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Aula 63 Direito Civil Aula 06

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DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça 
PROFESSOR – LAURO ESCOBAR 
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 06 
 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
Itens específicos do edital que serão abordados nesta aula: 10. Direito das 
Obrigações: elementos, modalidades; transmissão; adimplemento e extinção; 
inadimplemento. 
 
Subitens: Direito das Obrigações. Teoria Geral. Conceito. Elementos 
Constitutivos. Classificação. Cláusula Penal. Adimplemento e Extinção das 
Obrigações. Pagamento. Direto e Indireto. Dação em Pagamento. Novação. 
Confusão. Compensação. Remissão das Dívidas. Arras ou Sinal. Cláusula Penal. 
Extinção da obrigação sem pagamento. Execução forçada por intermédio do Poder 
Judiciário. Consequências da inexecução da obrigação por fato imputável ao 
devedor (mora, perda e danos e cláusula penal). Transmissão (cessão de crédito, 
cessão de débito e cessão do contrato). Declaração unilateral de vontade: 
promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido e 
enriquecimento sem causa e títulos de crédito. 
 
CONTEÚDO ESQUEMÁTICO DA AULA 
Dispositivos do Código Civil referentes a esta aula: arts. 233 ao 
420. 
I. Conceito de Obrigação → Relação jurídica de natureza transitória entre credor e 
devedor cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica. 
II. Elementos Constitutivos 
 1) Elemento Subjetivo - Sujeitos 
a) Sujeito Ativo → Credor 
b) Sujeito Passivo → Devedor 
2) Elemento Objetivo - Objeto 
- Objeto da Obrigação → Prestação (positiva ou negativa). Deve ser lícito, 
possível (física e juridicamente), determinado ou determinável e 
economicamente apreciável. 
3) Elemento Imaterial ou Vínculo Jurídico → elo que sujeita o devedor a 
determinada prestação em favor do credor. 
III. Fontes de Obrigações – Lei (fonte primária ou imediata das obrigações), 
Negócio Jurídico Unilateral (promessa de recompensa) ou Bilateral (contratos) e Ato 
Ilícito (obrigação de reparar o dano). 
IV. Classificação das Obrigações 
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A) Quanto ao Objeto 
1. POSITIVAS 
a) Obrigação de Dar 
- Coisa certa → arts. 233/242, CC – devedor se obriga a dar 
(entregar) coisa individualizada (móvel ou imóvel). Regras: credor 
não é obrigado a receber outra coisa, mesmo que mais valiosa (art. 
313, CC); indivisibilidade (art. 314, CC); acessório acompanha o 
principal (art. 233, CC); até a tradição a coisa pertence ao devedor; 
acrescidos e melhoramentos → aumento do preço ou resolução (art. 
237, CC); perda ou deterioração (arts. 234/236, CC); obrigação 
pecuniária (art. 315 e 318, CC). 
- Coisa incerta → arts. 243/246, CC – obrigação de entregar objeto 
incerto, porém já indicado pelo gênero e quantidade (determinável); 
falta a qualidade (ex: obrigação de entregar 10 bois, dentre uma 
boiada). Escolha (concentração; individualização) → como regra 
cabe ao credor, salvo disposição em contrário (art. 244, CC). Não 
poderá dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor. 
b) Obrigação de Fazer 
- Arts. 247/249, CC – prestação de serviço ou ato positivo pelo 
devedor. Impossibilidade de prestar a obrigação: sem culpa → 
resolução; com culpa → perdas e danos. Obrigação infungível – art. 
249, CC. 
2. NEGATIVAS 
a) Obrigação de Não Fazer 
– Arts. 250/251, CC – o devedor se compromete a não praticar 
certo ato que poderia ser praticado, não fosse a obrigação 
assumida. Desfazimento, indenização. 
Obs. → Astreinte – art. 461, §4o e 461-A, Código de Processo Civil. 
 B) Quanto a seus Elementos 
 1. Simples – um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto. 
 2. Composta 
a) Pluralidade de Objetos 
- Cumulativa ou conjuntiva (“e”) 
- Alternativa ou disjuntiva (“ou”). Regra → escolha do devedor, 
salvo disposição em contrário. 
b) Pluralidade de Sujeitos → Solidariedade 
- Ativa – pluralidade de credores 
- Passiva – pluralidade de devedores 
- Mista – credores e devedores 
Importante = A Solidariedade não se presume. Resulta da lei 
ou vontade das partes (art. 265, CC) = 
 C) Quanto aos Elementos Acidentais – puras, condicionais, a termo ou 
modais. 
D) Outras Modalidades 
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• líquidas (certas quanto a existência, determinadas quanto ao valor) ou 
ilíquidas (dependem de apuração prévia). 
• divisíveis (comportam fracionamento) ou indivisíveis (prestação única 
por convenção das partes ou natureza do objeto) – arts. 257/263, CC. 
• de resultado, ou de meio, ou de garantia. 
• instantâneas, fracionadas, diferidas ou de trato sucessivo. 
• principais ou acessórias. 
• propter rem – híbridas: parte direito real, parte direito pessoal (ex: 
condomínio). 
• naturais – dívidas prescritas, de jogo, etc. 
 
V. Efeitos das Obrigações → operam entre as partes; podem vincular os seus 
herdeiros (salvo se a obrigação for personalíssima – neste caso não vincula). 
VI. Cláusula Penal (arts. 408 e seguintes, CC) → penalidade acessória imposta pela 
inexecução total ou parcial da obrigação (compensatória) ou pela mora 
(retardamento, demora) no seu cumprimento. Multa contratual – prefixação de perdas 
e danos. Limite – valor do contrato (art. 412, CC). Redução proporcional (art. 413, 
CC) 
VII. Mora (arts. 394/401, CC) → retardamento ou imperfeito cumprimento da 
obrigação. Gera responsabilidade pelos prejuízos, juros, correção monetária, 
honorários advocatícios e cláusula penal (se esta for estipulada). 
a) Mora do devedor (solvendi, debitoris): 
1) Ex re → depende de um fato previsto em lei ou no contrato – obrigação 
positiva e líquida com data determinada. Ex: dia do vencimento do aluguel. 
2) Ex persona → depende de uma providência do credor. Ex: comodato 
sem prazo – notificação com prazo de 30 dias. 
 b) Mora do credor (accipiendi, creditoris) – recusa (do credor) em aceitar o 
cumprimento da obrigação. 
VIII. Extinção das Obrigações 
1) Pagamento Direto 
a) Pessoas envolvidas: solvens (é a pessoa que deve pagar) e accipiens 
(é a pessoa que recebe). 
b) Objeto e Prova do pagamento – quitação – arts. 313/326, CC. 
c) Lugar do pagamento – Regra (arts. 327/330, CC) - quérable = 
domicílio do devedor. Exceção - portable = domicílio do credor. 
d) Tempo – vencimento – fixado pelas partes – arts. 331/333, CC. 
2) Formas Especiais de Pagamento 
a) Pagamento em Consignação (arts. 334/345, CC) – devedor deposita 
a coisa devida, liberando-se de obrigação líquida e certa. Se a dívida for em 
dinheiro o depósito pode ser extrajudicial (estabelecimento bancário oficial – 
art. 890, §1o, CPC). 
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b) Pagamento com Sub-rogação (arts. 346/351, CC) – substituição na 
obrigação de uma pessoa por outra, com os mesmos ônus e atributos 
(avalista que paga a dívida). 
c) Imputação do Pagamento (arts. 352/355, CC) – pessoa obrigada por 
dois ou mais débitos da mesma natureza, líquidos e vencidos, a um só credor, 
tem o direito de escolher qual deles está pagando. 
3) Pagamento Indireto 
a) Dação em Pagamento (arts. 356/359, CC) – acordo de vontades 
entre credor e devedor, com o objetivo de extinguir a obrigação, no qual o 
credor consente em receber coisa (móvel ou imóvel) diversa da originalmente 
devida. 
b) Novação (arts. 360/367, CC) – criação de obrigação nova e 
extinguindo a anterior, modificando o objeto (objetiva ou real) ou substituindo 
uma das partes (subjetiva = ativa – substituição do credor; passiva – 
substituição dodevedor). 
c) Compensação (arts. 368/380, CC) – duas ou mais pessoas são ao 
mesmo tempo credoras e devedoras umas das outras; somente se 
compensam coisas fungíveis entre si. 
d) Confusão (arts. 381/388, CC) – incidência em uma mesma pessoa as 
qualidades de credor e devedor. 
= Observação – o novo Código Civil trata Transação (arts. 840/850, CC) e a 
Arbitragem (arts. 851/853, CC) como formas de contrato autônomo e não mais 
como formas de pagamento. 
4) Extinção Sem Pagamento = remissão (perdão), prescrição ou decadência, 
advento do termo. 
5) Judicial – Execução Forçada – Ações judiciais (Processo Civil). 
 
IX. Cessão – Transmissão das Obrigações: 
a) de Crédito → transferência que o credor faz a outrem de seus direitos. 
b) de Débito (assunção de dívida) → devedor transfere a dívida para terceiros, 
com anuência do credor. 
c) de Contrato → transferência da posição ativa e passiva em um contrato. 
