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FACULDADE SANTA TEREZINHA – CEST CURSO DE BAC. EM DIREITO PERÍODO 2º DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA PROFESSOR(A): ADRIANO FARIAS RIOS ALUNO: LEANDRO SILVA MACHADO DATA: 13 de março de 2015. RESUMO RIOS, Adriano Farias. Uma “flânerie” no lombo do Boi da Maioba: refletindo a tradição/modernidade na cultura popular maranhense. Revista Pós Ciências Sociais. São Luis, v.2, n.4, jul/dez.2005, p. 61-80. Uma “flânerie” literal do francês significa uma vadiagem. Ao aplicar o termo à sua pesquisa, Rios faz além, vai às nuanças do Boi da Maioba e explora o conteúdo cultural de mais de 100 anos que essa brincadeira tradicional possui. Realiza um passeio pela cidade sede e ainda remete à importância das circuncisões grandemente influencias por tal tradição. O boi da Maioba é tocado pelo sentimento dos brincantes que perfazem sua história e que, desde os fundadores, vem lutando arduamente para que a tradição não seja esquecida frente à modernidade. É graças a esse empenho que o Boi é tido como um dos mais atraentes e requisitados pelo Estado e povo. Para isso, os representantes e brincantes fazem com que, a cada ano, o boi tenha suas peculiaridades na indumentária, adereços e, principalmente, nas toadas que o acompanha. Tudo começa em um cenário muito diferente dos que o Boi vive hoje e também com um foco totalmente diferente. Comparando-se a tradição de um povo agrário de subsistência pouco se tinham recursos e o Boi da Maioba era voltado apenas para o povo daquela região, porém, com o passar dos tempos, o advento da modernidade e a valorização da cultura tanto pelo povo quanto pelo Estado, esse cenário se modificou passando a romper barreiras físicas e financeiras e assumindo um caráter mais urbanizado e moderno conforme a evolução do próprio município o qual o Boi da Maioba nasceu e sobrevive, assim como às demais localidades que integram a Ilha de Upaon-Açu. Atualmente o Boi da Maioba não representa somente aquela localidade e seu povo, mas todo o Estado do Maranhão uma vez que a cultura local também está acentuada a essa brincadeira principalmente na apresentação da tradição junina. Mas, nem toda alegria demonstrada na atualidade pelos brincantes perdurou desde o início da tradição. O Boi da Maioba ainda teve, aproximadamente, seus dez anos de crise marcados pelo estancamento de suas atividades. Nesse período, que não ficou muito claro nem para o autor, tampouco para os envolvidos diretamente no Boi, há de se crer que os sentimentos são de puro devaneio para as partes, pois, o autor não especifica nenhum comentário acerca do tema. Logo, em seguida, se reporta às mudanças no modo de pensar e retomar as atividades da brincadeira. Com uma nova roupagem, a construção de uma capela e um barracão, a “nova sede” do Boi ganhou uma espécie de administração formal que busca, até hoje, organizar os ensaios, as apresentações e todos os ritos previstos na cultura apresentada por Rios. Como toda administração formal, o Boi da Maioba também começou a ter necessidades financeiras que logo foram suprimidas pela iniciativa privada e pelo Governo do Estado mais precisamente na figura da então governadora Roseana Sarney. Começava então, a partir desse momento o reconhecimento e a mercantilização da brincadeira. Foi com a investidura do cantador Chagas que o Boi da Maioba não só continuou sendo conhecido como “O Batalhão Pesado”, como também passou a arrastar as grandes multidões de nativos e turistas pelos arraiais, terreiros, igrejas, praças e ruas, além de seu sítio natural por onde se apresenta. Essa repercussão trouxe para aquela 2 região vários benefícios como, por exemplo: investimentos para a urbanização local, melhoria nas condições de vida quanto aos direitos e garantias fundamentais, entre outras prerrogativas que, frente à modernização do município, a localidade precisava acompanhar. A comunidade pôde, por fim, deslumbrar a aplicação de políticas públicas e incentivo dos representantes de instituições privadas em detrimento de seu esforço e dedicação à brincadeira do Boi da Maioba. O retorno de tudo isso, foram os elos formados por aquela Maioba até então isolada da região urbana de São Luís do Maranhão, além de ascensão turística que promove em qualquer cidade um bom retorno financeiro e, por conseguinte, certo crescimento para o estado. Apesar disso, os brincantes afirmam que o objetivo de levar a alegria para o povo que os admira ainda faz parte de sua missão, portanto, não pretendem deixar isso morrer com a tradicional etapa da brincadeira chamada Morte do Boi. Falando nisso, foram apresentadas pelo autor, as etapas contidas na tradição do Boi da Maioba. Divididas em Ensaio, Batismo, Apresentações em Época e Extra-Época e Morte do Boi, fazem parte do ciclo anual do Bumba Maranhense. Envolvidas de tradição, crenças e muita religiosidade, essas etapas são alcançadas com muito entusiasmo e alegria com exceção apenas da Morte do Boi. Essa ultima é transborda de um paradoxo sentimental que se completa de alegria e tristeza, felicidade e saudade, prazer e dor. Mas o que fica, de acordo com os levantamentos feitos pelo Adriano Rios, é um sentimento superior de dever cumprido tanto de cunho financeiro quanto cultural para quem vive o Boi da Maioba de perto. Palavras-chave: Flânerie. Boi da Maioba. Tradição. Cultura. Maranhão.
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