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fundamentos de economia

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Introdução: Diariamente, temos que fazer escolhas do que comprar, do que abrir mão de comprar em 
detrimento de outro bem ou um plano futuro, enfim... tomamos decisões a todo momento nas nossas 
vidas. As escolhas fazem parte e elas também compõem o cerne da Economia. 
Tanto indivíduos como a sociedade precisam tomar uma série de decisões econômicas, de forma a 
conciliar o uso dos recursos escassos com as infinitas necessidades e desejos. É importante estudar 
Economia para entender o mundo que nos cerca e as escolhas necessárias que fazemos e perceber o 
objeto do estudo da Economia. 
Tempos modernos: um breve contextualização 
 A todo momento somos ”bombardeados” por questões econômicas nos jornais, na televisão e nas 
redes. 
 Questões como aumento de preços, desemprego, comportamento das taxas de juros, déficit 
governamental , vulnerabilidade externa, período de crise econômica ou de crescimento dentre outras, 
são temas que fazem parte da nossa rotina e são discutidos por cidadãos comuns. 
 Outras questões que a Economia estuda e que afetam o consumidor, assalariado, empresário etc.: 
 Como controlar a inflação? 
 Como fazer a Economia crescer mais? 
 O que foi a crise economia mundial? Ela já acabou? 
 Qual o problema do aumento da importação de produtos chineses? 
 Por que os impostos são tão altos no Brasil? 
 P que é uma reforma fiscal? 
 Por que a renda no Brasil é muito concentrada? 
 O estudo da Economia nos ajuda a despertar o interesse por esses assuntos e a tentar formular 
respostas para essas e outras perguntas. 
A importância de estudar Economia 
 O conhecimento de Economia é muito útil no dia a dia. É tão útil, que vários desses dados você já tem e 
não se deu conta disso. 
 Vejamos um exemplo do nosso material didático (p. 11): seu time de futebol, que tem uma grande 
torcida, vai ter um jogo decisivo no sábado. Você vai deixar para comprar o ingresso, no próprio sábado, 
um pouco antes da partida? 
 Claro que não! Pois, nesse caso, você vai comprar de cambista e pagar muito caro. 
 O cambista vende caro porque, a essa altura, não há mais ingressos disponíveis nas bilheterias, mas 
ainda tem pessoas querendo comprar. Dito de outra forma: 
 
 Os cambistas sabem disso e por isso vendem caro. Se você entende a lógica de situações desse tipo, 
você conhece os princípios básicos da chamada lei da oferta e da demanda. 
Foi a “escola da vida” que te ensinou, não foi um curso de Economia. 
 Ensinou, e você aprendeu, por que é algo útil no dia a dia. Mas a “escola da vida” não ensina tudo, 
caso contrário ninguém estudaria, nem faria faculdade. Vejamos agora um tipo de situação em que o 
conhecimento de Economia é importante. 
 Suponha que você queira comprar uma televisão nova e existam duas opções, a vista ou em 24 vezes 
com juros de 2% ao mês, mas com uma prestação baixa. Suponha também que a inflação seja de 0,5% 
ao mês e a caderneta de poupança renda 0,6% ao mês. A maioria das pessoas optaria por pagar a prazo, 
afinal a prestação é baixa e cabe bem no salário. Essa solução é a mais cômoda, mas não é a melhor. 
 Você estará pagando de juros o equivalente a 4 vezes o valor da inflação e durante 24 meses! Não é 
necessário fazer cálculos para confirmar, é evidente que, nesse caso, “o barato sai caro”. 
 Para chegar a essa conclusão você comparou a taxa de juros com a taxa de inflação e o rendimento da 
caderneta de poupança, e (implicitamente) confrontou o preço a vista com o preço a prazo. Com noções 
de Economia é mais fácil fazer esse tipo de raciocínio. 
O objeto de estudo da Economia 
 Mas o que trata a Economia? 
 Qual o objeto de estudo da Economia? 
 A definição mais conhecida de Economia é: “uma ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade escolhem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a 
distribuí-los entre as várias pessoas e os grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades 
humanas da melhor maneira possível”. 
 Nessa definição, temos vários conceitos importantes: recursos produtivos, escolha, escassez, 
necessidades, distribuição. 
 Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos ou fatores de 
produção como: 
 
