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Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA Ana Paula Crema Ricardo de Oliveira1 Lucielen de Jesus Camargo Henriquesson 1 Nelson Carvalho Leite1 Rayane Isabelle Cristhiane Marques 1 Renata de Matos Ribeiro1 Paulo Marcel de Souza Leite² RESUMO A motivação e a liderança são importantes em qualquer tipo de organização e tem sido um grande desafio para muitos administradores. Este artigo tem como objetivo mostrar que a motivação é um dos principais fatores que levam os colaboradores a desempenharem suas atividades com entusiasmo e eficiência, garantindo a produtividade e contribuindo para o bom funcionamento, sobrevivência e sucesso da organização no mercado competitivo. A liderança deve propiciar um ambiente organizacional que motive o trabalho em equipe e a criatividade de seus colaboradores, ser aberta ao diálogo, estimular a prática da cooperação, ter habilidades para se comunicar e um ótimo relacionamento interpessoal. A ideia é relacionar o tema à organização, expondo os benefícios que a implementação da Gestão de Pessoas pode causar aos colaboradores e líderes. A organização deve investir na qualificação de seus colaboradores, motivá-los através de estratégias de treinamentos e relacionamentos, proporcionando um ambiente de trabalho agradável para garantir a satisfação do cliente. Para se obter uma análise do desempenho e satisfação dos colaboradores foi realizada uma pesquisa através de questionário para verificar o grau de satisfação. Palavras Chave: Motivação. Organização. Liderança. Colaboradores. ___________________ 1Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. ²Graduado em Administração (FVR). Especialista em Recursos Humanos (UNIP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira. 88 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 1 INTRODUÇÃO Uma empresa familiar pode surgir de um sonho, da necessidade ou sobrevivência. O empreendedor é a pessoa que irá gerar, acumular ou distribuir riqueza. Ele distribuirá as tarefas, envolvendo familiares nas atividades e operações da organização visando melhorar a situação e a condição social de sua família. Sendo que a tomada de decisão é centralizada. Há pelo menos quatro grandes categorias de empresas familiares: Empresa Individual Empresa Artesanal Empresa de Capital Familiar Empresa Familiar Como muitos negócios a empresa familiar tem vantagens como: a continuidade das diretrizes administrativas e as relações comunitárias e comerciais decorrentes de nome respeitado; e desvantagens como: mesmo quando a formação empresarial dos sócios é constante podem ocorrer situações que afetam negativamente a sobrevivência do negócio. A Motivação e Liderança são importantes em qualquer tipo de organização e negócio e entram como suporte no processo decisório. O líder é alguém que sabe o que precisa ser feito e como conseguir que seus colaboradores executem as tarefas, permanecendo motivados. Este relatório cientifico está sendo realizado na Crispamray Fábrica de Produtos Alimentícios- EPP, fundada no ano de 2006, estabelecida ao Sítio Bela Vista S/N, Bairro Guapiruvu, na cidade de Sete Barras- SP. Representada pelo Sr. Valdir Marques, tendo como principal atividade a produção e distribuição de palmito pupunha em conserva. A empresa conta com um quadro de 13 funcionários, sendo o proprietário o administrador do negócio e um gerente que cuida da compra, venda e estoque dos produtos, uma secretária que cuida de pagamentos de clientes e funcionários e a contabilidade da empresa, 10 funcionários que são responsáveis pela produção do palmito e uma auxiliar de limpeza que mantém a fábrica limpa e organizada. A estrutura da fábrica está localizada em prédio próprio, possui um pequeno estacionamento na frente e um outro maior atrás da fábrica para carregar e descarregar caminhões. No começo era uma fábrica pequena com apenas 4 89 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 funcionários, que atendia a restaurantes, pizzarias, etc. Mas seu objetivo sempre foi a inovação e a expansão, hoje a fábrica possui uma diversidade de produtos que vão desde produtos em conserva e em natura. A fábrica recebeu uma reforma e aumentou sua produtividade e como conseqüência, o seu quadro de funcionários. A empresa não possui projeto de layout, é uma construção antiga que foi adaptada como fábrica e reformada a pouco tempo. Como toda pequena empresa quem delega as funções é o proprietário e em