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Aula 4 Metodologia Epidemiológica

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Fundamentos de Estatística e Epidemiologia
Aula 4: Metodologia Epidemiológica
Apresentação
Nesta aula, abordaremos de forma geral o conceito da Metodologia Epidemiológica. Mostraremos a análise do processo
de construção do problema cientí�co no campo epidemiológico.
Apresentaremos o conceito metodológico de variável, a base das metodologias quantitativas na ciência contemporânea e
discutiremos as estratégias de formulação de hipóteses, instrumentos básicos da investigação epidemiológica.
Observaremos os principais delineamentos de pesquisa em Epidemiologia e a classi�cação das pesquisas
epidemiológicas.
Objetivos
 Identi�car as etapas do método epidemiológico;
 Investigar a problematização na pesquisa epidemiológica;
 Reconhecer as estratégias de formulação de hipóteses epidemiológicas.
 Conceito de método
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Método
Pode ser conceituado como um modelo a partir do qual
observamos, medimos e tomamos conhecimento dos fatos e
dos acontecimentos da vida.
Epidemiologia
Assim como acontece em outras áreas do conhecimento, tem
o seu método próprio para reconhecer, medir e avaliar o seu
objeto de trabalho.
Investigação epidemiológica
Envolve a coleta, o manejo e o tratamento dos dados
epidemiológicos que devem ser realizados a partir do método.
A contínua construção do conhecimento, a formulação de problemas signi�cativos, a abertura às novas ideias, aos fatos novos
e relevantes, o entusiasmo na resolução de problemas e a sensibilidade perceptiva são algumas qualidades que devem estar
presentes na investigação epidemiológica.
Medidas de promoção da saúde também determinam a problemática da
Epidemiologia.
Dentro desse contexto, é imprescindível destacar que a solução de um problema epidemiológico pode representar a vida e a
sobrevivência de indivíduos e coletividades.
O método epidemiológico
O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à investigação do processo saúde-doença em
populações humanas e compreende as seguintes etapas:
]
Clique nos botões para ver as informações.
Caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de medição.
Observação 
Tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma proposição que necessita ser veri�cada. O conhecimento
prévio que se obtém do fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese.
Formulação de hipóteses 
Momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a construção de novas teorias ou para a
complementação e veri�cação das teorias existentes.
Conclusões 
Realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas, estatísticas, bibliogra�a, entrevistas etc.)
Interpretação 
Momento da análise e processamento dos dados epidemiológicos.
Veri�cação de hipóteses 
Estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender o
seu universo. Criar problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na pesquisa epidemiológica. E pode
ser que criar problemas não seja tão difícil quanto resolvê-los.
Problematização na pesquisa epidemiológica 
 Hipóteses epidemiológicas
Um dos momentos do raciocínio epidemiológico voltado para a explicação de um problema é o levantamento de hipóteses.
 (Fonte: Mikko Lemola / Shutterstock.)
Hipóteses são respostas possíveis aos problemas colocados pela ciência e pelo senso comum. Uma hipótese epidemiológica
compreende uma explicação para algum fenômeno, como a distribuição ou a determinação do surgimento de doenças e/ou
indivíduos doentes em populações, através de relações estabelecidas entre as variáveis que representam risco, fatores de risco
e vulnerabilidade às doenças.
Dentro desse contexto, é importante destacar que a hipótese epidemiológica deve levar em consideração os aspectos da
doença na população e as variações nos componentes ambientais (físicos, químicos, biológicos, sociais) associados à
exposição aos fatores de risco.
A hipótese orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados e a
metodologia da coleta.
A formulação de hipóteses é indispensável em toda investigação epidemiológica, estudo epidemiológico e pesquisa cientí�ca,
seja de ordem experimental ou observacional. As hipóteses geradas objetivam dar explicação aos padrões de distribuição
segundo pessoa, tempo e lugar, podendo identi�car os fatores de risco associados. A correta produção de hipóteses e a busca
de solução para os problemas identi�cados são os maiores desa�os para a ciência epidemiológica. A formulação de hipóteses
é a etapa fundamental em qualquer pesquisa cientí�ca.
Atenção
Existe um movimento liderado pela pesquisadora Trisha Greenhalgh, que se chama Medicina Baseada em Evidências (MBE). A
MBE é o uso cuidadoso, explícito e sábio da melhor evidência existente na tomada de decisões sobre o cuidado de pacientes
individuais. Nesse caminho, a saúde e suas áreas do conhecimento têm se preocupado em atuar baseando-se em evidências.