 Esses recursos, no entanto, são bastante limitados e, assim, nem todas as necessidades podem 
simultaneamente ser satisfeitas. 
Desejos de consumo da sociedade 
 Como já foi dito, o objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades humanas. 
Hoje, pelos novos conceitos e realidades, pode-se ampliar esse entendimento para as necessidades do 
planeta (sustentabilidade). 
Objetivando apenas em nós, seres humanos, as necessidades representam os desejos de consumo da 
sociedade. 
 Observa-se que são ilimitadas e diversificadas. De um modo geral, quando as necessidades básicas 
(alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a ter outras como educação, lazer, 
melhoria do seu padrão de vida (maior casa, melhores roupas, automóvel etc.) 
 Uma vez atendidas plenamente as necessidades ditas materiais, o indivíduo passa a sentir outro tipo 
de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e a aceitação do grupo social que frequenta, 
necessidade de status e assim por diante. 
Desejos de consumo da sociedade 
 
 É fato que toda ciência possui sua própria terminologia, e a Ciência Econômica não é diferente. 
 Por esse motivo, para que você já possa ir se familiarizando e conseguindo mais facilidade nas leituras 
dos textos, apresentamos, a seguir, alguns dos conceitos mais frequentes encontrados na literatura 
econômica. 
 Acreditamos que o esquecimento de alguns não invalida a tentativa de ajuda. 
As questões econômicas fundamentais, escassez e necessidades 
 A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os 
chamados “problemas econômicos fundamentais”: 
 
Como já foi dito, essas questões só existem porque há escassez e necessidades a serem atendidas. 
 Estamos tratando aqui apenas dos bens econômicos, que são aqueles que são relativamente escassos 
e precisam ser produzidos e, portanto, não são abundantes e oferecidos gratuitamente pela natureza, 
como é o caso dos bens livres (ex.: ar, água, luz solar etc.) As necessidades vão definir o tamanho do 
mercado consumidor de um produto”. 
 O modo como as sociedades tentam resolver os problemas econômicos fundamentais dependendo 
da forma que cada país organiza sua economia, ou seja, do sistema econômico. 
 Um sistema econômico pode ser definido da seguinte maneira: 
 “Forma política, social e econômica pela qual está organizada a sociedade. É um particular sistema de 
organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam 
buscando uma melhoria no padrão de vida e no bem-estar”. 
Problemas econômicos fundamentais 
 A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades 
ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos 
fundamentais”: 
1 - O que e quanto produzir – a sociedade terá 
que escolher, dentro do leque de possibilidades 
de produção, quais os produtos a serem 
produzidos e em que quantidades. 
2 - Como produzir – a sociedade terá que 
escolher quais os recursos ou fatores de 
produção serão utilizados para gerar os 
produtos e que tecnologia utilizar. 
3 - Para quem produzir – a sociedade 
 deverá decidir o mercado consumidor 
 se pretende atingir. 
Grupos de sistemas econômicos 
 De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos. 
 Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas que são vantajosas para os agentes econômicos 
perante a escassez de recursos porquepossibilitam a divisão e a especialização da produção, da 
distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica. 
 
 
 
 
 
