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Interpretações do Brasil - Aula 2

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Curso: INTERPRETAÇÕES DO BRASIL 
Estas lâminas são parte do curso Interpretações do Brasil, ministrado pelo prof. Dr. Ramatis Jacino, da Universidade Federal do ABC. Sua reprodução total ou parcial é permitida desde que citada a fonte 
 
2ª. AULA I PARTE – OS ‘PAIS’ DA HISTÓRIA DO BRASIL
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A interpretação Tupi Guarani Pindorama
Pindorama pode ser considerado um local mítico dos povos tupis-guaranis que seria a terra sem males. Era também como os povos dos Andes peruanos e dos pampas se referiam ao local onde hoje é o Brasil, que consideram ter sido invadido. A etimologia da palavra não é única. Uma admite que viria do tupi: pindó-rama ou pindó-retama, "terra/lugar/região das palmeiras” outra que viria também do do tupi pin'dob ("palmeira") com "-orama" ("espetáculo"), significando, portanto, "espetáculo das palmeiras”.
Chegança, de Antônio Nobrega
https://www.youtube.com/watch?v=BnrZNiXLrOo
A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderuvuçu ou Tupã) o deus trovão e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua, Jaci (ou Araci) , Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Areguá no Paraguai e, deste local, criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento )Etnocentrismo, característica da maioria dos povos.
Tupã, então, criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu. 
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Primeiros humanos
Os humanos originais criados por Tupã eram Rupave e Sypave, nomes que significam "Pai dos povos" e "Mãe dos povos", respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete monstros legendários do mito guarani. Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. 
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Primeira interpretação dos europeus
Fragmentos da carta de Pero Vaz de Caminha
Senhor: 
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou...
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. 
Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz. (Nominar é tomar posse)
Imagem de uma das mais antigas representações europeias dos indígenas brasileiros,  de 1519.
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Fragmentos da carta de Pero Vaz de Caminha
	Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. 
	Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito...
	Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço
	e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com uma confeição branda como cera (mas não o era), de maneira que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar. 
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Fragmentos da carta de Pero Vaz de Caminha
...E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita pelo padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.
...E tanto que a conclusão foi tomada, perguntou mais se lhes parecia bem tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza, deixando aqui por eles outros dois destes degredados. 
...Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. 
...Neste dia, enquanto ali andaram, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som dum tamboril dos nossos, em maneira que são muito mais nossos amigos que nós seus.
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Segunda interpretação eurocêntrica do Brasil: 
Igreja Católica
Frei Vicente do Salvador (1564-1636), franciscano, chamado de pai da historiografia brasileira, ou Heródoto brasileiro. Estudou as “primeiras letras” no colégios dos jesuítas, em Salvador, depois direito e teologia na Universidade de Coimbra. Foi cônego da catedral e vigário geral do bispado da Bahia. Escreveu “História do Brasil’, uma coletânea de cinco livros, publicados em 1627 em que narra detalhadamente a vida na Colônia e aspectos da economia e dos produtos naturais. 
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A dança dos Tapuias de Albert Eckhout 
Terceira interpretação eurocêntrica do Brasil 
Os viajantes
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Albert Eckhout
Nasceu em 1610, em Groningem, Holanda e faleceu no mesmo pais em 1666.
Pintor, desenhista, artista plástico e botânico é autor de inúmeras pinturas em que retratada o olhar do estrangeiro. Esteve no Brasil no período das “invasões holandesas. Viajou pela América do Sul e Caribe entre 1637 e 1644, sendo como membro de um ativo grupo de estudiosos da corte de Nassau. Em Recife desenvolveu um trabalho de valor documental com desenhos e telas essencialmente sobre frutas e flores, animais, indígenas, negros e mestiços. 
