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Plantas Medicinais

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MÓDULO 1: UNIDADE : HISTÓRIA DAS PLANTAS MEDICINAISINTRODUÇÃO
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O hábito de recorrer às virtudes curativas de certos vegetais data das mais antigas civilizações, que cedo se aperceberam da existência, ao lado das plantas com fins alimentares, das plantas com propriedades terapêuticas. Apesar do potencial curativo destes vegetais, os povos primitivos também identificaram a existência de plantas potencialmente tóxicas e venenosas.
O uso de plantas como medicamento esteve muito tempo associado a práticas mágicas, místicas e ritualistas, marcando um antigo desejo de compreender e utilizar a natureza como recurso terapêutico, nas doenças que afligem o corpo e a alma. Essa associação dificulta da delimitação exata da evolução da arte de curar.
A prática de utilização das plantas medicinais foi transmitida através das gerações, inicialmente oralmente e posteriormente através da escrita. No Entanto, ainda hoje encontramos indivíduos que por falta de informação não conhecem os benefícios de tais vegetais. È ainda importante salientar que a utilização de plantas no tratamento de doenças deve ser realizado de forma cautelosa, observando a correta identificação e manipulação das mesmas, a fim de se evitar casos de intoxicação.
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Registros no mundo
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Idade Antiga
Os primeiros escritos sobre as ervas relatam sua importância nos cerimoniais de magia e medicina. Há placas de barro babilônicas de 3.000 anos a.C., que ilustravam tratamentos médicos, e outras mais recentes que registram importações de ervas. Durante os 1000 anos subseqüentes, culturas paralelas na China, Assíria, Egito e Índia, desenvolveram registros escritos de ervas medicinais onde existem antigos escritos ocidentais que descrevem uma mistura de utilizações medicinais e mágicas para as plantas.
 
China
A china dedica-se ao cultivo de plantas medicinais desde o ano 3000 a.C. O Imperador Sheng-Nung utilizou uma.série de plantas em seu próprio corpo, para saber o efeito que provocavam. Tais experiências culminaram em seu "Cânone das Ervas" que menciona 252 plantas e destaca entre tantas a raiz de ginseng, anunciando ser a mais fabulosa das ervas e que favorecia a longevidade. Esta raiz é muito utilizada nos dias atuais regeneração dos tecidos, melhoria do funcionamento de algumas glândulas, para o rendimento físico e mental, dores de cabeça, amnésia, como apoio no tratamento de grande número de doenças do coração, dos rins e dos sistemas nervoso e circulatório.
 
Egito
A medicina egípcia apoiava-se em elementos mágicos e religiosos, além de estar fortemente vinculada à astrologia e sugerir uma forte relação entre as plantas medicinais, planetas e signos correspondentes. Os egípcios utilizavam as plantas condimentares de muitas formas, deixando-as até mesmo nas tumbas dos faraós e personalidades importantes, para que estes fizessem viagem segura aos outros planos da existência, segundo suas crenças. Nesta época, as plantas eram muitas vezes escolhidas por seu cheiro, acreditavam que certos aromas afugentavam os espíritos das enfermidades
Originam-se no Egito os papiros que relatando a adoração que o povo tinha pelas plantas. Nesses catálogos das plantas medicinais já é possível observar a descrição das características mais simples das plantas, assim como as suas respectivas indicações, utilizações e classificação das espécies com base científica. O mais famoso deles é o Papiro Ebers, datado de 1550 a.C., que contém centenas de fórmulas e remédios populares usados na época. Continha uma coletânea de aproximadamente 125 plantas, entre elas anis, alcaravia, cardamomo, mostarda, açafrão e sementes de papoula. Através do conhecimento progressivamente adquirido das regras de dosagens específicas para cada droga amplia-se a fabricação e à administração de todos os remédios e pode-se afirmar que nasceu assim a receita médica e a respectiva posologia.
Grécia
Hipócrates (460- 361 a.C.), denominado “Pai da Medicina”, reuniu em sua obra "Corpus Hipocratium" a síntese dos conhecimentos médicos de seu tempo, indicando para cada enfermidade o remédio vegetal e o tratamento.
Teofrasto (372-285 a.C.), em sua “História das Plantas”, catalogou 500 espécies vegetais com descrição botânica muito precisas, acompanhadas de efeitos tóxicos e propriedades curativas.
No século XIII a.C., Asclépio, curandeiro grego, grande conhecedor das ervas, concebe um sistema de cura fundando o primeiro spa que se tem conhecimento, em Epidauro. Era baseado em banhos, chás, jejum, uso da música como terapia, jogos e teatros.
Dioscórides, médico grego, no século I da Era Cristã, enumerou em seu tratado, "De Materia Médica”, mais de 500 plantas medicinais e seus usos. Este tratado que representa um marco histórico no conhecimento de numerosos fármacos, muitos dos quais ainda hoje são usados.