 
Introdução: Pela existência da escassez dos fatores ou recursos de produção, a produção total de um 
país tem um limite máximo, ou seja, há uma produção potencial quando todos os recursos disponíveis 
estão empregados. Precisamos de um modelo que de forma simplificada, mas suficientemente exata, 
represente esses dilemas na alocação de recursos, incorporando, necessariamente as noções de 
eficiência e de crescimento em um sentido econômico. 
 A curva de possibilidades de produção é que nos permite conhecer e operar, em bases simplificadas, 
um modelo que retrate essas condições, e o custo de oportunidade, ou custo da escolha, ou custo 
alternativo. 
 Para entender o funcionamento do sistema econômico há necessidade de analisar os fluxos reais e 
monetários assim como os agentes econômicos e os fatores de produção. 
Fatores ou recursos de produção 
 Na primeira aula, abordamos superficialmente o conceito de fatores de produção. Agora, chegou o 
momento de nos determos um pouco mais sobre esse tema. Como vimos, consideram-se fatores de 
produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade necessita. 
 Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em 
quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. 
 Outra característica é a versatilidade, significando que um mesmo fator de produção possui a 
capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos. Isso fica demonstrado, por exemplo, 
ao observarmos que um mesmo trator pode ser utilizado... 
 Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em 
quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. 
Fator de produção terra ou recursos naturais 
 Constitui a base sobre a qual se exercem 
as atividades dos demais recursos. 
 Tratam-se das reservas naturais (solo e 
subsolo), águas (oceanos, mares, rios, lagos), 
 pluviosidade e clima, flora e fauna e até 
fatores extraterrestres (como, por exemplo, 
 a fonte inesgotável da energia solar 
e a influência lunar sobre as marés). 
Fator de produção trabalho 
 A parcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator trabalho. 
ATENÇÃO 
 Trata-se, portanto, da população total deduzindo-se as crianças e os idosos. A esse contingente de 
pessoas aptas dá-se o nome de população econômica (PE). 
Custo de Oportunidade 
 Vimos, na aula anterior, que a Economia é uma ciência que lida com escolhas, pois devemos decidir 
quais desejos serão atendidos com a utilização de quais recursos. 
 Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam ser 
empregados na produção de outros bens, significando o custo de oportunidade na produção de um 
bem. 
ATENÇÃO 
 Este é um dos conceitos mais importantes da Economia, se aplicando tanto à alocação de recursos 
como às decisões entre investimentos alternativos. 
Curva de Possibilidades de Produção 
 Deslocamento “para fora” 
 O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma 
escolha, nem ao custo da produção do que foi escolhido, mas 
corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se 
deixou de produzir ao se fazer determinada escolha. 
 Esse dilema nas escolhas é representado pela Curva de 
Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação da 
Produção). A curva é um bom exemplo de um modelo utilizado 
para, de forma simplificada, representar a realidade. Essa curva, 
que é uma representação simplificada de uma economia, é 
sempre côncava e, em cada eixo, há um produto. 
Curva de Possibilidades de Produção 
Deslocamento “para fora” 
 Isso significa que qualquer ponto além da curva é 
impossível de ser alcançado. A produção máxima é 
alcançada quando a economia está em algum ponto da 
borda da curva. Esse é seu limite, o limite das 
possibilidades de produção. 
 Havendo maior produtividade ou disponibilidade de 
fatores a curva se desloca para a direita (“para fora”). 
ATENÇÃO 
A área delimitada pela curva é dada pela capacidade 
produtiva da economia, que por sua vez depende da 
disponibilidade de fatores produtivos. Portanto, quanto 
maior a disponibilidade de fatores de produção, maior a 
capacidade produtiva da economia. 
 
