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A Ação Direta de Inconstitucionalidade

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Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN)
A Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica (ADIN) é um instrumento utilizado no controle concentrado brasileiro para defesa da constitucionalidade das leis e atos normativos, exercido perante o Supremo Tribunal Federal, e previsto nos artigos 102 I, “a” e 103 da CF/88. A finalidade desta ação é declarar que uma lei ou parte dela é contraria a Constituição Federal.
A Lei nº 9.868/99 prevê as pessoas específicas que podem propor uma ADI, são eles: Presidente da República, Meda do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, partido político com representação no Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Procedimento
Para apresentar uma ADI, as partes interessadas apresentam uma petição inicial ao Supremo Tribunal Federal, que indicará o dispositivo de lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido, bem como o pedido e suas especificações.
A ação deverá ser ajuizada por advogado quando for proposta por Partidos políticos, e Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito Nacional. Nesses casos, precisará conter instrumento de procuração, pois os demais legitimados possuem capacidade postulatória decorrente da CF, segundo entendimento do STF. 
Assim que proposta a ação, o requerente não poderá desistir ou fazer acordo, pois vigora o princípio da indisponibilidade da instância e o processo não é subjetivo, como mostra o art. 5º da Lei 9.868/99.
O Relator poderá indeferir liminarmente a inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente (art. 4º da lei 9.868/99). O Relator pedirá elementos aos órgãos ou autoridades das quais decorreu a lei ou ato normativo impugnado. Essas informações devem ser aprestadas dentro do prazo de 30 dias, contados do recebimento do pedido.
Em seguida, é disponibilizado o prazo de 15 dias para a Advocacia Geral da União apresentar defesa sobre a constitucionalidade da referida lei discutida na petição inicial. O mesmo prazo é aberto para o Procurador Geral da República apresentar parecer sobre o pedido.
Vencidos os prazos, conforme o art. 9º d lei 9.868/99, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros e pedirá dia para julgamento em plenário.
A decisão produzirá efeitos contra todos, erga omnes,bem como efeito retroativo,ex tunc, retirando do ordenamento jurídico o ato normativo ou lei incompatível com a Constituição. A declaração de inconstitucionalidade somente poderá ser tomada com o quórum de pelo menos oito ministros, voto da maioria absoluta dos membros .
Não se admite intervenção de terceiros no processo de Adin, contudo o relator poderá admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes.
Concessão da medida cautelar
A medida cautelar deverá ser concedida, após audiência do requerido, através de maioria absoluta do Plenário, 6 ministros observado o quórum de instalação na sessão de julgamento (presença de 8 ministros), e gerará a suspensão da eficácia da lei ou ato normativo impugnado, como mostra o artigo 10 da Lei 9.869/99. 
No período de recesso o Presidente do Supremo poderá conceder a liminar monocraticamente, contudo posteriormente será submetida ao Plenário.
O Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União também podem ser ouvidos no prazo de 3 dias, se o relator julgar indispensável.
Os efeitos da medida cautelar são voltados contra todos (erga omnes), e será concedida, com efeito, “ex nunc”, (não retroage) salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
Contudo a uma diferença entre a decisão de concessão da cautelar e o mérito do processo. Enquanto a concessão da medida cautelar tem eficácia “erga omnes” e “ex nunc”, a decisão de mérito tem eficácia “ex tunc” (retroage), ou seja, vai retroceder àquele período que não tinha sido atingido pela cautelar.
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) possui o intuito de combater a inefetividade das normas constitucionais, ou seja, busca tornar efetiva norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, aquela que para produzir todos os seus efeitos precisa de uma norma infraconstitucional integradora.
O objeto da ação direta de inconstitucionalidade por omissão é a estagnação na edição de qualquer ato normativo primário igualmente sujeito à ação direta de inconstitucionalidade genérica, bem como de atos normativos secundários editados pelo executivo e judiciário.
Conforme previsão do art. 103, § 2º, da Constituição Federal, declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao poder competente para tomar as providências necessárias. Quando se tratar de órgão administrativo, essas providências deverão ser tomadas em 30 dias.
A omissão poderá ser total ou parcial. No caso da omissão total não foi elaborada a lei necessária para regulamentar dispositivo constitucional e permitir a prática do direito garantido. Exemplo: O direito de greve dos servidores públicos, garantido pelo art. 37, VII, da Constituição, até o momento a lei para regulamentar esse direito não foi elaborada pelo poder legislativo.
Para a ADI por omissão parcial, já existe lei, mas é insuficiente, para viabilizar direitos previstos na Constituição. Sendo assim é aquela na qual existe lei, porém a lei não consegue viabilizar de forma adequada ou satisfatória os direitos previstos na Constituição.
Por omissão parcial relativa é aquela que ocorre quando existe lei, a lei é suficiente e adequada para viabilizar o direito, porém ela não atinge todos que ela deveria atingir, que se encontram na mesma situação. Portanto, não existe insuficiência na lei em si, mas insuficiência no que tange aos atingidos.
A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão passou a ser admitida com a Lei n.º 12.063/2009. Ela será concedida em casos de excepcional urgência e relevância da matéria, após audiência com o órgão ou autoridade responsável pela omissão, e pelo voto da maioria absoluta dos membros do STF (6 ministros), respeitado o quórum de 8 ministros para instalação da sessão de julgamento.
A medida pode consistir na suspensão da aplicação da lei ou ato normativo, em caso de omissão parcial, ou na suspensão de processos judiciais e procedimentos administrativos, além de outras providências fixadas pela Corte.
No que tange aos efeitos da da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não é permitido ao STF, em sendo procedente o pedido, elaborar lei para suprir a omissão. O art. 103,§ 2º, estabelece que será dada ciência ao poder competente para que adote as providências necessárias para suprir a omissão. Em se tratando de órgão administrativo, estabelece o mesmo dispositivo que este deverá suprí-la em 30 dias, sob pena de responsabilidade.

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