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Albert Eckhout
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Jean-Baptiste Debret
Nasceu em Paris em 1768 e faleceu na mesma cidade em 1848. Pintor, desenhista e professor. Integrou, em 1817, a Missão Artística Francesa que fundou no Rio de Janeiro a academia de Artes e Ofícios, mais tarde Academia Imperial de Belas Artes. Publicou, entre e 1834 e 1839, a Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, documentando a natureza, as pessoas e a sociedade brasileira do início do século XIX.
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Jean-Baptiste Debret
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Jean-Baptiste Debret
Uma paisagem deslumbrante 
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Jean-Baptiste Debret
Ao contrário do negro, o indígena apresentado como livre, altivo e em contato com a natureza
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Johann Moritz Rugendas
Nasceu em Augsburgo, que no futuro tornar-se-ia Alemanha, em 1802 e faleceu na mesma cidade em 1858. Naturalista, pintor e desenhista. Durante sua viagem ao Brasil entre 1822 e 1825, pintou os povos, a natureza e membros da família real. 
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Johann Moritz Rugendas
Colheita de Cana 
Indígenas
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Johann Moritz Rugendas
D. Pedro II 
Família branca
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Karl Friedrich Philipp von Martius
Nasceu em 1794 em Erlangen, mais tarde território alemão, e faleceu em 1868, em Munique. Botânico. No ano de 1817, seguiu para o Brasil como integrante da comitiva da Arquiduquesa austríaca Leopoldina, juntamente com Johann Christof Mikan (botânico e entomólogo), Thomas Ender (pintor) e Johann Baptist von Spix (zoólogo), começou suas primeiras observações na cidade do Rio de Janeiro,viajou por São Paulo, capital e interior, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Amazonas e Pará. 
Os relatos desses viajantes, com suas minuciosas descrições, também se transformaram em uma documentação importante para o conhecimento histórico com os detalhes da vida cotidiana de diversas partes do Brasil.
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Johann Jakob von Tschudi
Nasceu em Glarus, na Suiça, em 25 de julho de 1818 e faleceu em Lichtenegg em 8 de outubro de 1889. 
Naturalista, estudou ciências naturais e medicina nas universidades de Neuchâtel, Leiden e Paris. Em 1838, viajou ao Peru, onde permaneceu durante cinco anos, explorando e colecionando plantas nos Andes. Entre 1857 e 1859 visitou o Brasil e outros países da América. Em 1860 foi o embaixador suíço designado no Brasil, permanecendo até 1868, altura em que de novo se dedicou a explorar o meio rural e recolher espécimes para os museus europeus.
Escreveu, entre outros livros Viagem às Províncias de Rio de Janeiro e São Paulo, publicado em 1860.
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Quarta interpretação eurocêntrica do Brasil 
André João Antonil (08/02/1649, Lucca, Toscana -13/03/1716, Salvador). Padre jesuíta, era formado em Direito Civil pela Universidade de Perúgia. Ingressou na Companhia de Jesus em 1667, tornando-se professor em um seminário. Lá conheceu o Padre Antônio Vieira que o convidou para vir para o Brasil, em 1681. Em Salvador exerceu o cargo de Reitor do Colégio Jesuíta e visitou brevemente Pernambuco e Rio de Janeiro.
	Em 1711, publicou em Lisboa sua obra Cultura e Opulência do Brasil por sua Drogas e Minas, que descreve as riquezas do país, discorrendo sobre as formas de plantar, colher e transformar a cana de açúcar em um produto altamente rentável, além de discorrer sobre outras riquezas. Embora autorizado pelo Santo Ofício, seu livro foi proibido pela Coroa e a maioria dos exemplares queimados uma vez que revelava informações que a Metrópole queira caísse nas mãos de outros países que disputavam a colônia e o rico mercado de açúcar. Os poucos exemplares que sobraram tornaram-se raridades e só foi editado novamente em 1837, no Rio de Janeiro, quando o mercado internacional do açúcar (já decadente) encontrava-se estabilizado e as oligarquias da colônia iniciavam a construção de uma narrativa histórica própria para o país.

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