X. Declaração Unilateral de Vontade – Títulos de Crédito (arts. 887/926, CC), 
Promessa de Recompensa (arts. 854/860, CC), Gestão de Negócios (arts. 861/875, 
CC), Pagamento Indevido (arts. 876/883, CC), Enriquecimento sem Causa (arts. 
884/886, CC). 
TESTES 
As questões adiante seguem o padrão que a CESPE/UnB 
costuma usar, julgando as assertivas e colocando CERTO ou 
ERRADO. 
QUESTÃO 01 (CESPE/UnB – Analista Judiciário STM/2011) Com 
relação ao Novo Código Civil, julgue os itens seguintes. 
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a) A relação jurídica obrigacional tem um objeto imediato e outro mediato. A 
prestação, que pode ser de dar, fazer ou não fazer, constitui o objeto 
imediato da obrigação. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Questão doutrinária. A relação jurídica obrigacional tem como 
elementos: a) subjetivo (sujeitos ou partes da obrigação: ativo e passivo); b) 
objetivo (objeto da obrigação) e c) vínculo (elo que sujeita o devedor a 
determinada prestação em favor do credor). Para a maioria da doutrina, o 
objeto da obrigação é a prestação imediata, que é sempre uma conduta 
humana. Esta pode ser positiva (obrigação de dar ou fazer) ou negativa 
(obrigação de não fazer). Já o objeto mediato é o bem sobre o qual recai o 
direito. 
QUESTÃO 02 (CESPE – BACEN) Julgue os itens abaixo: 
a) Os sujeitos, o objeto e o vínculo jurídico são elementos essenciais de uma 
obrigação. A cerca do elemento subjetivo pode-se afirmar que é possível que 
os polos (passivo e/ou ativo) sejam ocupados por uma ou várias pessoas. O 
objeto consiste em uma prestação do devedor e pode se traduzir em uma 
obrigação de dar, fazer ou não fazer. O vínculo estabelece um liame entre os 
sujeitos e a prestação. 
b) As obrigações têm a lei como fonte imediata ou primária. 
c) Obrigação condicional é aquela que tem a sua eficácia subordinada a um 
acontecimento futuro e incerto. Caso a condição seja suspensiva e ainda 
pendente, tem-se caracterizada apenas uma expectativa de direito. Caso 
seja resolutiva, a obrigação produz desde logo o efeito visado pelas partes, 
perdendo a eficácia quando implementada a condição. 
d) Nas dívidas comuns presume-se a solidariedade entre os devedores, 
salvo disposição em contrário. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Assertiva completa acerca dos elementos de uma relação 
obrigacional. 
b) Certo. A lei é a primeira fonte das obrigações (“Ninguém é obrigado a 
fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei”). 
c) Certo. Afirmação completa sobre a obrigação condicional. 
d) Errado. Segundo o art. 265, CC, a solidariedade não se presume; resulta 
da lei ou da vontade das partes. 
QUESTÃO 03 (CESPE – BACEN) Julgue os itens a seguir: 
a) A nulidade da obrigação principal nem sempre importa na da cláusula 
penal. 
b) O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da 
obrigação principal. 
c) Embora seja mais frequente nos contratos, a cláusula penal também pode 
ser inserida em outros negócios jurídicos, inclusive no testamento. 
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COMENTÁRIOS: 
a) Errado. A cláusula penal é acessória em relação à dívida. Sendo 
acessória, sua existência depende da principal. E, anulada esta, não teria 
sentido algum em permanecer válida a acessória. 
b) Certo. É o que determina o art. 412, CC. 
c) Certo. Embora não haja previsão legal expressa, é possível aplicar a 
cláusula penal, além dos contratos, também em outros negócios jurídicos. 
QUESTÃO 04 (CESPE/UnB - INSS/2008 – Analista do Seguro Social 
com Formação em Direito) O regime econômico se estrutura mediante as 
relações obrigacionais; assim, por meio do direito das obrigações, se 
estabelece também a autonomia da vontade entre os particulares na esfera 
patrimonial. Pode-se afirmar que o direito das obrigações exerce grande 
influência na vida econômica, em razão da inegável constância das relações 
jurídicas obrigacionais no mundo contemporâneo; ele intervém na vida 
econômica, nas relações de consumo sob diversas modalidades e, também, na 
distribuição dos bens. O direito das obrigações é, pois, um ramo do direito civil 
que tem por fim contrapesar as relações entre credores e devedores. Consiste 
em um complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem 
patrimonial e que têm por objeto prestações (dar, restituir, fazer e não fazer) 
cumpridas por um sujeito em proveito de outro. Bruna Lyra Duque. Análise histórica 
do direito das obrigações. In: Jus Navigandi. Internet: <jus2.uol.com.br>. A partir das 
ideias apresentadas no texto acima, julgue os seguintes itens, acerca do 
direito das obrigações. 
a) Até a tradição, a coisa certa — bem como os seus melhoramentos e 
acréscimos, inclusive os frutos, salvo os pendentes — pertence ao devedor. 
Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
b) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, 
se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se 
resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
c) Na coisa incerta ainda não há a indicação do gênero nem da quantidade. 
d) Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas 
não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
e) A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou 
um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem 
econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. No entanto, 
perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
f) Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um 
credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida 
toda. Se a prestação se converter em perdas e danos, extingue-se a 
solidariedade. 
g) O vício da incapacidade alegado pelo devedor contra um dos credores 
solidários se estende a todos os demais credores. 
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h) O fiador que paga a dívida em seu próprio nome não se sub-roga nos 
direitos do credor. 
i) Se o devedor agir de boa-fé e amparado pela escusabilidade do erro, 
considera-se válido o pagamento feito por ele ao credor putativo. 
j) Se uma dívida é caracterizada como quesível, isso significa que competirá 
ao devedor oferecer o pagamento no domicílio do credor. 
k) O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia 
do credor relativamente ao previsto no contrato. 
l) Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bensdo 
devedor, ainda que se trate de obrigação de fazer materialmente infungível. 
m) A mora ex persona se constitui mediante interpelação judicial ou 
extrajudicial do devedor, nas hipóteses de não haver tempo certo fixado 
para o cumprimento da prestação ou de a obrigação não ser positiva e 
líquida. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Trata-se do disposto no art. 237 e seu parágrafo único, CC. 
b) Certo. Trata-se do art. 238, CC. 
c) Errado. Nos termos do art. 243, CC, a coisa incerta será indicada, ao 
menos, pelo gênero e pela quantidade. 
d) Certo. Trata-se do art. 233, CC. 
e) Certo. Trata-se da aplicação dos art. 258 e 263, ambos do CC. 
f) Errado. A primeira parte da afirmação está correta nos termos do art. 
264, CC. No entanto a segunda parte está errada, pois o art. 271, CC prevê 
que se convertendo a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade. 
g) Errado. A alegação de incapacidade de um dos credores é uma exceção 
de natureza pessoal; ou seja, é um meio de defesa que o devedor pode alegar 
somente contra este credor. Devemos lembrar que a expressão exceção deve 
ser considerada sob o aspecto jurídico, ou seja, trata-se de um contra-direito 
que o devedor pode usar contra os credores. Nos termos do art. 273, CC a um 
dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros. Em outras palavras: um devedor só pode alegar as 
exceções que sejam referentes à sua pessoa em relação a um credor específico 
(dentre os que figuram como credores solidários) e não as referentes aos 
outros credores. Portanto, tal exceção pessoal não se estende aos demais 
credores. Assim, havendo a incapacidade de um dos credores, o devedor 
somente pode opor esta exceção a este credor e não aos demais credores que 
não são incapazes. 
h) Errado. O fiador é considerado como um “terceiro interessado”, pois se o 
devedor não pagar a dívida o credor poderá acioná-lo. E, sendo um terceiro 
interessado, tem direito à sub-rogação nos termos do art. 346, CC (A sub-
rogação opera-se, de pleno direito, em favor: ... III. do terceiro interessado, 
que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte). 
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i) Certo. O art. 309, CC prevê que o pagamento feito de boa-fé ao credor 
putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. 
j) Errado. A regra em nosso Direito são as dívidas quesíveis, ou seja, as 
que devem ser pagas no domicílio do devedor (e não do credor, como na 
assertiva). As dívidas que devem ser pagas no domicílio do credor são 
chamadas de portáveis. Dispõe o art. 327, CC: “Efetuar-se-á o pagamento no 
domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se 
o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias”. 
Lembrando que se forem designados dois ou mais lugares, cabe ao credor 
escolher entre eles. Lembrem-se: Q=D; P=C (quesível=devedor; 
portável=credor). 
k) Certo. É o que dispõe o art. 330, CC. 
l) Certo. Prevê o art. 391, CC que pelo inadimplemento das obrigações 
respondem todos os bens do devedor. 
m) Certo. A mora do devedor pode ser de duas espécies: a) ex re – quando 
decorre de fato previsto em lei ou em contrato. Há uma data fixado 
pagamento; não sendo paga a dívida a mora é automática. b) ex persona – 
quando não há estipulação de uma data certa para o pagamento; neste caso a 
mora depende de uma providência do credor, como uma interpelação ou 
notificação, judicial ou extrajudicial. O art. 397, CC assim dispõe: O 
inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de 
pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora 
se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. 