 
 Deslocamento “para dentro” 
Havendo menor produtividade ou disponibilidade, o 
deslocamento é para a esquerda (“para dentro”). 
ATENÇÃO 
A curva expressa o dilema clássico da Economia. Não 
há recursos para se produzir tudo o que se deseja e é 
necessário fazer escolhas. Sempre para se produzir 
mais de um produto é necessário se produzir menos de 
outro, até a situação limite em que toda a capacidade 
produtiva da economia está voltada para a produção 
de apenas um produto. 
Exemplo: 
No exemplo a seguir, 9 é a quantidade máxima que 
pode-se produzir de máquinas, e 3 toneladas o máximo de alimentos. 
 Suponha que se esteja no ponto A (8 máquinas e 1 tonelada de alimentos) e se passe para o 
ponto B (5 máquinas e 2 toneladas de alimentos). Nesse caso, a produção de alimentos 
aumentou, de 1 tonelada para 2 toneladas, mas em compensação a produção de máquinas caiu 
de 8 para 5. 
 Para se produzir 1 tonelada a mais de alimentos foi necessário abrir mão de 3 máquinas. Essas 
3 máquinas que deixaram de ser 
produzidas representam o custo de 
oportunidade. Portanto, custo de 
oportunidade é o que abre mão ao se 
fazer uma escolha. É o custo de uma 
escolha. 
 Note que o ponto D é impossível de ser 
atingido. Esse não é o caso do ponto C. 
Esse último ponto representa uma 
situação em que está produzindo menos 
do que se poderia, pois estamos dentro 
da curva e não na sua borda. 
 No ponto C estamos produzindo 1 
tonelada de alimento, mas apenas 5 
máquinas, quando poderíamos produzir 
8. Isso ocorre porque, por algum motivo, 
não estamos utilizando todos os recursos 
que temos, e, portanto, estamos com 
recursos ociosos. Um exemplo seria a 
situação de desemprego. Parte da mão 
de obra não está trabalhando, e por isso a produção é menor do que poderia ser. 
Fluxo circular de renda e produção 
ATENÇÃO: 
 Trata-se apenas de empréstimo, com regras definidas, dos 
fatores produtivos e não venda desses fatores. Se fosse 
venda, no caso do trabalho, estaríamos no regime de 
escravidão e não de trabalho assalariado. O trabalhador 
pode, a hora que quiser, pedir demissão, e o acionista pode 
vender suas ações quando desejar. 
 A contrapartida da utilização dos fatores de produção no 
processo produtivo é sua remuneração. No caso do trabalho, 
a contrapartida são os salários, e no caso do capital são os 
lucros. 
 Supondo-se uma economia onde existam apenas famílias e 
empresas, os proprietários dos fatores de produção são as famílias, que emprestam esses fatores 
produtivos às empresas, para que elas viabilizem a produção de bens. Os agentes econômicos são, 
portanto, as famílias e as empresas, que são as entidades que propiciam o processo produtivo. 
 As famílias e as empresas interagem em dois mercados, o de fatores e o de produtos. 
 No mercado de fatores as famílias emprestam capital e trabalho para as empresas utilizarem na 
produção em troca de uma remuneração, no caso salários e lucros/dividendos. O valor da remuneração 
é negociado entre as partes. 
 No mercado de produtos as empresas 
vendem seus produtos às famílias que para 
comprá-los utilizam a renda obtida no mercado 
de fatores. Portanto, os dois mercados estão 
interligados como mostra a figura do fluxo 
circular. 
 Essa vinculação dos mercados mostra que 
pagar baixossalários — se por um lado diminui 
o custo de produção das empresas — por outro 
diminui seu mercado consumidor, pois as 
famílias ficam com menos dinheiro para gastar. 
Essas relações estão sintetizadas no fluxo 
circular, que mostra como para cada fluxo real, 
há uma contrapartida monetária. Afinal, a economia trata de acompanhar transações que ocorrem em 
valores em moeda. 
 
 
 
 
 
 
Introdução: Para entender as discussões acadêmicas sobre a economia atual temos que nos debruçar no 
que já foi escrito e estudado. A evolução sumária da Economia, ao longo dos tempos, faz-se necessária 
para o entendimento das teorias e pressupostos atuais. 
 Outro objetivo dessa aula é diferenciar o sistema econômico capitalista do socialista e destacar como a 
Economia se divide de forma didática para seu estudo. Nas próximas aulas, inclusive, vamos trabalhar 
sumariamente com essas divisões: Microeconomia e Macroeconomia. 
 Por fim, vamos fazer uma contextualização da Ciência Econômica e, principalmente, da sua relação 
com as diferentes profissões. 
História do pensamento econômico 
 Há um consenso em que a teoria econômica foi sistematizada, em 1776, com Adam Smith. 
 