O conhecimento grego sobre as ervas foi adquirido na Índia, Babilônia, Egito e até na China.
Roma
Os romanos aproveitaram os conhecimentos do Egito, Grécia e Alexandria sobre a importação de especiarias e drogas (pimenta, canela, gengibre, mirra, sésamo, goma, entre outras). Os que mais se notabilizaram na arte com as plantas foram:
Plínio
Escreveu “História Natural” com 37 volumes onde cita mil plantas curativas, como por exemplo, o “alho”, que naquela época já era indicado para 61 enfermidades.
Galeno
Médico-Farmacêutico, romano de origem grega, nascido no ano de 130 D.C., é considerado o “Pai da Farmácia” por sua dedicação na preparação de medicamentos a base de plantas. Elaborou formas farmacêuticas precursoras das que ainda hoje são usadas. Descreveram adulterações para o açafrão, canela, ruibarbo, mirra entre outras. Enunciou a maneira de distinguir as drogas entre si pela aparência, o sabor, a origem geográfica e a potência de sua ação.
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Idade Média, Moderna e Contemporânea
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Após a queda do Império Romano e fortalecimento da igreja Católica, segue-se um longo período no Ocidente denominado de Idade Média. Acredita-se que o estudo das plantas medicinais neste período ficou estagnado por um longo período.
Esta época foi dominada pela magia e pela feitiçaria, que frequentemente confundem-se com a ciência. Eram considerados como produtos vegetais mágicos entre outros, o visco que vegetava sobre o castanheiro, a arruda e até o alho. Drogas como meimendro-negro, a beladona e a mandrágora, foram consideradas como plantas de origem diabólica. Neste contexto, Joana d Arc foi acusada de atormentar os ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a couraça e por isso condenada à fogueira.
Surgem as Escolas de Salerno e Montpellier (séc.XIII) e, a partir delas, as universidades, abrindo para o leigo as portas do conhecimento até então reservado aos monges e religiosos.
Durante o século XIX, o uso das ervas ficou mais restrito e cresceu o uso dos medicamentos obtidos através de processos químicos industriais. Entretanto, os livros sobre ervas continuaram aparecendo. Somente em finais do século XVIII, se começa a isolar e determinar a estrutura dos constituintes ativos dos produtos de origem natural dotados de propriedades medicinais
Nos anos que ocorreram as guerras mundiais, o interesse pelas plantas medicinais voltou devido à necessidade de obter remédios eficazes para múltiplas enfermidades, visto que toda a economia dos países envolvidos na guerra estava destinada à produção de material bélico.
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Registros no Brasil
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A utilização de plantas no Brasil, não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos. Historicamente, quando os portugueses aqui chegaram, encontraram índios que usavam urucum para pintar e proteger o corpo das picadas de insetos e também para tingir seus objetos cerâmicos.
Entre 1560 a 1580 a partir das observações e anotações douso freqüente de ervas pelos índios, o padre José de Anchieta detalhou melhor as
plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas aos Superiores Geral da Companhia de Jesus. Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma “erva boa”, a hortelã-pimenta, que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas.
Apesar das tentativas do padre José de Anchieta em despertar os portugueses para a diversidade das ervas medicinais brasileiras, este esforço foi em vão.
Segundo naturalista Von Martius, eles os "selvagens" conheciam apenas algumas quantas plantas comestíveis e outras que serviam de tinturas. Das ervas medicinais teriam unicamente uma "obscura noção", quase sempre supersticiosa. Esta falta de interesse dos nossos colonizadores pelas ervas brasileiras e continuamente dos nossos governantes culmina no fato de quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas estrangeiros, especialmente os naturalistas, que realizaram grandes expedições científicas ao Brasil, desde o descobrimento pelos portugueses até o final do século XIX.
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Bibliografia consultada
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CUNHA, A. P. O emprego das plantas aromáticas desde as antigas civilizações até ao presente. In: caracterização e utilização das plantas aromáticas em Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian: 2007.
JORGE, S.S.A. Plantas medicinais:coletânea de saberes. 2009.
DANTAS, I. C. ; FELISMINO, D. C. O RAIZEIRO. 1. ed. Campina Grande: EDUEP, 2007. v. 1. 540 p.
MÓDULO 2: UNIDADE : INTRODUÇÃO ÀS PLANTAS MEDICINAISAlguns conceitos úteis
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Fitoterapia - a ciência que estuda a utilização de plantas medicinais, que compreendem os vegetais que possuem características que ajudam no tratamento de doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas.
Homeopatia - é um método terapêutico baseado no princípio da similitude, cujo enunciado é o de que as enfermidades são causadas pelo sofrimento e autopunição (por exemplo, perdas, culpas, medos etc.), que levam o paciente a adoecer. Utiliza medicamentos em doses infinitesimais, diluídos em água e álcool, dinamizados para liberação de sua energia medicamentosa.