QUESTÃO 05 Julgue os itens abaixo: 
a) Com algumas ressalvas, entre as quais, a disposição, legal ou contratual, 
em contrário, presume-se que o pagamento é quesível. 
b) Se Pedro deve 12 (doze) quilos de café a João, que, por sua vez, deve 
vinte litros de leite àquele, então as duas obrigações extinguem-se 
legalmente, até onde se compensarem. 
c) A obrigação prescrita não pode ser confirmada pela novação. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Nos termos do art. 327, CC, a regra é de que o pagamento deve 
ser efetuado no domicílio do devedor. A doutrina chama isso de quérable ou 
quesível. 
b) Errado. O art. 369, CC determina que a compensação efetua-se entre 
dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Café e leite não são fungíveis 
entre si. Logo não pode haver a compensação legal. 
c) Errado. O art. 367, CC prevê que salvo as obrigações simplesmente 
anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas. 
Lembrando que a prescrição não extingue simplesmente a dívida. A prescrição 
faz com que o credor perca os instrumentos para a sua exigência. Mas ela não 
está extinta. Tanto assim que o devedor pode pagar espontaneamente a dívida 
e este pagamento terá eficácia. 
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QUESTÃO 06 (CESPE/UnB – Ministério Público/AM) Acerca do direito das 
obrigações, julgue os itens que se seguem. 
a) A dação em pagamento pode ser corretamente definida como um acordo 
entre o credor e o devedor, com o objetivo de extinguir a obrigação, no qual 
consente o credor em receber coisa diversa da devida, em substituição à 
prestação que lhe era originalmente objeto do pacto. 
b) Na obrigação solidária passiva, havendo novação entre credor e um dos 
devedores, exoneram-se os demais devedores e as preferências e garantias 
do crédito novado remanescem somente sobre os bens do que contrair a 
nova obrigação. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Nos termos dos arts. 356/359, CC. 
b) Certo. É o que prevê o art. 365, CC. 
QUESTÃO 07 (CESPE-UnB – Analista – Área Administrativa – TRT 17a 
Região/ES – 2009) Julgue os itens a seguir, acerca da ação de consignação 
em pagamento. 
a) A possibilidade de efetuar a consignação em pagamento mediante 
depósito extrajudicial só existe para obrigações de pagar em dinheiro, 
reservando-se a outras obrigações o procedimento judicial. 
b) Caso um pintor tenha sido contratado para realizar a pintura de um muro 
e recebido por esse contrato pagamento adiantado, mas, a todo momento 
que tente executar os serviços contratados, encontre obstáculos criados pelo 
próprio contratante, ele poderá servir-se do rito especial da ação de 
consignação em pagamento para cumprir a sua obrigação. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. O art. 334, CC prevê que a consignação pode ser feita 
judicialmente ou em estabelecimento bancário (depósito extrajudicial), nos 
casos autorizados pela lei. Já o art. 890, §1o do Código de Processo Civil 
permite que, se se tratar de obrigação em dinheiro, pode o devedor optar pelo 
depósito da quantia certa em estabelecimento bancário oficial. 
b) Errado. A pintura de um muro é obrigação de fazer, sendo que não cabe 
a consignação nas obrigações de fazer e nem nas de não fazer. 
QUESTÃO 08 (CESPE/UnB – Juiz Federal Substituto/ 2007 – 5a Região) 
A respeito das obrigações, julgue os itens subsequentes. 
a) A obrigação alternativa é espécie do gênero obrigação composta, sendo 
esta a que se apresenta com mais de um sujeito ativo, ou mais de um 
sujeito passivo, ou mais de uma prestação. Na obrigação alternativa, a 
presença de uma multiplicidade de prestações manifesta-se de maneira 
disjuntiva, pois o devedor se libera da obrigação satisfazendo apenas uma 
delas. 
b) A cláusula penal é uma obrigação acessória e subsidiária à obrigação 
principal e apresenta-se como alternativa ao adimplemento da obrigação 
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principal, conferindo ao devedor o direito de escolher entre a obrigação 
principal e a cláusula penal. 
c) A mora equivale ao inadimplemento e com este se confunde. Ambos 
consistem no retardamento culposo no cumprimento da obrigação e, para a 
caracterização de ambos, exige-se que o termo para o pagamento da dívida 
tenha expirado e que o descumprimento tenha decorrido por culpa do 
devedor. 
d) Caso o devedor inadimplente de obrigação decida purgar a mora 
oferecendo ao credor a prestação vencida, acrescida da indenização dos 
danos causados ao credor pela mora, não poderá o credor rejeitar a 
prestação, transformando a mora em inadimplemento definitivo, e pleitear a 
resolução do contrato. 
e) Para exigir a pena convencional é necessário que o credor alegue 
prejuízo. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Uma das formas para se classificar uma obrigação é: a) simples 
(ou singulares), que se apresentam com um sujeito ativo, um sujeito passivo e 
um único objeto, destinando-se a produzir um único efeito. b) compostas 
(complexas ou plurais), que apresentam uma pluralidade de objetos 
(obrigações cumulativas ou alternativas) ou uma pluralidade de sujeitos 
(obrigações solidárias – ativa ou passiva). As obrigações alternativas (ou 
disjuntivas) estão previstas nos arts. 252/256, CC. Sua característica básica é 
a multiplicidade de prestações, porém estas estão ligadas pela disjuntiva “ou”, 
podendo haver duas ou mais opções. O devedor se desonera com o 
cumprimento de qualquer uma das prestações. 
b) Errado. Conforme o art. 410, CC, quando se estipular a cláusula penal 
para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em 
alternativa a benefício do credor (e não do devedor, como na afirmativa). 
c) Errado. Aliás, a alternativa está bem errada. O inadimplemento (não 
cumprimento da obrigação) pode ser de duas espécies: Absoluto ou Relativo. 
Somente neste último caso haverá a mora (arts. 394/401, CC). Assim, mora é 
o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação. Além disso, a mora 
pode ser do credor (creditoris ou accipiendi) ou do devedor (debitoris ou 
solvendi). 
d) Errado. De fato, o devedor pode purgar (ou emendar) a mora, 
oferecendo ao credor a prestação vencida, acrescida da importância referente 
aos prejuízos decorrentes (art. 401, I, CC). No entanto o credor pode rejeitar 
este pagamento, se a prestação se tornou inútil a ele (art. 395 e seu parágrafo 
único, CC). Neste caso haverá o inadimplemento absoluto (e não simplesmente 
mora). 
e) Errado. O art. 416, CC diz exatamente o contrário: para exigir a pena 
convencional (ou cláusula penal ou multa contratual) não é necessário que o 
credor alegue um eventual prejuízo. 
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QUESTÃO 09 (CESPE/UnB – Juiz de Direito Substituto/PI - 2007) Com 
relação ao Direito das Obrigações, julgue os itens a seguir. 
a) Em se tratando de obrigação alternativa com possibilidade de ser 
atribuído o direito de escolha a mais de uma pessoa, isto é, quando houver 
pluralidade subjetiva sobre a concentração da obrigação, e inexistir 
unanimidade entre os sujeitos na escolha da obrigação prevalecente, deverá 
predominar a vontade da maioria, qualificada pelo valor das respectivas 
quotas-partes. 
b) A obrigação indivisível de responsabilidade de vários devedores, que não 
for paga por culpa de um dos devedores, não perde a qualidade de 
indivisibilidade e todos continuarão a responder pelo cumprimento da 
obrigação e por perdas e danos, pois o objeto dessa obrigação é indivisível e 
cada devedor está obrigado pela dívida toda. 
c) Ocorre a solidariedade quando a totalidade da prestação puder ser 
exigida por qualquer dos credores de qualquer devedor por inteiro, e a 
prestação efetuada pelo devedor a quaisquer deles libera-o em face de todos 
os outros credores. 
d) Havendo solidariedade entre devedores, a interrupção da prescrição em 
relação ao devedor principal atinge ao fiador. 
e) O pagamento de uma obrigação por um terceiro que não tem interesse 
na relação de crédito entre credor e devedor não obriga o devedor a 
ressarcir o terceiro que voluntariamente quitou o seu débito, sem o seu 
consentimento ou com a sua oposição. Assim, esse terceiro não tem o 
direito de reembolsar-se, mas obtém a sub-rogação dos direitos do credor. 
f) O pagamento indevido faz surgir, para aquele que recebeu 
indevidamente, a obrigação de restituir, seja espontaneamente ou por meio 
da ação de repetição de indébito. 
g) Todo aquele que receber dívida condicional antes de cumprida a condição 
fica obrigado a restituí-la. 
