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1 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL AUTORIA Maria Rosa Selvati Martins 32 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL M379 Martins, Maria Rosa Selvati. Construção sustentável / Maria Rosa Selvati Martins. – Vitória : Multivix, 2018. 43 f. : il. ; 30 cm Inclui referências. 1. Construção civil 2. Construção sustentável 2. Projeto sustentável I. Faculdade Multivix II. Título. CDD: 720.284 EDITORIAL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix 2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com R E I TO R A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, desta- cando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colabora- dores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referên- cia em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX BIBLIOTECA MULTIVIX (DADOS DE PUBLICAÇÃO NA FONTE) FACULDADE MULTIVIX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 54 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL R E I TO R APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprovada pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Institu- ições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, procura fazer a sua parte, investindo em projetos sociais, ambientais e na promoção de oportuni- dades para os que sonham em fazer uma facul- dade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre man- tendo a credibilidade, segurança e moderni- dade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! SUMÁRIO INTRODUÇÃO À QUESTÃO AMBIENTAL 6 O ADVENTO DA SUSTENTABILIDADE 9 A SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 11 O TREINAMENTO COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO 15 4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 16 4.1.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL 18 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 20 GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 24 REFERÊNCIAS 35 1 2 3 4 5 6 7 76 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 1 INTRODUÇÃO À QUESTÃO AMBIENTAL De acordo com a SEMACE , a palavra “ambiente” indica a esfera, o círculo, o âmbito que nos cerca, em que vivemos. O conceito de ambiente deve ser globalizante, abrangendo toda a na- tureza original e artificial, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, a fauna, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arqueológico. Dentre outros conceitos expostos nas mais diversas literaturas, o meio ambiente pode ser defini- do como sendo o conjunto de condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Lei nº. 6.938/81). A SEMACE reitera que o meio ambiente é algo complexo e todos os elementos que o com- põem estão em permanente interação, às ações da humanidade sobre o ambiente podem causar mudanças sérias, comprometendo sua qualidade. O século XX terminou e o século XXI se inicia com o seguinte paradoxo: observa-se o cresci- mento econômico e a transformação tecnológica, frente à péssima condição social da grande parte da população mundial, além dos tantos problemas ambientais que já assustam inúme- ras cidades pelo mundo. No decorrer dos anos desenvolveu-se aparatos científico-tecnológicos que resolveram muitos problemas da humanidade; No entanto, a maioria das populações não faz uso dessas melho- rias. Esse fato evidencia que apenas o crescimento econômico, não traz por consequência o desenvolvimento. Na prática, crescimento econômico versus desenvolvimento ainda é um desafio para os eco- nomistas - trazendo o seguinte questionamento: Existe compatibilidade entre desenvolvimen- to socialmente justo e ambientalmente sustentável e crescimento econômico? (VECCHIATTI, 2004). O modelo de desenvolvimento adotado pelos países tem alterado a dinâmica natural do planeta. E essa atividade humana não planejada está alterando significativamente os equi- líbrios naturais. Motta (1997) afirma, entretanto, que o equacionamento dos problemas ambientais não é uma coisa simples de se fazer, e que esta prática requer uma análise profunda e abrangente das relações entre as atividades econômicas e a base naturalexplorada (o meio ambiente natural). Além disso, afirma ainda que as dimensões culturais e históricas, os aspectos econômicos e sociais que essas relações refletem, remetem a inúmeras questões que se tornam desafios para o que o desenvolvimento seja de fato sustentável. O mesmo autor salienta ainda que, o primeiro requisito