Erroneamente o termo homeopatia pode ser utilizado como sinônimo de fitoterapia. No entanto, a homeopatia prepara medicamentos de origem vegetal, mineral e animal, enquanto que a fitoterapia por definição utiliza apenas matéria-prima vegetal.
Fitoquímica – é a química dos vegetais, que se encarrega de estudar as suas substâncias ativas, e respectivas estrutura, distribuição na planta, modificações e processos de transformação que se produzem no decurso da vida da planta, durante a preparação do remédio vegetal e no período de armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a
Farmacologia – é a ciência que estuda os efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano. Preocupa-se com os princípios ativos no que se refere à: mecanismo de ação; velocidade da ação; processo de absorção e eliminação; e indicações (isto é, do uso contra determinadas doenças).
Produtos do metabolismo primário - são essencialmente sacarídeos, substâncias indispensáveis à vida da planta que se formam em todas as plantas verdes graças à fotossíntese.
Produtos do metabolismo secundário - substâncias que resultam essencialmente da assimilação do azoto (nitrogênio amínico). Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis.
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Plantas medicinais
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Há muito tempo os produtos de origem natural são utilizados no mundo inteiro pela medicina alternativa. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez o uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável e estima-se que as comunidades locais utilizam cerca de 10% das plantas nativas com fins terapêuticos. Entretanto, apenas 1% dos produtos utilizados ganha reconhecimento científico.
O uso de plantas medicinais é uma prática rotineira nos países em desenvolvimento, especialmente na África, Ásia e América Latina, onde existe uma necessidade de utilização da medicina popular com solução alternativa para problemas de saúde.
As plantas sintetizam compostos químicos a partir dos nutrientes da água e da luz que recebem. Muitos desses compostos ou grupos deles podem provocar reações nos organismos, esses são os princípios ativos. Algumas dessas substâncias podem ou não ser tóxicas, isto é, causar efeito danoso ao organismo, dependendo da dosagem em que venham a ser utilizadas. Assim, "Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um princípio ativo que lhe confere atividade terapêutica".
Os vegetais utilizados podem ter basicamente duas origens: cultivados ou silvestres. Os silvestres, como são utilizados na maioria das vezes no Brasil, sendo praticamente impossível garantir uma eficácia eqüitativa da mesma droga obtida de diferentes fontes. Já no caso dos cultivados, normalmente se procede de uma maneira padrão em todos os aspectos ligados com o
desenvolvimento do vegetal, garantindo assim, eqüitatividade de produção dos seus constituintes químicos.
Hoje em dia, diversos institutos de pesquisa trabalham no intuito de compreender e até mesmo de melhorar as condições para que uma droga produza da melhor forma, seus constituintes ativos.
É relevante mencionar que só estão cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades básicas de saúde as plantas que têm avaliadas a sua eficiência terapêutica e a sua toxicologia ou segurança de uso.
Uma vez que as plantas medicinais são classificadas como produtos naturais, a lei permite que sejam comercializadas livremente, além de poderem ser cultivadas por aqueles que disponham de condições mínimas necessárias. Com isto, é facilitada a automedicação orientada nos casos considerados mais simples e corriqueiros de uma comunidade, o que reduz a procura pelos profissionais de saúde, facilitando e reduzindo ainda mais o custo do serviço de saúde pública.
Considerando a perspectiva de obtenção de novos medicamentos, os produtos naturais se diferenciam dos sintéticos sob o aspecto da diversidade molecular. Sabe-se que a diversidade molecular dos produtos de origem natural é muito superior àquela derivada dos processos de síntese, que, apensar dos avanços consideráveis, é ainda limitada. Isso proporciona a elaboração de diversos novos fármacos com funções terapêuticas diversificadas.
No Brasil, país dotado de imensa biodiversidade, diversas experiências atreladas ao conhecimento popular aproximam a utilização de plantas aos recursos terapêuticos disponíveis, sendo, inclusive, esta prática recomendada pelo poder público. Em 3 de maio de 2006, o Ministério da Saúde, através da Portaria nº 971, aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2006).
Em 2007, O Ministério da Saúde do governo brasileiro lançou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), que visa garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, e tem como alguns dos seus objetivos: inserir plantas medicinais,
fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no SUS, desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva, promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais, fitoterápicos e remédios caseiros, bem como estabelecer uma política intersetorial para o desenvolvimento socioeconômico na área de plantas medicinais e fitoterápicos.
Essa política de atuação governamental visa enfrentar os empecilhos para a utilização dos produtos naturais que levantam a problemáticado desconhecimento dos profissionais de saúde sobre as indicações e cuidados no uso de plantas medicinais. Do ponto de vista dos usuários dos serviços de saúde as plantas medicinais são vistas apenas como uma alternativa aos elevados custos dos medicamentos convencionais e não como opção terapêutica devido às propriedades curativas das plantas.
