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OFICINAS NOVAS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL/oficinaBonsHabitos.pdf Oficina 5- Bons hábitos ? Para quê? 1- Objetivos: • Compreender os bons hábitos como forma de saúde. • Compreender a importância de uma boa alimentação. • Aprender a cuidar de si, a ter postura, a mastigar. • Sensibilizar os alunos para cuidarem do próprio corpo. • Incentivar o grupo a usar o fio dental e a escovar bem os dentes, bem como sensibilizá-los que isso é sinônimo de saúde. • Disposição para aprender. • Incentivar a prática de esportes. • Desenvolver hábitos saudáveis. • Cuidar da saúde bucal. 2- Material necessário • Talheres • Pratos • Copos • Forro • Cardápio • Cartazes • Escova, creme dental, fio dental, toalha, sabonete • Canção Ensaboa ( letra e música) Interpretação de Marisa Monte • Som e CD • Música lenta • Fita crepe • Caderno de registro • TV, DVD • Aparelho de som • Papel pardo • Pincéis • Fita crepe • Tesoura sem ponta • Desenho de três carinhas • Balões de várias cores • Balão branco • Tecido escuro/ vendar os olhos • Colchonetes 3 -Tempo previsto 8 a 12 horas. 4- Aquecimento para o tema – Tanquinho • Dividir o grupo em trios. • Ao som da música Ensaboa, dois dos integrantes do trio vão “lavar” a terceira pessoa, seguindo os comandos do professor: jogar a água; colocar o sabão. ensaboar; jogar água novamente; torcer; secar; dobrar e guardar. • Trocar as pessoas de papel dentro do trio e reiniciar os comandos até que as três tenham sido “lavadas”. • Após a brincadeira, aproveitar para começar a discussão em torno da higiene, banho, escovação dos dentes, cuidado com o corpo, alimentação, enfim deixá- los falarem bastante. O professor deve conduzir a discussão para a importância de rever os conceitos inadequados em relação aos hábitos praticados. É o momento de construir novos conceitos, mudar atitudes. 5-Vivência: hábitos saudáveis, mudança de atitude • Distribuir entre os participantes cartões com palavras escritas ( uma em cada cartão): alimentação, esporte, boca, corpo, hábito, mastigação, copo, prato, mesa, etc. • Pedir a cada pessoa que vá dizendo o que a sua palavra lhe lembra, numa livre associação de idéias. • Fomentar uma discussão sobre estas associações, refletindo sobre como as palavras são carregadas de valores, cultura, como elas podem ser positivas ou negativas, delicadas ou agressivas. • Escrever no topo de folhas de papel pardo o que está certo e o que está errado em relação ao horário do almoço, hábitos alimentares, prática de esportes, bebidas, tabagismo, etc. • Deixar que eles se expressem livremente • Pedir a um aluno que leia em voz alta o que foi escrito. • Voltar para plenária e abrir a discussão por meio de perguntas: Como devemos nos comportar à mesa?, Por que devemos mastigar bem os alimentos? Por que alguns alimentos são mais importantes que outros? Por que lavar as mãos antes das refeições? Por que a escovação correta é importante? Quais as doenças que entram pela nossa boca? Qual a relação dos dentes com a saúde ou a doença? È importante cuidar do corpo? 6- Aplicação - Revendo o que aprendi • O professor poderá solicitar uma pesquisa no Google sobre a importância dos dentes, dos alimentos, porcentagem de pessoas que usam prótese em nosso país, relação nutrição x obesidade, doenças como anorexia, bulimia... • Trazer revistas e jornais para a sala de aula para pesquisarem reportagens e notícias sobre o assunto. • Gravar partes de novelas e propagandas para serem trabalhadas em sala de aula sobre a busca do corpo perfeito. • Gravar o Globo Repórter que fala sobre o tema para ser debatido em sala de aula. • Solicitar produções de textos: poemas, charges, tirinhas, anedotas, crônicas, confecção de mural, entre outros. 7- Metacognição - Aprender para quê? • Preparar as mesas com forro, talheres ( garfo, faca), copos, pratos, guardanapo em um ambiente próprio, com música lenta. • Importância de dirigirem-se ao lavatório para lavarem as mãos antes das refeições. • O professor deverá ensiná-los a utilizarem os talheres. • Postura à mesa. • O tempo ideal do almoço ( para mastigar bem os alimentos, sem pressa). • Acompanhá-los ao banheiro para a correta higienização dos dentes, o uso do fio dental, a forma correta da escovação dos dentes, da língua, gengiva, etc. 9- Relaxamento • Fazer uma roda inicial de integração ao som de uma música suave. • Convidar os participantes a se deitar para fazer um relaxamento e uma visualização dirigida. Sugerir que comecem espreguiçando, respirando fundo, fechando os olhos e procurando uma posição relaxada e confortável. • Ao som de uma música, ir dando as instruções para o relaxamento, com voz pausada e suave: • Contrais o pé direito e, em seguida, relaxe-o, voltando à posição inicial...Repita o mesmo movimento três vezes. Mantenha o ritmo natural de sua respiração. • Contraia o pé esquerdo e, em seguida, relaxe-o, voltando à posição inicial. Mantenha o ritmo natural de sua respiração. • Volte agora ao pé direito e estique-o; depois, deixe-o ficar relaxado. Repita o mesmo movimento três vezes. Observação: Repetir as mesmas instruções para o pé esquerdo, a mão direita e esquerda, braço direito e esquerdo, ombros, quadris, rosto. 10-Aplicação : cuidar de si e do outro • Dizer ao grupo que cada pessoa pode aprender a relaxar, a cuidar de si e a se presentear com coisas fáceis, que alimentam a vida e que proporcionam a saúde física, emocional e mental. • Propor que se coloquem de pé, com os braços soltos, os olhos fechados, os joelhos destravados, os pés paralelos, ligeiramente afastados um do outro, e que façam a rotação de pescoço, da direita para a esquerda, lenta e suavemente. • Depois que os participantes tiverem feito o movimento individualmente por cerca de dois minutos, propor que façam o mesmo movimento daquela que está à frente. Depois de cerca de dois minutos, trocam-se os papéis na dupla. • Terminar a atividade trocando um abraço com o par. • Solicitar a cada participante que registre no “Caderno de Registro” os sentimentos e percepções pessoais acerca da atividade. • Dar oportunidade para que eles compartilhem os registros. 11- Avaliação – Emoticons • apresentar ao grupo um painel com três colunas, identificadas pelo desenho de uma carinha representando uma das seguintes expressões fisionômicas: aprendi, fiquei com dúvida, não aprendi. 12- Educação física • Trabalhar com os alunos a importância da prática de esporte para a qualidade de vida, e para a saúde. • Fortalecer-se diante das drogas lícitas e ilícitas. • Refletir sobre a importância de caminhar, correr, dormir, tomar bastante água, fazer exercícios localizados. 12.1- Cuidar do grupo • Entregar balões de cores variadas, um para cada participante. • Solicitar que cada pessoa sopre o seu balão e o identifique, usando canetas coloridas ou outros recursos disponíveis ( etiquetas adesivas, fitas coloridas, etc.). • Explicar que quando a brincadeira se iniciar, cada um terá de rebater seu balão, mantendo-o sempre alto. • O dono do balão que cair no chão sairá do jogo e ficará observando os demais. • Combinar que o balão branco representará o grupo e que ele também deverá ser rebatido para o alto. • Explicar que todos terão que cuidar do balão branco, evitando que ele caia no chão e voltando a jogá-lo para o alto quando ele cair. • Dar o sinal de início da brincadeira e rebater o balão branco para o meio do grupo. Terminada a brincadeira ( ou porque muitos já deixaram seus balões caírem ou porque o tempo previsto se esgotou), provocar a reflexão dos participantes: Foi difícil manter o próprio balão no alto? Alguém ajudou a “salvar” o balão de alguém? O que aconteceu com o balão branco? • Solicitar que o grupo faça registros no caderno ou comente o que sentiu e observou. 