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Resenha sobre a teoria tridimensional do direito Miguel Reale

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O autor começa a tratar de assuntos históricos do termo “direito”, 
fazendo diferenciações com a palavra liberdade e igualdade. Direito, antes de 
qualquer definição foi compreendida como um fado, cuja ordem foi 
estabelecida dos desejos e arbitrariedades. Na idade das cavernas, as regras 
eram de cunho religioso. Ao passar dos milênios, a descoberta de uma ordem 
era questão da experiência. Logo depois, surgiu definições de justiça, 
observou-se que ela estava presente somente quando a divindade estava. Se 
interlaça como um poder soberano sobre os homens. 
Numa outra fase, o direito era definido como norma. Após estudos, 
constatou que o direito se divide em elementos constitutivos denominados de 
valor, norma e fato. Estes são conjugados com a tridimensionalidade 
específica, incluindo eficácia, fundamento e vigência. Contudo, ainda são 
comparados com o sociologismo jurídico, o moralismo jurídico e o 
normativismo abstrato, que juntos formam a tridimensionalidade genérica. 
Essa divisão houve várias críticas, e comento a de Emil Lask, que 
utilizou da cultura como argumento principal, já que a realidade e o dever ser 
estão atrelados a aspectos culturais do indivíduo. 
Eduardo Garcia Máynez divide o direito de outra forma, sendo mais 
claro em: direito formalmente válido, se referindo a vigência da norma para ser 
obedecida; direito intrinsecamente válido, é a ética do direito, sua justiça; e por 
fim; direito positivo, é o verdadeiro direito exteriorizado na sociedade. E como 
não podia ser diferente, também houve críticas, opiniões e tentativas de 
aperfeiçoar esta visão de Máynez. 
Com o tempo, se viu a necessidade de definir direito como uma 
unidade, deixando de lado esta tricotomia em vários trabalhos nas Américas. 
Essa afirmação também não durou muito tempo, já que em seguida, a 
experiência não obteve êxito em manter a unidade do direito, junto com 
perspectivas. O direito ainda passou a ser estudado sobre aspectos filosóficos, 
sociológicos e jurídico-formais. São modificações que se seguiam, para tentar a 
melhor definição desta ciência social. 
O autor ainda afirma que para uma lei ser criada, antes disso se baseia 
no fato, não ao fato empírico, mas na experiência de uma evolução como um 
todo. Denota ainda a importância da relação entre a força normativa e o poder, 
aludindo que são inseparáveis. 
Há o reconhecimento de que o direito é dinâmico, já que as leis devem 
acompanhar o avanço da sociedade. O que pode não ser certo hoje, amanhã já 
poderá ser. A norma sendo uma literalidade genérica, o trabalho do intérprete e 
do aplicador, adquire suma importância, visto que ele será capaz de humanizar 
a norma, aplicá-la ao caso concreto, verificando os meios interpretativos para 
tal, de maneira a não cometer injustiças. 
Em regra, a norma é definida seguindo os acontecimentos históricos 
relacionados ao tema em questão. Reale apoia a doutrina do Direito Livre, 
aquela que dá poder ao magistrado de fazer a adaptação da lei para a 
realidade do caso. 
O fundamento do direito possui um problema, seu estudo pode levar a 
vários ideais, já que a cultura, os princípios e fundamentos de determinada 
sociedade, varia de lugar para lugar. Desse modo, o que pode ser direito e 
justo para uns, já não pode ser para outros. Como já expresso nesta resenha, o 
direito e inclusive o homem e os fatos sociais são mutáveis a todo instante. 
Nesta lógica, é crível salientar um fundamento do direito ligado ao Direito 
Natural. Este tem base de regramentos da essência do homem e está firmado 
como irredutível historicamente. 
Quando o legislador desenvolve uma lei, ele não pode simplesmente 
criar por criar, melhor dizendo, criar a lei friamente sem observar o conjunto do 
ordenamento em que ela estará inserida. Se isto ocorrer, acontecerá uma 
anormalidade momentânea, como regra, e como consequência ocorrerá uma 
violação dos valores apregoados pela sociedade habitual. 
Neste aspecto normativo, é bem frisado pelo autor no que tange 
pressupostos aplicados pelo ordenamento sobre a legitimidade de se criar uma 
lei que será imposta a todos, caso contrário, não haveria uma força que permite 
o Estado executar contra a vontade individual um interesse da sociedade da 
época. 
Para que uma lei tenha efeito, ela necessariamente tem que passar por 
algumas fases, como a positividade, sendo a sua elaboração; vigência, no que 
tange sua aprovação para começar a orientar as relações em sociedade; e 
eficácia, se relacionando com o seu real cumprimento da lei pré-fixada no 
ordenamento jurídico. 
De certo modo, é o homem que tem que ser o guardião da consonância 
das leis com a realidade social. 
Por fim, é importante destacar que um sistema normativo será aplicado 
de forma eficiente só quando correlacionar fato, valor e norma. E junto a isso, a 
metodologia jurídica e as suas subdivisões, ajudam a se chegar ao real saber 
jurídico.

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