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ATIVIDADE DISCURSIVA MEDICINA LEGAL

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Centro Universitário Anhanguera - Leme/SP
MEDICINA LEGAL
AVA
Aluno
Márcio Roberto Silveira RA. 177948011240
8º semestre/2018
ATIVIDADE DISCURSIVA I
QUESTÃO 1
O campo de estudos da Medicina Forense trata de assuntos muitas vezes delicados e repletos de controvérsias que vão além da visão médico-legal e alcança esferas de ordem social, religiosa e moral. Um desses assuntos é a questão do aborto. Leia o trecho do artigo a seguir:
Pró-vida de quem?
“O problema não é ser pró-vida, é agir de má-fé e construir uma armadilha para mulheres que estão buscando ajuda”, diz autora de reportagem”
Na segunda-feira a Agência Pública trouxe uma reportagem essencial para entender a tragédia a que estão submetidas as mulheres do Brasil. Em “Armadilha para mulheres”, Andrea Dip destrincha como o Centro de Ajuda à Mulher (CAM), com várias sedes no país, usa métodos violentos para convencer as mulheres a não abortar.  A reportagem, a entrevista e a checagem de fatos sobre o Cytotec estão disponíveis no site da Agência e valem ser lidos na íntegra.
Foi a partir do site http://gravidezindesejada.com.br/ que a equipe começou sua investigação, em novembro de 2017, descobrindo que ele está hospedado sob o nome de um religioso ligado à Opus Dei. Após alguns contatos, Andrea e mais uma repórter da Pública combinaram uma visita à sede da entidade para um suposto “atendimento”, quando fica mais claro que o verdadeiro objetivo dos funcionários é convencer as mulheres a seguir com a gestação. Elas usaram seus nomes verdadeiros para visitar o local, recheado de imagens de santos e líderes religiosos.
Em uma segunda visita, a outra repórter (cujo nome está sendo preservado por questões de segurança) foi submetida a uma sessão de verdadeira tortura psicológica travestida de aconselhamento, sendo obrigada a segurar fetos de borracha para sentir o peso do feto que carrega, entre outras atrocidades (SOARES, 2018, s/p).
 Apesar de ser um assunto polêmico, o campo da Medicina Forense delimita o conceito de aborto e se interessa apenas pela prática abortiva criminosa.
A partir dessas informações e utilizando os conceitos legais e técnicos da Medicina Forense qual a diferença entre o conceito de aborto criminoso e aborto legal no contexto brasileiro? Escreva um texto argumentativo que deixe muito clara a diferença entre os dois tipos de aborto, do ponto de vista legal e da Medicina Forense.
TEXTO ARGUMENTATIVO
Inicialmente é mister trazer o conceito de aborto que segundo Capez (2004, p. 108) conceitua o aborto como:
“Considera-se aborto a interrupção da gravidez com a consequente destruição do produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina. Não faz parte do conceito de aborto, a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno, em virtude de um processo de autólise; ou então pode suceder que ele sofra processo de mumificação ou maceração, de modo que continue no útero materno. A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado (3 primeiras semanas de gestação), embrião (3 primeiros meses), ou feto (a partir de 3 meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, quer dizer desde o início da concepção até o início do parto”.
Sob o ponto de vista médico legal, considera-se aborto:
 “a interrupção da gravidez até a 20a ou 22a semana, ou quando o feto pese até 500 gramas ou ainda, alguns consideram quando o feto mede até 16,5 cm (...) Este conceito foi formulado baseado na viabilidade fetal extra-uterina e é mundialmente aceito pela literatura médica.”
Diferente do conceito médico, o conceito jurídico não prevê qualquer requisito temporal ou mesmo biológico. Tampouco interessa o processo de abortamento – que é a expulsão do nascituro do corpo da mãe. O ponto de vista jurídico penal versa sobre a conduta humana que de forma dolosa vulnera a vida do nascituro, do ser humano em formação.
O aborto pode ocorrer de forma natural ou de forma provocada, sendo o objeto do presente texto o aborto provocado e que se subdivide em aborto legal ou permitido e em aborto criminoso.
Aborto provocado é aquele que decorre de uma conduta, voltada direta ou indiretamente à promover a interrupção do processo gestacional, vulnerando o ser humano ali em formação e suprindo-lhe a vida.
O aborto criminoso está disposto nos Art. 124,125,126 todos do Código Penal, senão vejamos.
