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RESPOSTA A ACUSAÇÃO joelso 11

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CURSO DE DIREITO - NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA TERCEIRA VARA CRIMINAL DE TAGUATINGUA - DISTRITO FEDERAL
 
Processo nº: 2018.07.1.004107-0
JOELSO ALMEIDA CRUZ, já qualificado nos autos, vem, por intermédio dos estagiários e advogados do Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Universitário IESB - NPJ/IESB, à presença de Vossa Excelência, apresentar:
 RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Com fulcro no art. 396 e 396-A ambos do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidas.
I - DOS FATOS
No dia 15 de maio de 2018, por volta da 18h40min, no SOF Sul, o senhor Joelson Almeida Cruz estava guiando o seu veículo, normalmente, pela pista quando foi parado por policiais militares que o abordaram e questionaram a sua situação, que segundo os militares era de embriaguez. Logo após, o prenderam em flagrante e, posteriormente, o Ministério Público o denunciou conforme o art. 306, do CTB.
II - DO DIREITO
Preliminarmente destaca-se que o exame pericial de fls. 29\30 é insuficiente para comprovar a embriaguez, uma vez que não houve o teste de bafômetro, e o referido exame pericial verbal não é suficiente, e não fora realizado nenhum exame de sangue para comprovar o verdadeiro teor de álcool no sangue do acusado. No caso específico do crime de embriaguez ao volante, a presença de álcool no sangue é um vestígio da infração, razão pela qual, por inteligência do artigo 158 do Código de Processo Penal, é forte o entendimento de que o exame de corpo de delito é indispensável, não podendo ser suprido pela confissão.
Outrossim, tendo o legislador adotado a opção de fixar uma dosagem mínima de álcool no sangue para tipificação do delito, o STJ entendeu que só podem ser admitidos como prova os exames capazes de aferir, com exatidão, a quantidade de álcool presente na corrente sanguínea. Segundo o art. 564, III, b, do código de processo penal constitui nulidade a falta de exame pericial nos crimes que deixam vestígios. Torna-se claro e evidente o prejuízo causado ao réu pela falta do referido exame de sangue, pois sem ele é impossível determinar o real motivo de o acusado encontrar-se em tal situação física e psicológica no momento da abordagem. 
“Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º. As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou 
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.
 
§ 2º. A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
 
§ 3º. O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.”
 Ao imputar tal conduta ao acusado, a defesa considera que a denúncia é inepta. A mesma é imprecisa, mormente quando deixou de especificar qual o grau de comprometimento da capacidade psicomotora do acusado, se é que pelo menos existiu. Assim, a denúncia era lastreada em indícios e suposições, extraídas dos autos do inquérito. É dizer, a peça acusatória não observou os requisitos mínimos que poderiam oferecer substrato a uma persecução criminal minimamente aceitável. Segundo a exordial acusatória, equivocadamente, o ato de conduzir veículo automotor em via pública, após a ingestão de bebida alcoólica, per se, tem o condão de aferir lesão efetiva e concreta ao bem jurídico objetivado pela norma. No entanto, como antes aludido, para a defesa a norma vai mais além. Para infringir-se a regra em espécie, é necessário revelar que o ofensor, após inferir álcool, esteja com sua capacidade psicomotora afetada. Nada se falou a esse respeito na denúncia; absolutamente nada. 
Por esse norte, a denúncia deveria enfatizar e demonstrar por qual motivo o acusado teria infringindo a norma legal, mais especificamente quanto à capacidade psicomotora. Se a acusação tivesse alinhado argumentos que o acusado cambaleava em via pública, quase colidira o veículo em outro carro, por conta da ingestão de álcool atropelara pedestres, enfim, seria possível o acusado defender-se dessas acusações. Porém, a denúncia apegou-se tão só ao fato da ingestão do álcool, nada mais. Contudo, não se pode conferir o rigor da lei apenas com base em premissa. É dizer, parte-se de premissa de quem bebeu automaticamente leva à alteração da capacidade psicomotora. Para a defesa, seria o mesmo afirmar que o simples fato de “quem ingeriu bebida alcoólica, não tem condições de trafegar.” Desse modo, a mínima ingestão de álcool, desde que ultrapasse o limite de lei, traz à tona, abstratamente, que o acusado tivera sua capacidade motora e psicológica definitivamente alterada. 
A regra legal especifica que há crime de trânsito quando há a condução de veículo, após a ingestão de bebida alcoólica além do estabelecido. Porém, ainda afirma a norma, a quantidade ingerida deva ser capaz de alterar a capacidade psicomotora daquele indivíduo que conduz o veículo, o que não é o caso. Analisando os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão do acusado, não se vislumbra nenhuma afirmação no sentido de que o acusado estava com sua capacidade psicomotora comprometida. O que se lê é que apenas apresentava sinais de embriaguez. 
IV – DOS PEDIDOS
Requer que seja recebida a presente resposta a acusação;
Que seja reconhecida a nulidade da ação, desde o recebimento da denúncia, ante a violação dos princípios constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa, na forma do art. 564, III, b, do código de processo penal. 
Preliminarmente, que seja deferido o pedido de rejeição da denúncia, por ausência de justa causa, em relação ao acusado Joelso Almeida Cruz, com fulcro no artigo 395, III, do Código de Processo Penal.
Subsidiariamente, requer a absolvição sumaria nos moldes do art. 397, III, c/c art. 386, II, V e VII do Código de Processo Penal
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 27 de Setembro de 2018
 JANE DE O. R. DE ALMEIDA 
Professora NPJ/IESB
 OAB/DF nº24735
Amanda de Oliveira Maria Luiza P. Andrade Estagiária NPJ/IESB Estagiária NPJ/IESB
Deyse Blenda da N. N. Sousa Wenderson Júlio Reis
Estagiaria NPJ/IESB Estagiario NPJ/IESB 
 
 
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