Existe uma clara necessidade de minimizar a distância entre a técnica e pesquisas científicas das tradições, crenças populares e tradições, proporcionando uma valorização dos conhecimentos populares, agregando-lhes comprovação científica e, permitindo, assim, divulgação à população em geral conhecimentos úteis, antes utilizados apenas in loco, valorizando tanto a cultura quanto a ciência de um povo.
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Constituintes químicos dos vegetais
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Todo ser vivo é constituído por uma infinidade de constituintes químicos, que classificam-se em: princípios ativos e princípios inativos.
Princípio inativo
Princípio inativos são todos os compostos químicos presentes nas plantas medicinais, mas que não lhes confere nenhuma atividade biológica. Como exemplo, temos o amido, as gorduras, as fibras, a celulose e outras.
Princípio ativo
Entende-se como princípio ativo o composto ou mistura de compostos sintetizados pelas plantas através dos seus nutrientes, água e luz recebida, que podem provocar reações positivas ou negativas nos organismos vivos. Podemos citar como exemplo os alcalóides atropina e hiosciamina que são os princípios ativos que conferem atividade anti-espasmódica ao meimendro. Podemos ainda citar a morfina presente no ópio.
Para as plantas a produção de princípios ativos está relacionada com atividades de proteção contra pragas e doenças e atração de polinizadores. Têm a função de melhorar as condições de sobrevivência da planta. Não são estáveis e nem se distribuem de maneira homogênea. Podem estar concentrados nas raízes, rizomas, ramos, caules, folhas, sementes ou flores, e o teor varia de acordo com a época do ano, hora de coleta, solo ou clima onde vive a planta.
Para que a utilização de plantas medicinais tenha ação máxima e propicie uma melhora rápida, é preciso que: sejam colhidas no momento em que haja maior quantidade de princípios ativos; seja colhida a parte da planta em que a concentração de princípio ativo seja máxima; sejam manipuladas de forma a preservar a quantidade de princípios ativos.
Para melhor compreensão dos componentes vegetais e de suas ações, apresentamos a seguir um breve resumo dos principais princípios ativos.
Óleos essenciais – são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. Além de óleos essenciais, são conhecidos também por essências vegetais, óleos etéreos ou óleos voláteis. À temperatura ambiente, apresentam-se como substâncias líqüidas oleosas e bastante voláteis, diferindo assim dos óleos fixos. Outra característica importante é o aroma agradável e intenso da maioria dos óleos essenciais. São solúveis em solventes orgânicos e muito pouco solúveis em água.
Óleos essenciais podem estar presentes em todas as partes de uma planta. No entanto, sua composição pode variar de acordo com sua localização em um mesmo vegetal.
As funções dos óleos essenciais nas plantas são extremamente complexas, podendo possuir atividade alelopática (processo que envolve metabólitos secundários produzidos por plantas, algas, bactérias e fungos que influenciam o crescimento e desenvolvimento de sistemas biológicos),
fitoalexiníca (capacidade de manter a parede livre de microorganismos), evitar a perda de água pelos vegetais ou mesmo agir como atraente para agentes polinizadores.
Alcalóides – formam um grupo economicamente importante, pois entram na composição de inúmeros medicamentos. São, na maior parte dos casos, venenos vegetais muito ativos, dotados de uma ação específica. Podem causar toxicidade mesmo quando usadas em pequenas doses. podem ter coloração amarela, roxa ou incolor. Nas células vegetais estão nos vacúolos. Quando na forma de sais, encontram-se nas paredes celulares. Apenas 10 a 15 % das plantas conhecidas apresentam alcalóides em sua constituição. Localizam-se nas folhas, sementes, raízes nos caules.
Alguns autores afirmam que a função dos alcalóides nos vegetais serviriam é restrita a atuação como fitoalexinas. Outros autores apontam para a possibilidade deles serem metabólitos terminais, em outras palavras produtos sem utilidade, o que é muito pouco provável.
Taninos – são substâncias amorfas, geralmente coloração marrom escura. Em solução aquosa são levemente ácidas e de sabor azedo (adstringentes). É a classe de substâncias mais comum no reino vegetal encontrada principalmente nas casacas dos vegetais. Não são encontrados em algas, fungos e liquens.
O principal uso do tanino desde a antiguidade tem sido o curtimento do couro e como anti-séptico. Estas substâncias protegem o vegetal do ataque de microorganismos, formigas ou cupins e podem provocar irritação gástrica.
Mucilagens – são polissacarídeos complexos formados por açúcares simples e que incham quando em contato com a água proporcionando um líquido viscoso. Com água fria, as mucilagens engrossam e formam gels, com água quente dissolvem-se e formam soluções coloidais que se gelificam de novo ao arrefecer. Nas plantas, estas substâncias servem de reservatórios, sobretudo pela sua capacidade de reter a água. Nas infusões e decocções, as mucilagens das plantas medicinais têm como efeito reduzir a irritação quer física quer química. Exercem assim uma ação favorável contra as inflamações das mucosas, especialmente as das vias respiratórias e digestivas, atenuam as dores das contusões, amaciam a pele quando são aplicados cataplasmas. Ocorrem em diversas plantas, mas somente algumas espécies possuem
aplicação terapêutica. São encontrados em maior quantidade nas sementes de tanchagem e malva, goma arábica e algas marinhas. Em menor quantidade encontram-se nas raízes tuberosas, folhas suculentas e plantas de clima árido.