Escola Clássica: 
 A Economia, como uma ciência específica, nasce com os economistas clássicos. Para eles, o liberalismo 
e o individualismo estavam associados ao bem comum: o homem, ao maximizar sua satisfação pessoal, 
como o mínimo de esforço, estaria contribuindo para o máximo do bem-estar social. Vamos destacar 
alguns pensadores da Escola Clássica: 
 
 As duas principais ideias de Adam Smith permanecem no debate econômico 
atual: a “mão invisível” e a “divisão de trabalho”. 
 Vamos começar pela questão da “mão invisível” do mercado. 
 Segundo Adam Smith, somos todos individualistas e procuramos, no mundo 
econômico, sempre o que é melhor para nós. Só que ao fazer isso, como que 
guiados por uma mão invisível, estamos contribuindo para o melhor da sociedade. 
Ou seja, imagine a costureira, ela fará a melhor costura possível; assim como o 
padeiro fará o melhor pão. No final das contas, a sociedade terá a melhor costura e 
o melhor pão, pelo melhor preço. 
Mas por que a costureira e o padeiro agem dessa forma? Por existir a pressão da 
concorrência e porque querem ser bem-sucedidos e ter lucro. 
 O interessante, na teoria de Smith, é que os agentes econômicos não possuem plano prévio ou 
orientação externa, é a mão invisível! Ou seja, se cada um procurar fazer o melhor, chega-se a uma 
situação que é a melhor para a sociedade. 
 Mas é necessário destacar um ponto importante: isso só é possível frente a livre concorrência, e a não 
intervenção do governo nas questões econômicas. Essa filosofia se perpetua nos dias de hoje, por 
aqueles que defendem pouca intervenção do governo na economia: “deixe o mercado em paz, não 
intervenha governo, pois a mão invisível vai solucionar os problemas econômicos”. 
 A ideia de Smith era a menor intervenção do governo na economia, mas não uma ausência de 
governo. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas sociais e de infraestrutura. 
 Outro ponto a ser destacado é a divisão do trabalho. Ela traz a especialização, uma maior produção por 
trabalhador (maior produtividade) e, consequentemente, o barateamento do produto, pois se produz 
mais com o mesmo número de trabalhadores. 
 O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização. 
 
 O trabalho de Adam Smith foi aperfeiçoado pelo discípulo David Ricardo. A maior 
contribuição de Ricardo à teoria econômica foi provavelmente a teoria das vantagens 
comparativas, apresentada no livro Princípios de Economia política e tributação. 
 Para Ricardo, o país deveria se especializar no produto em que tem mais vantagens 
comparativas. O que significa isso? Um país tem vantagem comparativa em um 
produto, quando o outro, com quem compete, tem alto custo de oportunidade ao 
fabricar produto, mesmo sendo mais eficiente na produção. 
 No exemplo construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e Portugal), 
dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão de obra). A partir 
da utilização do fator trabalho, obtém-se a produção dos bens mencionados, conforme o quadro a 
seguir: 
 Quantidade de homens/hora para a produção de uma unidade de mercadoria 
 Em termos absolutos, Portugal é 
mais produtivo em ambas as 
mercadorias. Mas, em termos 
relativos, o custo de produção de 
tecidos, em Portugal, é maior que 
o da produção de vinho; e, na 
Inglaterra, o custo da produção de 
vinho é maior que o da produção 
de tecidos. Comparativamente, 
Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos. 
A Economia Neoclássica 
 Podemos destacar como o principal economista da corrente neoclássica, 
Alfred Marshall (1842-1924). 
SAIBA MAIS: 
 Ele escreveu o livro Princípios de Economia, que foi a base conceitual 
fundamental da Microeconomia nas suas fórmulas matemáticas e 
apresentação gráfica. 
Escola keynesiana: 
 O destaque é para John Maynard Keynes (1883-1946), citado 
como o criador da Macroeconomia. 
 Na sua obra, Teoria geral do emprego, juro e moeda, ele 
criticava o pensamento dominante da época, a Lei de Say. Para 
essa “lei”, toda oferta gera sua demanda. 
SAIBA MAIS: 
 Para Keynes, a demanda da economia é composta pelo 
consumo das famílias, o investimento e os gastos do governo, em 
uma economia fechada. Em épocas de recessão, caberia ao 
governo gerar a demanda através de gastos públicos. 
 A “revolução keynesiana”, assim chamadas as ideias de Keynes, 
mudaram a forma de pensar a economia e foi dominante até os 
anos 1970. 
 