sua ausência o gerente é o responsável. A Crispamray tem como objetivo ser a melhor naquilo que faz pela capacidade e expectativa de um mercado promissor, servindo de modelo para as demais. A problemática é definida pela melhoria na gestão de pessoas, para que resulte na melhora da qualidade e empenho da participação de todos os colaboradores. Os objetivos deste artigo são: descrever a situação atual em relação ao ambiente de trabalho, pesquisar o perfil e o grau de comprometimento e de motivação dos funcionários da fábrica, analisar o estilo de liderança, analisar a influência da Escola de Relações Humanas na Administração de Pessoal e propor a implementação dos princípios da gestão de pessoas em todos os setores da organização. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 MOTIVAÇÃO Segundo Gil (2001, p.202) “Motivação é a força que estimula as pessoas a agir. No passado, acreditava-se que essa força era determinada principalmente pela ação de outras pessoas, como pais professores ou chefes. Hoje, sabe-se que a motivação tem sempre origem numa necessidade. Assim, cada um de nós dispõe de motivações próprias geradas por necessidades distintas e não se pode, a rigor, afirmar que uma pessoa seja capaz de motivar outra.” 90 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 Para (Archer, 1990, p. 8) apud Gil (2001, p.202) “A motivação é conseqüência de necessidades não satisfeitas. Essas necessidades são intrínsecas às pessoas. Não podem, portanto, os gerentes colocar necessidades nas pessoas. Isso significa que os gerentes não são capazes de motivar, mas de satisfazer às necessidades humanas ou contrafazê-las.” A importância da Motivação Para Gil (2001), há uma exigência muito alta nos níveis de motivação das pessoas neste mundo cada vez mais competitivo. A realização dos trabalhos por colaboradores motivados, tanto individualmente como em grupo, tendem a proporcionar melhores resultados. A motivação é o principal combustível para a produtividade da empresa. O comprometimento das pessoas está sendo cada vez mais valorizados pelas empresas. Os funcionários comprometidos é que vem sendo convocados para fazer parte das soluções e é exatamente neles que as empresas mais tendem a investir. A motivação é a chave do comprometimento. É muito mais fácil para asempresas conseguirem pessoas competentes do que comprometidas. Por isso, uma das tarefas mais importantes para os gerentes é identificar fatores capazes de promover a motivação dos empregados e dominar técnicas adequadas para trabalhar com elas. Motivação: O Diferencial para a Qualidade Para Blauth (2009), quanto mais as pessoas se sentem motivadas melhores são os resultados de suas atividades. Pessoas entusiasmadas se relacionam melhor, sejam elas clientes, fornecedores, colegas subordinados, superiores ou amigos. Uma pessoa só pode estar entusiasmada com uma atividade que acredita e gosta de fazer e esta é a diferença: ao agir com entusiasmo elas transmitem 91 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 confiança. Pessoas motivadas refletem sua identificação com os princípios da instituição. Os agentes de transformação têm compromissos, em troca de remuneração, recompensa e incentivos. Eles precisam assumir compromissos com a produtividade de suas tarefas e devem prestar contas sobre os resultados alcançados. Por outro lado a alta administração tem as seguintes responsabilidades: determinar as políticas da qualidade, disponibilizar os recursos para alcançar as metas e criar um clima de incentivo e confiança nos quais os agentes de transformação possam assumir compromisso com um trabalho de qualidade. Os melhores resultados são alcançados pelas instituições que conseguem equilibrar as atividades exercidas com a realização pessoal de seus agentes transformadores. O problema é criar um ambiente favorável que propicie a motivação e, principalmente mantê-la ao longo do tempo. Os fatores de motivação mais freqüentes são: identificação com princípios; direitos e deveres; metas; reconhecimento, incentivo, remuneração e elogio; liberdade e respeito para emitir opiniões; realização profissional; ambiente de trabalho. 