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Aula 3 Filosofia da Educação

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Aula 3 Filosofia da Educação :Filosofia Medieval – Parte I
Ao final desta aula, você será capaz de:
 identificar os fatores fundamentais que permitiram a formação do Mundo Ocidental, assim como o nascimento da filosofia cristã;
 analisar a relação entre a filosofia grega pagã e o cristianismo, compreendendo a sua apropriação; 
conhecer o pensamento de Santo Agostinho e a influencia de Platão no pensamento cristão.
A Filosofia Medieval compreende um período histórico que vai do final do helenismo (séculos IV e V) até o Renascimento (final do século XV e início do século XVI). 
É a maior parte da produção filosófica da Idade Média.
Possivelmente, você já ouviu falar que a Idade Média apresenta uma imagem negativa. Você sabe o porquê disso?
Resposta: A imagem negativa da Idade Média é entendida pela transição entre os clássicos e os novos tempos, movimento que culmina no humanismo renascentista, procurando recuperar as glórias da antiguidade greco-romana.
A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da escolástica e a criação das universidades.
A filosofia de São Tomás de Aquino, que se aproximou dos textos de Aristóteles, resultou numa nova contribuição para o desenvolvimento da escolástica.
Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política.
A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental.
O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando racionalmente os fundamentos da fé cristã.
O pensamento de Santo Agostinho.
A transição do helenismo para o cristianismo.
No período final da Idade Média que ocorre a transição do helenismo para o cristianismo.
A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo. A cultura ocidental da qual somos herdeiros até hoje é a síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega.
 O helenismo permitiu a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega, que tornou possível, mais tarde, o surgimento de uma filosofia cristã. Em Alexandria, essas culturas conviveram e se integraram, de forma que se falavam várias línguas na região. Nessa época, foi possível encontrar uma aproximação entre a cosmologia platônica e a narrativa da criação do mundo.
 Inicialmente, o cristianismo não se distinguia claramente do judaísmo. Ele era visto como uma seita reformista dentro da religião da cultura judaica.
 Para os gregos, o príncipe divino operava no mundo, essa visão influenciou fortemente o desenvolvimento da filosofia cristã.
 É em São Paulo que encontramos a concepção de uma religião universal. Ele defendia a necessidade de pregar a todos. Esta é uma diferença básica em relação ao judaísmo e as demais religiões da época.
Os fatores históricos que contribuíram para o nascimento da filosofia cristã.
Podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do imperador Constantino, em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião oficial. Entretanto, não havia ainda uma unidade no cristianismo.
A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, assim, chamada escola neoplatônica cristã Alexandria.
Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina considerada legitima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os da Igreja.
Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências e etc.), em função dos quais questões teológicas eram discutidas.
Um dos grandes pensadores cristãos foi Santo Agostinho. A sua influência filosófica e teológica se estendeu até o período moderno.
 Veja abaixo os três aspectos fundamentais da contribuição desse pensador para o desenvolvimento da Filosofia.
A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé.
A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade.
A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno
1 - Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade pela iluminação divina. 
A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
2 - A concepção agostiniana teve uma grande influência no desenvolvimento da noção ocidental de tempo histórico, raiz da visão hegeliana.  Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos. Ele mostrou que os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção.
Além de Santo Agostinho, é necessário mencionar Boécio (470-525), como um pensador fundamental para a mediação entre na filosofia antiga e a filosofia cristã medieval.
O termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino.
 
Os fatores históricos que contribuíram para o seu desenvolvimento.
As culturas bárbaras que se estabelecem na Europa Ocidental não tinham conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do século IX, cinco séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar.
Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente contemplativas. Graça aos monges copistas foram preservados os textos da antiguidade clássica grego-romana, nas bibliotecas.
Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A primeira grande tentativa de reestruturação aconteceu no natal do ano 800, quando o papa Leão III, convidou Carlos Magno para ir à Roma e lá o consagrou imperador do sacro império romano germânico. Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido entre o seu filho e os sucessores deste, levando a uma nova fragmentação política, que gerou grandes conflitos.
É, portanto, em torno dos séculos XI e XII que vamos assistir o surgimento da chamada escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé que percorre toda a Filosofia Medieval. No entanto, o desenvolvimento da Filosofia torna-se possível devido à difusão de consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais.
Santo Anselmo é considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento.
Santo Anselmo deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente (desde Kant). Trata-se de um dos argumentos mais clássicos da tradição filosófica, tendo sido questionado por outros filósofos na Idade Média, dentre eles São Tomás de Aquino.
Prova ontológica: Essa prova concilia razão e fé, aquilo que a fé nos ensina pode ser entendido pela razão e a Filosofia nos ajuda a argumentar em favor disso. Esses aspectos caracterizam bem o estilo da escolástica em utilizar a Filosofia.Tendo sido questionado por outros filósofos na Idade Média: A questão retomada por São Tomás, criticada por Kant, admirada por Hegel e discutida por Beltrand Russel, ainda vem despertando grande interesse na filosofia contemporânea. Essa questão passa a discutir se Deus existe apenas no intelecto como algo que pode ser pensado ou na realidade como algo de fato existente.
A conclusão de Santo Anselmo é que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado sem contradição. Desse modo, fica provada a existência de Deus.  
Revisão:
 A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo;
Podemos dizer que a cultura da língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção do Império no plano político militar;
- Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente.
- A influência filosófica e teológica de Santo Agostinho se estendeu até o período moderno;
 Encontramos nos pensamento de Santo Agostinho a opção interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade;
 Em relação a Santo Anselmo podemos afirmar que: É considerado o primeiro grande pensador da escolástica, elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento, deu sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente, concluiu que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado sem contradição, comprovando, assim a existência de Deus;
Santo Agostinho: Foi sem dúvida o filósofo mais importante, devido à sua criatividade e originalidade, a surgir no pensamento desde Platão e Aristóteles.
Santo Anselmo: É considerado o primeiro grande pensador da escolástica, elaborando sua filosofia a partir de uma preocupação em articular a fé e o entendimento.
Escolástica: Conhecida como filosofia medieval em torno dos séculos XI-XII. Significa de modo genérico, todos aqueles que pertencem à escola de pensamento e de ensino.
Helenismo: Fornece o pano de fundo político e cultural que permite a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega.
Síntese da Aula 03 - Filosofia Medieval - Parte I
Nessa aula, você identificou os fatores fundamentais que permitiram a formação do Mundo Ocidental, assim como o nascimento da filosofia cristã.
Analisou a relação entre a filosofia grega pagã e o cristianismo, compreendendo a sua apropriação.
Conheceu o pensamento de Santo Agostinho e a influência de Platão no pensamento cristão.
Entendeu o desenvolvimento da escolástica.

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