Divisões da Economia 
 Ao tratar como as pessoas físicas e jurídicas (e a sociedade) 
decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de 
bens e serviços, a Economia pode fazer isso basicamente através 
de duas metodologias ou divisões de análise. 
ATENÇÃO (FIXA): 
 As duas divisões ocupam as mesmas questões da ciência 
econômica, mas se fixam em perspectivas distintas. 
Microeconomia: 
 Analisa o comportamento individual das unidades econômicas. 
Macroeconomia: 
Analisa o funcionamento da Economia como um todo, de um país. Realiza uma visão simplificada e 
abstrata da Economia. 
Sistema econômico de mercado capitalista X Sistema econômico centralizado ou planificado 
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos: 
 
 Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas. As trocas econômicas são vantajosas para os 
agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e especialização da 
produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica. 
A economia e sua relação com as diferentes profissões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução:O estudo da Economia se divide em dois grandes ramos, como já foi visto: a Microeconomia 
e a Macroeconomia. Nesta aula, vamos dar início à abordagem microeconômica, ou seja, analisar como 
a oferta e a demanda interagem e estabelecem o equilíbrio de mercado. 
 Para análise de mercado, vamos apresentar os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio. Ou seja, o 
comportamento daqueles que querem adquirir bens e serviços e daqueles que querem vender bens e 
serviços em busca de um ponto de equilíbrio. 
 Vamos contextualizar as decisões de consumo da sociedade e os seus reflexos no mercado de bens e 
serviços, e como o estado pode alterar esse equilíbrio com impostos, políticas de subsídios e 
tabelamento de preços. 
O que é mercado? 
 
ATENÇÃO: 
 Por isso importante estudarmos sobre a demanda e a oferta. Mas ao estudar Microeconomia, 
precisamos estabelecer em mente a hipótese de trabalho: a hipótese de “tudo mais constante”. 
 A Microeconomia utiliza a 
hipótese de “tudo mais 
constante”(coeteris paribus, 
em latim) na construção dos 
seus modelos. 
 O objetivo é isolar a uma 
determinada variável, cujo 
efeito se pretende investigar, 
supondo-se que outras 
variáveis permanecem 
constantes, ou seja, que não 
interfiram no fenômeno 
investigado. 
 Como exemplo, sabemos que 
a demanda (ou a procura) de 
um bem é afetada pelo preço e 
pela renda dos consumidores. 
 Em um determinado momento, precisamos analisar o efeito do preço sobre a demanda. 
 Para analisar o efeito dessa variável (preço) sobre a demanda, manteremos a renda dos consumidores 
constante (coeteris paribus), faremos a alteração do preço e saberemos o resultado na demanda. 
Entendendo a demanda e a procura 
 Por que precisamos adquirir bens e serviços? 
 Porque nos são úteis, ou seja, há uma satisfação 
de nós, consumidores, proporcionada pelo 
consumo. Podemos, então, hierarquizar nossa 
cesta de consumo. 
 A demanda (ou a procura) de uma determinada 
pessoa ou grupo de pessoas por um determinado 
produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de 
pessoas desejam consumir, a dado preço, esse 
produto em um determinado período de tempo. 
 
 
 
 
Entendendo a oferta 
 Em microeconomia, a empresa (ou firma) é o local onde fatores de 
produção são combinados, segundo um processo de produção 
escolhido, gerando os produtos, com o objetivo de maximizar seus 
resultados em termos de produção e lucro. 
 A oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado) é a 
quantidade de um produto X que um produtor ou conjunto de 
produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um 
período de tempo. 
 
