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Luciano França Eng. Florestal e fundador Central Florestal Fernanda de Carvalho Eng. Florestal e consultora do Mata Nativa Autoria: Índice 1 ~ O papel do eng. florestal no levantamento fitossociológico 2 ~ Parâmetros fitossociológicos 3 ~ Estrutura horizontal 3.1 ~ Densidade 3.2 ~ Dominância 3.3 ~ Frequência 3.4 ~ Valor de Cobertura 4 ~ Estrutura Vertical 5 ~ Regeneração Natural 6 ~ Diversidade 7 ~ Florística 8 ~ Mata Nativa e o levantamento fitossociológico . . . . . . . . . 05 . . . . . . . . . 14 . . . . . . . . . 15 . . . . . . . . . 16 . . . . . . . . . 17 . . . . . . . . . 18 . . . . . . . . . 19 . . . . . . . . . 20 . . . . . . . . . 23 . . . . . . . . . 24 . . . . . . . . . 26 . . . . . . . . . 28 8.1 ~ Cálculos da estrutura horizontal 8.2 ~ Cálculos da estrutura vertical 8.3 ~ Cálculos da Regeneração Natural 8.4 ~ Cálculos dos Índices de Diversidade 8.5 ~ Cálculos relacionados à Florística 9 ~ Referências 10 ~ Central Florestal 11 ~ Mata Nativa . . . . . . . . . 30 . . . . . . . . . 31 . . . . . . . . . 32 . . . . . . . . . 33 . . . . . . . . . 34 . . . . . . . . . 35 . . . . . . . . . 36 . . . . . . . . . 37 Fitossociologia é a forma de classificar, reconhecer e observar qualitativa e quantitativamente, as relações, distribuição e dinâmica de comunidades vegetais, sejam florestais ou não. É partindo da alta expressividade destes estudos em atividades associadas ao setor florestal, que a Central Florestal em prosseguimento à série de matérias sobre as grandes áreas da Engenharia Florestal, e desta vez em conjunto com o parceiro Mata Nativa, preparou esse material incrível para todos os leitores que navegam em temas relacionados a área de abrangência. 5 A O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO Na atualidade, a conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios, em função do elevado nível de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais, existentes no Brasil. Desta forma, é que os estudos sobre a composição florística e a estrutura fitossociológica de formações florestais são de fundamental importância, pois oferecem subsídios para a compreensão da estrutura e da dinâmica destas comunidades, parâmetros imprescindíveis para o manejo e regeneração das diferentes comunidades vegetais. 6 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO A Fitossociologia é o ramo da Ecologia Vegetal mais amplamente utilizado para diagnóstico quali-quantitativo das formações vegetacionais. Vários pesquisadores da Ciência Florestal defendem a aplicação de seus resultados no planejamento das ações de gestão ambiental como no manejo de florestas nativas e na recuperação de áreas degradadas. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 7 Deve-se destacar a importância do operador, profissional especialista e qualificado para os estudos e levantamentos fitossociológicos, onde destaca-se o Engenheiro Florestal, profissional apto à atuar nesta temática, de tal forma como confirmado com o Manual de Fiscalização das Atividades da Engenharia Florestal (SBEF, 2006). O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 8 O papel do engenheiro florestal no levamentamento fitossociológico, constitue-se nas seguintes competências: • Conhecimento das características fisiográficas e fitofisionômicas dos componentes da área a ser inventariada, de tal forma a compreender o histórico, matrizes de ocupação dos terrenos envolta; • Coleta e análise de dados, que permitem definir para uma determinada comunidade florestal, a sua estrutura horizontal (expressa pela abundância ou densidade, frequência e dominância) e sua estrutura vertical (posição sociológica e regeneração natural) e sua estrutura dendrométrica (relativa aos parâmetros dendrométricos, como na distribuição diamétrica e distribuição de volume ou área basal por classe diamétrica). • Planejamento da atividade, previamente a ida a campo, de tal forma como o mapeamento das unidades amostrais (parcelas ou pontos quadrantes), dos métodos e padrões de inventariamento a serem utilizados, bem como dos materiais, equipes e tempo necessários para o levantamento; O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 9 Desta forma, a fitossociologia envolve o estudo de todos os fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades de análise. Ela retrata o complexo vegetação, solo e clima. Ademais, os conhecimentos florísticos e fitossociológico das florestas são condições essenciais para sua conservação e que a obtenção e padronização dos atributos de diferentes ambientes florísticos e fisionômicos, são atividades básicas para a conservação e preservação. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 10 A Fitossociologia envolve o estudo das inter-relações de espécies vegetais dentro da comunidade vegetal no espaço e no tempo, referindo-se ao estudo quantitativo da composição, estrutura, funcionamento, dinâmica, história, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal, sendo justamente esta ideia de quantificação que a distingue de um estudo florístico” (Martins, 1989). “ O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 11 Logo, com base na conceituação geral do termo, percebe-se que a Fitossociologia fundamenta-se nos princípios da Taxonomia Vegetal e tem estreitas relações com a Fitogeografia, e diretamente associada às Ciências Florestais. É desta forma, que considera-se importante os conhecimentos do engenheiro florestal nos aspectos botânicos e identificação de plantas e espécies florestais, de modo a otimizar a dinâmica do levamentamento, e favorecer o processamento e interpretação de dados. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 12 Ressalta-se a inserção da tecnologia em favor do aumento de produção por ganho de produtividade na elaboração de projetos de fitossociologia, com destaque ao software Mata Nativa, que flexibiliza a coleta de dados do inventário florestal, que possibilita uma melhor gestão de dados coletados em campo, e gerando resultados e informações estatísticas de forma mais rápida, ágil e confiável. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO 13 Parâmetros fitossociológicos A caracterização fitossociológica de uma floresta é auxiliada pela avaliação de diversos parâmetros numéricos que expressam a estrutura horizontal da mesma. Além de informações qualitativas, como a composição florística da comunidade, os parâmetros quantitativos assumem uma posição importante no estudo de um ecossistema florestal. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Parâmetros fitossociológicos 14 Estrutura horizontal Uma das análises mais importantes são os cálculos dos parâmetros da estruruta horizontal. A estrutura horizontal é a organização e distribuição espacial dos indivíduos na superfície do terreno. As estimativas dos parâmetros da estrutura horizontal incluem a frequência, a densidade, a dominância, e os índices do valor de importância e do valor de cobertura de cada espécie amostrada. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTOFITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura horizontal 15 Densidade A densidade, também chamada abundância, é o número de indivíduos por hectare de cada espécie na composição da floresta. Este parâmetro é estimado em termos de densidade absoluta e relativa, para cada espécie encontrada no levantamento. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura horizontal: Densidade 16 Dominância A dominância é expressa em termos de área basal, ou seja, a projeção da área seccional do tronco da arvores a 1,3 m do solo. É definida como o somatório da área basal por hectare, de cada espécie, expressa através de valores absolutos e relativos. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura horizontal: Dominância 17 Frequência A frequência é dada pela ocorrência de uma espécie nas unidades amostrais, ou seja, a frequência absoluta indica a porcentagem de parcelas que apresentam determinada espécie. Já a frequência relativa é a razão da frequência absoluta de determinada espécie pela somatória das frequências absolutas de todas as espécies. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura horizontal: Frequência 18 Valor de cobertura A importância de uma espécie dentro da floresta também pode ser estimada pelo número de árvores por hectare (densidade) e sua área basal por hectare (dominância). Dessa forma, o valor de cobertura é dado pelo somatório da densidade relativa e da dominância relativa. O valor de cobertura geralmente é apresentado em termos percentuais. O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura horizontal: Valor de cobertura 19 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura vertical Estrutura vertical A análise da estrutura vertical nos dá uma idéia da importância da espécie considerando a sua participação nos estratos verticais que o povoamento apresenta. Os estratos verticais encontrados na floresta podem ser divididos em: espécies dominantes, intermediárias e dominadas. Aquelas espécies que possuírem um maior número de indivíduos representantes em cada um desses estratos certamente apresentarão uma maior importância ecológica no povoamento em estudo. 20 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura vertical As estimativas dos parâmetros fitossociológicos da estrutura vertical, somadas às da estrutura horizontal, proporcionam uma análise mais completa da importância ecológica das espécies na comunidade florestal. A análise da estrutura vertical engloba as estimativas dos parâmetros de posição sociolégica e da regeneração natural. Para analisar a posição sociológica de uma espécie na comunidade vegetal é preciso primeiramente estabelecer os estratos de altura total dos indivíduos para, posteriormente, calcular os valores fitossociológicos de cada estrato. Em seguida, deve-se estimar os valores absoluto e relativo da posição sociológica da espécie na comunidade. 21 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Estrutura vertical O número de estratos ocorrentes na floresta é definido pelas características da floresta relacionadas às diferenças em composição de espécies, relações competitivas, restrições ambientais e perturbações antrópicas ou naturais. 22 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Regeneração natural Regeneração natural A regeneração natural também constitui importante indicador para a compreensão da capacidade de disseminação das espécies e do momento inicial de sua dinâmica na ocupação do ambiente. Em uma floresta, a organização estrutural (horizontal e vertical) e a distribuição diamétrica dependem de como as espécies se comportam neste momento inicial. Os parâmetros para regeneração natural são calculados utilizando as mesmas fórmulas que as utilizadas para árvores adultas, porém, considerando dados de árvores e parcelas em regeneração. 