COMENTÁRIOS: 
a) Errado. Nas obrigações alternativas, em caso de pluralidade de optantes, 
deve existir uma unanimidade entre eles. Se isto não ocorrer é o Juiz quem irá 
decidir (art. 252, §3o, CC). Não há, nesta hipótese, qualquer previsão legal de 
que “predomina a vontade da maioria”. 
b) Errado. Nos termos do art. 263, CC, perde a qualidade de indivisível a 
obrigação que se resolver em perdas e danos. Se houver culpa de todos os 
devedores, responderão todos por partes iguais. Se for de um só a culpa, 
ficarão exonerados os outros, respondendo pelas perdas e danos apena quem 
deu causa a elas. 
c) Certo. É o que dispõe o art. 264, CC. 
d) Certo. É o que dispõe o art. 204, §3o, CC. 
e) Errado. Na realidade a afirmação está invertida. Nos termos do art. 305, 
CC, o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem 
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direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do 
credor. 
f) Certo. É o que prevê o art. 876, CC: “Todo aquele que recebeu o que lhe 
não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que 
recebe dívida condicional antes de cumprida a condição”. 
g) Certo. O fundamento também é o art. 876, CC. 
QUESTÃO 10 (CESPE/UnB – Procurador do Estado do Ceará - 2008) 
Acerca do Direito das Obrigações, julgue os itens a seguir. 
a) Em um contrato em que as partes estipularam cláusula penal para o caso 
de descumprimento total ou do retardamento da obrigação, se ocorrer o 
inadimplemento, o credor pode, ao recorrer às vias judiciais, exigir o 
recebimento da multa e o cumprimento da obrigação. 
b) Nas obrigações de dar coisa incerta, se a coisa a ser entregue ainda não 
tiver sido individualizada e se ocorrer perda ou deterioração da coisa, o 
devedor pode exonerar-se da obrigação, quando essa perda ou deterioração 
tenha se dado por caso fortuito ou força maior. 
c) Tratando-se de obrigação de dar coisa certa e incerta ou de dívida fiscal, 
sendo duas pessoas reciprocamente credora e devedora, as duas obrigações 
se extinguem, até onde se compensarem e independentemente da vontade 
do credor, se as dívidas se originarem da mesma causa. 
d) Novação é a extinção de uma obrigação mediante a constituição de nova 
obrigação, que substitui a anterior. Se a obrigação é solidária, a novação 
celebrada entre o credor e apenas um dos devedores exonera os demais, de 
modo que somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação 
remanescem as garantias do crédito novado. 
COMENTÁRIOS: 
a) Errado. No caso de não cumprimento de obrigação em que há cláusula 
penal (multa contratual) o credor, nos termos do art. 410, CC, pode exigir o 
recebimento da multa ou o cumprimento da obrigação. Trata de uma situação 
alternativa (e não cumulativa como na afirmação). 
b) Errado. Segundo o art. 246, CC, nas obrigações de dar coisa incerta, 
antesda individualização da coisa, o devedor não pode alegar perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
c) Errado. Inicialmente porque a compensação somente se efetua entre 
dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Portanto, as obrigações de dar 
coisa incerta não podem ser compensadas. Além disso, o art. 374, CC, que 
permitia a compensação das dívidas fiscais, foi revogado pela Lei n° 
10.677/03. 
d) Certo. A afirmação fornece o conceito de novação e completa com o 
disposto no art. 365, CC. 
QUESTÃO 11 (CESPE/UnB – Advogado da União – AGU/2006) Acerca 
do Direito das Obrigações, julgue os itens subsequentes. 
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a) Quando o devedor contrai com o credor nova obrigação, visando extinguir 
e substituir a anterior, ainda que a obrigação seja nula, prescrita ou extinta, 
verifica-se a novação. Da mesma forma, verifica-se novação se surgir novo 
devedor, sucessor do anterior, hipótese em que este fica desobrigado, 
transmitindo ao novo devedor a obrigação pela qual, até então, era o 
responsável. 
b) O inadimplemento de uma obrigação indivisível, com pluralidade de 
devedores, converte-a em perdas e danos, dando lugar à indenização, em 
dinheiro, dos prejuízos causados ao credor, o que torna a obrigação 
divisível. Ainda que apenas um dos devedores seja culpado pela 
inadimplência, todos os demais responderão, em partes iguais, pela quitação 
de suas quotas na dívida, acrescidas das perdas e danos em decorrência do 
inadimplemento da obrigação. 
c) Ocorre a solidariedade passiva quando, em determinada obrigação, 
concorre uma pluralidade de devedores, cada um deles obrigado ao 
pagamento de toda a dívida. Portanto, o credor tem direito a exigir e receber 
integralmente a dívida comum de qualquer dos devedores. Se o credor 
demandar apenas um dos devedores, cobrando-lhe a parte dele na dívida, 
acarretará a extinção da solidariedade passiva e o restante do débito deverá 
ser cobrado, proporcionalmente, dos demais devedores. 
COMENTÁRIOS: 
a) Errado. O art. 367, CC prevê que não podem ser objeto de novação as 
obrigações nulas ou extintas. 
b) Errado. O simples inadimplemento de uma obrigação indivisível, com 
pluralidade de devedores, não converte automaticamente a obrigação em 
divisível. Mesmo tendo ocorrido a inadimplência, pode o credor exigir o 
cumprimento integral da obrigação. No entanto, se esta se tornar de 
impossível cumprimento, aí sim a obrigação se resolverá em perdas e danos, 
perdendo sua qualidade de indivisível, nos termos do art. 263, caput, do CC. 
Além disso, a segunda parte da afirmação está completamente errada, pois o 
próprio §2o do citado dispositivo determina que se a culpa for só de um dos 
devedores, os demais ficarão desobrigados, e somente o culpado responderá 
pelas perdas e danos. 
c) Errado. O erro está na última frase da assertiva, pois o parágrafo único 
do art. 275, CC prevê que não importará renúncia da solidariedade a 
propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. 
QUESTÃO 12 (CESPE – UnB - Magistratura – Tocantins 2008) Quanto 
ao direito das obrigações, julgue os itens a seguir. 
a) Quando o devedor for herdeiro do credor e se tratar de herança positiva, 
ocorrerá a confusão, ou seja, a reunião, na mesma pessoa, das qualidades 
de credor e devedor de uma mesma relação obrigacional. 
b) Em uma obrigação solidária, caso a prestação se torne impossível por 
culpa de um dos devedores, a obrigação se converterá em perdas e danos, 
extinguindo-se a solidariedade. Por isso, somente o codevedor culpado 
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responderá pelos encargos decorrentes, seja o de pagar o equivalente em 
dinheiro pela prestação que se impossibilitou, seja o de substituir a coisa 
devida por outra semelhante, seja, ainda, o de ser responsável por perdas e 
danos decorrentes da impossibilidade. 
c) O terceiro não interessado que paga dívida alheia em seu próprio nome 
com consentimento expresso do devedor se sub-roga em todos os direitos 
do credor, não lhe sendo, no entanto, assegurado o direito a reembolsar-se 
do que pagou. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. É o que prescreve os arts. 381 e 382, CC a respeito da confusão. 
b) Errado. Determina o art. 279, CC que, impossibilitando-se a prestação 
por culpa de um dos devedores solidários, subsiste, para todos, o encargo de 
pagar o equivalente. No entanto, em relação às pelas perdas e danos, reponde 
apenas o culpado. 
c) Errado. Se um terceiro não interessado pagar a dívida em seu próprio 
nome, com o consentimento expresso do devedor, ele se sub-roga em todos os 
direitos do credor e ainda tem direito de reembolsar-se daquilo que pagou. É 
este o entendimento que extraímos da leitura dos art. 305 e 306 (a contrário 
senso). 
QUESTÃO 13 (CESPE/UnB – Defensoria Pública-Geral da União/2010) 
– No que se refere ao pagamento, julgue o item a seguir. 
a) O pagamento realizado reiteradamente pelo devedor em local diverso do 
ajustado em contrato é exemplo do que se denomina supressio. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. A expressão doutrinária supressio, significa que um direito não 
exercido durante determinado lapso de tempo (no caso o pagamento no local 
designado pelo contrato) leva a perda deste direito. 
QUESTÃO 14 (CESPE/UnB) No que concerne aos Atos Unilaterais, 
julgue os itens a seguir. 
a) O gestor de negócios alheios age voluntariamente no interesse do dono 
do negócio e de acordo com a vontade declarada e expressa deste; além 
disso, este será obrigado a indenizar os prejuízos sofridos pelo gestor, além 
das despesas úteis e necessárias realizadas. 
b) Aquele que estipula uma gratificação pela prestação de determinado 
serviço anunciado publicamente e dirigido a todos fica obrigado a cumprir a 
recompensa a todas as pessoas que executarem a ação recompensável da 
maneira por ele esperada. 
