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IF SUDESTE MG – ENSINO MÉDIO Aluno: N.º: Disciplina: SOCIOLOGIA Professor (a): Kíssila Turma: Ensino: MEDIO REGULAR Data: / / ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA Leia o poema com atenção: Eu, Etiqueta Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório Um nome… estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente, Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo. Desde a cabeça ao bico dos sapatos, São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências. Costume, hábito, permência, Indispensabilidade, E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É doce estar na moda, ainda que estar na moda Seja negar minha identidade, Trocá-la por mil, açambarcando Todas as marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia Tão diverso de outros, tão mim mesmo, Ser pensante sentinte e solitário Com outros seres diversos e conscientes De sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio Ora vulgar ora bizarro. Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.) E nisto me comprazo, tiro glória De minha anulação. Não sou – vê lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares festas praias pérgulas piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália de uma essência Tão viva, independente, Que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora Meu gosto e capacidade de escolher, Minhas idiossincrasias tão pessoais, Tão minhas que no rosto se espelhavam E cada gesto, cada olhar Cada vinco da roupa Resumia uma estética. Hoje, sou costurado, Sou tecido, Sou gravado de forma universal, Saio da estamparia, não de casa, Da vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo dos outros Objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mas artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.! Bibliografia: DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Antologia Poética. São Paulo. Record: 2001 Responda: Qual é a critica traduzida pelo poema? Justifique relacionando com o conceito de Indústria Cultural. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Leia o seguinte discurso: Ele tinha um sonho Há 50 anos, Martin Luther King discursou para 250 mil pessoas em Washington, nos Estados Unidos. Subiu os degraus do Memorial Lincoln como líder negro. Desceu como líder universal. (Martin Luther) Martin Luther King Jr. não sabia o que diria no dia seguinte, 28 de agosto de 1963. Seu discurso seria parte da Marcha em Washington por Trabalho e Liberdade, campanha do presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, pela aprovação do projeto de Lei de Direitos Civis. Não poderia ter, portanto, o tom inflamado de outras manifestações suas – como o boicote que liderou, em 1955, depois de Rosa Parks, uma negra, ser presa no Alabama por se recusar a ceder o lugar no ônibus a um branco. Luther King falaria para 250 mil pessoas sobre os 100 anos do fim da escravidão no país, num lugar especialmente adequado: o Memorial Lincoln, monumento em homenagem ao presidente que assinara a Lei de Abolição. Faltava o que dizer. Lido em voz alta, o rascunho do texto, chamado “Discurso da Normalidade”, não empolgava. Presente ao ensaio, Mahalia Jackson, uma cantora gospel, sugeriu: “Fale de seus sonhos”. “Eu tenho um sonho...” é um dos mais poderosos discursos da história. “Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos pequenos um dia viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”, disse. Seu assunto principal não é o negro, palavra repetida 15 vezes. É a liberdade, repetida 20 vezes. Em 17 minutos de oratória, Luther King alçou-se de líder negro a líder tão somente. Transformou a causa de uma minoria, e de todas as minorias, numa causa universal. Com a Lei de Direitos Civis, aprovada nos Estados Unidos em 1964, negros em todo o país puderam ocupar espaços públicos e escolas em igualdade com os brancos. Em 1965, conquistaram os mesmos direitos eleitorais. Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964. No mesmo ano, o Comitê Olímpico Internacional baniu de seus torneios a África do Sul, país onde a minoria branca segregava a maioria negra, por meio do regime do apartheid. O assassinato de Luther King, em 1968, num hotel em Memphis, não calou sua voz. Regimes de segregação racial foram banidos no mundo inteiro. Ideias defendidas por ele, como bolsas e cotas para minorias, passaram a ser adotadas em países como o Brasil. Hoje, negros dirigem multinacionais como a Xerox e o McDonald’s. Um negro preside a mais alta corte da Justiça no Brasil. Fonte: revista Época 26 de Agosto de 2013 Luther King relata que seu sonho seria que seus filhos fossem respeitados pela sua personalidade e não pela cor da pele. Por que o preconceito é algo histórico no Brasil? Explique com criticidade e coerência. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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