Glicosídeos – as plantas produtoras de glicosídeos são de uso industrial, pois seu uso sem orientação médica pode ser perigoso. Apresentam ações e efeitos tão diversos que é difícil agrupá-los sob um conceito químico. Os glicosídeos podem ser: alcalinos, cianogênicos, cardiativos, antraquinônicos, flavonóides e saponínicos.
Flavonóides – Este termo se aplica a uma larga gama de compostos naturais, com extensas propriedades físicas e químicas, vulgarmente conhecidos como “pigmentos das flores”, por participarem na coloração das pétalas. Nas plantas apresenta as funções de fitoalexinas, agentes atrativos de insetos e aves, agentes repelente, agentes protetores contra radiação UV e inibidores enzimáticos. Possuem propriedades antioxidante, atrasa o envelhecimento celular. Tem ação antiespasmódica, ação em determinados distúrbios cardíacos e circulatórios e em casos de cólicas estomacais.
Ácidos Orgânicos – diversas plantas apresentam ácidos orgânicos, que lhes conferem sabor ácido e propriedades farmacêuticas características, como, ação laxativa e refrescante. Plantas ricas em ácidos orgânicos são muito utilizadas na fito-cosmética. Essas substâncias encontram-se em maior quantidade nos frutos cítricos e ácidos e nas verduras. Tem ação brandamente diurética, antifermentativa, estimulante da respiração celular.
Saponinas - constituem um grupo de compostos praticamente onipresente nos vegetais. São caracterizadas principalmente pela sua capacidade de formar espuma abundante e estável. Apresenta forte atividade hemolítica (promove a destruição dos glóbulos vermelhos do sangue), espermicida (mata espermatozóides), ictiotóxica (tóxica aos peixes). As saponinas favorecem a ação dos demais princípios ativos da planta e em excesso podem causar irritação da mucosa intestinal e manifestações alérgicas. Algumas espécies como: erva-mate, joazeiro, e salsaparrilha, as saponinas são encontradas em maior quantidade.
Princípios amargo – vegetais contendo estassubstâncias apresentam um gosto amargo, excitam as células gustativas, estimulam o apetite e
aumentam a secreção dos sucos gástricos. Alcachofra, chicória e boldo são espécies ricas em princípios amargos.
Fatores que afetam os teores de princípios ativos
Vários fatores, tanto internos quanto externos, podem interferir na quantidade de princípios ativos das plantas.
Fatores intrínsecos
Os fatores intrínsecos são inerentes do próprio vegetal. Algumas substâncias são produzidas pelas plantas com uma finalidade que existe apenas numa determinada etapa da vida da mesma, (floração, frutificação, amadurecimento da semente, etc.). Esta peculiaridade de cada planta produzir compostos específicos está relacionada ao seu respectivo número cromossômico e estágio de desenvolvimento.
Plantas geneticamente inferiores não produzirão com qualidade satisfatória mesmo que sejam dadas a elas as melhores condições durante o cultivo, pois o seu código genético não lhes confere a capacidade de produzir determinado princípio ativo.
Fatores extrínsecos
Os fatores extrínsecos são os relacionados com o meio onde o vegetal está localizado. Estes fatores podem ser divididos em três categorias:
a) Fatores climáticos (irradiação e temperatura)
b) Fatores climático-edáficos (água e gás carbônico)
c) Fatores edáficos (estrutura física do solo, arejamento, nutrientes minerais, pH e microorganismos)
Os fatores climáticos influenciam fortemente aéreo do vegetal. A temperatura afeta não só o vegetal como também o solo, modificando a composição do mesmo em termos de umidade, gás carbônico e nitrogênio.
Produtos como os óleos essenciais, extremamente voláteis, são afetados de maneira extrema pela temperatura.
A combinação dos fatores climáticos e edáficos constituem obstáculos importantes na qualidade do solo. Pode-se citar, por exemplo, a diminuição da umidade e conseqüente dificuldade de germinação das sementes e/ou crescimento e desenvolvimento das plantas.
Os fatores edáficos propriamente ditos constituem uma combinação de condições que influenciam sobremaneira toda a vida do vegetal. Eles relacionam-se mais diretamente com as condições do solo. Os mais importantes são:
 Estrutura física do solo – Influencia a permeabilidade da água no mesmo e a retenção de CO2.
 Presença de sais minerais e micronutrientes.
 O pH do solo influencia de formas diferentes variadas plantas.
 Presença de microorganismos - importantes no desdobramento de compostos nitrogenados.