COMENTÁRIOS: 
a) Errado. O erro é muito sutil. Nos termos do art. 861, CC, aquele que, 
sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-
lo-á segundo o interesse e a vontade presumível (e não declarada e expressa 
como na afirmação) de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com 
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que tratar. A outra afirmação está correta, pois o art. 869, CC prevê que se o 
negócio for utilmente administrado, cumprirá ao dono as obrigações contraídas 
em seu nome, reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis que 
houver feito, com os juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda 
pelos prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão. 
b) Errado. Na promessa de recompensa, se mais de uma pessoa realizar a 
tarefa, somente terá direito de receber o que primeiro executou. Vejamos dois 
artigos do Código Civil a respeito: a) art. 854: aquele que, por anúncios 
públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa 
condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o 
prometido; b) art. 857: se o ato contemplado na promessa for praticado por 
mais de um indivíduo, terá direito à recompensa o que primeiro o executou. 
QUESTÃO 15 (CESPE/UnB – ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 
2010) Julgue os itens a seguir, relativos às obrigações. 
a) Denomina-se concentração do débito a operação que converte a 
obrigação genérica em determinada. 
b) Doutrinariamente, é possível estabelecer distinção entre obrigações 
genéricas (dar coisa incerta) e alternativas. 
c) A obrigação de darcoisa incerta apresenta um estado de indeterminação 
transitório. 
d) No caso de a execução recair sobre coisas incertas, cabendo a escolha ao 
credor, é necessário que o devedor seja citado para entregá-las 
individualizadas. 
COMENTÁRIOS: 
a) Certo. Com a concentração (que se exterioriza pela pesagem, medição, 
contagem, etc.) a obrigação, que inicialmente era incerta ou genérica (indicada 
apenas pelo gênero e pela quantidade), passa a ser determinada (coisa certa), 
havendo a individualização da prestação. 
b) Certo. Vejamos as semelhanças e diferenças entre a obrigação genérica 
(dar coisa incerta) e a obrigação alternativa. Semelhanças: a) a prestação de 
ambas é indeterminada, embora determinável; b) em ambas haverá escolha, 
ou seja, o momento da concentração; c) com a concentração há a 
individualização da prestação. Diferenças: na obrigação de dar coisa incerta o 
objeto é um só, indicado pelo gênero e pela quantidade. Já na obrigação 
alternativa há indicação de vários objetos determinados, não havendo 
indicação pelo gênero e quantidade. 
c) Certo. O art. 245, CC determina que cientificado o credor da escolha 
“vigorará o disposto na seção antecedente”, sendo que esta se refere à 
obrigação de dar coisa certa. 
d) Errado. Trata-se de questão de Direito Processual Civil que não costuma 
cair nas provas quando não se exige este ponto no edital. Segundo o art. 629 
do CPC, “quando a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero e 
quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se lhe 
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couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na 
petição inicial”. 
TESTES DE OUTRAS BANCAS EXAMINADORAS 
01) (OAB/RS – 2005) Em relação ao Direito das Obrigações, assinale a 
assertiva CORRETA. 
a) não há distinção entre obrigação de dar e obrigação de restituir. 
b) em hipótese alguma poderá o credor pleitear a cobrança da dívida antes do 
vencimento. 
c) em princípio o pagamento ocorre no domicílio do credor. 
d) o pagamento de dívidas em dinheiro regula-se com as exceções previstas 
em lei, pelo princípio do nominalismo. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “d”. Segundo o art. 315, CC as 
dívidas em dinheiro devem ser pagas no vencimento, em moeda corrente e 
pelo valor nominal (princípio do nominalismo), salvo as exceções previstas em 
lei. Portanto o único meio de pagamento de aceitação obrigatória é a moeda 
corrente nacional. Por tal motivo, outros meios de pagamento (cheque, cartão 
de crédito ou débito) são facultativos, podendo o fornecedor optar em não 
recebê-los. No entanto, a doutrina e a jurisprudência costumam afirmar que se 
o fornecedor aceita que o pagamento seja feito em cheque (que é uma ordem 
de pagamento à vista), não pode de forma arbitrária e unilateral condicionar a 
aceitação deste cheque ao tempo de existência da conta bancária. Não haveria 
amparo legal nesta exigência. Devemos recordar, também, que o art. 318, CC 
considera nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda 
estrangeira, excetuados os casos previstos em legislação especial. A letra “a” 
está errada, pois embora se aplique a ambas regime jurídico semelhante, 
enquanto na obrigação de dar a pessoa se compromete a entregar a coisa (o 
credor ainda não tinha a posse), a obrigação de restituir se caracteriza por 
envolver uma devolução da coisa (o credor tinha a posse, entregou ao devedor 
e agora este precisa devolver a coisa – ex: terminada uma locação ou um 
comodato a pessoa deve restituir, devolver a coisa). A letra “b” está errada. O 
art. 333, CC enumera diversas hipóteses em que o credor pode cobrar a dívida 
antes de vencido o prazo (ex: em caso de falência do devedor). A letra “c” está 
errada, pois em princípio o pagamento é efetuado no domicílio do devedor 
(quérable), salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário 
resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias (art. 327, CC). 
02) (Ministério Público do Trabalho – 2008) Analise as assertivas 
abaixo quanto à obrigação de dar coisa certa: 
I – Ocorrendo a venda de determinado barco pesqueiro, estarão abrangidos 
no negócio, ainda que não mencionados, as redes de pesca, salva-vidas e 
sinalizadores. 
II – Determinado automóvel, estacionado regularmente em local 
apropriado, foi abalroado dois dias antes de ser entregue ao comprador, 
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que o havia adquirido anteriormente, e sofreu perda total. Neste caso, 
extingue-se a obrigação, devendo o devedor devolver o valor 
antecipadamente recebido, atualizado monetariamente. 
III – Determinada motocicleta, estacionada regularmente em local 
apropriado, foi abalroada dois dias antes de ser entregue ao comprador, 
que a havia adquirido anteriormente, e sofreu perda apenas parcial. Neste 
caso, o credor deverá receber a referida motocicleta, no estado em que se 
encontra, abatida do preço do valor da perda. 
Analisando as asserções acima, pode-se afirmar que: 
a) apenas a de número I está incorreta. 
b) apenas a de número II está incorreta. 
c) apenas a de número III está incorreta. 
d) todas estão corretas. 
e) não respondida. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “c”. Apenas a de número III 
está incorreta. Observem inicialmente que a letra “e” dá a opção ao candidato 
de não responder a questão. Isto porque neste exame, “uma questão errada 
anula uma certa”. Colocando-se esta alternativa o candidato não acerta... 
porém... também não perde ponto. O item I está correto, pois o art. 233, CC 
prevê que a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios, mesmo que 
não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias 
do caso. O item II está correto, pois o art. 234, CC prevê que se a coisa se 
perder (perda total) sem culpa do devedor, antes da tradição, fica resolvida 
(extingue-se) a obrigação para ambas as partes. Tudo volta como era antes. 
Se uma das partes já havia recebido algo, deve devolver o valor corrigido 
monetariamente. O item também III está errado. Nos termos do art. 235, CC, 
deteriorada a coisa (perda parcial) o credor possui duas opções: aceita a coisa 
abatendo-se de seu preço o que se perdeu ou resolve a obrigação. Na 
realidade a expressão “deverá” da afirmativa é que está errada. 
03) (FCC - Tribunal Regional Federal – 4a Região RS/SC/PR – Analista 
Judiciário – 2007) A respeito das Obrigações, considere: 
I – Nas obrigações de dar coisa certa, os frutos percebidos são do devedor, 
cabendo ao credor os pendentes. 
II – Nas obrigações de dar coisa incerta antes da escolha, não poderá o 
devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior 
ou caso fortuito. 
III – Nas obrigações de fazer, se a prestação do fato tornar-se impossível 
sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação. 
IV – Em regra, nas obrigações de dar coisa incerta determinadas pelo 
gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao credor. 
De acordo com o Código Civil brasileiro, está CORRETO o que consta 
APENAS em: 
a) I, II e IV. 
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b) I e III. 
c) II, III e IV. 
d) III e IV. 
e) I, II e III. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “e”. Estão corretas a afirmações 
I, II e III. A afirmativa I está correta. Na obrigação de dar coisa certa o 
devedor se obriga a entregar um determinado objeto perfeitamente 
individualizado. Como regra abrange os acessórios. Segundo o parágrafo único 
do art. 237, CC os frutos percebidos são do devedor,cabendo ao credor os 
pendentes. Recordando (da aula sobre bens), que frutos percebidos são os que 
já foram colhidos e, portanto, separados da coisa principal; já os frutos 
pendentes são os que ainda estão ligados à coisa que os produziu. A afirmação 
II está correta. Obrigação de dar coisa incerta é aquela em que o objeto ainda 
não está individualizado. Ele é indicado de forma genérica no início da 
obrigação. Deve ser indicada, ao menos pelo gênero e quantidade, no entanto 
falta determinar a qualidade. Segundo o art. 246, CC, nas obrigações de dar 
coisa incerta, antes da escolha não poderá o devedor alegar perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. A afirmação 
III também está correta. Obrigação de fazer consiste na prestação de um 
serviço ou ato positivo do devedor. A impossibilidade do devedor de cumprir a 
obrigação de fazer, bem como a recusa em executá-la, acarretam o 
inadimplemento contratual (que significa o não cumprimento do contrato). Se 
o próprio devedor criou a impossibilidade, responderá ele por perdas e danos. 