12.2- Vivência • Fazer uma roda e pedir cada participante que escolha um colega ou uma colega par viverem juntos a experiência de cuidar e de ser cuidado. • Explicar que uma das pessoas da dupla vai ter os olhos vendados e que a outra vai guiá-la pelo mundo, cuidadosamente, mostrando caminhos, texturas, odores. Ressaltar que quem cuida olha, fica atento para atender às necessidades do outro; quem é cuidado se entrega e confia. • Dizer que será colocada uma música e que, enquanto ela estiver tocando, a dupla deve caminhar, explorando o espaço disponível. Quando a música terminar, o “guia” deve tirar a venda de seu par e voltar com ele ao centro da sala. • Repetir a atividade, trocando os papéis dentro da dupla. • Terminada a vivência, solicitar que cada um registre no caderno como se sentiu, se foi difícil confiar, se sentiu medo, se foi difícil cuidar, etc. • Dar oportunidade para que o grupo compartilhe sentimentos e percepções. OFICINAS NOVAS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL/CARTOGRAFIA.final.revisado.pdf SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO GERAL DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO INTEGRAL CARTOGRAFIA “É preciso toda uma aldeia para educar uma criança” Provérbio africano Prezados (as) Falar em educação Integral é dizer do fazer educativo pautado, sobretudo, por três elementos conformadores: tempos, sujeitos e espaços. Esse último é de fundamental importância na construção da política pública da Educação Integral, pois como podemos inferir, a partir do provérbio africano, é necessário que toda a aldeia esteja implicada, conectada em prol da educação. A política de Educação Integral deve ser construída com ações intersetoriais envolvendo as secretarias de saúde, segurança, esportes, assistência social e demais estruturas de governo, seja ele municipal, estadual ou federal. Não cabe somente ao poder público esta empreitada. Os grupos artísticos, ONGs, associação de moradores e pais também podem ser mobilizados para atuarem. Portanto cabe a nós nos perguntarmos: A aldeia é composta por quem? Quais os espaços existentes na comunidade? Podemos aprender nesses e com esses espaços? Podemos contar com outros espaços? Essas indagações nos impelem a identificar, descobrir e explorar o nosso território, nossa cidade, nosso bairro e nossa escola. Para isso, a prática da cartografia é de suma importância, pois ela é a metodologia que nos coloca “a tarefa de atentarmos nossos olhares para os territórios e os processos educativos aí presentes” (TEIA/UFMG). Mapear o território, no qual estamos inseridos, potencializa nossas ações educativas contando com apoio e saberes de parceiros variados. Para que possamos fazer uma educação na perspectiva da Cidade Educadora, é necessário que atuemos juntos e de forma diferenciada de acordo com nossa inserção nas Ações de Educação Integral. Cabe às Superintendências Regionais de Ensino (SRE), olharem para os territórios de sua jurisdição buscando identificar, caracterizar e registrar o que há de potencialmente educativo nele, como: associação de moradores, igrejas, salões de festa ou paroquiais, clubes esportivos, posto de saúde, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), bibliotecas públicas e/ou comunitárias, centros sociais, centros culturais, conservatórios de música, museus, bandas, academias ou outras formas de organização mais fluidas que desenvolvam um trabalho educativo/social/ambiental ou que, pelo menos, tenham interesse de colaborar para a educação dos estudantes. A SRE poderá entrar em contato esses segmentos e fazer o levantamento das seguintes possibilidades: Com quais dessas instituições, grupos culturais ou ONGs poderíamos firmar parcerias? Quais delas poderiam ceder espaços para a realização das atividades? Quais delas poderiam nos auxiliar nas formações de nossos professores? Quais delas poderiam oferecer espaço e/ou recursos humanos para a formação de Polos de Educação Integral? Aos profissionais envolvidos nas Ações de Educação Integral nas escolas caberá: Identificar, caracterizar e registrar o que há de potencialmente educativo no entorno da escola, bairro, cidade; Levantar que há de educativo nos percursos feitos por estudantes, funcionários e professores das escolas; Localizar espaços potenciais para se desenvolver atividades, como: praças, quintais particulares, hortas comunitárias; Construir um mapa do território educativo, junto com os estudantes e os demais profissionais que atuam na Educação Integral nas escolas. No mapa, deverão constar os espaços ocupados e os usos sociais que os sujeitos fazem deles, assim como suas potencialidades. Ressaltamos que o importante é registrar onde estão localizados esses espaços que podem ser entendidos como educativos no bairro/comunidade/cidade e seu potencial de diálogo com a escola. Tal registro poderá ser feito por meio de desenhos, de fotos, maquetes, imagens retiradas na internet, por exemplo. Baseado no exercício de Cartografia do Curso ”Docência em Educação Integral” - Grupo TEIA/UFMG – OFICINAS NOVAS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL/oficinaTeatroAlfabetizacaoLeitura.pdf Oficina nº 4 - Teatro – alfabetização e letramento. 1- Objetivos ● Ler e falar com fluência e expressividade. ● Apresentar apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas do teatro. ● Desenvolver o gosto pelo teatro ● Orientar na construção do conhecimento ● Desenvolver a percepção criativa do aluno ● Utilizar o teatro como ferramenta de aprendizagem ● Entender o teatro como meio de aprendizagem dos vários conteúdos escolares. ● Propiciar a integração da criança com o grupo e apercepção de suas potencialidades. ● Desenvolver a criatividade, a sensibilidade e compreender sentimentos e emoções. ● Melhorar o vocabulário, memorização, socialização, coordenação e imaginação. ● Participar de um patrimônio restrito a poucos. ● Desenvolver a comunicação e a expressão sensório-motora por meio da manipulação e construção de bonecos e fantoches. ● Proporcionar o contato com um mundo mágico da literatura infantil. ● Aprender a procurar soluções para um mundo melhor. ● Desenvolver a autonomia. ● Escrever textos teatrais, observando a pontuação como um dos elementos orientadores na produção de sentidos. ● Identificar variedades lingüísticas que concorrem para a construção do sentido do texto. ● Relacionar o texto que está sendo lido a outros textos orais e escritos. ● Antecipar conteúdos de textos a serem lidos, a partir do suporte, do gênero, da contextualização e de conhecimentos prévios sobre o tema. ● Respeitar a diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas. ● Participar das interações cotidianas em sala de aula: escutando com atenção e compreensão e expondo opiniões. ● Transformar um gênero em outro (história/conto em forma de teatro). ● Reconhecer a presença de diferentes enunciadores nos textos lidos, identificando as marcas lingüísticas que sinalizam suas vozes. ● Empregar corretamente as pistas gráficas ( caixa alta, grifo, etc).. 2- Material necessário ● CD do filme o “ Auto da Compadecida” ● Aparelho de TV. ● DVD. ● Livro da peça teatral : “O Pagador de Promessas” de Dias Gomes. ● Alguns gêneros teatrais para manuseio ● Fantoches, bonecos. ● Papel chamex. ● Objetos para compor o cenário. ● Figurinos. ● Músicas. ● Sala de informática. ● Palco ou similar. ● Material para maquiar. 3-Tempo previsto : dois meses 4- Aquecimento para o tema Em uma sala ambiente, propícia para introduzir o tema que será estudado e - com os alunos dispostos em círculo - o professor reforçará as características do gênero texto teatral, suas características e sua composição estrutural. Deixar que os alunos manuseiem vários suportes com gêneros variados de textos teatrais. Explicar que escrever uma peça corresponde a escrever o roteiro ou script, uma referência para a representação teatral. Esclarecer que o roteiro contém tudo o que é dito pelos atores no palco. Ler alguns roteiros de teatro para os alunos e incentivá-los a perceberem que a escrita de uma peça por si só, não permite compreender as limitações a que o teatro está sujeito, se comparado a outros meios de produção artística como a literatura e o cinema e, também o potencial dessa forma rica de expressão artística. Solicitar aos alunos que leiam a obra “O Pagador de Promessas” de Dias Gomes, porém antes da leitura, estimular os alunos a questionarem sobre o gênero textual (poema e texto informativo), para que serve, suas características e função. Explorar o suporte, sua contextualização, o autor, os prêmios recebidos com essa obra, etc. Pedir que olhem a forma como estão dispostas as frases, qual é tipo de texto predominante nesta obra, o suporte. Perguntar sobre o que eles acham que vão ler e estimular os alunos a questionarem sempre para que estão lendo aquele texto e o que será feito após a leitura. Promover uma discussão sobre as características do teatro presentes na obra. Argumentar sobre cada item que compõe o texto teatral. Criar situações para refletir sobre a obra “O Pagador de Promessas” e explicar aos alunos que se trata da história de um homem que não quis conceder – e foi destruído. Seu tema Central é, assim, o mito da liberdade. Explicar aos alunos que, como Zé-do-Burro, cada um de nós tem suas promessas a pagar. A Deus ou Ao Demônio, a uma Idéia. Em uma palavra, à nossa própria necessidade de entrega, de afirmação. E cada um de nós tem pela frente o seu “Padre Olavo”. Ele não é símbolo de intolerância universal. O pagador de promessas é uma fábula. Sua história é inteiramente imaginária, não obstante esteja ela construída sobre elementos folclóricos ou sociológicos que exprimem uma realidade. Fazer uma abordagem a respeito do sincretismo religioso que dá motivo ao drama, fato comum nas regiões brasileiras que, no tempo da escravidão, receberam influências e cultos africanos. Não podendo praticar livremente esses cultos, os escravos procuravam burlar a vigilância dos senhores brancos, fingindo cultuar santos católicos, quando, na verdade, adoravam deuses nagôs. Assim, buscavam uma correspondência entre estes e aqueles – Oxalá ( o maior dos orixás) identificou-se com Nosso Senhor do Bonfim, o santo de maior devoção da Bahia; Oxóssi, deus da caça, achou o seu símele em São Jorge; Exu, orixá malfazejo, foi equiparado ao diabo cristão. Aproveitar a oportunidade para abordar sobre as várias festas católicas, na Bahia ( como em vários estados do