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UNIVERSIDADE PAULISTA/UNIP
INSTITUIÇÃO DE CIÊNCIA JURIDÍCA-ICJ
CURSO DE DIREITO
O Infanticídio Indígena no Brasil: Relativismo Cultural e a Responsabilidade Penal
Manaus-AM
2014
Introdução
INTRODUÇÃO 
Os dados coletados e sistematizados visam sobre o infanticídio indígena no Brasil, Relativismo Cultural e a Responsabilidade Pena, uma abordagem indispensável no âmbito de compreender elementos da cultura dos povos indígenas consideradas juridicamente incorretas.
Conforme o objetivo proposto por verificar a responsabilidade penal diante do ato infanticídio identificando a função dos direitos humanos de interferir sem prejuízo do Relativismo cultural que garante sem prejuízo os direitos do índio de preservar sua cultura, mais visando os direitos fundamentais que constam em nossa Constituição Federal.
Os procedimentos metodológicos busca contemplar a natureza quanto aos fins de pesquisas e bibliográficas evidenciando entender de forma objetiva qual as responsabilidade penal com relação a pratica do infanticídio indígena e a função que os direitos humanos tem com essa prática. 
 
O infanticídio indígena no Brasil.
O infanticídio é um fato cultural e histórico que resulta da falta de uma perspectiva da qualidade de vida para crianças nascidas com certas dificuldades como deficiência mental ou física, defeitos físicos congênitos, mães solteiras e etc. A palavra infanticídio tem origem no latim infanticidium, uma pratica presente em diversos povos do Brasil de matar crianças por razões culturais e sócias como forma de controle populacional, cerca de 20 dentre as 200 etnias usam esse principio pelos mais variados motivos geralmente culturais e socias.
É fundamental perceber a visão e o conceito que os indígenas possuem a respeito de valores como a vida e a dignidade humana, além da supervalorização do coletivo para que se compreenda as razões que os levar a reafirmarem tal pratica ainda nos dias de hoje. Crianças que nascem com alguma dificuldade dificilmente se encaixariam em algum grupo tendo sérios problemas de socialização, portanto além do mito de que crianças com deficiência trará maldição e castigo para a tribo á necessidade de que gozem de boa saúde para que futuramente estejam aptas a exercerem bem atividades como a caça, a pesca e a plantação para sua sobrevivência e a da aldeia. 
O antropólogo Mércio Perreira Gomes, ex-presidente da FUNAI( Fundação Nacional do Índio ), explica que o índio só considera um ser como pessoa quando ele é recebido pela sociedade:
“Quando se pratica infanticídio, do ponto de vista cultural-, não do biológico-, ainda não se esta considerado um ser completo. A antropologia analisa desse modo. Sob essa logica cultural não é uma desumanidade.”
O numero de índios mortos por infanticídio no Brasil ainda é uma incógnita. Nos dados da FUNASA ( Fundação Nacional de Saúde ) sobre mortalidade infantil indígena, ele aparece somados a óbitos causados por envenenamento e outras consequências de causas externas.
Responsabilidade penal
Este é um tema polêmico e dos mais reveladores do preconceito da sociedade brasileira em relação aos índios. De grande apelo junto à po- pulação, suscita afirmações no sentido de que os índios são cidadãos privilegiados e de que a legislação brasileira lhes permite cometerem 
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crimes sem que sejam punidos. Na verdade, o assunto traz à tona o grau de desconhecimento das pessoas acerca das realidades indígenas, seu nível de incompreensão da diferença e ainda a dificuldade generalizada de entendimento das sutilezas de nossa legislação. Quanto a isso, é preciso destacar a crescente intolerância, tanto no plano legislativo como no judicial, no que diz respeito à aplicação de dispositivos que asseguram tratamento diferenciado aos índios acusa- dos do cometimento de infrações penais em razão de suas especificida- des socioculturais. Por exemplo, o Estatuto do Índio, em seu artigo 56, dispõe que, no caso de condenação de índio por infração penal, a pena deverá ser atenuada, devendo ainda o juiz, quando da fixação da pena, considerar a extensão das relações do índio em questão com a sociedade envolvente. Como já foi dito acima, existe um projeto no Congresso Nacional propondo a supressão desta atenuação automática da pena, por enten- der que os índios não merecem qualquer diferenciação neste aspecto. Numa visão obtusa e preconceituosa sobre o modo como os índios se organizam, por trás desta consideração de inexistência de diferença en- tre índios e demais segmentos da sociedade, repousa o entendimento de que índio que não está em regime de permanente isolamento da so- ciedade não é índio. Usou relógio, dirigiu carro, protestou diante do Congresso, é automaticamente índio que domina todos os códigos da sociedade que o envolve e, por isso mesmo, faz por merecer as penas da lei sem qualquer ressalva. Este entendimento é duplamente perverso, pois apóia-se em conceitos já superados – como aculturação e integra- ção – para barrar a aplicação de dispositivos legais vigentes, e ainda bane a possibilidade de interpretação de tais dispositivos de acordo com a concepção contemporânea do princípio da igualdade, que pressupõe a observação e o respeito à diferença. Infelizmente, decisões judiciais têm revelado esta mesma tendência, como foi o caso do julgamento do habeas corpus 79.530-7, em que o Supremo Tribunal Federal considerou o índio como aculturado por ser alfabetizado, eleitor e falar fluentemente o português, não permitindo sequer que fosse procedida uma avaliação antropológica no caso.
Infanticídio e Direitos Humanos.
	O infanticídio é a pratica tradicional em muitos grupos indígenas brasileiros, tendo sido apontado pelo coordenador da Funasa (órgão responsável pelos programas de saúde indígena) em 2007, Ramiro Teixeira, uma das principais causa da mortalidade infantil entre o Yanomami, segundo o jornal Folha de Boa Vista.
	Importante ressaltar que diversos documentos internacionais sobre os direitos humanos, como a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da UNESCO, de 2005, definam valores éticos comuns a todos, a ser universalmente respeitados, abrindo caminho para intervenções respeitosas em situações de violação de direitos básicos. É imprescindível a defesa de ações de intervenção dialogadas e respeitosas á pluralidade e diversidade cultural dos povos indígenas brasileiros, com especial ênfase ao acesso á informações e á saúde, preservando acima de tudo a vida das crianças indígenas. 
A Constituição Federal, em seu artigo 1°, inc. III, descreve como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana, e logo no art. 5º, caput, garante aos brasileiros e estrangeiros a inviolabilidade de direito à vida, à liberdade e à igualdade. 
Contudo, não se pode esquecer os costumes e tradições das tribos indígenas, que também merecem proteção dos órgãos públicos. O infanticídio é uma afronta ao direito à vida e à dignidade da pessoa humana não é permitida sua prática nem sob o argumento de ser uma tradição. 
Na analise do relativismo, a pretensão de universalidade desses instrumentos simboliza a arrogância do imperialismo cultural do mundo ocidental, , que tenta universalizar suas crenças .Os direitos humanos identifica como uma noção construída pelo modelo ocidental, mias sem a violação dos direitos fundamentais.
	A perspectiva da Bioética Intervencionista e os direitos humanos universais, defendem a preservação da vidas das crianças indígenas, de forma dialogada e respeitosa. É necessário construir alternativas ao infanticídio e mortes de crianças, promovendo os Direitos Humanos em sua universalidade e integralidade, abrindo possibilidades de dialogadas, mais efetivas na proteção á vida, á integridade física e mental das crianças ameaçadas de infanticídio, não se esquecendo da importância da diversidade cultural e do pluralismo. Entretanto, essas consideraçõesnão devem ser invocadas para atentar contra a dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais ou os princípios da Declaração Universal.
	O dialogo entre culturas distintas sobre um determinado valor ou pratica como o infanticídio pressupõe o contato entre elas e não que fiquem e permaneçam estanques como postula o relativismo cultural radical. Por isso é preciso relativizar o relativismo cultural, no sentido de vê-lo não como um principio absoluto, mas como um instrumento que possibilite o encontro de forma respeitável.
	O encontro intercultural é fundamental para que se possa pensar sobre sua cultura compreendendo que formas de costumes culturais não podem ser inquestionáveis nem formas de explicar e justificar tudo, inclusive atos de violência e desrespeito aos direitos humanos.
 