2.1.3 Como Motivar as Pessoas Para Gil (2001), os motivos têm origem em necessidades que variam não apenas de pessoa para pessoa, mas também numa mesma pessoa conforme o momento. As pessoas interagem com a própria personalidade e motivação de formas diferentes, por serem diferentes entre si. Por isso, constitui uma tarefa difícil motivar as pessoas no trabalho. Apesar dessa dificuldade, pode-se apresentar aos gerentes uma série de recomendações que, se aplicadas, poderão de alguma forma influir na motivação de seus empregados. São elas: Valorize as pessoas Um gerente interessado na formação de um verdadeiro espírito de equipe deve apreciar a todos e não favorecer ninguém. Recomenda-se, portanto, que se observem as pessoas sem preconceitos, concentrando a atenção principalmente 92 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 nos fatores relacionados ao desempenho. Hábitos pessoais e aparência física devem ficar sempre em segundo plano. Reconheça os avanços Os empregados são incentivados a progredir de acordo com um padrão de metas a serem alcançadas. Então, a cada avanço deve ser reconhecido e todos os seus êxitos devem ser elogiados e recebidos de modo animador. È importante reconhecer neles os pontos fortes, fazendo críticas construtivas, está contribuindo para que se empenhe em melhorar futuramente. Encoraje iniciativas A iniciativa das pessoas ou das equipes é um sinal claro de motivação. Um dos mais poderosos fatores de motivação é solicitar a participação da equipe na formulação de novas propostas e solução de problemas. Ofereça incentivos Os incentivos são recursos importantes para que as pessoas sejam motivadas. Esses incentivos não podem ser confundidos com a concessão de aumentos salariais ou de benefícios pessoais ou familiares. É necessário garantir que os empregados estejam satisfeitos com seus salários para que outros fatores possam motivá-los. Os gerentes precisam ficar atentos às necessidades dos empregados e dos grupos, para que os incentivos desempenhem sua função motivadora. Enriqueça as funções O trabalho a ser realizado, torna-se mais interessante quando o grupo for dividido em equipes de pessoas com habilidades intercambiáveis e torná-las responsáveis por uma tarefa menor, mas completa. Esse procedimento é conhecido como “enriquecimento” de tarefas e constitui um dos modos mais eficazes de melhorar a motivação pelo trabalho. Delegue autoridade 93 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 O simples cumprimento de ordem passadas pelo chefe é desmotivante. A maioria das pessoas tende a especializar-se nas tarefas que desempenham e, com o tempo, tornam-se aptas para sugerir e implanta novos procedimentos. Para aprimorar o trabalho, convém recorrer a essas pessoas. Antes de promover qualquer mudança, convém conversar com as pessoas que serão afetadas e, sempre que possível, delegar autoridade para o replanejamento das tarefas. Torna-se necessário, definir com precisão o nível de autoridade que pode ser delegado, para que se mantenha o controle geral da situação. Faça avaliações As avaliações devem ser entendidas como parte de um plano de desenvolvimento das pessoas. São elas que propiciam aos empregados formar uma visão objetiva de seus desempenhos anteriores e assumir maiores responsabilidades no futuro. Por outro lado as avaliações possibilitam medir o nível de motivação da equipe. Promova mudanças As mudanças em si são suficientes para elevar o moral do grupo, então, convém que os gerentes procurem áreas adequadas a mudanças experimentais. Os sistemas de gerenciamento, por exemplo, são áreas potencialmente abertas à mudança. Não se pode esquecer de pedir sugestões para quem está na linha de frente. Devem, portanto, ser considerados com seriedade os comentários feitos pela equipe com relação às alterações introduzidas. Motivação Humana Para Chiavenato (2009), a motivação é um importante campo do conhecimento da natureza humana e da explicação do comportamento humano. Torna-se necessário conhecer a motivação das pessoas para compreender o comportamento das mesmas. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento específico. A análise motivacional procura identificar determinados objetivos para cujo atendimento o ser humano gasta suas energias e esforços. 