Brasil), estão impregnadas de danças, jogos e cantos de origem africana. Entre elas a de Santa Bárbara ( Iansã, na mitologia grega), que serve de cenário ao drama. Chamar a atenção em relação à Igreja Católica que reage a esse sincretismo. E a posição de Padre Olavo é perfeitamente lógica dentro dos princípios de defesa da religião cristã, muito embora revele uma intolerância também inerente a esse culto. Lembrar que o que interessa não é o dogmatismo cristão, a intolerância religiosa – é a crueldade de uma engrenagem social construída sobre um falso conceito de liberdade. Explicar que Zé-do-Burro, por definição, é um homem livre. Por definição, apenas. O que nos importa é a exploração de que ele é vítima – exploração que constitui também um dos alicerces da sociedade em que vivemos. Após a leitura, promover um debate sobre a história, procurando enfatizar a estrutura do gênero teatro: falas, elementos da pontuação, disposição das palavra no papel, o diálogo, etc. 5-Vivência: aprendendo para criar. ● Promover uma excursão para que possam ir ao teatro e assistir a peças teatrais, onde ocorre a magia da encenação. ● Depois desta atividade, o professor promoverá um debate, chamando atenção para o tema da apresentação, incentivando os alunos a fazerem apreciações estéticas, ideológicas, éticas e políticas da peça de teatro. ● Discutir com os alunos as divisões da peça de teatro, como atos e cenas. Lembrando que as cenas se dividem conforme as alterações no número de personagens em ação, quando entra e sai do palco um ator. ● Chamar a atenção para os diálogos entre os personagens. Já o roteiro contém mais que isto. ● Apresentar aos alunos o roteiro da peça que eles assistiram e refletir que o roteiro contém mais que isso. Por meio das rubricas e das indicações ele traz as determinações indispensáveis para a realização do drama e assim orienta os atores e a equipe técnica sobre cada cena da representação. ● Enfatizar que as rubricas recebem o nome de “indicações de cena” e descrevem o que acontece em cena ( se a cena é interior ou exterior, se é dia ou noite, a movimentação dos atores, descreve os movimentos, gestos, posições, indicam as falas e o local em que transcorre). É uma parte técnica da peça. ● Nesse momento da conversa, lembrar aos alunos que as indicações cênicas ou rubricas possibilita o dramaturgo ( autor) interferir na arte de dirigir do diretor de cena e também enquadra a interpretação dos atores, sem respeitar sua arte de interpretar. Por essa razão deve limitar-se a fazer as indicações mínimas requeridas para o rumo geral que deseja dar à representação, as quais, como autor da peça, lhe cabe determinar. ● Sinalizar para os alunos que as falas são alinhadas na margem esquerda da folha e cada fala é antecedida pelo nome do personagem que vai proferi-la. Lembrar que o nome do personagem é centralizado em letras maiúsculas ( caixa alta). ● Mostrar que as rubricas e as indicações ficam em linhas separadas e escritas em itálico, afastadas da margem esquerda (6 toques – endentação). Explicar que podem também cair em meio à fala, e neste caso, além de escritas em itálico, também são colocadas entre parênteses. ● Levar os alunos para a sala de informática e mostrar-lhes que que em geral, usa-se a letra courier, no tamanho 12. Entre a fala de um e de outro personagem é deixado um espaço duplo. Os verbos estarão sempre no tempo presente e a ordem das palavras deve corresponder à seqüência das ações indicadas. ● Aproveitar a oportunidade para pesquisar sobre os grandes dramaturgos, livros e peças de teatro. ● Socializar com os colegas a pesquisa. ● Realizar um mural sobre o material pesquisado. ● Incentivar a leitura desse material. 6- Aplicação e metacognição – Aprender para aplicar Entregar aos alunos uma folha de “papel ofício”( é o mais prático para a redação do roteiro) e propor a escrita de uma peça, observando tudo que foi aprendido nas aulas anteriores. Explicar que o espaço em branco extra nesta caso serve para o diretor, os autores e a equipe de produção façam anotações, correções e sugestões para melhorar o trabalho nos seus setores. Lembrar aos alunos que as peças, quando impressas em livros, têm formato mais econômico. Orientar os alunos para que as frases sejam escritas com clareza, utilizando uma ordem direta, evitando-se possível os tempos compostos dos verbos. A linguagem usada deve ser de acordo com o público e os sentimentos mostrados pelos personagens devem ser expressos do modo como as pessoas em geral costumam expressá-los. Sinalizar se o texto é em prosa ou em versos, estes devem ser absolutamente simples. O ritmo pode oferecer ao dramaturgo oportunidades para efeitos emocionais, o que a prosa não lhe permitiria, porém devem ser escritos tanto quanto possível de modo que possam ser falados com inteira naturalidade pelos atores, em lugar de declamados. É importante lembrar que quando a fala de um personagem tem uma ou um conjunto de palavras a serem pronunciadas com ênfase, usa-se o itálico para assinalar essa ênfase. Exemplo: Gênero Textual: Peça Teatral – O Pagador de Promessas de Dias Gomes. Primeiro Ato – primeiro Quadro, página 10. “ ZÉ: (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa. Rosa pára também, junto aos degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma. ROSA: E agora? Está fechada.” 7- Aprendendo um pouco mais! Explorando o mundo dos Personagens ● Disponibilizar aos alunos grande variedade de livros, textos teatrais e dispor de muitos momentos para que os alunos possam manuseá-los. ● Propor atividades para explorar os personagens, sua maneira de falar, de vestir, etc. ● Explicar aos alunos que o personagem ou a personagem será como um amigo ou inimigo do dramaturgo e ele escreverá a seu respeito com conhecimento de causa, como se falasse de alguém que conhecesse intimamente. Embora na peça ele explore apenas alguma faceta em particular do caráter dessa figura imaginária, ele a concebe como um tipo completo, e sabe como ele se comportaria em cada situação da história a ser contada. ● Desenvolver uma atividade em que oferece alguns personagens como: uma senhora católica, um indivíduo avarento, um político corrupto, uma professora, um médico, uma criança mimada, um adolescente e pedir aos alunos que explorem suas características, definindo um perfil para cada: como agem, sua forma de pensar, de vestir, de falar, etc. A partir daí será fácil para o aluno construir suas personagens e montar em torno deles uma história de conflitos: concorrência, competição desonesta ou cooperação fraterna e outros. ● O aluno deverá pensar nas roupas, onde moram, suas preferências, seus recursos financeiros, sua facilidade ou dificuldade em fazer amigos, suas preocupações morais, se lê ou não livros, se pratica ou não esportes. Se é pobre e se torna rico, se está envolvido em alguma tragédia. Eles podem ou não causar surpresas no expectador. ● Criar situações para que os alunos compreendam que é preciso resumir ao mínimo as características de seus personagens : altura, peso, cor da pele, corcunda, cabelo crespo ou liso. Indicar somente características indispensáveis para compor um tipo, sem exigir muito nesse aspecto. ● Lembrar que ao escrever a peça, o dramaturgo deve dar a cada personagem um peso significativo de atuação, porém na proporção da importância de seu papel e fazer com que cada um deles tenha algo por que lutar, algo que precisa alcançar. Deve pensar no entrelaçamento de todos os interesses entre si, e nos conflitos resultantes, e as conseqüências para os que vencerem e os que fracassarem. Idéia central ● Discutir a respeito da idéia central da peça. O título e, todas as cenas devem guardar uma relação clara e objetiva com essa idéia. ● Fazer comentários sobre a presença de humor, ironia, realismo, suspense e outros. Clímax ● Assistir o filme o “Auto da Compadecida”. ● Realizar um debate sobre os elementos presentes no filme e que, também ocorrem na peça de teatro. ● Promover uma roda de conversa a fim de discutirem sobre o clímax, lembrando que ele existe quando a ação vai, a cada ato, convergindo mais e mais para um final. Público ● Lembrar aos alunos que ao escrever uma peça, eles devem pensar em qual público se destina a peça. ● Explicar aos alunos que o público quer passar por emoções de simpatia e também de auto- estima (opinar sobre o que assiste). PRODUÇÃO ESCRITA COMO INICIAR A ESCRITA DO DRAMA? ESCREVENDO PARA ENCENAR ● Realizar produção coletiva de um roteiro de uma peça. Juntamente com os alunos, o professor irá conduzir o planejamento para e escrita, utilizando várias perguntas relacionadas ao que foi estudado.