Relativismo cultural: Nova ideologia desumana para justificar a injustiça.
	O relativismo cultural é uma teoria que implica a ideia de que é preciso compreender a diversidade cultural e respeitá-la, reconhecendo que todo sistema cultural tem coerência própria. Os problemas começam quando o relativismo cultural é radicalizado e absolutilizado, justificando uma pratica com base na preservação de uma prentensa pureza.
	O infanticídio é a principal causa de morte de crianças com menos de um ano de idade. Em 2004 foram mortas cerca de 64 crianças, e em 2005 cerce de 98, não tendo dados precisos de morte no Brasil por causa culturais. Uma cultura que não justifica a forma desumana como crianças são mortas.
	Em 2004, o governo brasileiro promulgou, por meio de decreto presidencial, a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que determina que os povos indígenas e tribais deverão ter o direito de conservar seus costumes e instituições próprias, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais definidos pelo sistema jurídico nacional nem os direitos humanos reconhecidos.
	Fazer reconhecer o direito á vida entre os indígenas não constitui desrespeito ou afronta a sua cultura, mas pelo contrario configura respeito a particularidade cultural no âmbito da sociedade brasileira a qual, por meio da Carta Constitucional de 1988, considera inviolável o á vida de todos os brasileiros inclusive os indígenas e estrangeiros.
	
	
CONCLUSÃO
	Á pratica de Infanticídio indígena no Brasil surge, portanto, como questão de grande relevância e relativismo no que se refere à necessidade de se compreender ate onde o respeito à cultura justifica a não interferência, quando os direitos considerados mais fundamentais, como o direito a vida, encontram-se ameaçados. Mas no artigo 28 §6º, ECA, que diz a respeito à criança indígena a ter direito a proteção à vida e a saúde, que permite o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência, e se a criança excepcional não puder permanecer junto aos membros da mesma etnia, passe a ser tutelada pelo Estado na garantia de famílias substitutas. Esse artigo é sim a solução para tais conflitos de valores e deveria suprir todas as tribos indígenas, acabando de vez com o infanticídio. 
REFERÊNCIAS
SOUZA, de Raymond, Infanticídio Indígena no Brasil: a tragédia silenciada.Livro Eletronico encontrado no site:
Araújo, Ana Valeria, Povos Indígenas e a Lei dos “Brancos”: o direito à diferença. Brasília, novembro de 2006, editora Coleção Educação para Todos

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