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aula5 epidemiologia

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Disciplina: Fundamentos da Epidemiologia
Aula 5: Metodologia Epidemiológica
Apresentação
Nesta aula, será abordado o conceito geral de metodologia. Em seguida, será
apresentada uma sucinta análise do processo de construção do problema científico no
campo epidemiológico. Será abordado o conceito metodológico de variável, a base
das metodologias quantitativas na ciência contemporânea e serão discutidas as
estratégias de formulação de hipóteses, instrumentos básicos da investigação
epidemiológica.
Compreenderemos que através do método epidemiológico, é possível estudar a
frequência, a distribuição e os determinantes dos eventos relacionados à saúde,
mapeando o perfil de saúde-doença nas coletividades humanas.
Serão descritos ainda, os principais desenhos de pesquisa em Epidemiologia e a
classificação das pesquisas epidemiológicas.
Objetivos
Identificar as etapas do método epidemiológico;
Verificar a problematização na pesquisa epidemiológica;
Reconhecer as estratégias de formulação de hipóteses epidemiológicas;
Relacionar as variáveis epidemiológicas;
Identificar as formas de ocorrência das doenças;
Comparar os conceitos de risco e vulnerabilidade;
Descrever os principais desenhos de pesquisa em Epidemiologia.
Conceito de Método
▶
Método pode ser conceituado como um modelo a partir do qual observamos,
medimos e tomamos conhecimento dos fatos e dos acontecimentos da vida;
▶
A Epidemiologia, assim como acontece com outras áreas do conhecimento,
tem o seu método próprio para reconhecer, medir e avaliar o seu objeto de
trabalho;
▶
A investigação epidemiológica envolve a coleta, o manejo e o tratamento dos
dados epidemiológicos que devem ser realizados a partir do método.
A contínua construção do conhecimento, a formulação de
problemas significativos, a abertura a novas ideias, a fatos
novos e relevantes, o entusiasmo na resolução de
problemas e a sensibilidade perceptiva são algumas
qualidades que devem estar presentes na investigação
epidemiológica.
Medidas de promoção da saúde também determinam a problemática da
Epidemiologia.
Dentro desse contexto, é imprescindível destacar que a solução de um
problema epidemiológico pode representar a vida e a sobrevivência de
indivíduos e coletividades.
O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à
investigação do processo saúde-doença, em populações humanas e
compreende as seguintes etapas:
Observação
Caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de
medição.
Formulação de hipóteses
Tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma proposição
que necessita ser verificada. O conhecimento prévio que se obtém do
fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese.
Conclusões
Momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a
construção de novas teorias ou para a complementação e verificação das
teorias existentes.
Interpretação
Realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas,
estatísticas, bibliografia, entrevistas etc.)
Verificação de hipóteses
Momento da análise e processamento dos dados epidemiológicos.
Problematização na pesquisa epidemiológica
Estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade
humana em conhecer a realidade e transcender o seu universo. Criar
problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na
pesquisa epidemiológica. E pode ser que criar problemas não seja tão
difícil quanto resolvê-los.
Hipóteses epidemiológicas
Um dos momentos do raciocínio epidemiológico voltado para a explicação de
um problema é o levantamento de hipóteses.
Hipóteses são respostas possíveis aos problemas colocados pela ciência e pelo
senso comum. Uma hipótese epidemiológica compreende uma explicação para
algum fenômeno, como por exemplo, a distribuição ou a determinação do
surgimento de doenças e/ou indivíduos doentes, em populações, através de
relações estabelecidas entre as variáveis que representam risco, fatores de
risco e vulnerabilidade às doenças.
Dentro desse contexto, é importante destacar que a hipótese epidemiológica
deve levar em consideração os aspectos da doença na população e as
variações nos componentes ambientais (físicos, químicos, biológicos, sociais)
associados à exposição aos fatores de risco. A hipótese orienta e determina a
natureza dos dados a serem coletados e a metodologia da coleta. A
formulação de hipóteses é indispensável em toda investigação epidemiológica,
estudo epidemiológico e pesquisa científica, seja de ordem experimental ou
observacional.
As hipóteses geradas objetivam dar explicação aos padrões de distribuição
segundo pessoa, tempo e lugar, podendo identificar os fatores de risco
associados. A correta produção de hipóteses e a busca de solução para os
problemas identificados são os maiores desafios para a ciência epidemiológica.
A formulação de hipóteses é a etapa fundamental em qualquer pesquisa
científica.
Epidemiologia descritiva
A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual
ou quais as hipóteses mais prováveis para a explicação da associação entre
causa (variável dependente) e efeito (variável independente).
Após o levantamento da hipótese, a validação é a etapa seguinte de um
estudo analítico. Desse modo, qualquer problema de saúde, sob a perspectiva
epidemiológica, deve ser descrito a partir de determinadas características ou
variáveis, antes que se possa analisá-lo. Do ponto de vista epidemiológico,
analisar é estabelecer relações.
A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como:
A Sociologia;
A Antropologia;
As Ciências Públicas.
Além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os
problemas de saúde-doença em nível coletivo, possibilitando o detalhamento
do perfil epidemiológico da população com vistas à promoção da saúde. No
enfoque temporal, a Epidemiologia descritiva pode estudar o estado atual, a
tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde.
Variáveis epidemiológicas
As variáveis são os elementos do processo saúde-doença que se quer estudar.
Os métodos e as técnicas da Epidemiologia são utilizados para detectar uma
associação entre uma doença ou agravo e características de pessoa, tempo e
lugar. Portanto, o primeiro passo para o entendimento de um problema de
saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo por meio de variáveis de
pessoa, tempo e lugar.
As pessoas incluídas nos estudos são diferenciadas entre si por atributos tais
como: gênero, religião, peso ou altura, que são as variáveis.
Variáveis qualitativas estão relacionadas às diferenças essenciais, como por
exemplo a variável gênero que inclui as categorias feminino e masculino, a
variável situação conjugal, ocupação, entre outras.
Variáveis quantitativas referem-se a propriedades que mantêm a mesma
natureza e podem ser manifestadas em termos numéricos, como
temperatura, pressão sanguínea, peso e estatura. Na prática epidemiológica
busca-se evidenciar as relações entre as variáveis.