Equilíbrio de mercado 
 O equilíbrio do mercado pode ser definido pela 
interação entre demanda e oferta de mercado para um 
bem ou serviço. 
 Da interação entre essas curvas define-se um ponto de 
equilíbrio E, ao qual correspondem o preço e a 
quantidade de equilíbrio. 
 Desse modo, a noção de equilíbrio de mercado 
corresponde à coincidência de desejos entre 
consumidores e produtores, evidenciando uma situação 
onde não há excesso ou escassez de oferta ou de 
demanda. Neste ponto, os planos dos compradores são 
consistentes com o plano dos vendedores. 
 Em uma economia de mercado, o mecanismo de 
preços leva automaticamente ao equilíbrio. 
 Na figura apresentada, perceba que para qualquer preço superior a p0 a quantidade que os ofertantes 
desejam vender é maior do que a que os consumidores desejam comprar, evidenciando um excesso de 
oferta. Por outro lado, para qualquer preço inferior a p0, surgirá um excesso de demanda. 
 ATENÇÃO: 
 Nessas situações, não existe compatibilidade de desejos. No entanto, quando ocorre excesso de oferta, 
os vendedores com estoques não planejados terão que diminuir seus preços, concorrendo pelos 
escassos consumidores. Já quando ocorre um excesso de demanda, os consumidores estarão dispostos 
a pagar mais pelos produtos escassos. Estas ações resultam em ajustes de preços, retornando-se a uma 
situação de equilíbrio no ponto E na qual são eliminadas as pressões para alterar preços. 
Interferência externa 
 Mas é importante salientar que essa “convergência” para o equilíbrio ocorre sem qualquer 
interferência do governo ou de outro agente externo. 
 E o governo pode interferir nesse equilíbrio? 
 Claro que sim! Vejamos a agora. 
 
 
 
 
 
Introdução: Como visto na aula anterior, existem vários fatores que podem alterar a demanda e oferta 
do mercado. Fundamentalmente, a Teoria Microeconômica enuncia que as empresas pretendem 
maximizar o seu lucro total, e para isso tentam encontrar uma determinada quantidade de produção 
onde a RMg = CMg. 
 Mas todos os mercados são iguais? O comportamento do ofertador no mercado onde ele é o único 
produtor daquele bem é o mesmo de um ofertador que possui concorrentes? Claro que não. As 
empresas estão envolvidas em várias formas, ou estruturas, de mercado. 
 Nesta aula, vamos compreender as principais estruturas dos mercados existentes na economia e 
suas características. Apresentar os parâmetros de identificação das estruturas de mercado e suas 
características: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística. 
Premissa 
 Na análise padrão, que fizemos de demanda e oferta, implicitamente estava sendo suposta uma 
estrutura de mercado em um contexto de uma estrutura chamada de “concorrência perfeita”. 
 Observamos, por outro lado, que as relações entre compradores e vendedores seguem padrões 
diferentes dependendo do tamanho desse mercado, do número de vendedores, do número de 
compradores e, até mesmo, do tipo de produto comercializado. 
 
 A análise simplista que faremos irá considerar quatro alternativas de estruturas de oferta para atender 
o mercado consumidor de um determinado produto. 
 Conceitualmente, esses mercados são denominados de concorrência perfeita, concorrência 
monopolística, oligopólio e monopólio. As características de cada um desses apresentaremos a seguir. 
Concorrência perfeita 
 Pelo próprio nome, o mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os agentes 
econômicos, devido ao seu grande número, é a mais significativa. 
 É uma estrutura utópica, pois os mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são 
apenas aproximações desse modelo. 
 A consequência lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna incapaz 
de, sozinho, alterar as condições de mercado. Assim, tanto consumidores como produtores não 
conseguem afetar os níveis de oferta e procura do produto e o seu preço de equilíbrio. 
 Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
Na situação de 
concorrência perfeita, 
como o produto é 
homogêneo e a empresa 
possui uma posição 
pequena, em relação ao 
seu mercado, a empresa 
não pode influenciar o 
preço de mercado, ou 
seja, o preço de mercado 
é um dado fixado para 
empresas e consumidores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monopólio 
 É uma estrutura com condições totalmente opostas à concorrência perfeita. 
 O prefixo mono, como se sabe, significa a unidade. Assim, monopólio representa o caso limite de um 
mercado onde só existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço. 
 Por esse motivo, preço e quantidades produzidas serão determinadas pela empresa monopolista. 
Normalmente, os produtos vendidos, nesse tipo de mercado, costumam exigir altíssimos níveis de 
investimento, fazendo com que o acesso de algum concorrente seja muito difícil. 
 