94 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 As pessoas são diferentes no que diz respeito a motivação: as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, produzindo diferentes padrões de comportamento; os valores sociais também são diferentes; as capacidades para atingir os objetivos são igualmente diferentes. Existem três suposições inter relacionadas sobre comportamento: O comportamento é causado: existe uma causalidade do comportamento. O comportamento é causadopor estímulos internos ou externos; O comportamento é motivado: o comportamento não é casual nem aleatório, mas sempre orientado e dirigido para algum objetivo; O comportamento é orientado para os objetivos: subjacente a todo comportamento existe sempre um ‘impulso’, um ‘desejo’, uma ‘necessidade’, uma ‘tendência’, expressões que servem para designar os ‘motivos’ do comportamento. Treinamento uma Estratégia para a Motivação Segundo Chiavenato (2004), o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais e se tornarem cada vez mais valiosas. O treinamento é muito importante, porque representa uma fonte de lucratividade e faz com o patrimônio humano da organização realize suas atividades com mais habilidades e capacidades relacionadas ao cargo que ocupa, além de desenvolver atitudes e comportamentos diferentes e conceitos abstratos. A maioria dos programas de treinamento procura mudar as atitudes reativas e conservadoras das pessoas para atitudes proativas e inovadoras para melhorar seu espírito de equipe e sua criatividade. Para Las Casas (2004), o treinamento é uma das atividades essenciais para a prestação de serviços com qualidade. A prestação de serviços é alicerçada no desempenho humano e prestar bons serviços depende da qualidade deste desempenho. Portanto, aperfeiçoar serviços é aperfeiçoar o ser humano, o que é possível, principalmente através do ser humano. 95 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 Treinamento por Competências Segundo Chiavenato (2004), o treinamento está sendo fortemente inclinado a desenvolver certas competências desejadas pela organização, além da preocupação com a informação, habilidades, atitudes e conceitos. O treinamento por competências é determinado a partir do mapeamento das competências essenciais necessárias ao sucesso da organização. Essas competências essenciais se desdobram por áreas da organização e em competências individuais. Todas as competências, no nível organizacional, divisional e individual são definidas e entendidas por todos os parceiros. A partir dessa definição são estabelecidos os programas de treinamento para todas as pessoas envolvidas. Processo de Treinamento De acordo com Chiavenato (2004), o treinamento é um processo cíclico e contínuo composto de quatro etapas: 1. Diagnóstico. É o levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras. 2. Desenho. É a elaboração do programa de treinamento para atender as necessidades diagnosticadas. 3. Implementação. É a aplicação e condução do programa de treinamento. 4. Avaliação. É a verificação dos resultados obtidos com o treinamento As quatro etapas do treinamento envolvem o diagnóstico da situação, a decisão quanto à estratégia para a solução, a implementação da ação e da avaliação e o controle dos resultados das ações de treinamento. O treinamento não se resume apenas na realização de cursos e proporcionar informação, mas sim o desenvolvimento contínuo das pessoas que trabalham na organização. Tipos de Treinamento Segundo Las Casas (2004), há basicamente dois tipos de treinamento. O treinamento inicial, dirigidos aos funcionários que começam, e o de reciclagem, que visa melhorá-los em algum ponto, onde demonstram fraqueza. 96 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 O treinamento inicial é de extrema utilidade para todos os funcionários que começam, proporcionando uma homogeneização de procedimentos. Quando os funcionários entram em alguma empresa, sentem-se um pouco perdidos. Um treinamento inicial dá uma orientação para estes indivíduos no sentido de informar- lhes sobre os produtos, estrutura, hierarquia e uma série de outras informações que são necessárias para melhorar o desempenho. Como a empresa visa com isto passar certas informações, o treinamento inicial deve ser feito de forma padronizada. Isto ocorre na maioria das vezes onde as necessidades são determinadas através dos objetivos e requisitos do cargo. Segundo Las casas (2004), o treinamento de reciclagem objetiva consertar a casa através da identificação dos pontos fracos de alguns funcionários e a proposta é de ajudá-los com treinamento específico. Muitas vezes pode ocorrer em bases individuais ou em grupos quando os mesmos problemas são identificados. O importante nestes casos é que as necessidades dos vários grupos de uma organização sejam reconhecidas. As empresas que procuram treinar seus funcionários devem providenciar os recursos necessários para isto. Locais e salas adequadas são de extrema importância. 