 Epidemiologia descritiva
A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual ou quais as hipóteses mais prováveis para a
explicação da associação entre causa (variável dependente) e efeito (variável independente).
Após o levantamento da hipótese, a validação é a etapa seguinte de um estudo analítico. Desse modo, qualquer problema de
saúde, sob a perspectiva epidemiológica, deve ser descrito a partir de determinadas características ou variáveis, antes que se
possa analisá-lo. Do ponto de vista epidemiológico, analisar é estabelecer relações.
A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como:
A Sociologia. A Antropologia.
As Ciências Públicas.
Além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os problemas de saúde-doença em nível coletivo,
possibilitando o detalhamento do per�l epidemiológico da população com vistas à promoção da saúde. No enfoque temporal, a
Epidemiologia descritiva pode estudar o estado atual, a tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Variáveis epidemiológicas
 (Fonte: 774494860 / Shutterstock.)
Risco e vulnerabilidade
As variáveis são os elementos do processo saúde-doença que se quer estudar.
Os métodos e as técnicas da Epidemiologia são utilizados para detectar uma associação entre uma doença ou agravo e
características de pessoa, tempo e lugar. Portanto, o primeiro passo para o entendimento de um problema de saúde ou de uma
doença consiste em descrevê-lo por meio de variáveis de pessoa, tempo e lugar.
As pessoas incluídas nos estudos são diferenciadas entre si por
atributos tais como: Gênero, religião, peso ou altura, que são as
variáveis.
Variáreis qualitativas
Estão relacionadas às diferenças
essenciais, por exemplo, a variável gênero,
que inclui as categorias feminino e
masculino, a variável situação conjugal,
ocupação, entre outras.
Variáveis quantitativas
Referem-se às propriedades que mantêm a
mesma natureza e podem ser
manifestadas em termos numéricos, como
temperatura, pressão sanguínea, peso e
estatura. Na prática epidemiológica, busca-
se evidenciar as relações entre as
variáveis.
O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos
epidemiológicos, principalmente focalizado para a
perspectiva de risco. Munõz Sánchez e Bertolozzi (2007),
demonstraram que o modelo de vulnerabilidade deve ser
analisado de acordo com a relação entre a vulnerabilidade
individual/social/programática em diferentes populações.
 (Fonte: Estrada Anton / Shutterstock.)
Clique nos botões para ver as informações.
Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e
aplicação de tratamentos na prática.
Vulnerabilidade individual 
Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos cognitivos e
materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições.Vulnerabilidade social 
É a avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, do grau e qualidade de compromisso das
instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção.
Vulnerabilidade pragmática 
 Vulnerabilidade
 Clique no botão acima.
Vale a pena ressaltar que a determinação social da doença é destacada através desse modelo de vulnerabilidade que
interliga os aspectos individuais, sociais e programáticos. Para intervir em situações de vulnerabilidade é
imprescindível o desenvolvimento de ações que envolvam a transdisciplinaridade, o que é fundamental quando se trata
de questões de saúde.
Dentro desse contexto, o novo conceito de vulnerabilidade, em processo de construção, supera o caráter
individualizante e probabilístico do clássico conceito de risco, tradicionalmente empregado no âmbito da
Epidemiologia Clássica, pois este, segundo Ayres et al. citados por Munõz Sánchez e |Bertolozzi (2007), designa
chances probabilísticas de susceptibilidade, atribuíveis a um indivíduo qualquer de grupos populacionais
particularizados, delimitados em função da exposição a agentes (agressores ou protetores) de interesse técnico ou
cientí�co.
A vulnerabilidade é vista como um conjunto de aspectos que vai além do individual, abrangendo caracteres coletivos,
contextuais, que levam à suscetibilidade às doenças ou agravos, levando em conta, também, aspectos que dizem
respeito à disponibilidade ou à carência de recursos destinados à proteção das pessoas, na medida em que incorpora
práticas cuja essência é o cuidado com o indivíduo coletivo, a possibilidade de apoiar os sujeitos sociais no que diz
respeito aos seus direitos, fato que, na atual conjuntura de saúde e de desenvolvimento do país, se constitui como um
desa�o a ser perseguido e concretizado.
A operacionalização do conceito de vulnerabilidade pode contribuir para renovar as práticas de saúde coletiva, nas
quais o cuidado às pessoas, como já estudamos anteriormente, deve ser responsabilidade de diferentes setores da
sociedade.