A altitude também influi na produção de determinados constituintes químicos de plantas, notadamente óleos essenciais.
A maneira de preparar o solo (caso de vegetais cultivados), incluindo-se ai adubação, aragem, e irrigação.
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Referências consultadas
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OLIVEIRA, F., AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia, Atheneu, São Paulo, 1991.
SARTORATTO, A.; MACHADO, A. L. M.; DELARMELINA, C.; FIGUEIRA, G. M.; DUARTE, M. C. T.; REDHER, V. L. G. Composition and antimicrobial activity of essential oils from aromatic plants used in Brazil. Brazilian Journal of Microbiology, v. 35, n. 4, p. 275-280, 2004.
SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. FARMACOGNOSIA: da planta ao medicamento. 6 ed. Porto Alegre: UFSC, 1999 821p.
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MÓDULO 3: UNIDADE : CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAISINTRODUÇÃO
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O cultivo da plantas medicinais inicia-se com a correta seleção e identificação da espécie. O adequado manejo dessas culturas implica o domínio tecnológico de todas as etapas de desenvolvimento da espécie, visando, além da produção de biomassa, a produção do(s) princípio(s) ativo(s), que conferem qualidade à planta enquanto matéria-prima para a fabricação de medicamentos fitoterápicos.
Estudos agronômicos vêm sendo desenvolvidos visando propor tecnologias pertinentes para o cultivo de plantas medicinais com qualidade. No entanto, a demanda de mercado de produtos fitoterápicos cresce mais rapidamente que a geração e difusão dessas tecnologias, considerando a grande variedade de espécies medicinais cultivadas.
Em linhas gerais, vários autores recomendam que o cultivo de plantas medicinais devem seguir como etapas básicas: escolha e preparo da área para cultivo; sistema de cultivos e tratos culturais; colheita, secagem e beneficiamento.
Ressalta-se ainda a importância da agricultura praticada de forma orgânica para a produção de plantas medicinais. Fato resultante da clara tendência do mercado no sentido da valorização do produto orgânico e da exigência da certificação da produção orgânica pelas empresas e laboratórios produtores de medicamentos.
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MÓDULO 3: UNIDADE : CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS
Escolha das espécies a serem cultivadas
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É essencial a prévia escolha das plantas que serão cultivadas, respeitando os critérios de adaptação das mesmas às características edafoclimáticas da propriedade em questão. O desconhecimento dessas critérios pode levar ao insucesso na obtenção dos princípios ativos de interesse, pela não adaptação da planta ao local de cultivo, ou mesmo pela ausência de algum órgão, que pode ser a parte da planta utilizada como medicinal.
Escolha e preparo da área para cultivo
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O local de cultivo deve guardar semelhança com o local de ocorrência natural da espécie, para que a mesma expresse o seu potencial da produção.
Os locais com exposição ao sol, principalmente pela manhã, são indicados em terrenos planos ou pouco inclinados, pois minimizam os problemas com a erosão do solo e facilitam a utilização de equipamentos agrícolas quando necessário. O local de cultivo deve ser isolado de áreas que possam contaminar as plantas cultivadas, como fossas, esgotos e trânsito, bem como de áreas em que são aplicados adubos químicos e agrotóxicos. O local do cultivo deve dispor de água em abundância e de boa qualidade.
O tamanho da área destinada ao cultivo de cada espécie deve ser determinado de acordo com os métodos de propagação, espaçamento de plantio e estimativa de quantidade a ser produzida, bem como em função das épocas de colheita.
O solo deve ser leve e fértil para que as raízes tenham facilidade de penetrar e desenvolver. Tendo disponibilidade é bom fazer a análise do solo, principalmente se tratando de horta comercial.
A análise do solo do local do cultivo, indicando as características químicas e físicas do solo, é necessária para que possam ser realizadas práticas de correção e fertilização do mesmo, apresentando as plantas as melhores condições de desenvolvimento.
Esta análise fornecerá os teores de alguns nutrientes presentes na amostra, que, caso estejam abaixo do ideal deverão ser corrigidos com o auxílio de metodologias de adubação orgânica pertinentes. A adubação orgânica pode ser fornecida de várias maneiras, sendo a adubação verde, o
composto e o húmus de minhoca as formas mais utilizadas no cultivo de plantas medicinais.
Nem sempre as condições ideais para o desenvolvimento e produção de biomassa são as mais adequadas para a produção de princípios ativos de interesse. Muitas espécies produzem substâncias ativas quando submetidas a condições de estresse, como uma reduzida disponibilidade de nutrientes no solo, pois em geral o princípio ativo de interesse está associado ao metabolismo secundário da planta que reflete adaptações a condições adversas ou mecanismos de defesa.
Quanto ao aspecto físico do solo, pode ser melhorado, no seu preparo, incorporando no mesmo, esterco e/ou composto orgânico, onde fornecerá nutrientes que ajudarão a reter a umidade.