Se não houver culpa (força maior ou caso fortuito) resolve-se (extingue-se) a 
obrigação sem indenização. A afirmativa IV está errada, pois na obrigação de 
dar coisa incerta, segundo o art. 244, CC a escolha pertence em regra ao 
devedor (se o contrário não resultar do título da obrigação). Recordando que o 
devedor não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
04) (OAB/SP – 2007) Devedor de coisa indicada apenas pelo gênero e 
quantidade: 
a) não pode alegar sua perda ou deterioração, ainda que por caso fortuito ou 
força maior, antes da escolha. 
b) tem a obrigação de escolher a coisa oferecida pelo credor, não se 
admitindo disposição contrária entre as partes. 
c) fica liberado da obrigação se provar que a coisa se perdeu sem culpa sua. 
d) a escolha, em regra, pertence ao credor, mas o contrato pode dispor de 
forma diferente. 
e) nenhuma das alternativas é correta. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. A questão está tratando 
sobre a obrigação de dar coisa incerta. O art. 243, CC determina que a coisa 
incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade. Já o art. 246, CC 
prevê que antes da escolha o devedor não poderá alegar perda ou destruição 
da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. Por este mesmo motivo a 
letra “c” está errada, ou seja, mesmo que não haja culpa, o devedor não ficará 
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liberado da obrigação se ainda não foi feita a escolha. As letras “b” e “d” estão 
erradas, pois o art. 244, CC prevê que na obrigação da dar coisa incerta a 
escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da 
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a prestar a 
melhor. 
05) (Magistratura do Trabalho – 2a Região/SP – 2002) Proposições 
sobre a obrigação de dar coisa incerta 
I – É identificada, pelo menos, pela espécie e pela quantidade. 
II – A escolha pertence ao credor, salvo disposição em contrário. 
III – Pertencendo a escolha ao credor, este poderá, dentre as opções, 
escolher as melhores coisas. 
IV – Depois da escolha feita pelo credor o devedor, o devedor não poderá 
alegar a deterioração ou perda da coisa por força maior. 
Identifique a alternativa correta. 
a) somente estão corretas: I e II. 
b) somente estão corretas: II e III. 
c) somente estão corretas: I e IV. 
d) todas estão erradas. 
e) todas estão corretas. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “d”. Todas as afirmações estão 
erradas. O item I está errado. O erro é sutil, pois o art. 243, CC prevê que a 
coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero (e não espécie como 
afirmado) e pela quantidade. O item II está errado, pois nas obrigações de dar 
coisa incerta a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do 
título da obrigação (art. 244, CC). O item III está errado, pois o devedor não 
poderá dar a coisa pior, sem será obrigado a prestar a melhor (a contrário 
senso, não pode o credor escolher a melhor). O item IV também está errado. 
O art. 246, CC determina que antes da escolha o devedor não poderá alegar a 
deterioração ou perda da coisa, ainda que por força maior e caso fortuito. No 
entanto o art. 245, CC prevê que após a escolha, vigoram as disposições da 
obrigação de dar a coisa certa. E esta admite a possibilidade de perda ou 
deterioração da coisa (arts. 238 a 240, CC). 
06) (CESPE – OAB/SP 2008) Constitui obrigação de fazer 
materialmente infungível aquela que: 
a) recai sobre prestação certa. 
b) não admite substituição da pessoa do devedor por outrem, em decorrência 
da natureza da obrigação, do contrato ou das circunstâncias da situação 
concreta. 
c) pode ser realizado por terceira pessoa. 
d) seja referente a coisas ainda não individualizadas, porque designadas 
apenas pelo gênero a que pertencem e à sua quantidade, com indicação de 
seu peso, qualidade ou de sua medida. 
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e) qualquer um dos credores pode exigir a prestação integral, ainda que 
tenha sido por algum deles remetida uma parte. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “b”. A obrigação de fazer 
consiste na prestação de uma atividade (prestação de um serviço ou execução 
de uma tarefa) positiva (material ou imaterial) e lícita do devedor (ex: trabalho 
manual, intelectual, científico ou artístico, etc.). Também é chamada de 
obrigação de prestação de fato. Ela pode ser fungível, onde a prestação do 
ato pode ser realizada pelo devedor ou por terceira pessoa (ex: obrigação de 
pintar um muro) ou infungível (intuitu personae), onde a prestação só pode 
ser executada pelo próprio devedor ante a natureza da prestação (aptidões ou 
qualidades especiais do devedor), as circunstâncias da situação concreta ou 
disposição contratual; não há a possibilidade de substituição da pessoa que irá 
cumprir a obrigação, pois esta pessoa, contratualmente falando, é 
insubstituível. Ex: contrato um artista famoso para pintar um quadro; ou um 
cirurgião especialista para realizar uma operação, etc. A letra “a” trata da 
obrigação de dar coisa certa; a letra “c” trata da obrigação de fazer fungível e 
a letra “d” trata da obrigação de dar coisa incerta. A letra “e” trata da 
solidariedade ativa. 
07) (Magistratura do Trabalho – 2a Região/SP – 2002) Leias as 
seguintes proposições sobre a obrigação de fazer: 
I – Pode ser pessoalmente fungível ou infungível. 
II – A realização da escritura pública, após a quitação de um imóvel é uma 
obrigação de fazer. 
III – Se o devedor se recusar à prestação, a obrigação poderá ser satisfeita 
por um terceiro, quando a pessoalidade seja da essência do pacto. 
IV – Se a prestação tornar-se impossível sem culpa do devedor, a 
obrigação fica resolvida. 
Agora identifique a alternativa CORRETA. 
a) somente estão corretas: I e II. 
b) somente estão corretas: I, II e III. 
c) somente estão corretas: I e IV. 
d) somente estão corretas: I, III e IV. 
e) somente estão corretas: I, II e IV. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “e”. Estão corretas as 
afirmações I, II e IV. As afirmações I e II estão corretas, como vimos na 
questão anterior. A afirmação III está errada, pois se a pessoalidade for a 
essência do pacto, estamos diante de uma obrigação de fazer infungível ou 
intuitu personae e por este motivo, não se admite que uma terceira pessoa 
cumpra a obrigação. A afirmação IV está correta nos termos do art. 248, CC. 
08) (Magistratura do Trabalho – 3a Região/MG) Assinale a alternativa 
INCORRETA: 
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a) nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao credor da obrigação de dar coisa incerta, se o contrário não 
resultar do título da obrigação. 
b) nas obrigações de dar coisa certa, até a tradição, pertence ao devedor a 
coisa, com seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir 
aumento de preço. Também os frutos percebidos são do devedor, cabendo 
ao credor os pendentes. 
c) nas obrigações de dar coisa certa, deteriorada a coisa, não sendo o 
devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar a coisa, 
abatido de seu preço o valor que perdeu. 
d) nas obrigações de dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o 
devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior, 
ou caso fortuito. 
e) nas obrigações de fazer, se fato puder ser executado por terceiro, será 
livre ao credor mandá-lo executar a custa do devedor da obrigação de fazer, 
havendo recusa ou mora deste, ou pedir indenização por perdas e danos. 
COMENTÁRIOS. Alternativa incorreta: letra “a”. Nas obrigações de dar 
coisa incerta (art. 243, CC) a escolha pertence ao devedor (e não ao credor), 
salvo se o contrário não for estipulado pelas partes no contrato. As demais 
alternativas estão corretas: letra “b” (art. 237 e seu parágrafo único, CC); 
letra “c” (art. 235, CC); letra “d” (art. 246, CC). Finalmente a letra “e” está 
correta, pois trata da obrigação de fazer fungível (art. 249, CC). 
09) (Analista Judiciário – TRT 15a Região – Campinas - FCC) Nas 
obrigações de não fazer, se o devedor praticar o ato que deveria se 
abster, o credor: 
a) pode exigir dele que o desfaça, exclusivamente sob pena de arcar com 
perdas e danos. 
b) não pode exigir dele que o desfaça, mas poderá pleitear o ressarcimento 
por perdas e danos. 
c) pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, mas 
não cabe ressarcimento por perdas e danos. 
d) não pode exigir dele que o desfaça, podendo exigir apenas que não volte 
a praticar o ato, sob pena de arcar com perdas e danos. 
e) pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado por perdas e danos. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “e”. É o que dispõe o art. 251, 
CC. 
10) Abel compromete-se com José a construir-lhe uma piscina ou a 
pagar-lhe quantia equivalente ao seu valor, liberando-se do vínculo 
obrigacional se realizar qualquer uma dessas prestações. Trata-se de 
uma obrigação: 
a) cumulativa. 
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b) solidária. 
c) alternativa. 
d) conjuntiva. 
e) condicional. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “c”. A obrigação é alternativa 
(também chamada de disjuntiva), nos termos do art. 252, CC. Quando há duas 
ou mais prestações, libera-se o devedor com o cumprimento de uma delas. 
Será cumulativa (ou conjuntiva), quando há mais de uma prestação, 
liberando-se o devedor somente com o cumprimento de todas. Note que o 
examinador colocou em uma das alternativas a palavra cumulativa e em outra 
a palavra conjuntiva. Elas são sinônimas. Logo ambas devem ser descartadas. 