Piramide da evidência
Principais desenhos de pesquisa em Epidemiologia
Os desenhos de pesquisa representam conjuntos formados por indivíduos, particularizados um a um (individuados) ou
agregados por algum critério.
Para a melhor compreensão do funcionamento dos vários desenhos de estudo, observe o quadro abaixo e leia as informações
subsequentes:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Tipo operativo Posição do investigador Referência temporal Denominações correntes
Agregado Observacional
Intervenção
Transversal
Longitudinal
Longitudinal
Estudos Ecológicos
Estudos de Tendências
Ensaios Comunitários
Individuado Observacional
Intervenção
Transversal
Longitudinal
Longitudinal
Inquéritos 
Coortes
Caso-controle
Ensaios Clínicos
 Tipologia dos desenhos de investigação em Epidemiologia
Com base nos conceitos atuais, onde todas as pro�ssões das áreas da Saúde estão cientes da importância de haver a prática
clínica baseada em evidência cientí�ca, é sempre importante considerar os níveis de evidência cientí�ca quando decidimos
embasar a atividade clínica em pacientes.
Segundo Jardim (2016), existem vários tipos de artigos cientí�cos sendo publicados, de relatos de casos às revisões
sistemáticas. Milhares de artigos são publicados todo mês e quem se mantiver atualizado precisa saber o que está lendo. Mas,
se você quer pesquisar se um tipo de tratamento é útil para seu paciente, como saber a que tipo de artigo recorrer? Uma dica:
Use a Pirâmide de Evidência Cientí�ca!
 (Fonte: Adaptada de SUNY - 2001)
Atividade
1. Os delineamentos de pesquisa que apresentam menor validade cientí�ca são os estudos:
a) De série de casos.
b) De casos e controles.
c) Ecológicos.
d) De coorte.
e) Transversais.
2. Os estudos epidemiológicos que têm menor potencial de introdução de vícios são os:
a) De coorte.
b) De casos e controles.
c) Ensaios clínicos randomizados.
d) Transversais.
e) De série de casos.
3. Um estudo analisou todas as 4.452 pessoas com mais de 15 anos que viviam em uma pequena cidade de Massachusetts.
Cada participante completou um questionário e submeteu-se a um exame que incluiu história médica, exame físico e testes
sanguíneos. A presença de artrite reumática foi de�nida por critérios especí�cos em uso corrente. Na população estudada, foram
encontrados 4 casos de artrite reumatoide por 1.000.
O desenho do estudo é:
a) Longitudinal.
b) Prospectivo.
c) Retrospectivo.
d) Transversal.
e) Nenhuma das respostas.
4. Qual tipo de estudo é considerado como estando no topo da evidência cientí�ca?
a) Revisões sistemáticas e metanálises.
b) Coortes.
c) Caso e controle.
d) Transversais.
e) Ensaio clínicos.
Notas
Prosumer1
Um consumidor que é, ao mesmo tempo, produtor de conteúdo
Unicórnio2
Termo introduzido em 2013 por Aileen Lee, referindo-se a empresas que conseguem algo que parece impossível (como achar
um unicórnio), que é ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes mesmo de abrir seu capital nas bolsas de valores. E o que elas
fazem para conseguir esse feito? Introduzem grandes inovações no mercado, enxergam a riqueza de dados que a internet
fornece e conseguem ter o controle deles extraindo valor das transações de dados.
Cibridismo3
É estar on e off o tempo todo.
Somos seres ciber-hídridos, ou seja, temos uma constituição biológica, expandida por todas as interfaces tecnológicas que
adquirimos, e, cada vez mais, estaremos replicados em todas essas plataformas. Nossos conteúdos, dados pessoais, fotos,
vídeos, leituras, tudo o que faz parte da nossa vida está integrado nas interfaces que utilizamos, e não vivemos sem eles. Isso é
ser cíbrido.
Referências
ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício Lima. Epidemiologia e Saúde: Fundamentos, métodos, aplicações. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
ALMEIDA FILHO, Naomar de; ROUQUAYROL, Maria Zélia. Introdução à Epidemiologia. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
JARDIM, Alexandre Veiga. A pirâmide de evidência cientí�ca: Da base ao topo. In: Ortodontia descomplicada.
PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: Teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
ROUQUAYROL, Maria Zélia; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia e saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
Próxima aula
Na próxima aula, estudaremos o seguinte assunto:
Indicadores epidemiológicos.
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