23 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Diversidade Diversidade A diversidade refere-se ao estudo das relações quantitativas entre a riqueza de diferentes categorias biológicas e a abundância relativa de espécies dentro das comunidades. Uma das formas de quantificação da diversidade é através da contagem das espécies encontradas nas amostras. Dessa forma, a diversidade pode ser considerada a própria riqueza de espécies de determinada área. 24 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Diversidade A diversidade é composta pela variedade de espécies e o número de indivíduos dentro de cada espécie. Na maioria das vezes os estudos de diversidade estão relacionados aos padrões de variação espacial e ambiental. Desse modo, quanto maior a variação ambiental, maior será a diversidade de espécies do ecossistema. Quando empregados em áreas delimitadas, no espaço e no tempo, os índices de riqueza apresentam estimativas muito úteis, expressando de forma compreensível e instantânea a diversidade. 25 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Florística Florística A composição florística visa a indicar o conjunto de unidades taxonômicas que compõem a floresta, como as suas espécies e famílias. O levantamento florístico tem como objetivo, listar as espécies vegetais ocorrentes em determinada área. Os estudos florísticos, além de gerar informações sobre classificação e distribuição taxonômica no nível de família e espécie de uma comunidade vegetal, também podem oferecer informações sobre atributos ecológicos das espécies. 26 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Florística Eles representam uma importante etapa no conhecimento de um ecossistema por fornecer informações básicas para os estudos biológicos subsequentes. Essas informações podem ser utilizadas na elaboração e no planejamento de ações que objetivem a conservação, o manejo ou na recuperação das formações florestais, de forma a retratar as suas diversidades. 27 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico Mata Nativa e o levantamento fitossociológico O Mata Nativa é o software que realiza todos cálculos de inventário florestal e análise fitossociológica, com aplicação efetiva em todos os biomas brasileiros. 28 O software permite, dentre muitas análises, realizar diagnósticos qualitativos e quantitativos de formações vegetacionais, análises fitossociológicas completas, elaborar inventários e planos de manejo, monitorar a floresta através de inventários contínuos acompanhando o crescimento e desenvolvimento das espécies e analisando as características de valoração e exploração florestal. Com o Mata Nativa, os cálculos relacionados à fitossociologia podem ser feitos de forma simples e rápida. 29 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico Cálculos da estrutura horizontal Depois de realizar a importação dos dados, basta ir para o “Módulo Cálculos”. Selecione a aba “Estruturas” e sub-aba “Estrutura Horizontal”. Depois, basta clicar no ícone “Calcular”. Observe que há a possibilidade de selecionar o cálculo para os valores máximos, médios e mínimos para as variáveiscircunferência, diâmetro, altura total e altura comercial para cada espécie, resultados estes, exigidos por grande parte das secretarias de meio ambiente. 30 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico: Cálculos da estrutura horizontal Cálculos da estrutura vertical Selecione a aba “Estruturas” e sub-aba “Estrutura Vertical”. Depois, basta clicar no ícone “Calcular” que a tela para opção de cálculo será aberta. Observem que há a possibilidade de selecionar os parâmetros de interesse. 31 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico: Cálculos da estrutura vertical Cálculos da regeneração natural Para realizar os cálculos relacionados à regeneração natural, basta selecionar a aba "estruturas", a sub-aba "Est. vertical- Reg. Natural, selecionar as opções de cálculo e clicar em calcular. 32 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico: Cálculos da regeneração natural Cálculos dos índices de diversidade Com o Mata Nativa também é possível calcular os índices de diversidade. Basta selecionar a aba "diversidade" e escolher as opções de cálculo. 33 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico: Cálculos dos índices de diversidade Cálculos relacionados à florística Para realizar os cálculos relacionados à florística, basta selecionar a aba "florística", uma das opções de sub-aba (Espécie, Gênero, Família ou Var. Descritiva) e escolher as opções de cálculo. 34 O PAPEL DO ENGENHEIRO FLORESTAL NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO | Mata Nativa e o levantamento fitossociológico: Cálculos relacionados à florística Referências bibliográficas: Manual de Fiscalização das Atividades da Engenharia Florestal – Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais – SBEF (2006). MARTINS, F. R. Fitossociologia de florestas no Brasil: um histórico bibliográfico. Pesquisas - série Botânica, São Leopoldo, n. 40, p. 103-164, 1989. CHAVES, A. D. C. G.; SANTOS, R. M. S.; SANTOS, J. O.; FERNANDES, A. A.; MACARA JÁ, P. B. A importância dos levantamentos florístico e fitossociológico para conservação e preservação das florstas. ACSA, v.9, n.2, p.42-48, 2013. SOUZA, A.L.; SOARES, C.P.B. Florestas Nativas: estrutura, dinâmica e manejo. Viçosa: Editora UFV, 2013, 322 p.
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