Após a correção do solo e do levantamento de suas características, procede-se o seu preparo para o plantio. O cultivo mínimo, onde o solo é revolvido somente na linha de plantio, através da abertura de sulcos, ou o plantio direto, em que o propágalo é depositado diretamente no solo não revolvido, são sistemas de preparo de solo mais apropriado.No entanto, para o cultivo da maioria das espécies medicinais, a melhor estratégia é a produção de mudas em viveiro, para posterior transplante a campo.
Sistema de cultivo e tratos culturais
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Os sistemas de cultivo variam de acordo com a espécie plantada, baseadas na forma de propagação, podendo esse se sexuada ou assexuada.
Após o plantio, os tratos culturais serão responsáveis pelo sucesso no desenvolvimento das plantas. A água é imprescindível no cultivo das plantas medicinais. Visto que a necessidade varia entre as espécies, deve-se irrigá-las sempre que necessário, pois um estresse híbrido pode ser irreversível, causando a morte da planta.
Os biofertilizantes podem ser úteis não apenas no fornecimento de nutrientes à planta, mas também na promoção do equilíbrio nutricional e da proteossíntese no interior das células e na seiva, o que torna a planta menos suscetível à ação de predadores e parasitas.
Em ambientes equilibrados as espécies medicinais normalmente apresentam alta resistência ao ataque de doenças e pragas, já que não sofrerão distúrbios fisiológicos. O uso de produtos químicos(agrotóxicos) é condenado para o cultivo de espécies medicinais, isto se justifica pela ausência de produtos registrados para estas espécies, conforme exigência legal, e pelas alterações que tais produtos podem ocasionar nos princípios ativos.
A ocorrência de pragas e doenças no cultivo pode ser controlada através de práticas culturais, como seleção de área de cultivo, manejo adequado do solo, rotação de culturas, consórcios, uso de material de propagação sadio, plantio na época correta e plantio no espaçamento adequado. Para o controle específico de pragas e doenças, podem ser utilizados métodos alternativos, como a catação manual de insetos, eliminação de plantas ou galhos doentes, além da aplicação do macerado do fumo, da solução de água e sabão e do extrato de alho e pimenta e biofertilizantes.
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Colheita, secagem e armazenagem
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Como foi dito antes, o teor de produção de determinados constituintes químicos numa planta pode ser influenciado por uma série de fatores. Esse teor varia também de órgão para órgão, com o estádio de desenvolvimento, com a época de colheita, e até mesmo o período do dia em que é coletada.
Dependendo do órgão a ser coletado, existem normas gerais a serem seguidas:
 Raízes, rizomas e túberas devem ser coletadas, geralmente na primavera ou no outono. Nesta época, os processos vegetativos estão em fase estacionária.
 Cascas devem ser coletadas na primavera.
 Folhas devem ser coletadas durante o dia, quando o processo de fotossíntese é mais intenso.
 Flores devem ser coletadas na época de polinização, quando se encontram bem abertas e desenvolvidas.
 Sementes devem ser coletadas quando completamente maduras.
Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, fora do padrão, com terra, poeira, órgãos deformados, etc. Durante o processo de
colheita é importante evitar a incidência direta de raios solares sobre as partes colhidas, principalmente flores e folhas. As raízes podem permanecer por algum tempo ao sol.
Alguns autores mencionam que, de acordo com a substância ativa da planta, existem horários em que a concentração desses princípios é maior. No período da manhã é recomendada a colheita de plantas com óleos essenciais e alcalóides, e no período da tarde plantas com glicosídeos. Esse critério é importante no que diz respeito à qualidade química do produto, pois uma baixa concentração da substância ativa no material pode levar a uma desconfiança na pureza do produto.
Um ponto importante para a qualidade é a anotação dos dados referentes às condições no momento da colheita, condução da lavoura, local, produtor, condições de secagem, etc.
Normalmente após a colheita das plantas pode-se fazer o uso direto do material fresco, extrair substâncias ativas e aromáticas do material fresco ou a secagem para comercializaçao "in natura.
Afim de se evitar à degradação de princípios ativos o tempo decorrido entre o momento da colheita e a secagem deve ser o menor possível. Pelo mesmo motivo a secagem ao sol não é recomendada.
O uso de estufas com ar circulante é bastante adequado para efetuar a secagem de drogas vegetais. Essas estufas trabalham a temperaturas baixas (35 a 45o C) e o ar circulante ajuda sobremaneira a retirar a umidade que exsuda do vegetal.
Existem várias razões para se promover a secagem de uma droga vegetal. Uma delas é a diminuição de volume da mesma, o que além de tudo, facilita a conservação. A redução do peso da planta ocorre em função da evaporação de água contida nas células e tecidos, promovendo o aumento percentual de princípios ativos em relação ao peso inicial da planta.
Deve-se observar que o teor de umidade numa droga é de extrema importância para sua conservação. Quanto maior for esse teor, mais sujeita a agentes deletérios a planta fica. O teor de umidade ideal após a secagem deve ser de 5 a 10% para folhas e flores, para cascas e raízes esta umidade varia entre 12 e 20%.