Por que os monopólios surgem e/ou são mantidos? 
 Uma estrutura onde não há concorrência nem substituto próximo para o produto, os consumidores 
acabam sendo submetidos às condições impostas pelo ofertador. Mas por que os monopólios surgem 
e/ou são mantidos? 
 Algumas situações, vejamos: 
 
Oligopólio 
 É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. 
 O número de ofertadores é reduzido, mas essa quantidade pode ser variável. Como são poucos, as 
ações de uma das empresas podem afetar as demais. Nesse tipo de mercado, existem as seguintes 
premissas: 
 
Na economia brasileira, setores oligopolistas são 
bastante comuns. Temos como exemplo alguns 
segmentos que produzem diferenciados como os 
automóveis e ouros oligopólios com produtos 
homogêneos, como cimento e alumínio. Um outro 
exemplo está no mercado de telefonia móvel, no qual 
poucas empresas controlam o mercado. Nesse caso, a 
fusão das empresas TIM e Vivo consistiu no primeiro 
oligopólio nesta área do mercado. 
 
 
 
 
Oligopólio 
 Há uma interdependência entre as firmas, pois a ação de uma empresa pode produzir efeitos diretos 
nas outras do mercado. 
 Por outro lado, há momentos nos quais as empresas podem optar por não competir e, sim, cooperar, 
visando, por exemplo, a evitar uma guerra de preços entre elas.Geralmente, quando o mercado é muito concentrado, ou seja, quando há poucas empresas no 
mercado, elas acabam buscando algum tipo de acordo e cooperação. 
 O Brasil possui uma legislação específica que busca coibir os abusos de poder econômico em defesa da 
concorrência e do consumidor. 
Concorrência monopolística 
 É um mercado que, apesar de ter um grande número de ofertadores e consumidores, há uma 
heterogeneidade dos produtos. 
 Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
 
 É interessante destacar uma característica desse tipo de estrutura de mercado: cada empresa possui 
certo poder sobre os preços, uma vez que os produtos são diferenciados, ou seja, o consumidor pode 
escolher, de acordo com a sua preferência, a marca do produto. A empresa americana Apple Inc. é um 
exemplo que cumpre com todas as características. 
 Como não há barreiras à entrada de novos competidores... 
 A longo prazo: 
 A tendência é um lucro normal e a curto prazo um lucro extraordinário. 
 A curto prazo: 
 Exatamente por ter lucros extraordinários, acabam por atrair novos concorrentes até chegar ao 
ponto de lucro normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Notas: 
Aula 1: Alguns bens livres devido ao mau uso pelo homem já estão se tornando escassos, como é o caso 
da água. 
Aula 2: custo de oportunidade 
O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do 
que foi escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou 
de produzir ao se fazer determinada escolha. 
Aula 3: Adam Smith 
Com a publicação da Riqueza das nações , em 1776, ele estabeleceu as bases científicas da 
teoria econômica moderna. Ao contrário dos mercantilistas e fisiocratas que acreditavam 
serem os metais preciosos e a terra, respectivamente, os geradores da riqueza nacional, para 
Adam Smith a riqueza da nação é dada pelo trabalho produtivo. 
Microeconomia 
Como veremos, a Microeconomia é o ramo da Economia que estuda a interação, no mercado, 
entre empresas e consumidores. 
Aula 5: Acordo e cooperação 
O cartel ou o conluio em oligopólio corresponde a uma situação em que algumas empresas 
estabelecem em conjunto os seus preços ou as quantidades produzidas, repartindo entre si o 
mercado ou tomando em conjunto outras decisões produtivas. Claro que acabam 
estabelecendo preços elevados com a finalidade de aumentar os lucros e reduzir os riscos. 
Preferência 
A diferenciação do produto pode acontecer pelas diferenças físicas, embalagens, promoção de 
vendas (propaganda, atendimento, brindes), e pela manutenção e pós-venda.

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