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TEORIA GERAL DO PROCESSO I PROFESSOR: AVILA, L. prof.avila.sp@gmail.com 10/09/2018 1 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). COMPETÊNCIA: Funcional; Territorial e Valor da Causa Absoluta e Relativa DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA • Segundo Enrico Tullio Liebman (Itália 1903-1986) “competência é o poder que tem o órgão do Poder Judiciário, de fazer atuar a função jurisdicional em um caso concreto. É a quantidade de jurisdição atribuída a cada órgão jurisdicional, ou seja, a competência é a medida da jurisdição”. [Manuale di diritto processuale civile. 4º ed., Milão: Fiuffrè, 1983. Trad. Cândido Rangel Dinamarco – Malheiros Editores, 2005. • Segundo Aldo Bacre “... es el límite dentro del cual el juez puede ejercer aquella facultad.” (se referindo à “faculdade” de dizer o direito) - [Teoria general del proceso. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, t.I, p. 177.]. • Neste contexto, observa-se que a função jurisdicional é atribuída abstratamente a todos os órgãos do Poder Judiciário, mas passa por um processo gradativo de concretização até chegar à determinado juiz competente para o processo (“juiz natural”). 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 2 DIVISÃO DA COMPETÊNCIA • Não podemos falar em competência sem citar o processualista Italiano Giuseppe Chiovenda que formulou a seguinte divisão: o Critério Funcional(hierárquico): utilizado para as ações originárias e para suprir as exigências hierárquicas; o Critério Territorial: relaciona-se com a circunscrição territorial de cada órgão; o Critério objetivo: competência por valor da causa ou pela natureza “matéria”. Obs.: este critério não esgota todos os fatores que devem ser levados em conta no Brasil, a exemplo da competência em razão da pessoa. • Obs.: Os artigos 62 e 63 do atual CPC ainda estão supedaneados no critérios de Chiovenda (falecido em 1937) para a normatização da competência absoluta ou relativa. • A distribuição no Brasil é feita em diversos diplomas legislativos: a) Constituição Federal; b) Lei Federal; c) Constituições Estaduais; d) Leis de organização judiciária. Mas observe que esta indicação é apenas exemplificativa, pois durante o estudo da competência em direito processual civil, penal e trabalhista encontramos regras específicas que se agregam com esta base. 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 3 BREVE ESQUEMA PARA IDENTIFICAR O JUÍZO COMPETENTE • Fonte: [Cintra; Grinover e Dinamarco. Teoria Geral do Processo. ed. 2] e [Marcus V. R. Gonçalves. Direito Processual Civil Esquematizado]. • Embora não seja um consenso na doutrina, segue abaixo um esquema para definir a competência: a) Competência de jurisdição (Qual a Justiça?); b) Competência originária “funcional” (Qual órgão, superior ou inferior?); c) Competência de foro (Qual a comarca ou seção judiciária?); d) Competência de juízo (Qual a vara?); e) Competência interna (Qual o juiz?); f) Competência recursal (Compete ao mesmo órgão ou superior?). • No esquema acima identificamos: o item “a” representa competência em razão da matéria ou da pessoa (considerando a justiça federal e estadual comum); os itens “b” e “f” apresentam competência funcional/hierárquica; o item “c” trata da competência territorial (prevista, em regra, nos códigos); os itens “d” e “e” se enquadram na competência objetiva e, geralmente, estão positivados na lei de organização judiciária do respectivo Tribunal. 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 4 CONJUGAÇÃO DE CRITÉRIOS FORO E JUÍZO • Há situações em que o legislador se vale de mais de um critério para indicar onde determinada demanda deve ser processada. • Podemos citar Estado de São Paulo, pois a competência cível circunda o critério objetivo “valor da causa” e “territorial”. Exemplo: a capital é dividida em “foro” em juízo central (chamado de forma pouco técnica de foro central) e juízos regionais (chamados de foros regionais). Exemplo: para as ações pessoais, cujo valor da causa for superior a quinhentos salários mínimos o juízo competente é o central e para as de valor inferior a competência é do juízo de domicílio do réu. • Conceito de juízo e foro: a lei processual utiliza estes conceitos para formular as suas regras de competência. Assim, em sentido geral, podemos dizer que FORO indica a base territorial sobre a qual determinado órgão judiciário exerce a sua competência (sinônimo de comarca); Os JUÍZOS são as unidades jurisdicionais, integradas pelo juiz e seus auxiliares (na justiça estadual o conceito de juízo coincide com o de VARA). • Obs.: Na Justiça Federal, não há propriamente divisão em Comarcas, pois cada vara exercerá a sua competência dentro de certos limites que constituirão o respectivo foro federal (uma Vara Federal pode ter competência para as causas de várias cidades (SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA). 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 5 COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA • Conforme aventado, as regras de competência indicam qual o foro competente para dizer o direito e são divididas em duas categorias: ABSOLUTAS OU RELATIVAS. • O legislador, ao formular tais comandos normativos, tem em vista a melhor organização judiciária ou o maior conforto e segurança das partes no ajuizamento da demanda. No primeiro caso as considera absoluta e no segundo relativa. • Em suma: há normas de competência que são de ordem pública – cogentes/absolutas e as que não o são , sendo instituídas tão somente no interesse das partes – dispositivas. • Consequências: a) somente a competência relativa está sujeita à modificação pelas partes e demais institutos relacionados à prorrogação e derrogação de competência. • São exemplos de competência absoluta: a) competência material; b) competência em razão da pessoa (art. 109 da CF); c) competência funcional; e, d) competência em razão da situação do imóvel (VER ARTIGOS 47, 62 E 63 do CPC). Atenção: quando o CPC se vale do critério territorial, em regra está tratando da competência relativa, salvo exceções como as do artigo 47. (domicílio dos litigantes, autor da herança, local de exercício da atividade principal etc). LEMBREM-SE: para saber em que juízo uma demanda deve ser proposta é indispensável consultar a Constituição Federal, as leis federais “códigos”, as leis de organização judiciária e eventualmente a Constituição Estadual. 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 6 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 7 QUADRO ESQUEMÁTICO 10/09/2018 Professor: AVILA, L. (NÃO estudar apenas estes slides para prova). 8 Organograma/Fonte: Doutora M. Cristina Zainaghi, Professora de Direito Processual Civil da UNINOVE - (Lições de Direito Processual Civil) PRÓXIMA AULA: Modificação de Competência ________________________________________________ *BIBLIOGRAFIA (Estes slides foram elaborados com base nos textos abaixo) THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 57.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. v.1 DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2016. DELLORE, Luiz et al. Teoria geral do processo contemporâneo. São Paulo: Atlas, 2016. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Candido Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros, 2014. [2013, 2011, 2007, 2006, 2005, 2004, 2003, 2002, 1995] Lei 13.105 – Código de Processo Civil. segunda-feira, 10 de setembro de 2018 Professor: AVILA, L. 9
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