2.2 LIDERANÇA Segundo Carnegie (1978), a afirmação “líderes nascem, não se fazem”, tem sido uma afirmação que foi a base do feudalismo e dos sistemas de governo monárquico. Na América o povo dizia que as qualidades de liderança de homens de origens humildes que ocuparam altas posições eram inatas. Na maioria das organizações, alguns homens e mulheres que foram promovidos nos seus cargos não eram necessariamente líderes naturais. Muitos subiram por diversas razões: antiguidade, eleição (setores públicos), nepotismo, e promoção devido à proficiência em seu trabalho ou qualificação técnica. Muitos, dentre esse pessoal não tinham a capacidades real de liderança ou experiência, e tiveram que ser treinados. Do ponto de vista prático, a liderança é a relação que existe entre um indivíduo e os outros membros de um grupo. A maioria dos administradores faz uso 97 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 de sua posição para impor a sua autoridade sobre os seus subordinados. Essa autoridade por si só não qualifica necessariamente o indivíduo que recebe o de líder. Um líder não precisa ser tecnicamente competente em todos os aspectos de trabalho de seu departamento, mas necessita ter suficiente conhecimento para dirigir, guiar e apoiar seu pessoal. Quando a liderança é efetiva, geram fruto e subprodutos que são a cooperação e o moral elevado, pois sem a cooperação do grupo um administrador nunca pode atingir seus objetivos. Segundo Ferreira, Guimarães e Cordeiro (2009, p.211) “Liderança seria a capacidade de tomar iniciativa em situações sociais de planejar, de organizar a ação e de suscitar colaboração. O líder é a pessoa que, no grupo, recebeu, formal ou informalmente, uma posição de responsabilidade para dirigir e coordenar as atividades relacionadas à tarefa, tendo como principal preocupação a consecução de algum objetivo específico do grupo”. Segundo Chiavenato (2009), lidar com pessoas nas organizações está se tornando uma responsabilidade pessoal, indelegável e crucial de todos aqueles que ocupam posições executivas ou de liderança. Nos dias de hoje, o investimento que traz mais rápido e profícuo retorno em qualquer negócio é aquele feito em pessoas: seja em capacitação, treinamento,orientação, liderança, coaching, apoio e suporte. Somente assim, as pessoas podem ser inseridas como valores humanos dotados de conhecimento e competências, aptos a se adaptarem a um contexto complexo e mutável e a aliar qualidade, produtividade e competitividade para agregar valor ao negócio. Segundo Regato (2005), garantir o comprometimento de todos os membros da organização e atender a suas necessidades mais presentes. O trabalho demonstra, de forma muito precisa, conceitos relevantes da Psicologia. Possibilita a aplicação desses conhecimentos na realidade prática dos interessados na área da administração, além de reforçar a idéia da interdisciplinaridade, especialmente em um campo no qual a integração do ser humano à complexidade do ambiente organizacional representa o grande desafio contemporâneo. Mas para que isso de fato aconteça, é fundamental que haja total comprometimento de todos, especialmente da liderança, com esses propósitos. 98 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 Portanto, a empresa precisa gerenciar seus recursos, materiais e humanos, de forma a contemplar adequadamente os objetivos de atendimento de requisitos e redução de desperdícios. Estilos de Liderança Para Ferreira, Guimarães e Cordeiro (2009), situações e os grupos variam, os líderes, também. Por isso, é bastante comum que o sucesso do líder e dos seus seguidores esteja diretamente relacionado ao estilo de liderança. Os estilos são os seguintes: Estilo autocrático Nesse estilo, o líder determina a idéias e o que será executado pelo grupo, o que implica obediência dos demais. As características desse estilo de liderança são: Exige elevado controle de objetivos e dos meios; São utilizados elogios e críticas, emprego do pronome eu; Impõe barreiras à satisfação individual, daí esse tipo de liderança ser frustrante; Na ausência do líder, o trabalho do grupo interrompe-se; Hostilidade dos membros; É notável o comportamento do “bode expiatório”; Falta interesse espontâneo pelo trabalho; O grupo é competitivo, apresenta conflitos internos (do eu) e interpessoal; Alta porcentagem do líder em dar ordem e informações; Apresenta pouco estímulo à auto-orientação; Alta porcentagem de tempo na dedicação ao trabalho Estilo democrático O estilo democrático foi