kg/m3. Quando utilizar concreto protendido, considerar 75% das alturas calculadas acima. São condições econômicas para o uso de protensão: 1. Vão livre maior que 7m 2. Sobrecarga superior a 300 kgf/cm2 3. Cargas pontuais relevantes Caso tenhamos o valor do momento máximo (positivo e negativo) da peça, por exemplo, obtido pelo FTool, utiliza-se a fórmula abaixo: d = √ (6M / r . b) Onde: d: altura útil da viga M: momento máximo da viga (utilize o maior em módulo entre o positivo e o negativo) r: resistência do concreto à compressão (em unidades coerentes com os demais dados) b: base da viga A altura máxima da seção da viga em edifícios está condicionada ao pé- direito da edificação. Quando a largura da seção geralmente é definida pelo projeto arquitetônico e pelos materiais e técnicas utilizados pela construtora (espessura alvenaria; blocos, tijolos). Segundo a norma 6118, devemos observar as larguras mínimas de 12 cm para vigas e 15 cm para vigas-parede respeitando sempre o cobrimento mínimo (c) e espaçamento mínimo entre barras (ah). PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PILARES RETANGULARES O dimensionamento dos pilares é feito em função dos esforços externos solicitantes de cálculo, que compreendem as forças normais (Nd), os momentos fletores (Mdx e Mdy) e as forças cortantes (Vdx e Vdy) no caso de ação horizontal. De acordo com a NBR 6118, entende-se como pilar qualquer elemento estrutural reto, geralmente na vertical, na qual as forças de compressão são mais preponderantes. Eles são responsáveis por receber as cargas dos andares superiores, acumular as reações das vigas em cada andar e conduzir esses esforços até as fundações. O tipo de pilares mais empregado nas obras é o pilar retangular. Os pilares circulares e ou com seção quadrada são indicados em exceções onde se deseja mantê-los aparentes ou que a visão seja facilitada. Nas seções retangulares, um lado da seção geralmente possui a mesma dimensão da parede, de forma em que se embute nela e não é visível. A norma define a dimensão mínima como 19 cm para evitar desempenho inadequado e garantir uma melhor execução. Em alguns casos excepcionais, pode-se considerar entre 12 e 19 cm, desde que se multipliquem as ações por um coeficiente adicional (γn). γn=1,95-0,05b Quando a maior dimensão da seção transversal exceda cinco vezes a menor dimensão (h ≥ 5b), o pilar deve ser tratado como pilar-parede. Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a 360 cm². O comprimento equivalente ou de flambagem de um elemento fixado é o menor valor entre os resultados das seguintes equações: le=lo+h // l=le onde „lo‟ é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais; „h‟ é a altura da seção transversal do pilar e „l‟ é a distância entre os eixos dos elementos estruturais. O índice de esbeltez é definido pela relação: λ = onde le é o comprimento equivalente do elemento isolado e i é o raio de giração mínimo da seção bruta de concreto. Com isso, os pilares podem ser classificados em robustos ou pouco esbeltos (λ ≤ λ 1 ); de esbeltez média (λ 1 < λ ≤ 90); esbeltos ou muito esbeltos (90 < λ ≤ 140) e excessivamente esbeltos (140 < λ ≤ 200). MÉTODOS APROXIMADOS Método do pilar-padrão com curvatura aproximada O método do pilar-padrão com curvatura aproximada é permitido para pilares de seção constante e de armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo e λ ≤ 90. A não-linearidade geométrica é aproximada, supondo-se que a deformação da barra seja senoidal. A não-linearidade física é considerada através de uma expressão aproximada da curvatura na seção crítica. A excentricidade de segunda ordem e 2 é dada pela seguinte equação: e2= onde é a curvatura na seção crítica, definida pela equação ( ); h é a altura da seção na direção considerada; é a força normal adimensional.O momento total máximo no pilar é definido por ( ) Método do pilar-padrão com rigidez κ aproximada O método do pilar-padrão com rigidez κ aproximada pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com λ ≤ 90, seção retangular constante, armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo. A não-linearidade geométrica deve ser considerada de forma aproximada, supondo-se que a deformação da barra seja senoidal. A não-linearidade física deve ser levada em conta através de uma expressão aproximada da rigidez. O momento total máximo no pilar é definido por κ é o valor da rigidez adimensional, expressada por ( ) h é a altura da seção na direção considerada é a força normal adimensional. Método do pilar-padrão acoplado a diagramas M, N , 1/r A determinação dos esforços locais de 2ª ordem em pilares com λ ≤ 140 pode ser feita pelo método do pilar-padrão ou pilar-padrão melhorado, utilizando-se para a curvatura da seção crítica os valores obtidos de diagramas M, N, 1/r específicos para o caso. Se l > 90, é obrigatória a consideração dos efeitos da fluência. PROCESSO SIMPLIFICADO PARA DIMENSIONAMENTO A NBR define os seguintes cálculos simplificados para dimensionamento: Flexão composta normal O cálculo para o dimensionamento de seções retangulares com armadura simétrica, sujeitas a flexo-compressão normal, em que a força normal reduzida (ν) seja maior ou igual a 0,7, pode ser realizado como um caso de compressão centrada equivalente, onde: ( ) Sendo o valor de α dado por: α = -1/α S , se α S < 1 em seções retangulares; α = α S , se α S ≥ 1 em seções retangulares; α = 6, se α S > 6 em seções retangulares. Flexão composta oblíqua Nas situações de flexão simples ou composta oblíqua, pode ser adotada a aproximação dada pela expressão de interação: * + * + ; são as componentes do momento resistente de cálculo em flexão oblíqua composta, segundo os dois eixos principais de inércia x e y, da seção bruta, com um esforço normal resistente de cálculo N Rd igual à normal solicitante N Sd . Esses são os valores que se deseja obter; ; são os momentos resistentes de cálculo segundo cada um dos referidos eixos em flexão composta normal, com o mesmo valor de N Rd . Esses valores são calculados a partir do arranjo e da quantidade de armadura em estudo; α é um expoente cujo valor depende de vários fatores, entre eles o valor da força normal, a forma da seção, o arranjo da armadura e de suas porcentagens. No caso de seções retangulares, pode-se adotar α = 1,2. Uma observação importante, é que o pré-dimensionamento não define a estrutura final do projeto, mas é bastante útil para o orçamento e estudos preliminares de arquitetura, e é sempre recomendável uso da norma técnica. Os valores reais a utilizar na obra estarão no projeto executivo, que é realizado com outros métodos de cálculo.
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