Leitura
Clique aqui <galeria/aula5/anexo/a05_06_01.pdf> para saber
mais sobre Varíaveis epidemiológicas.
Atividade
1. Correlacione as doenças e agravos à saúde da segunda coluna,
de acordo com as respectivas características relativas à pessoa:
a) Acidentes de trânsito e homicídios.
b) Hepatite B, Aids e sífilis.
c) Anemia falciforme.
d) Doenças cardiovasculares.
e) Deficiências nutricionais.
f) Câncer de pulmão.
g) Câncer de próstata.
Formas de ocorrência das doenças
 Bactérias. (Fonte: paulista / Shutterstock)
Epidemia
Elevação do número de casos de uma doença ou agravo em um
determinado lugar e período de tempo, que caracterize, de forma clara,
um excesso em relação à frequência esperada. Manifestação em uma
coletividade ou região, de um grupo de casos dealguma enfermidade
que excede a incidência prevista. 
 
O número de casos varia de acordo com a causa, o tamanho e as
características da população exposta, sua experiência prévia ou falta de
exposição à enfermidade, o local e a época do ano em que ocorre. 
 
O mais importante é o caráter desse aumento – descontrolado, brusco,
significante, temporário. Exemplo: epidemia de dengue.
Surto epidêmico
Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica
pequena e bem delimitada. 
 
Designa-se surto quando dois ou mais casos de uma determinada doença
ocorrem em locais circunscritos, como instituições, escolas, domicílios,
edifícios, cozinhas coletivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese
de que tiveram, como relação entre eles, a mesma fonte de infecção ou
de contaminação ou o mesmo fator de risco, o mesmo quadro clínico e
ocorrência simultânea.
Endemia
É a ocorrência coletiva de uma determinada doença que, no decorrer de
um largo período (temporalmente ilimitada), acometendo
sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e
caracterizados, mantém uma incidência relativamente constante,
permitindo flutuações de valores, tais como as variações sazonais.
Exemplo: tuberculose, malária e febre amarela. Segundo Duarte S.
(2004), sazonalidade: é a propriedade de um fenômeno considerado
periódico (cíclico) de repetir-se sempre na mesma estação do ano. As
doenças são sujeitas à variação sazonal com aumentos periódicos em
determinadas épocas do ano, geralmente relacionados ao seu modo de
transmissão.
Pandemia
É considerada uma epidemia de grandes proporções e larga distribuição
geográfica, que se espalha por vários países e a mais de um continente. 
 