inspirado, principalmente, em idéias desenvolvidas na Grécia Antiga. Nesse estilo de liderança, não apenas a pessoa do líder, mas todo o grupo é considerado o centro das decisões. Na liderança democrática o papel do líder não perde a sua importância, pois fica bem caracterizado, distinguindo-se das 99 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 funções de simples chefia e ganhando um sentido mais profundo. Nesse estilo, o interesse é pelas relações humanas, em que os líderes compartilham com os subordinados as suas responsabilidades, envolvendo-os no planejamento e na execução das tarefas. As características desse estilo de liderança são: Há liberdade de comunicação; O grupo é alegre e confiante; O líder dá sugestões orientadoras; Respeito pelos desejos individuais; Devolve a pergunta para estimular a auto-orientação (decisão do grupo, discussão livre, delegação de tarefas etc.); Há um interesse autêntico pelo trabalho; O líder é um catalisador que libera energias já existentes. Ensina a auto- avaliação e auxilia o grupo a aprender os métodos de apoio e atuação cooperativa com o grupo; O líder ensina o grupo a estabelecer objetivos e meios; Não há necessidade do líder em aceitar autoridade delegada; Presença freqüente de elogios mútuos; O grupo apresenta nível mais elevado de originalidade ou pensamento criador; Porcentagem de tempo dedicado ao trabalho (50% do tempo total). Estilo laissez-faire Esse estilo permite aos membros do grupo fazer o que quiserem, não se estabelecendo políticas ou procedimentos. Cada um fica por sua conta e responsabilidade, ninguém procura influenciar os outros. Há uma abdicação do papel de liderança formal e, consequentemente, qualquer liderança será informal urgente. As características desse estilo são: Há menos trabalho e este é o de pior qualidade; É mais caracterizado pela brincadeira; Não há, por parte do líder, prontidão ativa para sugestões orientadas; Há desorganização, atrasos e fracassos na realização de trabalhos; 100 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 O líder tem respeito passivo pelo bem-estar do grupo no sentido de não limitar muito os desejos. O líder desenvolve as perguntas por interesse, insensibilidade, devolução da responsabilidade; Menos organizado, menos eficiente e, decididamente, menos satisfatório; Os fracassos no trabalho levam a agressões diretas e perda de interesse pela tarefa; O período de tempo dedicado ao trabalho representa 33% do tempo total; Apresenta comportamento de dar informações, ampliando o conhecimento dos membros do grupo. Estilo situacional Esse estilo de liderança depende mais da situação do que da personalidade do líder. Baseia-se numa inter-relação entre a quantidade de orientação e direção (comportamento de tarefa) que o líder oferece, a quantidade de apoio socioemocional (comportamento de relacionamento) dado pelo líder e o nível de prontidão (maturidade) dos subordinados no desempenho de uma tarefa, função ou objetivo específico. As características desse estilo de liderança são: O uso adequado dos estilos mencionados, respeitando as diferentes condições e pessoas envolvidas no processo; O sucesso do líder consiste em saber usar tal e qual estilo (autocrático, democrático, ou laissez-faire) de acordo com a situação; O líder emerge no grupo conforme a situação de acordo com sua habilidade e conhecimento em determinado momento. 3 RESULTADOS A empresa Cripamray Fábrica de Produtos Alimentícios conta com um quadro de 13 (treze) funcionários e todos foram entrevistados na pesquisa realizada para avaliar o nível de satisfação e motivação no ambiente de trabalho. Segue a análise dos resultados: 101 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 No que se refere à imagem que a empresa passa para seus colaboradores, houve um reconhecimento unânime (100%), de que ela se preocupa em passar a imagem de uma organização em linha com as empresas competitivas no cenário empresarial. Quanto à motivação pessoal 23% dos entrevistados consideram excelente, 61% bom, 8% regular e 8% ruim, o que indica que a maioria dos colaboradores considera-se motivados e há uma pequena insatisfação com a falta de incentivos nessa área. Quanto à valorização profissional 23% dos entrevistados consideram excelente, 54% bom, 15% regular e 8% ruim, o que indica que a maioriados colaboradores sente-se valorizados no ambiente de trabalho. Quanto ao relacionamento com os colegas 46% dos entrevistados considera excelente, 38% bom, 