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TUTELA DE EVIDENCIA

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TUTELA DE EVIDÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUTELA DE EVIDÊNCIA 
 
 
1. CONCEITO 
A tutela de evidência é um advento do novo CPC\15, cujo o objetivo foi o de trazer 
rapidez para os processos que se postergam por abusos do direito de defesa. 
Diferente da tutela de urgência, ela será concedida independentemente do risco ao 
resultado útil do processo, ou seja, a urgência é dispensada. 
Portanto estamos diante de uma técnica de aceleração do resultado do processo, criada 
para os casos em que se afigura evidente (isto é, dotada de probabilidade máxima) a 
existência do direito material. 
 
2. NATUREZA JURÍDICA 
Por se tratar de uma tutela onde o direito deve estar em evidência, o juiz poderá conceder 
a tutela provisória, que nesse caso, sempre será de natureza satisfativa ou antecipada, 
nunca cautelar, uma vez que pode ser concedida independentemente de dano ou risco ao 
resultado útil do processo. 
 
3. COGNIÇÃO SUMÁRIA E CARÁTER PROVISÓRIO 
Sempre deferida em cognição sumária e em caráter provisório, visto que nas hipóteses 
apresentadas nos incisos do art. 311 do CPC, existe a possibilidade de que ela venha a ser 
revogada, uma vez que, por exemplo, na hipótese do Inciso I, mesmo que o abuso de 
defesa ou o manifesto protelatório do réu, justifique a concessão, ao final o juiz pode 
reconhecer que o autor não tem razão, e julgue improcedente a medida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. REQUISITOS 
 
4.1 REQUERIMENTO 
A tutela não poderá ser deferida de ofício, sendo obrigatório o requerimento da parte. 
Visto que não há perigo de prejuízo, não justifica que o juiz conceda a tutela, sem que ela 
seja requerida. 
 
4.2 QUANTO AS HIPÓTESES PRESENRTES NO ART. 311 E INCISOS 
Quanto aos presentes nos incisos do Art. 311, do CPC, considerado um rol taxativo, a 
tutela de evidência só poderá ser concedida dentro desses requisitos, sem necessidade de 
ser cumulativos, bastando somente estar qualquer um deles presente para a concessão. 
 
4.3 INCISO I: 
O Primeiro inciso da tutela provisória de evidência trata do abuso do direito de defesa ou 
do manifesto propósito protelatório da parte. O juiz a concede quando, no curso do 
processo, quando o comportamento da parte é claramente visto com objetivos de protelar 
o julgamento, ou buscando vantagens indevidas, pelo decurso do tempo. Por isso, pode-
se entender que ela tem caráter repressivo: Visa sancionar a atitude abusiva, de má-fé, de 
abuso da parte. Nos casos em que o juiz concede a medida em favor do autor, ele distribui 
o ônus contra aquele que abusou do mesmo na demora do processo, passará a ser do 
interesse do réu que o processo tenha rápida solução. 
 Se a matéria é só de direito, e a defesa é manifestamente protelatória, não será caso de 
tutela de evidência, e sim, o julgamento da lide antecipadamente. Entretanto, quando 
ainda não há a possibilidade do julgamento em virtude da necessidade da apresentação de 
provas, o juiz poderá concedê-la. A concessão está condicionada a citação do réu para 
que compareça ao processo, o que impede que seja deferida liminarmente. 
 
4.4 INCISO II: 
As hipóteses deste inciso devem ser vistas de forma cumulativas, havendo questão de 
fato, que já possa ser comprovada por documentos e que a questão de direito seja objeto 
de tese firmada em julgamento de casos repetitivos e em súmulas vinculantes. Em caso 
de verificadas as circunstâncias o juiz poderá ser convencido da procedência da pretensão 
do autor. 
 
 
 
 
 
4.5 INCISO III: 
É situação bem específica, pois trata do pedido reipersecutório- realizado pelo 
proprietário do bem que não está na sua posse, fundada em prova documental do contrato 
de depósito. Uma vez que, a ação de depósito no NCPC é ação de procedimento comum. 
Assim, se o autor comprovar por escrito a existência do contrato de depósito, o juiz pode 
deferir, em cognição sumária, a tutela de evidência nos termos desse inc. III do art. 311, 
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa. 
 
4.6 INCISO IV: 
Ao prever hipótese em que “a petição inicial instruída com prova documental suficiente 
dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável”, se assemelha àquela do inciso I, quanto à comprovação por documento. 
Porém, neste inciso, exige-se que o réu não oponha impugnação capaz de gerar dúvida 
razoável. 
 
5. A NÃO IRREVERSIBILIDADE COMO REQUISITO 
Ao contrário do que consta expressamente no art. 300 §3º, sobre as tutelas de urgência, 
nas tutelas de evidência não há a não irreversibilidade como requisito, podemos dizer por 
dois motivos: Não há menção no artigo referente a tutela de evidência que conste isso e, 
pode-se notar que o risco de reversão é muito menor, devido ao direito evidente. 
 
6. RESPONSABILIDADE CIVIL 
Prevista no art. 302 do CPC, onde esclarece que cabe ao autor a responsabilidade pelos 
danos causados em decorrência da efetivação da tutela provisória, cautelar ou antecipada. 
Com relação a tutela de evidência, não há previsão equivalente, mesmo com a 
possibilidade de ser revogada, ou perder a eficácia, em caso de improcedência do pedido. 
Toda via, por se tratar de tutela provisória e emitida em cognição sumária, e menor a 
possibilidade de revogação ou perda da eficácia, não se exclui totalmente essa 
possibilidade, não se excluindo a responsabilidade do autor pelos danos que possam ser 
causados em decorrência da efetivação da medida. 
 
 
Bibliografia 
 
 
 
 
GONÇÁLVES, Marcos Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil, v.

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