O período de armazenamento deve ser o menor possível, pois com o passar do tempo podem ocorrer perdas qualitativas e/ou quantitativas nas substâncias ativas das plantas. O local destinado ao armazenamento deve ser seco, escuro, arejado e isolado da presença de pragas. Assim como na secagem, as plantas também deverão ser armazenadas isoladamente, cada espécie numa embalagem para que não ocorra a mistura.
O acondicionamento do material vai depender do volume produzido e do tempo que se pretende armazená-lo. Serão necessários estudos para avaliar os diversos tipos de embalagens e o período de conservação máximo.
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Referência consultada
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SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. FARMACOGNOSIA: da planta ao medicamento. 6 ed. Porto Alegre: UFSC, 1999 821p.
OLIVEIRA, F., AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia, Atheneu, São Paulo, 1991.
MÓDULO 3: UNIDADE : CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAISExercícios de fixação
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1. Múltipla escolha
O hábito de recorrer às virtudes curativas de certos vegetais data das mais antigas civilizações, que cedo se aperceberam da existência, ao lado das plantas com fins alimentares, das plantas com propriedades terapêuticas. Apesar do potencial curativo destes vegetais, os povos primitivos também identificaram a existência de plantas potencialmente tóxicas e venenosas.
 Certo
 Errado
2. Múltipla escolha
Há placas de barro babilônicas de 3.000 anos a.C., que ilustravam tratamentos médicos, e outras mais recentes que registram importações de ervas.
 Certo
 Errado
3. Múltipla escolha
A medicina egípcia apoiava-se em elementos mágicos e religiosos, além de estar fortemente vinculada à astrologia e sugerir uma forte relação entre as plantas medicinais, planetas e signos correspondentes. Os egípcios utilizavam as plantas condimentares de muitas formas, deixando-as até mesmo nas tumbas dos faraós e personalidades importantes, para que estes fizessem viagem segura aos outros planos da existência, segundo suas crenças. Nesta época, as plantas eram muitas vezes escolhidas por seu cheiro, acreditavam que certos aromas afugentavam os espíritos das enfermidades
 Certo
 Errado
4. Múltipla escolha
?Pai da Medicina?
 Hipócrates
 Teofrasto
 Dioscórides
 Asclépio
5. Múltipla escolha
A utilização de plantas no Brasil, não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos. Historicamente, quando os portugueses aqui chegaram, encontraram índios que usavam urucum para pintar e proteger o corpo das picadas de insetos e também para tingir seus objetos cerâmicos.
 Certo
 Errado
6. Múltipla escolha
Ciência que estuda a utilização de plantas medicinais, que compreendem os vegetais que possuem características que ajudam no tratamentode doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas.
 Fitoterapia
 Homeopatia
 Fitoquímica
 Farmacologia
7. Múltipla escolha
Produtos do metabolismo primário:
?substâncias que resultam essencialmente da assimilação do azoto (nitrogênio amínico). Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis.
 Certo
 Errado
8. Múltipla escolha
Princípio inativos são todos os compostos químicos presentes nas plantas medicinais, mas que não lhes confere nenhuma atividade biológica. Como exemplo, temos o amido, as gorduras, as fibras, a celulose e outras.
 Correto
 Errado
9. Múltipla escolha
Óleos essenciais podem estar presentes em todas as partes de uma planta. No entanto, sua composição pode variar de acordo com sua localização em um mesmo vegetal.
 Correto
 Errado
10. Múltipla escolha
São substâncias amorfas, geralmente coloração marrom escura.
 Taninos
 Mucilagens
 Glicosídeos
11. Múltipla escolha
Os fatores intrínsecos são inerentes do próprio vegetal.
 Correto
 Errado
12. Múltipla escolha
Estudos agronômicos vêm sendo desenvolvidos visando propor tecnologias pertinentes para o cultivo de plantas medicinais com qualidade. No entanto, a demanda de mercado de produtos fitoterápicos cresce mais rapidamente que a geração e difusão dessas tecnologias, considerando a grande variedade de espécies medicinais cultivadas.
 Correto
 Errado
13. Múltipla escolha
É essencial a prévia escolha das plantas que serão cultivadas, respeitando os critérios de adaptação das mesmas às características edafoclimáticas da propriedade em questão. O desconhecimento dessas critérios pode levar ao insucesso na obtenção dos princípios ativos de interesse, pela não adaptação da planta ao local de cultivo, ou mesmo pela ausência de algum órgão, que pode ser a parte da planta utilizada como medicinal.
 Correto
 Errado
14. Múltipla escolha
O solo deve ser leve e fértil para que as raízes tenham facilidade de penetrar e desenvolver. Tendo disponibilidade é bom fazer a análise do solo, principalmente se tratando de horta comercial.
 Correto
 Errado
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