( Considerar o tema central e seus desdobramentos). ● Em seguida escolher algumas produções para serem lidas em voz alta. ● Em duplas, os alunos irão escrever várias versões da peça, a qual poderá sempre ser modificada para melhor, à medida que, no decorrer da leitura de mesa ou nos ensaios, sugestões dos alunos e do professor possam ser incorporadas ao roteiro. É importante a abundância de espaço entre as linhas, como forma de facilitar as anotações e as alterações até a versão final. ● É importante lembrar que mesmo depois das primeiras apresentações, o aluno/dramaturgo poderá ver-se na obrigação de fazer correções ou desejar aperfeiçoar algum ponto. ● Uma boa idéia é iniciar a partir de um detalhe dinâmico da história, deixando para o expectador imaginar o que possa ter ocorrido antes , recordando dos diálogos iniciais que ele ouviu. Lembrar que não há ação dramática sem conflito e que todo tema drama é um confronto de vontades humanas. O objeto da peça não é tanto expor personagens, mas contrastá-las. ● Deve-se evitar: ● Orientar os alunos para que não escrevam um número grande de cenas curtas, evitando criar personagens invisíveis, que são descritos em minúcias, mas que nunca aparecem no palco. ● Utilizar de aparte ( consiste em o autor falar uma frase audível para a assistência, mas que se supõe não seria ouvida por outro personagem no palco, ou por todos os demais. O ator dá um passo fora da moldura do palco para falar confidencialmente com a platéia). ● Explicar que o solilóquio pode ser construtivo – quando serve para explicar o progresso de uma trama, deixando a história mais clara para o espectador, ou para encurtar o drama – e, o reflexivo - quando é empregado apenas para revelar à platéia certa seqüência de pensamentos de um personagem, sem por meio dele o aluno (autor/dramaturgo) faça qualquer referência utilitária à estrutura da trama. Um bom ator pode fazer um solilóquio reflexivo, sem perder a naturalidade. O solilóquio construtivo é tão indesejável quanto o aparte. ● Refletir sobre o final. Ele deve corresponder ao fechamento lógico do drama desenvolvido em cenas antecedentes. Não pode ser a solução dos conflitos colocados apenas nas últimas cenas, nem a solução para os conflitos colocados no início, deixando-se de lado as complicações que se seguiram. O final feliz precisa ser aceitável para os espectadores como a melhor opção, ou como desfecho claro e compreensível que satisfaz de modo inteligente ao suspense, que traz o alívio, que dissipa as tensões do clímax e espalha um sentimento de compensação plena na platéia. ● Revisar e reelaborar a própria escrita segundo critérios adequados ao gênero solicitado, aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação. Trabalhando o cenário ● Orientar os alunos que o cenário é importantíssimo para desenvolver o teatro ● Com os alunos dispostos em círculo, o professor irá passar uma caixinha com perguntas a respeito de uma parte importante sobre o teatro: o cenário. Criar oportunidades para que explorem bem essa parte. ● Explicar que o cenário diz respeito à ambientação de uma peça, inclusive a iluminação, os sons, a música. ● Lembrar que o cenário imita ambientes internos e externos como: rua, jardim, sala, quarto, etc. Lembrar também que o cenário deve simples e fácil de ser trocado. Quando ele for mudado, deve-se pensar quanto tempo gasta e onde será guardado os outros da cena anterior. Essa mudança deve ser rápida e é necessário ter pessoas encarregadas dessa tarefa. ● Orientar sobre o figurino para as personagens. Os alunos podem criar as vestes, máscaras e outros acessórios necessários para a caracterização das personagens. Vivenciando o teatro ● Disponibilizar tempo nas aulas reservadas aos ensaios para que os alunos possam colocar em prática sua própria produção, efetuando mudanças e adaptações que julgarem necessárias ou que forem apontadas pelo professor. Lembrar que o planejamento é fundamental para que ocorra tudo de forma organizada. ● Marcar o dia da apresentação para a sala de aula e depois para escola. Avaliando ● Observar e registrar se o aluno foi capaz de compreender todas as orientações durante o desenvolvimento das atividades. Esse registro deve servir para a elaboração de um relatório do aluno em relação ao que foi proposto. Observar se os objetivos foram ou não alcançados e trabalhar o conteúdo que o aluno não conseguiu aprender. OFICINAS NOVAS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL/oficina9_LeituraMatematicaeFolclore.pdf Sugestão de oficina que deverá ser adaptada de acordo com a aprendizagem e a série dos alunos Oficina: 9 - Leitura, matemática e folclore 1- Objetivos: • Socializar, atender às necessidades de ordem prática. • Aplicar conceitos por meio de experiências matemáticas. • Apreender conceitos matemáticos. • Usar linguagem própria da matemática. • Desenvolver o cálculo, incorporando experiências, relacionando quantidade. • Aprender a pensar e resolver, por si, as situações novas e quantitativas de sua vida. • Desenvolver a capacidade de pensar, raciocinar, discernir e concentrar-se; • Resolver problemas diários com rapidez e eficácia. • Desenvolver bons hábitos e atitudes necessárias à adaptação à vida como exatidão, clareza, ordem, observação, julgamento, atenção e atenção ao aspecto quantitativo das coisas. • Desenvolver uma base sólida indispensável à vida. • Desenvolver o nível de letramento. • Incentivar o gosto pela leitura. • Diferenciar textos orais de textos escritos. • Valorizar o folclore brasileiro. • Explorar a variedade lingüística nos gêneros textuais estudados. • Selecionar procedimentos de leitura adequados a diferentes objetivos e interesses. • Antecipar conteúdos de textos a serem lidos, a partir do suporte, do gênero, da contextualização e de conhecimentos prévios sobre o tema. • Explorar os eixos da oralidade, leitura, produção escrita, compreensão e valorização da cultura escrita e apropriação do sistema da escrita. 2- Material necessário • Fábulas, contos, trovas, provérbios, adivinhas, contos • Retroprojetor, lâminas, pincéis • Traje ( vestes) de números • Colchonetes • Fantoches, figurinos • Livro original do conto a “Cinderela” • Caixa com livros • : “Os três ursinhos”, “Os 3 cabritinhos”, “ Os 3 porquinhos” ; no livro contos populares de Lindolfo Gomes, estão: “as três irmãs”, “Os três conselhos”, “As três Raças” e “As três perguntas”, “Os 4 heróis”( ou “Os músicos de Bremem”), é também uma história bastante conhecida. No livro “maravilhas do conto popular”, estão as histórias de folclores universal: “ As 3 flechas de Egill” (Escandinavia), “As 12 palavras ditas e retomadas” ( Península Ibérica), “A história dos 4 brâmanesloucos”. Sara Bryant na “Arte de Contar Histórias” reune “as 3 irmãs e Itrimombé” (Malgaxe), “Os 2 irmãos” (Betsimusarca), “O tigre e os 2 chacais” ( Indu), além das “Dez Fadas” e dos “Três cofres). O livro de fábulas de Monteiro Lobato, em que encontramos “os 2 burrinhos”, “Os 2 pombinhos”, “Os 2 ladrões”, “As 2 panelas” e “Pau de 2 bicos” • “Cinderela”; “Pele de Asno”, “Pequeno polegar”, “A Bela Adormecida no Bosque”, “Chapeuzinho Vermelho”, Com “Branca de Neve” e os 7 anões. • Trovas, contos populares do Brasil. • Livro : “Sítio do Pica-Pau Amarelo” • Folhas de papel sulfite, pincéis atômicos, fita crepe • CD, som, música lenta • Jornais, anúncios publicitários, revistas: Veja, Galileu, Caras, Gibis 3- Tempo previsto : 1 a 5 semanas ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR. 4- Informação – Aprender para quê? ( professor ) O folclore é um dos meios que leva o professor, através de tonalidades significativas, ao ensino da matemática já que a tradição cumpre, em aula, uma dupla função: recrear e educar. O folclore fornece o material necessário para a criança conhecer o mundo que a cerca, por meio das lendas, tradições, fábulas; liga com firmeza, o passado ao presente, estimula o cultivo das artes e das ciências; é um incentivo permanente à cultura em geral. O professor deverá selecionar o material com antecedência para alcançar bons resultados . Ele poderá proporcionar colorido às aulas com as lendas, as fábulas, as adivinhas, as trovas, as histórias, os provérbios, as parlendas etc. Deve ter sempre em mente o duplo objetivo: instrutivo e educativo. A tradição é um fator unitivo da sociedade. “Um país sem tradição, é uma árvore sem raiz” ( Moya). O folclore representa um excelente centro de interesse para todas as atividades e conhecimentos curriculares. A história, a geografia, a linguagem, a matemática, a educação física, etc., oferecem oportunidades, ao professor, de iniciar a criança no conhecimento das belezas de nosso folclore. Um conto, uma história incentivam a vontade de aprender e desenvolvem sentimentos generosos. As tradições dos números, com seus pitorescos detalhes atenuam uma aula fria e árida. Esclarecem diversas questões aritméticas relacionadas com a psicologia. O professor, para isso, deve conhecer o simbolismo de cada um dos números, na antigüidade, e, ainda, nos tempos modernos e entre os nossos “primitivos”. Tradições e lendas de grande interesse surgiram da ciência dos números e o seu conhecimento é sempre benéfico. Uma história popular pode ser objeto de um proveitoso exercício matemático. O jogo acentua as responsabilidades, incute hábitos de auto-suficiência, desenvolve a iniciativa, adapta a criação ao meio, ameniza a competição e oferece meios à imaginação. No folclore da matemática surgem as adivinhações, os provérbios e as parlendas que poderão suavizar qualquer exercício, dando prazer e instruindo. 