O Aborto provocado pela própria gestante e o aborto consentido estão previstos no artigo 124 do Código Penal, sendo que o auto aborto está transcrito na primeira parte do artigo e o aborto consentido em sua segunda parte.  
Art. 124 – “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque.” (BRASIL, 1940).
O aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante, está previsto no artigo 125 do Código Penal, sendo considerada a conduta mais gravosa do crime de aborto, já que a gestante não outorga o consentimento. A ausência do consentimento da gestante constitui, nesse caso, elemento principal da ação, uma vez que se houver o consentimento da mulher, a conduta será desqualificada para a prática do artigo 126 do mesmo Código.
Art. 125 – “Provocar aborto, sem o consentimento da gestante” (BRASIL, 1940):
No aborto consentido, a gestante apenas consente a prática delitiva, sendo que, quem executa é o terceiro. Vale salientar que o agente que realiza o aborto não responde pelo Art. 124, mas reponde pelo Art. 126 do mesmo diploma por existência de previsão expressa.
O aborto provocado por terceiro, com o consentimento da gestante, está previsto no artigo 126 do Código Penal, sendo que a prática do crime gera duas figuras típicas, a da gestante na 2ª parte do artigo 124 e a do terceiro que prática o delito. Nesse caso é possível o concurso de pessoas.
Art. 126 – “Provocar aborto com o consentimento da gestante” (BRASIL, 1940):
Existe também outros tipos de aborto criminal não dispostos nesses Art. mas classificados pela doutrina, são eles o aborto eugênico que ocorre quando a intervenção médica se dá para interromper a gravidez de possíveis fetos defeituosos ou defeituosos de fato e o aborto social que ocorre nos casos em que se interrompe a gravidez nos casos econômico, estéticos, sociais (LUZ,DOMINGUES, NAVES,2018, P. 146)
O aborto legal ou permitido subdivide se em aborto terapêutico, sentimental, humanitário ou moral, estão previstos no Art. 128 do Código Penal.
O artigo 128 do Código Penal prevê as hipóteses do denominado aborto legal, entendendo que não será crime quando praticado por médico que, não existindo outra forma de salvar a vida da gestante (terapêutico) ou então quando a gravidez for resultado de crime de estupro (sentimental), sendo acompanhado do consentimento da mulher ou, nos casos em que a gestante for incapaz, do consentimento do seu representante legal.
No rol de aborto legal, está também elencado o aborto nos casos de anencéfalos, autorizado no julgamento da Arguição de descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 54) Min. Rel. Marco Aurélio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No aborto criminoso a lei tutela tanto os fetos viáveis quanto os inviáveis, normais ou não. O direito a vida é reconhecido e resguardado pelo nosso ordenamento jurídico da forma mais ampla possível, havendo proteção à vida desde o momento de sua concepção, pois ninguém deve ser de privado da vida arbitrariamente, o que importa é a violação do direito a vida.
No aborto legal, mais precisamente no aborto necessário, quando a gestante corre risco de morte, diante dos conflitos de dois valores fundamentais, a lei protege a vida da gestante por se tratar de pessoa madura e completamente formada, sem a qual dificilmente o próprio feto poderia seguir adiante.
No aborto legal, quando a gravidez decorre do estupro (aborto sentimental), a lei protege a vida da gestante, com fundamento de validade na dignidade da pessoa humana (CF, art. 1°, inciso III). Seria exigir demaisda gestante que essa desce a luz, fruto de um produto de um trauma tão grande quanto o estupro.
 Diferente do conceito médico, o conceito jurídico não prevê qualquer requisito temporal ou mesmo biológico. Tampouco interessa o processo de abortamento – que é a expulsão do nascituro do corpo da mãe. O ponto de vista jurídico penal versa sobre a conduta humana que de forma dolosa vulnera a vida do nascituro, do ser humano em formação.
Bibliografia
CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte especial. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2004
CÉSPEDES, Lívia; DA ROCHA, Fabiana Dias (Org.). Vade mecum acadêmico de direito Saraiva.24. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Pareceres&dif=s&ficha=1&id=3405&tipo=PARECER&. Acessado em 26/10/2018, às 11hr07min.
LUZ, Bernardo Araújo da; DOMINGUES, Cristina Pinheiro; NAVES, Carlos Luiz de Lima e; Medicina Forense. Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A.,2018

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