Um exemplo típico deste evento é a Aids que acomete todos os
continentes.
 Zonas endêmicas da febre amarela.
Exemplo:
A figura mostra as principais zonas endêmicas da febre amarela. Áreas ou
Zonas endêmicas são determinadas áreas geográficas caracterizadas pela
presença de uma endemia.
Risco e vulnerabilidade
O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos epidemiológicos,
principalmente focalizado para a perspectiva de risco. MUNÕZ SÁNCHEZ &
BERTOLOZZI, 2007 demonstraram que o modelo de vulnerabilidade deve ser
analisado de acordo com a relação entre a vulnerabilidade
individual/social/programática em diferentes populações.
1
Vulnerabilidade Individual
Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem
sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicação de tratamentos na
prática.
2
Vulnerabilidade Social
Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a
disponibilidade de recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de
decisões políticas e em instituições.
3
Vulnerabilidade Pragmática
É a avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, do
grau e qualidade de compromisso das instituições, dos recursos, da gerência e
do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção.
 Mulher doente em situação de vulnerabilidade. (Fonte: Estrada Anton / Shutterstock)
Vale a pena ressaltar que a determinação social da doença é destacada
através desse modelo de vulnerabilidade que interliga os aspectos individuais,
sociais e programáticos. Para intervir em situações de vulnerabilidade é
imprescindível o desenvolvimento de ações que envolvam a
transdisciplinaridade, o que é fundamental quando se trata de questões de
saúde.
Dentro desse contexto, o novo conceito de vulnerabilidade, em processo de
construção, supera o caráter individualizante e probabilístico do clássico
conceito de “risco”, tradicionalmente empregado no âmbito da Epidemiologia
Clássica, pois este, segundo Ayres et al citados por MUNÕZ SÁNCHEZ &
BERTOLOZZI, 2007, designa “ [...] chances probabilísticas de susceptibilidade,
atribuíveis a um indivíduo qualquer de grupos populacionais particularizados,
delimitados em função da exposibilidade a agentes (agressores ou protetores)
de interesse técnico ou científico”.
A vulnerabilidade é vista como um conjunto de aspectos
que vai além do individual, abrangendo caráter coletivos,
contextuais, que levam à suscetibilidade a doenças ou
agravos, levando em conta, também, aspectos que dizem
respeito à disponibilidade ou à carência de recursos
destinados à proteção das pessoas, na medida em que
incorpora práticas cuja essência é o cuidado ao indivíduo-
coletivo, a possibilidade de apoiar os sujeitos sociais no
que diz respeito aos seus direitos, fato que, na atual
conjuntura de saúde e de desenvolvimento do país, se
constitui como um desafio a ser perseguido e
concretizado.
A operacionalização do conceito de vulnerabilidade pode contribuir para
renovar as práticas de saúde coletiva, nas quais o cuidado às pessoas, como
já estudamos anteriormente, deve ser responsabilidade de diferentes setores
da sociedade.
Principais desenhos de pesquisa
em epidemiologia
Os desenhos de pesquisa representam conjuntos formados por indivíduos,
particularizados um a um (individuados) ou agregados por algum critério. Para
a melhor compreensão do funcionamento dos vários desenhos de estudo,
observe o quadro abaixo e leia as informações subsequentes:
Tipologia dos desenhos de investigação em Epidemiologia
Tipo Posição do Referência Denominações
operativo investigador temporal correntes
Agregado
Observacional
Transversal Estudos ecológicos
Longitudinal
Estudos de tendências
ou séries temporais
Intervenção Longitudinal Ensaios comunitários
“Individuado”
Observacional
Transversal Inquéritos ou surveys
Longitudinal
Estudos perspectivos
(coortes) 
Estudos retrospectivos
(caso-controle)
Intervenção Longitudinal Ensaios clínicos
Fonte: ALMEIDA FILHO, Naomar de; ROUQUAYROL, Maria Zélia. Introdução à
epidemiologia. 4ª Ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Leitura
Clique aqui <galeria/aula5/anexo/a05_16_01.pdf> para continuar
os estudos sobre as Formas de ocorrência das doenças.
Referências
ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício Lima. Epidemiologia & Saúde:
fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
ALMEIDA FILHO, Naomar de; ROUQUAYROL, Maria Zélia. Introdução à
Epidemiologia. 4ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
ROUQUAYROL, Maria Zélia; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia e saúde.
6ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
Próximos Passos
Evolução histórica da Epidemiologia no Brasil, desenvolvimento e consolidação;
Construção de políticas públicas de saúde.
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