8% regular e 8% ruim, o que mostra que a há um bom relacionamento entre os colaboradores da organização. Quanto ao relacionamento dos colaboradores com o gerente (líder) 15% considera excelente, 77% bom e 8% regular, o que significa que há um bom relacionamento entre os colaboradores e o gerente (líder) da organização. O objetivo era propor a implantação dos princípios de Motivação e Liderança, utilizando as técnicas de motivação empresarial. Concluiu-se que para alcançar um bom resultado é viável propor uma nova metodologia que possa conduzir no que diz respeito ao processo de motivação e liderança, e chegar a excelência na qualidade do desempenho dos colaboradores.. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho realizado tem por finalidade mostrar a responsabilidade de um líder em definir a realidade ou mesmo motivar seus colaboradores ou pessoas mais próximas. A motivação é necessária para que a organização possa contar com a lealdade, a dedicação e a produtividade dos colaboradores. O líder precisa motivar os seus subordinados proporcionado-lhes condições e um ambiente de trabalho capazes de fazer com que as tarefas possam ser executadas com prazer e com o máximo de sua capacidade intelectual e física, satisfazendo também as aspirações sentimentais, profissionais e sociais. 102 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 O objetivo é que cada funcionário deve buscar dentro de si a automotivação, mas a função do líder nesse processo é importante, pois conhecendo sua equipe terá mais facilidade para exercer seu papel e para ser bem-sucedido tem que saber se comportar adequadamente de acordo com as diversas situações e conseguir perceber cada contexto e se adaptar ao melhor método de liderança de acordo coma as circunstâncias. O líder não nasce pronto, a liderança é uma característica a ser desenvolvida. É importante ressaltar que nenhum líder chega ao topo sozinho, sem precisar de ajuda de outras pessoas. No caso da fábrica de Palmito que é uma empresa pequena e familiar, o líder é fundamental e deve saber separar o lado pessoal do profissional. A maioria dos pequenos negócios não dá certo, por falta de uma administração adequada e por interferência familiares junto a decisões importantes da empresa. Ao motivar o seu pessoal é importante que o líder reconheça que as pessoas são diferentes e que buscam objetivos diversos em seu ambiente de trabalho. As pessoas não respondem de maneira igual ao mesmo tratamento. Lidar com pessoas requer não apenas uma compreensão do comportamento humano, mas também ter sensibilidade para as emoções de cada indivíduo. A liderança e Motivação nesse cenário mostram que para conseguir comprometimento e a perfeição nas tarefas desenvolvidas pelos colaboradores, é necessário ter conhecimento da motivação humana, para impulsionar e possibilitar um constante aperfeiçoamento e treinamento para melhorar o desempenho dos colaboradores. Numa organização, o estilo de liderança predominante é fundamental para motivar e manter o nível alto de motivação de seus colaboradores. Diante da problemática exposta, uma organização que não possui uma liderança eficaz e não motiva seus funcionários, pode apresentar insatisfação dos colaboradores com o serviço de tal forma que a produtividade e as atividades exercidas sejam afetadas. O líder é visto como alguém que pode trazer benefícios não somente para um grupo em geral, mas também para cada membro desse grupo em particular. Portanto a implantação na organização de uma política de recompensa, onde cada funcionário receba um incentivo significativo, seja financeiro ou reconhecimento pessoal , de acordo com os objetivos e atividades de trabalho concluído ou estabelecido, possam reduzir as barreiras entre líder e colaborador, 103 Motivação e Liderança Oliveira, A. P. C. R. ; Henriquesson, L. J. C. ; Leite, N. C. ; Marques, R. I. C. ; Ribeiro, R. M. ; Leite, P. M. S. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, V. 2, N° 2, art. 6, p 87-103, abril 2014, ISSN 2317-0727 aumentando a satisfação e melhorando o ambiente de trabalho, e as atividades executadas terão um melhor rendimento. 5 REFERÊNCIAS BLAUTH Regis; BLAUTH Ricardo. Gestão da Qualidade. 2ª edição. Curitiba, IESDE Brasil S.A, 2009. CARNEGIE, Dale & Associados. Administração Através das Pessoas. Trad. De Ivan Zanoni Hausen. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, 1978. CHIAVENATO, Idallberto. 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