Na obrigação solidária temos uma pluralidade de pessoas (e não de objetos 
como na hipótese). Condicional é a obrigação que contém uma cláusula que 
subordina seu efeito a evento futuro e incerto (também está errada). 
11) (Magistratura do Trabalho 3a Região/MG – 2003) Sobre o tema 
obrigações, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) enquanto alguns dos credores solidários não demandar o devedor comum, 
a qualquer deles daqueles poderá este pagar. 
b) na solidariedade passiva, o pagamento parcial feito por um dos devedores 
e a remissão por ele obtida, não aproveitam aos demais devedores, senão até 
a concorrência da quantia paga ou relevada. 
c) nas obrigações alternativas se uma das prestações não puder ser objeto de 
obrigação, ou se tornar inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. 
d) nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não 
se estipulou. 
e) havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação 
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, 
quantos os credores ou devedores. 
COMENTÁRIOS. Alternativa incorreta: letra “d”. Na realidade, nas 
obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se 
estipulou. A letra “a” está correta, pois é o texto do art. 268, CC. A letra “b” 
está correta nos termos do art. 277, CC. A letra “c” está correta, nos termos 
do art. 253, CC. A letra “e” está correta nos termos do art. 257, CC. 
12) "A" deve pagar a "B" R$ 200.000,00 ou entregar-lhe um imóvel 
situado na praia. No entanto esse imóvel foi desapropriado, tornando 
impossível o cumprimento desta obrigação. No caso: 
a) o credor poderá exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com 
perdas e danos. 
b) o negócio será válido somente quanto à prestação restante, aplicando-se a 
tese da redução do objeto, posto que nas obrigações alternativas, uma das 
prestações tornando-se impossível, deve ser cumprida a outra. 
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c) a obrigação extinguir-se-á, liberando-se ambas as partes de toda e 
qualquer obrigação, sem perdas e danos, pois “A” não teve culpa no fato da 
desapropriação do imóvel. 
d) o devedor fica obrigado a pagar o valor do imóvel, acrescido das perdas e 
danos. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “b”. Trata-se de obrigação 
alternativa. Ocorrendo a impossibilidade material ou jurídica de uma das 
prestações, deve ser aplicada a tese da redução do objeto prevista no art. 253, 
CC, permanecendo válida a obrigação com relação à prestação remanescente, 
no caso concreto, o pagamento em dinheiro. Na obrigação alternativa tenho 
duas (ou mais) opções. Lembrem-se que a opção, como regra, pertence ao 
devedor (se o contrário não foi estipulado no contrato). Se uma não puder ser 
realizada, devo cumprir a outra. Vamos aprofundar o tema... E se nenhuma 
delas puder ser realizada? Se não houver culpa, extingue-se a obrigação. 
Havendo culpa do devedor e cabia a ele a escolha, ficará obrigado a pagar o 
valor da que por último se impossibilitou, mais perdas e danos. Se a escolha 
era do credor este pode exigir o valor de qualquer uma delas (mais perdas e 
danos). 
13) “A” e “B” obrigaram-se a entregar a “C” e “D” uma vaca 
reprodutora de raça, que fugiu por ter sido deixada aberta a porteira, 
por negligência de “X”, funcionário de “A” e “B”. A vaca não foi 
recuperada. Pode-se dizer que a obrigação é: 
a) indivisível inicialmente, mas que se tornou divisível pela perda do objeto 
da prestação, com responsabilidade objetiva dos devedores “A” e “B”, pela 
culpa de “X”, seu funcionário. 
b) solidária, com responsabilidade dos devedores “A” e “B”, por culpa de seu 
funcionário, ante a perda do objeto da obrigação. 
c) inicialmente indivisível, tornando-se divisível com o perecimento do objeto, 
sem culpa dos devedores “A” e “B” e, portanto, sem a responsabilidade 
destes, mas com responsabilidade total de “X” ante sua culpa. 
d) divisível desde o início, pois a vaca tem um valor que poderia ser dividido 
pelos sócios “A” e “B”; com o perecimento do objeto da prestação, respondem 
objetivamente “A” e “B” pela culpa de seu empregado “X”. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. É uma questão capciosa. A 
obrigação é indivisível, pois a prestação (no caso, a vaca), não pode ser 
dividida no momento de sua entrega (coisa fisicamente indivisível). Contudo, 
caso a obrigação se resolva em perdas e danos (dinheiro),perde a qualidade 
de indivisível, passando a dever, cada um dos devedores, somente a sua 
quota-parte, conforme prescreve o art. 263, CC. O grande cuidado que se deve 
tomar nesta questão é não confundir Obrigação Indivisível com a Solidária. No 
caso não se trata de obrigação solidária! E por quê? Porque a questão nada 
fala sobre isso! Nós vimos que a solidariedade não se presume. Ela deve ser 
sempre expressa no contrato ou na lei. Como a questão nada fala sobre o 
tema, ela não pode ser presumida. Observem as próximas questões que 
também abordam esse tema. Além do mais, no caso de solidariedade, se a 
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prestação fosse convertida em perdas e danos, a solidariedade continuaria 
(seja ativa ou passiva – art. 271, CC). Continuando o teste... A vaca fugiu por 
“culpa” (a negligência é uma modalidade de culpa) de “X”; logo sua 
responsabilidade é subjetiva. No entanto, por ser ele empregado de “A” e “B”, 
estes respondem objetivamente (ou seja, independentemente de culpa), 
segundo os artigos 932, inciso III e 933 do CC (sobre este tema revejam a 
aula sobre responsabilidade – atos ilícitos). 
14) A respeito das obrigações solidárias é CORRETO afirmar: 
a) havendo solidariedade ativa, não se admite pagamento parcial do débito. 
b) solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
c) se a prestação converter-se em perdas e danos, extingue-se a 
solidariedade. 
d) o julgamento contrário a um dos credores solidários atinge os demais. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “b”. Há solidariedade quando na 
mesma obrigação concorre mais de um credor (solidariedade ativa) ou mais de 
um devedor (solidariedade passiva), ou de ambos (mista ou recíproca), sendo 
que cada tem direito ou é obrigado pela dívida inteira. Nos termos do art. 265, 
CC, a solidariedade não se presume; ela resulta da lei ou da vontade das 
partes. Pode haver o pagamento parcial do débito, por um dos devedores, sem 
extinguir a solidariedade (letra “a” errada – art. 269, CC). Na solidariedade, no 
caso de impossibilidade de cumprimento da obrigação, caso a prestação seja 
convertida em perdas e danos, a solidariedade continua (seja ativa ou passiva 
– art. 271, CC). Além disso, o julgamento contrário a um dos credores 
solidários não atinge os demais (letra “d” errada); porém o julgamento 
favorável, em regra aproveita aos demais (art. 274, CC). 
15) Nas hipóteses de pluralidade de devedores solidariamente 
responsáveis pelo pagamento da mesma dívida: 
a) o credor pode exigir de qualquer um o cumprimento de toda a prestação, 
mas, optando por cobrar a dívida integral de apenas um deles, perde o direito 
de exigi-la dos demais. 
b) a remissão concedida em favor de um codevedor não afasta a 
solidariedade em relação aos demais, mas implica a correspondente redução 
da dívida. 
c) o codevedor demandado somente pode opor ao credor as exceções que 
lhes são pessoais e as que forem peculiares a outro codevedor. 
d) o codevedor que satisfaz integralmente a dívida tem direito de regresso 
em face dos demais, que permanecem solidariamente responsáveis em 
relação a ele pela importância paga a maior. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “b”. Não devem ser confundidos 
os institutos da renúncia da solidariedade com o da remissão (que significa 
perdão) da dívida. Concedida a remissão a favor de um dos codevedores, os 
outros permaneceram solidariamente responsáveis pelo restante da dívida, 
abatido o quantum perdoado, por força da disposição contida no art. 277, CC. 
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Portanto, havendo o perdão a um devedor, a solidariedade continua em 
relação aos demais, mas com a redução da dívida. A letra “a” está errada, pois 
se o credor cobrar a dívida de um deles, continua com o direito de exigir a 
dívida dos demais (até que a dívida toda seja paga); é o que diz o art. 275, 
parágrafo único do CC. A letra “c” também está errada, pois o credor não pode 
opor (alegar) as exceções (meios de defesa) que sejam inerentes a outro 
devedor; somente as suas (art. 281, CC). Quando um codevedor paga a 
dívida, tem direito de regresso em relação aos outros codevedores. No entanto 
extingue a solidariedade neste momento; ou seja, ele só pode exigir dos 
demais a quota-parte de cada um (letra “d” errada – art. 283, CC). 