5- Aquecimento para o tema – sensibilizando os alunos para o tema. • Propor que o grupo se assente em círculo, no piso. • O professor deve assentar-se também no círculo e colocar à frente três gravuras que representam o folclore ( as gravuras podem ser substituídas por brinquedos que representem o folclore ( boi, saci, cuca, mula-sem-cabeça,....) • Explicar ao grupo o código do jogo: o objeto será passado de mão em mão e serão feitas duas perguntas, sempre as mesmas. A pessoa que pegar o objeto responderá à pergunta, dizendo o que o objeto lhe lembra em relação ao folclore. • Iniciar, então, a primeira rodada, passando o “boi” para o participante do grupo que estiver à direita e perguntando-lhe: • Quais histórias você já ouviu contar a respeito do boi? • Qual a importância desse animal no nosso folclore? • O mesmo procedimento se repete até que o “boi” tenha passado por toda a roda. • Fazer o mesmo com os outros objetos. Ir anotando em folhas de flip as palavras ou expressões ditas pelo grupo. • Levar o grupo a focalizar os registros feitos e perguntar se o que foi falado representa a realidade do nosso folclore. Deixar que os alunos se manifestem por 10 minutos. • Apresentar a obra de Monteiro Lobato que traz muitos personagens do folclore e pedir que as crianças levantem hipóteses sobre a relação da mesma com o folclore, observando o título, autor, ilustrações, sumário, etc. Ao longo da leitura da obra, os alunos poderão fazer interrupções, levantando questões para a turma sobre os prováveis acontecimentos subseqüentes. • Mostrar alguns livros de gêneros diferentes: trovas, parlendas, adivinhas, brincadeiras. Dizer-lhes que fazem parte do nosso folclore. • Dividir o grupo em 4 subgrupos, os quais receberão: trovas, parlendas, advinhas, brincadeiras. Esta atividade possibilita a participação ativa de toda a turma no processo de construção de sentidos, momento em que o professor deverá chamar a atenção para a finalidades dos diferentes gêneros, onde circulam e qual o seu público. • Pedir-lhes que façam leitura em voz alta desses textos. • Em seguida deverão confrontar suas hipóteses com os colegas a respeito dessas diferenças. • Perguntar aos alunos: E você, de qual gênero mais gosta? Das trovas? Das parlendas? Das adivinhas? Por quê? • Explorar bastante os livros, explorando também as semelhanças. Deixar que eles falem o que sentiram, pensaram ou observaram. • Em seguida pedir que eles redijam trovas, parlendas e adivinhas. • Com o auxílio do retroprojetor, apresentar aos alunos exemplos dos textos estudados, aproveitando a oportunidade para explorar alguns conceitos matemáticos. 5.1-Atividades interdisciplinares : Aprendendo mais. A literatura pode contribuir efetivamente com a aprendizagem de conceitos matemáticos, sem perder o encanto e a magia da história. Trovas : com gosto de quero mais! As trovas atravessam idades e transpõem longínqüas fronteiras, unindo os povos. A criança aprecia a linguagem poética porque a retém sem trabalho; o ritmo é, com efeito, um grande auxiliar da memória; além disso, a cadência dos versos, pela regularidade do número de sílabas e pela consonância da rima, fere-lhe agradavelmente o ouvido. A clareza de suas imagens é importante já que o espírito infantil só se interessa por descrições precisas. O professor deve também explorar o sentido global das trovas. Encontra-se no “Folclore de Alagoas” de Salles Cunha a seguinte trova: Quem quiser vender eu compro 1 limão por tostão Para tirar uma nódoa No meu triste coração. A quadra poderia ser um incentivo para uma aula de matemática: do limão, o professor pode trabalhar a noção de forma arredondada e do tostão, o confronto das moedas antigas com as modernas. Sílvio Romero, em “Contos Populares do Brasil”, recolheu a seguinte: Mancebo casai comigo Sou fiandeira da roça 7 semanas e meia fio meia maçaroca. Estão claras as noções matemáticas, aí incluídas: números ímpares, o número de dias da semana e a noção de metade. Sílvio Júlio recolheu em “Estudos Gauchescos”. Todo homem quando embarca Deve rezar UMA vez Quando vai à guerra, DUAS E, quando se casa, TRÊS Noções: seqüência dos números simples até três, em ordem crescente. Eis, abaixo, exemplos de trovas, onde aparecem outros números: Me chamou de 4 paus Quatro-paus não quero ser Quatro-paus padece muito E eu não quero padecer! (Tradições populares, de Amadeu Amaral) Entrou por uma perna de pato Saiu na perna dum pinto O Rei Sinhô me “mandô” Que vos contasse mais 5! As estrelinhas são pontos E a lua cheia novelo Para bordar o teu nome Nas letras do 7 estrelo (Recolhidas por Afrânio Peixoto) ] Está em minha janela Casada com 8 dias Entrou uma pombinha branca Não sei que novas trazia (Sílvio Tomero, “Contos Poulares do Brasil”) No tempo em que te amei Não amei a mais ninguém Amei 7 e a 8 9 contigo, meu bem! (Afrânio Peixoto) Fui pedir a São Gonçalo Que me fizesse casar 10 noivos apareceram 9 deles fiz voltar (Mariza Lira, “Migalhas Folclóricas”) S.João a 24 S. Pedro a 29 S. Antônio a 13 Por ser o santo mais nobre (Mariza Lira, “Migalhas Folclóricas”) Calango fez um sobrado, Com 25 janelas Para botar moças brancas, Mulatas cor de canela (Sílvio Romero, “Contos Populares do Brasil”) Açucena dentro d'água Atura 40 dias Meus olhos fora dos teus Não aturam nem 1 dia (Théo Brandão, “Folclore de Alagoas”) 5.2-Atividades Aplicação : compartilhando idéias ● Dividir o grupo em quatro subgrupos e distribuir a cada um deles trovas diferentes e pedir- lhes que após leitura das mesmas, abram uma discussão sobre o sentido dos textos. ● Propor que se preparem para dizer aos outros grupos o que compreenderam a respeito das trovas. ● Chamar a atenção dos alunos para a variação lingüística presente nas trovas, o condicionamento a fatores geográficos, históricos e sociais. Explicar-lhes sobre a variedade lingüística adequada para cada situação de interação verbal; o uso de diferentes variedades no cotidiano, nas situações sociais públicas e formais – falada ou escrita. ● Aproveitar o momento para que os alunos falem a respeito do que sabem. ● Explicar-lhes que o estilo da linguagem varia muito, de acordo com o gênero ( notícia, reportagem, editorial, crônica esportiva, anúncios publicitários), como o tipo de veículos ( Jornal, revista “Caras”, revista informativa, revista científica, gibis) e com os leitores (público alvo). ● Explorar a linguagem poética das trovas, os efeitos de sentido que a variedade lingüística pode proporcionar ( credibilidade, humor, comicidade, lirismo). ● Dizer-lhes que os diálogos presentes em contos e crônicas, podem caracterizar os personagens ( sua região, sua classe social, sua idade, profissão), a época em que foi publicado o texto, os efeitos pretendidos pelo autor. Criar oportunidade para que falem bastante sobre experiências vivenciadas por eles em relação à variação lingüística. ● Distribuir entre os alunos cartões com palavras escritas ( uma em cada cartão) : menino, escola, mato, moça. ● Pedir a cada pessoa que vá dizendo o que a sua palavra lhe lembra, numa livre associação de idéias. ● Facilitar também para que façam a relação com a variação lingüística que será utilizada. ● Fomentar uma discussão sobre estas associações, refletindo sobre como as palavras são carregadas de valores, emoção, como podem ser negativas ou positivas, delicadas ou agressivas, ● Solicitar que escrevam também expressões populares. ● Pedir-lhes que a partir daquele exercício, redijam trovas variadas. ● Incentivar os alunos a lerem suas produções. 6-Aquecimento para o tema : Salto para a poesia ● Fazer uma exposição breve sobre as adivinhações e parlendas. 6.1- Adivinhações Para o professor As adivinhações, algumas com verdadeira beleza poética, obrigam a imaginação a efetuar ágeis movimentos em busca da idéia implícita. É um bom entretenimento para as crianças. As adivinhações apresentam-se espontaneamente, de modo que despertam nas crianças toda a sua atenção e interesse de ler e redigir, o mais cedo possível. Constituem uma das manifestações mais abundantes de nosso folclore... ● Criar situações para que os alunos percebam as diferenças e semelhanças entre os três gêneros, a sua finalidade, a circulação, o público, a sua função social, a relação do texto que está sendo lido a outros textos, orais e escritos, observar a poesia presente nesses textos. ● Chamar a atenção para os sinais de pontuação como uma importante marca de efeitos de sentido como o ponto de interrogação, exclamação, reticências ( pontuação expressiva); ponto e vírgula, vírgula, dois pontos ( marcam a segmentação de unidades semânticas); vírgula, ponto-e-vírgula e ponto final ( pode representar relações de hierarquia e inclusão). ● O professor distribuirá cópias de advinhas e solicitará aos alunos que acompanhem a sua leitura. ● O professor, com o auxílio de cartazes, apresentará algumas adivinhas, chamando a atenção para as rimas e expressividade da pontuação. ● Preparar os alunos para uma brincadeira desenvolvendo a seguinte atividade: a) colocar dentro de cada balão uma adivinha; b) ao som de uma música infantil, pedir que os alunos toquem o balão e quando a música parar, cada aluno irá estourar seu balão; ● cada aluno irá ler sua adivinha e deixar que o colega encontre a resposta; ● após a brincadeira, os alunos deverão redigir suas adivinhas e socializá-las com os colegas. ● Aproveitar o momento para explorar os conceitos matemáticos sem tirar o encanto da literatura. As noções matemáticas são tiradas da solução dos enigmas ou das questões formuladas. Uma bola bem feita De bom parecer Não há carapina Que saiba fazer ... Lua (Noção de esfera) • Que é, que é? Quanto maior, menos se vê? ....... Escuridão (Quantidade, maior e menor) • 100 meninas num castelo Todas elas vestidinhas de amarelo ........ Um cacho de bananas (Centena) • Campo branco Sementes pretas Cinco arados E uma chaveta........Papel, letras, dedos e pena (Contagem até 5: os dedos da mão) • Somos 10 irmãos E só um usa chapéu .......... dedal e dedos (Dezena, Unidade, Subtração: quantos dedos são) usam de dedal? 10-1= • Era uma boiada de 100 bois, no caminho morreram quarenta. Quantos ficaram? ...... Os 40 que morreram. (Subtração, centena e dezena) A meia, meia feita Outra meia por fazer Diga-me, minha menina Quantas meias vem a ser? .......... Meia (Fração, metade, par) • Quem de vinte cinco tira? .......... 15 (Subtração: 20-5=15) • Ora vê, se podes dizer Quem é que dá, sem nada ter? ........ Relógio. ( noção de horas. Numeração romana.) • Quantos ovos o gigante Golias comia em jejum? Um (Unidade e quantidade) • O que é que se parte e se reparte e fica do mesmo tamanho? O amor de mãe. (Fração e grandeza) • Um trem elétrico corre a 125 km por hora. O vento sopra do oeste? Para que lado vai a fumaça? ............ trem elétrico não faz fumaça. (Sistema métrico: múltiplos e submúltiplos do metro) 6.2- Parlendas Para o professor conhecer Para a criança, dentre as mais interessantes missangas folclóricas, figuram as parlendas, isto é, as rimas infantis .É uma arrumação de palavras que, embora sem acompanhamento de melodia, é rimada, obedecendo um ritmo que a própria metrificação de sílabas lhe empresta. Luís da Câmara Cascudo agrupou-se ao lado das canções de ninar e brinquedos cantados, batizando-as de parlendas. Rico é o rimário infantil: daremos pequena amostra desses versos de tão alto valor educativo. ● Atividades : brincando com as rimas e a linguagem poética ( Oralidade). a) Propor uma atividade de encenação improvisada das parlendas abaixo, explicando que um grupo irá fazer mímicas e o outro tentar adivinhar o tema. b) Dividir o grupo em duas equipes e pedir-lhes que leiam as parlendas uns para os outros, observando as rimas. c) Solicitar-lhes que redijam trovas para serem lidas. d) Promover o concurso de trovas. e) Reescrever as trovas em forma de paródias. f) Criar oportunidade de explorar conceitos matemáticos sem perder a beleza da poesia. Serra madeira Senhor carpinteiro Serra direito pra ganhar dinheiro (Sistema monetário brasileiro) Dedo mindinho Seu vizinho Pai de todos Fura bolo Mata piolho Este diz que não quer comer Este diz que não tem de quê Este diz que não vai roubar Este diz que não vai roubar Este diz que não vá lá Este diz que Deus dará (Numeração até 5: os dedos da mão) Um, dois – feijão com arroz Três, quatro – feijão no prato: Cinco, seis – feijão pra nós três Sete, oito – feijão com biscoito Nove, dez – feijão com pastéis (Numeração até 10. Ordem crescente. Dezena) “ História da velha que tinha 10 filhos.” (Citada no “Folclore da Matemática” do Prof. Mello e Souza) Era uma velha que tinha 10 filhos Todos 10 dentro de um fole; Deu o tango-lo-mango num deles, Desses 10, ficaram 9 E esses 9, meu bem, que ficaram Foram logo fazer biscoito Deu o tango-lo-mango num deles Desses 9, ficaram 8. E esses 8, meu bem, que ficaram Foram brincar com canivete Deu o tango-lo-mango num deles Desses 8 ficaram 7. E esses 7, meu bem, que ficaram Foram fazer um bolo inglês Deu o tango-lo-mango num deles Desses 7 ficaram 6 E esses seis, meu bem, que ficaram Foram a porta bater no trinco, Deu o tango-lo-mango num deles Desses seis ficaram cinco! E esses cinco, meu bem, que ficaram, Com o diabo fizeram um trato, Deu o tango-lo-mango num deles, Desses cinco ficaram quatro! E esses quatro, meu bem, que ficaram Foram aprender o português; Deu o tango-lo-mango num deles, Desses quatro ficaram três. E esses três, meu bem, que ficaram, Foram ao campo buscar cem bois, Deu o tango-lo-mango num deles, Desses três ficaram dois! Desses dois, meu bem, que ficaram, Foram ao mato caçar anum! Seu o tango-lo-mango num deles, E desses dois restou só um! E esse um, meu bem, que ficou, Foi brincar com lampião, Deu o tango-lo-mango no tal, E acabou-se a geração ... Ordem decrescente de 10 a 1. Dezena, meia dezena, meia dúzia. Noção de zero. Números pares e ímpares até 10). 6.3-Cantigas de roda - (Oralidade e produção escrita) Para o professor As cantigas de roda tem grande valor educativo: exploram o lúdico, desenvolvem o gosto estilístico, disciplinam e socializam. ● Expor, em cartaz ou transparências, algumas cantigas de roda e solicitar que os alunos comentem o que sabem sobre as cantigas. ● Pedir-lhes que ilustrem as cantigas e expliquem suas ilustrações, explorando bastante a oralidade. ● Solicitar-lhes que redijam outras cantigas. ● Reescrever as cantigas em forma de história em quadrinhos. ● Em relação à matemática, cabe ao professor selecioná-las entre as que atendem aos seus objetivos. Terezinha de Jesus De travessa foi ao chão Acordem 3 cavaleiros Todos 3 de chapéu na mão (contagem até 3) As bonecas Mais uma boneca na roda entrou (bis) Deixai-a roubar o meu coração (bis) Ladrão, ladrãozinho, andai ligeirinho (bis) Não queria ficar na roda sozinho ( bis) Sozinho eu não fico, nem hei de ficar (bis) Porque tenho...... para ser meu par (bis) (adição, sinal de adição, unidade, par) Entrei na roda Ah! Eu entrei na roda para ver como se dança Eu entrei na contradança Eu não sei dançar Lá vai uma Lá vão duas Lá vão três pela terceira Lá se vai o meu amor No vapor pra cachoeira (circunferência e círculo, linha e curva) Capelinha de melão Capelinha de melão É de São João É de cravo, é de rosa É de manjericão APRENDENDO MATEMÁTICA BRINCANDO Sugestão de atividades: observação da capelinha para a aprendizagem das figuras geométricas. Portas e janelas – retangulares; aberturas circulares; vidros quadrangulares, linhas retas e curvas, verticais e horizontais, ângulos retos, agudos e obtusos). Onde está Margarida Olé, Olé, Olá Onde está a Margarida? Olé, seus cavalheiros Mas o muro é muito alto (etc...) Tirando-se uma pedra (etc...) Apareceu a Margarida ( etc...) ( Ordem decrescente: cada “pedra”, isto é, cada criança é retirada até ficar sem nenhuma – noção de zero). 6.4- Travalínguas ● Explicar aos alunos que “travalínguas são as parlendas que apresentam dificuldades na pronúncia de suas frases”. “1 ninho de mafagatos, com 5 mafagafinhos. Quem os desmafagatizar, bom desmafagatizador será.” ● “O rato roeu a roupa do rei de Roma”. ● “O padre Pedro tem um prato de prata O prato de prata não é de Pedro.” ● “O doce perguntou ao doce, Qual era o doce mais doce O doce respondeu para o doce Que o doce mais doce Era o doce de batata doce.” ● “Troca o trinco, traz o troco Troca o trinco, traz o troco Sou rouco e mouco um pouco louco.” ● “Fia, o fio a fio, fino fio, frio a frio.” ● “Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.” APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA Atividades ● Explorar a relação entre fala e escrita, enfatizando o uso do valor sonoro. ● Observar se o aluno já sabe ler com rapidez e fluência. ● Propor brincadeiras com travalínguas. ● Trabalhar com palavras parecidas cuja diferença deve-se a um fonema representado na escrita por uma letra. ● Explorar a relação entre grafemas e fonemas ( regularidades e irregularidades), observar que a maneira como se escreve é diferente da maneira como se fala. MATEMÁTICA, LITERATURA E HISTÓRIA 7 - Metacognição : o que sei e o que quero saber – Produção escrita e teatro. ● Com auxílio do retroprojetor, após sensibilização do tema, o professor irá introduzir o estudo da tradição dos números. ● As tradições dos números são manifestações folclóricas consideradas como elementos de educação que se conservam na tradição popular sobreviventes de classes ocultas. ● Solicitar-lhes que redijam contos a partir da história dos números. ● O professor apresentará os números de forma bem criativa, em forma de dramatização, utilizando fantoches. O 1 – representava, na antigüidade a força criadora, a harmonia e o mistério do universo. Era o deus dos números. • O 2 – separava as coisas materiais; representava a justiça. • O 3 – era símbolo da unidade e da dualidade: era a trindade divina. A sua imagem é o triângulo. É a trindade dos cristãos que se reúne em um só Deus. • O 4 - era mágico para os altoperuanos, precolombianos e araucanos. Para Hesíodo, sagrado. Os pitagóricos veneravam o quadro e quando formulavam um juramento o faziam pelo 4. • O 5 – era nefasto para Hesíodo, porém, para outros, era o número nupcial porque constituía-se por números femininos e masculinos. • O 6 – representava a natureza com os pontos cardeais, o nadir e o zenite. Era signo da perfeição. • O 