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Morcegos do Brasil Parte198

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Moratelli, R. & Morielle-Versute, E. Capítulo 15 - Métodos e aplicações da citogenética...
Capítulo 15
Métodos e aplicações da citogenética na taxonomia de
morcegos brasileiros
Assim como em outros táxons de peque-
nos mamíferos, diversos grupos de morcegos
neotropicais ainda apresentam problemas
taxonômicos decorrentes da baixa
representatividade de espécimes em coleções e da
limitada aplicação de técnicas modernas à
taxonomia. Tradicionalmente, estudos
taxonômicos e sistemáticos realizados em
quirópteros têm utilizado, em grande escala,
caracteres morfológicos e morfométricos baseados
no crânio e na dentição. A variabilidade nesses
caracteres está parcialmente relacionada ao pro-
cesso de adaptação das espécies a diversificados
hábitos alimentares, dificultando o levantamento
de informações que permitam reconstruir relações
evolutivas (BAKER, 1970; VARELLA-GARCIA
& TADDEI, 1989). Nesse contexto, a análise de
caracteres celulares e moleculares é importante,
pois estão menos sujeitos à ação do ambiente.
Entre esses, os estudos citogenéticos têm trazido
grande contribuição para a caracterização de
táxons, assim como para o desenvolvimento de
hipóteses de relacionamento evolutivo, pois pos-
sibilitam uma avaliação da intensidade e dos pa-
drões de evolução cromossômica ocorridos entre
e dentro dos táxons (FORMAN et al., 1968;
BAKER, 1970; SIMPSON, 1989; VARELLA-
GARCIA & TADDEI, 1989; VARELLA-
GARCIA et al., 1989).
As técnicas citogenéticas visam à obten-
ção de cromossomos metafásicos. A metáfase é a
fase do ciclo celular em que os cromossomos en-
contram-se condensados, duplicados e alinhados
na região mediana da célula. A partir das prepara-
ções cromossômicas é possível observar o núme-
ro diplóide (2n), que corresponde ao número total
de cromossomos autossômicos e sexuais, e o nú-
mero fundamental autossômico (NF ou NA), que
corresponde ao número de braços do conjunto
autossômico. A partir da utilização de coloração di-
ferencial ou coloração de bandeamento é possível
identificar cromossomos homólogos ou segmentos
de cromossomos homólogos entre indivíduos, popu-
lações e, até mesmo, espécies (BAKER et al., 1987).
Ricardo Moratelli
Programa Institucional Biodiversidade e Saúde, FIOCRUZ;
 Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), Museu Nacional, UFRJ
Eliana Morielle-Versute
Professora do Departamento de Zoologia e Botânica,
Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (UNESP) Campus de São José do Rio Preto.
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