16) "A", "B" e "C" são devedores solidários de "D" (credor) pela 
quantia de R$ 60.000,00. "D" renuncia à solidariedade em favor de 
"A". Com isso: 
a) "D" continua com o direito de exigir de "A" o valor de R$ 20.000,00, mas 
não poderá exigir dele nada acima deste valor. "B" e "C" continuarão a 
responder solidariamente por R$ 40.000,00, abatendo da dívida inicial de R$ 
60.000,00 a quota de "A". Assim os R$ 20.000,00 restantes só poderão ser 
reclamados daquele que se beneficiou com a renúncia da solidariedade. 
b) "D" pode cobrar de "A" uma prestação acima de R$ 20.000,00; "B" e "C" 
responderão solidariamente pelos R$ 60.000,00. 
c) "D" perde o direito de exigir de "A" prestação acima de sua parte no débito 
e "B" e "C" continuarão respondendo solidariamente pelos R$ 60.000,00. 
d) "A", "B" e "C" passarão a responder, ante a renúncia da solidariedade, 
apenas por sua parte no débito, ou seja, cada um deverá pagar a "D" R$ 
20.000,00. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. Esta alternativa está exata 
e completa. A renúncia da solidariedade pode ser total (a favor de todos), ou 
parcial (a favor de um ou alguns). Na parcial, os devedores beneficiados 
ficarão responsáveis apenas pelas suas quotas-parte, e os demais continuarão 
solidários entre si, pelo restante da dívida, abatido a parte dos credores 
beneficiados, nos termos do art. 282 e do seu parágrafo único do CC (“O 
credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos 
os devedores. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores 
subsistirá a dos demais”). Observem que a questão foi capciosa, pois “D” 
renunciou à solidariedade em relação a “A”, mas não renunciou a dívida 
(reforço: renunciou à solidariedade, mas não a dívida). Portanto “A” continua 
como devedor e pode ser cobrado, mas só pela importância de R$ 20.000,00. 
Já os demais continuam solidariamente responsáveis pelo restante da dívida, 
ou seja, R$ 40.000,00. 
17) (Analista Judiciário – TRT 13a Região/PB – 2005 – FCC) No Direito 
das Obrigações, observa-se que na solidariedade passiva: 
a) a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores 
importará em renúncia dessa solidariedade. 
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b) impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, 
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, bem como perdas e 
danos. 
c) todos os devedores respondem pelos juros de mora, ainda que a ação 
tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros 
pela obrigação acrescida. 
d) o credor não poderá renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns 
ou de todos os devedores. 
e) o devedor demandado pode opor as exceções que lhes forem pessoais e as 
comuns a todos, aproveitando-lhe as exceções pessoais a outro codevedor. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “c”. Trata-se do texto literal do 
art. 280, CC. A letra “a” está errada, pois o parágrafo único do art. 275, CC 
estabelece que não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação 
pelo credor contra um ou alguns dos devedores. A letra “b” está errada, pois o 
art. 279, CC prevê que impossibilitando-sea prestação por culpa de um dos 
devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; 
mas pelas perdas e danos só responde o culpado. A alternativa “d” está 
errada, pois o art. 282, CC dispõe que o credor pode renunciar à solidariedade 
em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Finalmente a alternativa 
“e” está errada, pois o art. 281, CC dispõe que o devedor demandado pode 
opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não 
lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor. 
18) (Analista Judiciário – TRT 4a Região/RS – 2006 – FCC) De acordo 
com o Código Civil brasileiro, nas obrigações em que há solidariedade 
ativa, 
a) em regra, convertendo-se a prestação em perdas e danos, não subsistirá 
mais, para todos os efeitos, a solidariedade. 
b) enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor 
comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. 
c) o pagamento feito a um dos credores solidários não extingue a dívida, por 
expressa vedação legal, tendo em vista a solidariedade existente. 
d) a um dos credores solidários pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros. 
e) Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes 
terá direito a exigir e receber o crédito integralmente, pois a solidariedade se 
transmite aos herdeiros. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “b”. Trata-se da previsão exata 
do art. 268, CC. A letra “a” está errada, pois o art. 271, CC prevê que 
convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade. A alternativa “c” está errada, pois o art. 269 prevê que 
o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o 
montante do que foi pago. A letra “d” está errada, pois o art. 273, CC prevê 
que a um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções 
pessoais oponíveis aos outros. Finalmente a letra “e” está errada, pois o art. 
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276, CC prevê que se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, 
cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que 
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
19) (OAB/SP) Segundo a legislação civil, o adquirente do imóvel em 
condomínio edilício responde pelos débitos condominiais, ainda que 
anteriores à data de sua aquisição. Nesse contexto, a referida 
obrigação denomina-se: 
a) obrigação natural. 
b) obrigação a termo. 
c) obrigação com ônus pessoal. 
d) obrigação propter rem ou híbrida. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “d” – Obrigação propter rem. 
São obrigações híbridas, ou seja, parte direito real, parte direito pessoal. Elas 
recaem sobre uma pessoa (daí ser um direito pessoal), mas por força de um 
direito real (como por exemplo, a propriedade). 
20) A obrigação natural: 
a) é instituto exclusivamente previsto no Direito de Família, pois diz respeito 
à obrigação de prestar alimentos, natural em uma relação de parentesco. 
b) trata-se de uma obrigação em que não há obrigatoriedade legal de ser 
saldada, por isso, caso haja o pagamento, quem pagou pode solicitar a 
devolução da quantia paga. 
c) não está prevista expressamente no Código Civil, não havendo exemplos 
práticos de sua aplicabilidade. 
d) são obrigações híbridas, ou seja, parte de direito real, parte de direito 
pessoal. 
e) é aquela em que o credor não pode requerer em juízo o seu direito, sendo 
desprovida de exigibilidade, pois não há ação específica para tanto, faltando-
lhe a garantia. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “e”. Obrigações Naturais 
(também chamadas de imperfeitas ou incompletas) são aquelas em que o 
credor não pode exigir judicialmente a prestação do devedor; não há direito de 
ação para isso, por lhe faltar a sanção. No entanto, em caso de pagamento por 
parte do devedor capaz, é considerado válido e irretratável. O exemplo prático 
mais comum é o previsto no art. 814, CC (do jogo e apostas): “As dívidas de 
jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a 
quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o 
perdente é menor ou interdito”. 
21) O PAGAMENTO: 
a) só pode ser feito pelo devedor. 
b) só pode ser feito pelo devedor ou por terceiro interessado. 
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c) pode ser feito mesmo por terceiro não interessado, se o fizer em nome e à 
conta do devedor, salvo oposição deste. 
d) só pode ser feito pelo devedor, seu representante ou sucessor. 
COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “c”. Nos termos dos arts. 304 e 
305, CC, o pagamento da dívida pode ser feito pelo próprio devedor, por 
terceiro interessado (aquele que tem um interesse jurídico no cumprimento da 
obrigação - ex: o fiador), ou até mesmo por terceiro não interessado (aquele 
que tem mero interesse moral e não pode ser constrangido ao cumprimento da 
obrigação - ex: o pai, um amigo, a namorada, etc.). Na realidade o que está 
errado nas demais alternativas é o “só”. 
22) (OAB/RS – 2006) Com relação ao pagamento, assinale a assertiva 
INCORRETA. 
a) a quitação sempre poderá ser dada por instrumento particular, ainda que 
dela não constem todos os requisitos legais, se dos seus termos ou 
circunstanciais resultar haver sido paga a dívida. 
b) o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir a renúncia 
do credor relativamente ao previsto no contrato. 
c) o pagamento será feito no domicílio do devedor, podendo as partes 
convencionar diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. 
d) o cumprimento da cláusula do local do pagamento não poderá sofrer 
qualquer exceção. 
COMENTÁRIOS. Alternativa incorreta: letra “d”. O lugar do pagamento é 
definido como aquele do cumprimento da obrigação, que está, em regra, 
indicada no título constitutivo do negócio em face do princípio da liberdade de 
eleição previsto no art. 78, CC (nos contratos escritos, poderão os contratantes 
especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações 
deles resultantes). Assim, conforme previsão do art. 327, CC a regra é que o 
pagamento será efetuado no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza 
da obrigação ou das circunstâncias. Além disso, o parágrafo único deste 
dispositivo, afirma que se forem designados dois ou mais lugares, cabe ao 
credor escolher entre eles. Portanto está incorreto afirmar que a cláusula do 
local do pagamento não sofre qualquer exceção. Por este mesmo fundamento 
a letra “c” está correta. A letra “a” está correta, nos termos do art. 320 e seu 
parágrafo único do CC e a letra “b” também está correta nos termos do art. 
330, CC. 
23) (OAB/SP – 2007 - adaptada) Quanto ao adimplemento das 
obrigações (pagamento), é ERRADO afirmar que: 
a) é válido o pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava sê-lo. 
b) o pagamento não é a única forma de adimplemento prevista no Código. 
DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça 
PROFESSOR – LAURO ESCOBAR 
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 29
c) o pagamento pode ser feito pelo devedor, por qualquer interessado na 
extinção da dívida e também por terceiro não interessado, fazendo-o em 
nome e à conta do devedor ou mesmo em seu próprio nome. 
d) o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, 
ainda que mais valiosa. 
e) o pagamento feito a quem não era o credor, mas aparentava ser, obriga o 
devedor a pagar novamente

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