7 – estava consagrado à Minerva, na Grécia. Outros consideraram-no como símbolo da esterelidade. O sétimo dia era consagrado para Hesíodo. Sete foram as palavras que Jesus disse na cruz, sete os pecados capitais, sete são os dias da semana, sete os arcanjos e sete as dores de Maria. • O 8 – segundo Hesíodo, favorecia todos os trabalhos do homem. Era o símbolo da igualdade humana. • O 9 – correspondia às Musas. No Oriente, era o emblema das forças criadoras. Os gregos ligavam-no a Marte. Era propício ao trabalho. Na França, os bailarinos dão nove voltas porque dizem que assim asseguram a felicidade. Nove foram os heróis de Nuremberg e 9 as valquírias. • O 10 – evoca para os mágicos antigos toda a beleza e perfeição do universo. Para outros, representava a união fraternal porque as mãos que estreitam têm dez dedos. Segundo Hesíodo, o décimo dia era propício à geração de varões. • O 11 – Para Hesíodo era favorável: nesse dia o camponês podia tosquiar as ovelhas. • O 12 – representava os signos do zodíaco e segundo Hesíodo era propício ao corte das espigas. Uma superstição grega dizia: um menino de doze anos não deveria sentar-se sobre túmulos, seria, no futuro, um homem fraco. • O 13 – entre os judeus foi objeto de veneração e o anúncio de aventuras, ao contrário do que acontece no mundo cristão: sentarem-se treze à mesa, um morrerá. Ter somente treze reais, é sinal de ruína, viajar no dia treze, desastres. • O 14- era sagrado e de fundo divino para os altoperuanos. Na Grécia era propício à geração de mulheres. • O 15 – era nefasto e o 16 era indicado para o casamento das mulheres, mas não favorável aos varões. • Lembrar aos alunos que muitas lendas e tradições nasceram da ciência dos números e o seu conhecimento é benéfico. Não só as lendas como trovas, provérbios, adivinhações, parlendas, jogos e superstições. • Formar duplas e solicitar que escolham um dos números e escreva uma anedota e adivinhas sobre o número escolhido. • Criar oportunidade para que os alunos compartilhem seus escritos e afixá-los nas paredes da sala, para que possam ser lidos por todos. 7.1- Dinâmica da escada: • Em uma sala ampla, ao som de uma música, o professor solicitará que os alunos caminhem pela sala e pensem sobre “datas importantes em sua vida”. • Cada aluno pegará uma folha de papel e pincel atômico. A folha deverá ser dividida em 3 partes, no sentido do comprimento. • A seguir o professor pedirá que, em cada tira de papel, seja escrita uma palavra que corresponda a um valor dessas datas na vida do aluno. Por exemplo: 10/03/81 - Vida. • Enquanto isso, o professor marcará no chão da sala, com fita crepe, 3 degraus de uma escada. • Certificando-se que todos terminaram, o professor pede que cada aluno vá aos degraus e coloque uma tira com as datas marcantes em cada degrau, em ordem decrescente de importância. • Deixar os alunos bem à vontade, pois o barulho produzido é sempre produtivo. 7.2-Pontos para discussão - Oralidade Com os alunos em círculo, promover uma discussão : • No início da dinâmica, foi difícil detectar as principais datas ( “deu branco?”) • Que lembranças apareceram mais? • Que tipos de lembranças são? • Por que elas não estão na mesma escala de prioridade? • Durante nossa vida, essas datas vão perdendo o valor que tinham ou não? Explique. • Qual a relação entre as datas e os acontecimentos da vida? • Solicitar aos alunos que redijam um texto falando sobre sua vida. • Explorar bastante a oralidade dos alunos. 7.3-Histórias que ensinam matemática e Incentivam a Leitura. O professor dará prosseguimento ao seu trabalho, utilizando histórias, contos, lendas e fábulas. As histórias serão usadas para desenvolver a atenção necessária à resolução de qualquer problema matemático. Observação para o professor a história não pode ter uma finalidade técnica, transformar-se em um manual para o ensino da matemática, ela é antes de tudo uma obra-de-arte, deve ter como finalidade imediata o prazer e a beleza do mundo poético. • Sala ampla e confortável. • O professor entrará com uma caixa bem grande, com embrulho de presente e perguntar aos alunos o que há lá dentro, brincar de advinha. • O que é o que é? Que tem.... ( características do livro). • Passar a caixa de mão em mão, aguçando a curiosidade dos alunos. • Depois da brincadeira, deixar que os alunos retirem os livros da caixa. Eles deverão tocar os livros, ler em voz alta os títulos dos livros e falar sobre a capa, as ilustrações, o índice, o sumário, a quarta capa... • Os alunos lerão os títulos dos livros: “Os três ursinhos”, “Os 3 cabritinhos”, “ Os 3 porquinhos” ; no livro contos populares de Lindolfo Gomes, estão: “As 3 irmãs”, “Os 3 conselhos”, “As 3 Raças” e “As 3 perguntas”, “Os 4 heróis”( ou “Os músicos de Bremem”), é também uma história bastante conhecida. No livro “maravilhas do conto popular”, estão as histórias de folclores universal: “ As 3 flechas de Egill” (Escandinavia), “As 12 palavras ditas e retomadas” ( Península Ibérica), “A história dos 4 brâmanes loucos”. Sara Bryant na “Arte de Contar Histórias” reúne “as 3 irmãs e Itrimombé” (Malgaxe), “Os 2 irmãos”, (Betsimusarca), “O tigre e os 2 chacais” ( Indu), além das “Dez Fadas” e dos “Três cofres). o livro de fábulas de Monteiro Lobato, em que encontramos “os 2 burrinhos”, “Os 2 pombinhos”, “Os 2 ladrões”, “As 2 panelas” e “Pau de 2 bicos” • Criar oportunidades para que os alunos leiam todos os livros.. • Os alunos poderão levar para casa os livros escolhidos e lê-los para os pais e irmãos. • Na próxima aula eles irão relatar oralmente as histórias lidas e como foi o trabalho desenvolvido em casa. • Pedir para fazer a resenha dos livros. • Produzir histórias em quadrinhos, crônicas, reportagens, poesias, ilustrações, pinturas, paráfrases e modelagens. • O professor poderá aproveitar a oportunidade para ensinar números pares e ímpares, ordem crescente e decrescente. Os Clássicos da Literatura. Para o professor: Folclore em Charles Perrault Charles Perrault foi contemporâneo de La Fontaine, publicou uma coleção de contos folclóricos para adultos. Isso ocorreu em 1697, foram os contos da “Carochinha”, com o subtítulo de “Histórias e contos do passado, que celebrizaram nas Letras. Porém, antes das narrativas de Perrault, outras similares coleções haviam surgido “As Mil e Uma Noites”, o Decameron”, de Boccacio e o “Pentameron” de Basílio. O Conto de fadas foi elevado à categoria de gênero literário graças a Perrault que publicou sua obra usando o nome do filho, pois lhe parecia natural que as histórias para crianças fossem contadas por uma criança. Perrault afirma que os contos de fadas são bagatelas, mas bagatelas que contém uma moral sadia. Dotado de inspiração genial, recolheu do povo, as histórias maravilhosas e deu-lhes um destino pedagógico. As fadas criadas por ele são doces avozinhas, de longos cabelos brancos que agem como criaturas humans e não como seres sobrenaturais. Perrault contribuiu para o lúdico e a educação da infância; exaltou a vitória da força moral sobre a física, no “Pequeno Polegar”; elogiou a paciência, na “Bela Adormecida no Bosque”; ressaltou o perigo da curiosidade, no “Barba Azul” e premiou a bondade e a pureza da alma na “Cinderela”; ainda em “Pele de Asno”, há uma lição de virtude, em que jovens e princesas preferem o exílio e a miséria, à perda da dignidade moral; nas Fadas, a irmã bondosa é premiada, enquanto a indelicada e grosseira recebe castigo. “Chapeuzinho Vermelho” que é seu primeiro conto, põe em relevo os perigos das florestas, a aventura da menina que poderia acontecer a todas as crianças que andam sozinhas por caminhos desertos. As coletâneas de folclore constituíram a base da Literatura Infantil, porque desaparecido o significado intrínseco, permanece a literatura em sua forma pitoresca de encantamento, resistindo ao tempo, por seu engenho e graça. Folclore nos irmãos Grimm Jacob e Wilhelm Grimm, mais conhecido com os irmãos Grim, nasceram mais ou menos com um ano de diferença, passaram a vida toda juntos, numa feliz combinação de interesses. Trabalharam assiduamente no grande dicionário da língua alemã, uma obra tão grande que foi impossível, aos irmãos terminarem-na. Em 1812 e 1815 os irmãos publicaram a primeira edição dos contos que foram traduzidos para o inglês e publicados por Joseph Campbell, em 1844, publicação esta, que entrou por todas as casas do mundo civilizado. As cartas deixadas pelos dois mostraram um trabalho realmente harmonioso e tão genuinamente humano na sua delicadeza que faz desses dois seres, pessoas realmente modestas, gentis e serenas. As histórias mais famosas dos irmãos Grimm: “A Rosa Branca e a Rosa Vermelha”; “Rapunzel”, “A Bela e a Fera”, “Sapos e Diamantes” e mais de cem outras lindas narrativa, já que os irmãos Grimm foram realmente os primeiros pesquisadores do folclore. APRENDENDO MATEMÁTICA POR MEIO DA LITERATURA. 