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HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 1 ESCOAMENTO SUPERFICIAL 1) Conceito É a fase do ciclo hidrológico que trata das aguas que escoam superficialmente formando os mananciais de superfície. 2) Esquema de Processamento do Escoamento Superficial Figura 01 – Esquema de processamento do escoamento superficial. 3) Grandezas Características do Escoamento Superficial A) Vazão (Q): é a quantidade de água (V) que passa num determinado tempo (t) por uma dada seção. Desse modo: 𝑄 = 𝑉 𝑡 𝑄 = 𝑣. 𝐴 B) Coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de deflexão (C): o valor de “C” e expresso como sendo: 𝐶 = 𝑉𝑒 𝑉𝐴 onde, 𝑉𝑒: volume escoado 𝑉𝐴: volume precipitado C) Hidrogramas ou hidrógrafos É a representação gráfica da vazão em função do tempo. HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 2 Exemplo: Durante o intervalo de 8 dias foi medida a vazão de um curso d’gua e os dados estão apresentados na tabela abaixo. Esboce o hidrograma em questão. Dia Vazão (Q - l/s) 01/04 3,0 02/04 3,0 03/04 5,0 04/04 8,0 05/04 6,5 06/04 6,0 07/04 4,5 08/04 3,0 4) Levantamento da Seção Transversal de um Curso D’água Existem três equipamentos para determinar a seção transversal de um curso d’água. A) Vara de sondar: vara de ferro esmaltado com aproximadamente 10m de comprimento, que tem acoplada a sua extremidade uma chapa metálica para a percepção quando a vara tocar o fundo do vale. B) Linha de sondar: consiste de uma linha de aço ou corda de grande comprimento que tem na sua extremidade um peso de aproximadamente 10 kg para percepção quando a linha tocar no vale do curso d’água. C) Ecobatímetro: é um aparelho que se baseia na emissão do som na agua e na recepção do mesmo. 5) Medição das Grandezas A) Altura do nível d’agua (h) Os aparelhos que permitem medir a oscilação do nível d’água de um rio ao longo do tempo em relação a um nível de referência, são os limnímetros ou limnígrafos. O local de instalação do limnímetros é chamada de estação fluviométrica e deve-se ter alguns cuidados com relação ao local de instalação das mesmas, são eles: Trecho reto, ambas as margens bem definidas. A seção deve ser localizada longe de remansos. Leito regular e estável. Locais distantes de pontos de controle (dispositivos hidráulicos). Locais com velocidades regulares. As margens devem ser estáveis. O acesso à seção deve ser fácil. B) Medição de velocidade (v) HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 3 Flutuadores: dispositivos lançados no curso d’água e que possam flutuar. Mede-se o tempo gasto para que o elemento percorra uma distância (ΔS). Molinetes: consiste de uma vara inoxidável que tem uma hélice acoplada, a qual se movimenta ao longo de uma haste. O número de rotações da hélice, registrado elo aparelho, permite que a velocidade de fluxo do curso d’água seja calculada. C) Vazão (Q) Para se determinar a vazão em um curso d’água podem ser empregados os vertedores ou vertedouros. Os vertedores são dispositivos que permitem a determinação da carga hidráulica (H) em cima de uma crista ou soleira e, com isso, é possível calcular a vazão empregando-se formulas empíricas. Fórmulas empíricas para o cálculo da vazão (Q) - Para vertedor retangular de parede delgada O valor de “Q” e expresso ela fórmula de Francis, como: 𝑄 = 1,83. 𝐿′. 𝐻3/2 onde, 𝐿′: largura da soleira do vertedor H: carga hidráulica - Para vertedor triangular de parede delgada O valor de “Q” e expresso ela fórmula de Thompson, como: 𝑄 = 1,42.𝐻5/2 - Para vertedor retangular de parede espessa O valor de “Q” e expresso ela fórmula de Thompson, como: 𝑄 = 1,71. 𝐿′. 𝐻3/2 6) Fases de um Curso D’água A) Fase juvenil: esta fase é caracterizada por um excesso de energia, o que possibilita uma intensa erosão em profundidade e um elevado, poder transportador dos sedimentos erodidos. A forma do vale nesta fase é um “V”. B) Fase madura: nesta fase observa-se uma redução de declive do relevo, o que é verificado na reduao de velocidade de fluxo e, consequentemente, diminuição no poder erosivo. Neste trecho, verifica-se a disposição dos sedimentos maiores no leito do curso d’água. HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 4 C) Fase senil: nesta fase o rio perde totalmente o seu poder erosivo e transportador. Forma-se no fundo do leito do curso d’água uma extensa planície sedimentar. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 1) Introdução No interior da superfície terrestre, formado por diferentes tios de maciços, encontra-se um extenso reservatório para a acumulação e circulação de toda a água que nele se infiltra. 2) Definição e Tipos de Aquíferos Aquífero é toda formação geológica permeável que contém água. Os tipos de aquíferos são: A) Aquífero livre ou freático: é a acumulação de água em uma camada permeável estando situada sobre uma camada de bacia permeabilizada. A pressão da água no aquífero é igual a pressão atmosférica (P = Patm). B) Aquífero confinado ou artesiano: é a acumulação de água em uma camada permeável, estando situada entre duas camadas de materiais de baixa permeabilidade. A pressão da água no aquífero é maior do que a pressão atmosférica (P > Patm). 3) Nomenclatura de Poços Os termos usuais quando se trabalha com poços são: A) Nível estático de equilíbrio (N.E.E): é o nível de água no interior do poço quando o mesmo não está sendo bombeado. B) Nível dinâmico de equilíbrio (N.D.E): é o nível de água no interior do poço quando o mesmo está relacionado com a vazão (Q) de retirada da água e com o tempo decorrido desde o acionamento da bomba. Quando o nível d’água no interior do poço se estabiliza para uma dada vazão, admite-se que se atingiu o N.D.E e, neste instante, tem-se um regime permanente de fluxo. C) Abaixamento ou depressão: é a distância vertical entre os níveis estático e dinâmico de um poço. D) Curva de abaixamento ou cone de depressão: é a superfície real do nível d’água (freático) quando um poço está sendo bombeado. E) Zona de influência: é a região atingida pelo cone de depressão em volta de um poço sob o efeito de bombeamento. HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 5 Figura 02 – Esquema do funcionamento de um poço. 4) Exploração da Água Subterrânea A) Poços artesianos São todos aqueles poços em que a água jorra na superfície por pressão natural. A condição fundamental para a existência de tais poços é a presença de um aquífero confinado. B) Poços caseiros Poços abertos artesanalmente, empregando-se pá e picareta. A abertura máxima do diâmetro do furo é em torno de 1,20 metros. A profundidade vai depender do nível do aquífero, contudo, não consegue atingir grandes profundidades devido à limitação da metodologia construtiva. C) Poços cravados São poços de pequeno diâmetro construídos mediante a cravação no solo de uma ponteira metálica ligada a um conjunto de tubos firmemente conectados. O diâmetro dos poços pode variar de 32mm a 50mm. São empregados tubos lisos e perfurados, estes últimos apenas nos horizontes permeáveis onde ocorre a oscilação do nível de água. Os tubos perfurados são envolvidos por uma tela de nylon de 0,6mm de abertura de malha e tem o objetivo de reter impurezas presentesno solo e na água evitando a colmatação dos tubos. As desvantagens deste tipo de poço são: A construção é lenta e trabalhosa quando encontra materiais rijos. O processo construtivo por pancadas é prejudicial ao funcionamento do poço, já que pode haver o desalinhamento dos tubos. No caso de deformação das luvas que unem os tubos pode haver a entrada de ar na tubulação, reduzindo a vazão de bombeamento. HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 6 Figura 03 – Esquema do poço cravado. D) Poços tubulares profundos São poços executados por meio de perfuratrizes, empregando-se brocas com diâmetro do poço varando de 300 a 600mm. Estes poços podem atingir centenas de metros de profundidade, dependendo da posição do lençol freático subterrâneo. A metodologia construtiva é a seguinte: Executa-se a abertura do poço. Caso o maciço seja estável, instala-se a tubulação do poço. Caso o maciço seja instável, há a necessidade de aplicar um fluido estabilizador antes da aplicação da tubulação. O espaço entre a face externa da tubulação e o maciço ao redor deve ser preenchido por material filtrante. A boca do poço é selada com material fino. HIDROLOGIA Profª. Ma. Belaniza Gaspar Santos Neta 7 Figura 04 – Esquema do poço tubular. Questões 01) Defina a. N.E.E b. Curva de abaixamento c. Linha de Sondar 02) Fale sobre flutuadores e molinetes. 03) Fale sobre os poços tubulares.
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