7.4-Atividades: aprofundando meus conhecimentos literários. Com auxílio do retroprojetor, o professor irá explorar a vida do escritor Perrault, explicando aos alunos que em 1867, ele publicou o primeiro livro de histórias para crianças, recolhidas do povo, que até hoje constituem as belas jóias da literatura infantil: “Cinderela”, “Pele de Asno”, “Pequeno Polegar”, “A Bela Adormecida no Bosque”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve e os 7 Anões”. • Aproveitar “Cinderela” para introduzir o conhecimento das horas, dos algarismos romanos até XII (Cinderela deveria sair do baile à meia noite); “Pele de Asno”, a história da princesinha que preferiu a miséria, a perda de sua dignidade moral, seria motivação para uma aula de sistema monetário. • “Pequeno polegar”, com a célebre bota de 7 léguas, levaria conhecimento das medidas de comprimento, além do metro. • “A Bela Adormecida no Bosque”, com seu sono de 100 anos, fixaria a noção de centena. • “Chapeuzinho Vermelho”, levando os bolinhos para a avozinha, permitiria que fossem iniciadas as noções de divisibilidade por 2; quantos bolinhos levava Chapeuzinho? Se ela e a vovó fossem comê-los, ganhariam número igual? Sobraria algum? • Com “Branca de Neve” e os 7 anões”, os alunos teriam a atenção voltada para o tamanho das caminhas, das roupas, dos sapato; daí surgiria a idéia de maior e menor. LEITURA 7.5-Dinâmica: a visita do E.T. – trabalhando os contos maravilhosos e contos de fábulas O objetivo dessa brincadeira é fazer com que os alunos leiam os livros de contos. • Em sala ampla, o professor pedirá que todos caminhem pela sala, ela avisará que chegaram E.T.s na Terra e gostariam muito de saber sobre os livros apresentados: Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, A Bela Adormecida, Pequeno Polegar... • O professor comentará que apareceram 5 jornalistas para conversar com os E.T.s, e colocará crachás com a inscrição “Imprensa” em 5 alunos. • Em seguida, o professor pedirá que se formem 5 grupos de E.T.s, com 1 jornalista em cada grupo, sentados no chão. • Esses 5 jornalistas irão registrando as perguntas que os E.T.s fizeram sobre as histórias dos terráqueos. • Para cada grupo, serão dados 1 cartolina e 1 pincel atômico; e o (a) jornalista anotará os itens mais interessantes perguntados pelos E.T.s e irá procurar respondê-los. • A prefeitura também pretenderá ajudar e enviará 5 consultores da cidade para complementar as dúvidas dos E.T.s. ( nesse caso, poderão ser envolvidos outros professores). • Antes de finalizar, o professor perguntará se as expectativas dos E.T.s foram atendidas e pedirá aos jornalistas que afixem a matéria da reportagem (as cartolinas na parede) • Refletir se é mais fácil produzir textos escritos ou orais. Aproveitar para falar da importância do uso da escrita em nossa sociedade. Diferenciar os textos orais dos escritos. Discutir sobre a variação lingüística nos diversos textos que circulam em nossa sociedade • Aproveitar a dinâmica do E.T. para que o aluno possa verbalizar as fantasias e discutir assuntos atuais, isto é, explorar o cotidiano. 7.6-Vivências : contextualizando em um ambiente agradável. ( Alfabetização – HORA DA LEITURA). ● Com os alunos em círculo, professor irá preparar o ambiente de forma bem agradável para contar a história de Cinderela. ● Almofadas, colchonetes e tapetes. Explorando a intertextualidade Cinderela Meninos escutem a história Da Cinderela Catita Que era tão pobre, coitada Porém meiguinha e bonita A boa fada madrinha Um rico vestido lhe deu E foi assim que a mocinha Ao baile compareceu No Palácio iluminado Que Alegria! Que festança! Cinderela bem vestida Com seu príncipe dança. Dlim! Dlim! Dlom! É meia noite” É preciso já fugir... E na pressa, Cinderela Deixa o sapato cair. Quero ver qual pezinho Que neste sapato cabe (Com a dona do sapato, Casa o moço, já se sabe!) Suas irmãs e a malvada da Madrasta, a invejaram os ratinhos, na cozinha A Cinderela ajudavam. Afinal a Borralheira Experimenta o sapatinho E lá se vai para a igreja O mais lindo casalzinho. A festa do casamento Durou dias inteirinhos E eu posso deixar crianças: “Estavam bons os docinhos!” PRODUZINDO TEXTOS O objetivo desse item é explorar a relação entre os textos, as várias leituras e as várias formas de redigir um texto a partir de um mesmo tema. CONTEXTUALIZAÇÃO – Aprendendo GEOMETRIA , SISTEMA MONETÁRIO, JUROS, HORAS, DIVISÃO... Partindo de rico vestido, o professor irá levantar alguns pontos para discussão: sistema monetário, o valor da moeda, o real, o dólar; juros, sistema capitalista, compra à vista, a noção de par; do salão do baile: forma retangular e perímetro; das estrelas do vestido de Cinderela: forma pentagonal; dos ratinhos: contar em ordem crescente e decrescente; das janelas do palácio: as formas triangular, circular, quadrangular, ângulos; da varinha de condão: linha reta e vertical; dos confeitos do bolo de casamento: a noção de esfera; do relógio: as horas, os minutos, os segundos e numeração romana; o feitio dos doces do casamento: esfera, cilindro, cone e prisma: os docinhos divididos em pratinhos: divisão por 2, 3 e 5, 9 e 10, etc... HORA DO TEATRO 8- Aplicação: Encenando • Pedir aos alunos que leiam o conto original “Cinderela”. Dividir o grupo em dois subgrupos e solicitar que preparem a dramatização de uma cena do livro. Podem ser usados figurinos e fantoches. • Cada grupo apresenta a cena e, após as encenações, o grupo é solicitado a avaliar o comportamento das personagens principais e secundárias, o enredo, o conflito vivido por Cinderela. • Contextualizar a história e criar oportunidade para que o grupo exponha suas idéias. Conduzir a reflexão por meio de um conjunto de perguntas relacionadas ao tema estudado. • É importante ter sonhos? • O que precisamos fazer para realizar nossos sonhos? • Todas as pessoas têm oportunidades iguais de realizar seus sonhos? • Existe relação entre realização pessoal e condição social? • Realizar sonhos e atingir metas depende de quê? • De sorte? De oportunidade? De esforço pessoal? De circunstâncias sociais? De circunstâncias econômicas. • Solicitar que os alunos pesquisem com seus pais e avós como eram as brincadeiras em sua infância, a maneira de agir, vestir-se, comportar-se, etc. • Explicar que os dados obtidos devem ser registrados e trazidos para a aula seguinte. • Dar oportunidade para o grupo compartilhar sua pesquisa. • Pedir aos alunos que façam a perigrafia do livro e a resenha da história. • Observar as sinopses dos filmes. • Observação: Sugerimos que as apresentações sejam filmadas e depois passadas para os alunos. Eles acham isso o máximo CULTURA AMPLIANDO CONHECIMENTO – cinema na escola Passar filmes para as crianças sobre os contos clássicos e modernos, explorando a intertextualidade. • Fazer visita a uma locadora para que os alunos conheçam as obras literárias em forma de filme. MÚSICA: REALIZAR ATIVIDADES QUE EXPLOREM A TRILHA SONORA DOS FILMES. 9- Metacognição : O que aprendi de significativo? • Solicitar que os alunos façam registros livres sobre o que aprenderam de significativo na oficina de matemática e folclore. • Dar oportunidade para o grupo compartilhar sentimentos e percepções. • Promover um concurso de parlendas, adivinhas, travas-línguas e provérbios. • Criar a hora do conto, atividade a ser desenvolvidas pelos próprios alunos. • Fazer excursão às bibliotecas da cidade. • Promover o cinema na escola para assistirem aos contos clássicos. • Criar livros de contos, parlendas, travalínguas, adivinhas... • Fazer um painel e expor para toda a escola, os trabalhos desenvolvidos pelos alunos. INFORMÁTICA • Levar os alunos para a sala de informática para trocarem e-mails sobre o que aprenderam sobre a literatura e matemática. • Pesquisar sobre os clássicos da literatura. • Fazer resenhas sobre os livros lidos. • Produzir textos diversos a partir das histórias lidas : poesias, contos, crônicas, fábulas. • Pesquisar sobre o folclore brasileiro e de outros países. • Produzir historinhas em quadrinhos. • Criar parlendas e trava-línguas. • Participar de fóruns sobre alguns dos assuntos estudados nessa oficina. • Pesquisa sobre escritores dos livros lidos, sobre as editoras. • Fazer ilustrações das obras lidas. • Jogos matemáticos. • Produzir textos no editor de textos que contenham rimas, estrofes e versos. • Pesquisa sobre o mundo do cinema. 10-Educação física – Brincadeiras que podem ser exploradas na aula de Educação física • O professor de educação física irá desenvolver concomitantemente atividades como: 1-Brinquedos de contagem As crianças, para a escolha dos personagens principais dos jogos motores, usam os brinquedos de contagem Une, dune, trê (Rio) Une, dune, tre Salamê, minguê O sorvete colorê Une, dune, trê Uma, duas angolinhas Uma, duas angolinhas Finca o pé na pampolina O rapaz que o jogo faz Faz o jogo do capão Corre já mané João Que lá vai um beliscão Hoje é domingo Hoje é domingo Pé de cachimbo Galo monteiro Pisou na areia A areia é fina Deu no sino O sino é de prata Deu na Marta A Marta é valente O tenente é caolho Furou o olho Quem é capaz de pegar? Tique-taque Tique-taque Carambola Este dentro E este fora! 2- Jogos motores Os jogos motores constituem verdadeiro exercício físico infantil. Eles têm um valor pedagógico na educação que ajuda na aprendizagem. 1- Boca do forno
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