para avaliar a importância destes de- safios é o reconhecimento de que os problemas ambientais existem e têm relação direta com o nível e a qualidade do desenvolvimento econômico. O segundo item de importância seria a avaliação das magnitudes e incertezas dessas relações. Para em seguida identificar as políticas e instrumentos que poderiam ser utilizados pelo governo em conjunto com outras iniciativas da sociedade e das empresas, no sentido de reverter tendências ambientais restritivas e inseri- -las num devido contexto de sustentabilidade. Albuquerque & Araújo (1995) apontam o padrão de consumo das economias mundiais como sendo um dos fatores mais importantes da degradação ambiental e do esgotamento do esto- que dos recursos naturais. Afirmam que o crescimento acelerado do setor industrial vem se ba- seando, ao longo do tempo, na máxima de que o capital natural é inesgotável e na capacidade da economia de controlar o meio ambiente. Contudo, afirmam ainda que essa ideia tem sido substituída pela certeza de que o meio ambiente natural é a base fundamental da atividade econômica e a falta desses recursos naturais pode provocar afetar de maneira bastante nega- tiva todo o sistema econômico. Na esfera federal, dentre inúmeras iniciativas para a organização de procedimentos visando à proteção ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável , destacam-se: a instituição da Política Nacional de Saneamento, em 1967 (Lei Federal nº 5318); a Política Nacional do Meio Ambiente, em 1981 (Lei Federal nº 6938); a Política Nacional de Recursos Hídricos em 1997 (Lei Federal n° 9.433); a Lei de Crimes Ambientais, em 1998 (Lei Federal nº 9.605); o Novo Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, oriunda do Projeto de Lei nº 1.876/99); a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei n º 12.305 de 05 de agosto de 2012). A Constituição Federal dispõe que: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras gerações. 98 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização promovendo a integração social dos setores desfavorecidos”. (Constituição Federal, arts 225 e 23, incisos IX e X) A tomada de decisão em relação a essa crise ambiental representa o caminho que a huma- nidade irá seguir, seja de manutenção ou de extinção da vida. É uma questão de escolha. As empresas têm de um modo ou de outro, que se adequarem às condutas ambientais, para que, com o aumento contínuo de demanda por bens e serviços, os recursos naturais, que são base de toda a produção, não se esgotem. 2 O ADVENTO DA SUSTENTABILIDADE Antes dos anos de 1960 não havia manifestações representativas em favor da preservação do meio ambiente. À medida que a sociedade foi se conscientizando da necessidade de com- patibilizar desenvolvimento econômico com a conservação ambiental, esta necessidade passa a fazer parte das preocupações de qualquer organização, uma vez que, seu mercado passou pela tomada de consciência do seu verdadeiro papel na sociedade. Uma empresa existe e se mantém viva enquanto estiver atendendo a uma demanda da socie- dade. Se esta demanda acabar, a empresa acaba também. A sociedade continua aumentando sua necessidade de produtos e serviços, mas passa a valorizar, a cada dia mais, a proteção am- biental. Uma vez que, pensar em proteção ambiental é pensar em proteção da vida humana. A evolução da conscientização ambiental no Brasil é certa, sendo acentuada com o desenvol- vimento acelerado da legislação brasileira, o apoio da mídia e das organizações não governa- mentais, dentre outras condicionantes. Nesta nova configuração, as empresas passam a viver o conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural, fazendo com que o meio ambiente seja um tema literalmente estratégico dentro das organizações. O maior desafio das empresas é manter e aumentar a competitividade ao mesmo tempo atender as pressões das comunidades, investidores, compradores, bem como todo o público de interesse; desafio esse que ficou muito mais complicado com o advento da variável ambiental. O conceito de sustentabilidade nasceu no século XX com James Lovelock, a partir das ideias de Aldo Leopold, e tomou notoriedade atingindo, atualmente, os níveis desejados pelos seus idealizadores. A sustentabilidade é formada por um tripé composto por aspectos básicos e devem coexistir nos projetos em equilíbrio; Aspectos esses: ambiental, social e econômico. (MEDEIROS, 2012) 1110 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL SUSTEN- TÁVEL ESTÁVELSUPOR- TÁVEL SOCIAL VIÁVEL ECONÔMICOAMBIENTAL Fonte: sustentarte.org.br Empresas e profissionais, a partir de uma série de pressões de mercado, bancos e consumido- res, passam a assumir seus papéis na complexa cadeia de influências que qualquer empre- endimento humano ocasiona. Pensar e agir com sustentabilidade passa a ser uma questão de estratégia global, sobrevivência empresarial e política social, estabelecida em encontros e fóruns mundiais cada vez mais significativos. (MEDEIROS, 2012) A Engenharia visa à conjugação de conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na cria- ção, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, trazendo em cômputo a sociedade, a economia e o meio ambiente. A Engenharia é uma ciência abrangente que engloba uma série de áreas especializadas, cada qual com uma ênfase em determinado campo de aplicação e uso de tecnologias específicas. (MEDEIROS, 2012) Assim como a Engenharia, a sustentabilidade possui caráter extremamente integrador, per- mitindo conciliar diferentes abordagens, que visam o respeito ao meio ambiente, a eficiência energética e dos materiais, a promoção social com maior segurança aos trabalhadores e à viabilidade econômica, produzindo bens mais duradouros e atraentes do ponto de vista do investimento. Esses conceitos, quando aplicados à industria da construção civil, irão refletir em uma proposta inovadora e urgente de se construir. (MEDEIROS, 2012) 3 A SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL Construção sustentável significa que os princípios do desenvolvimento sustentável são aplica- dos à cadeia produtiva do empreendimento como um todo. Isto abrange a extração e benefi- ciamento da matéria-prima, passando pelo planejamento, projeto e construção das edificações e obras de infraestrutura, até a sua demolição e o gerenciamento dos entulhos. Os materiais deverão ser escolhidos de modo a minimizar a mineração e o extrativismo e contribuir para sua recuperação. Deve-se reduzir o consumo de solo, água e energia durante a manufatura dos materiais, durante a obra e depois dela, e trabalhar de modo lógico, pensando na cadeia de produção dos materiais. (MEDEIROS, 2012) A abordagem da construção civil sustentável considera o ciclo de vida em todos os níveis, inclusive como objetivo do escopo, e precisa solucionar os impactos ambientais que a obra possivelmente irá ocasionar como movimento de terra,resíduos da construção, emissão de carbono, resíduos gerados pelos moradores e, assim, buscar a eficiência na utilização de todos os recursos utilizados e resíduos gerados. (MEDEIROS, 2012) A indústria de construção civil tem é uma das que mais consome energia e água no mundo. Com o desperdício de três obras, por exemplo, poderia-se construir uma outra - no Brasil. Tem- -se um imenso passivo ambiental no país. Um dos grandes problemas ambientais decorrentes da geração de Resíduos da Construção Civil (RCC`s) é o adensamento de espaços disponíveis nas cidades para descarte de tais, uma vez que eles correspondem a mais de 50% dos resí- duos sólidos urbanos em cidades de médio e grande porte no Brasil. Outro fator a se destacar é a extração desnecessária de recursos naturais que poderiam ser evitados com a reutilização e/ou reciclagem do entulho gerado. Além disso, o entulho é responsável por elevados custos socioeconômicos e ambientais nas cidades, em função das disposições finais não realizadas de maneira correta. (MEDEIROS, 2012) Além disso, a indústria da construção civil é um grande consumidor de recursos naturais não renováveis. Os agregados naturais estão entre os minerais mais consumidos no Brasil e em todo mundo. Sendo assim, a redução do volume de RCC e também a sua reciclagem são formas de aproximar o setor da sustentabilidade, através da redução dos impactos negativos dos seus resíduos e da geração de matéria-prima que pode ser substituída pela natural. 1312 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Fonte: ccpcomposites.com.br De acordo com MMA (2015), as tendências atuais em relação ao tema da construção sustentá- vel caminham em duas direções. De um lado, centros de pesquisa em tecnologias alternativas pregam o resgate de materiais e tecnologias vernáculas com o uso da terra crua, da palha, da pedra, do bambu, entre outros materiais naturais e pouco processados a serem organizados em ecovilas e comunidades alternativas. De outro lado, empresários apostam em “empreendimen- tos verdes”, com as certificações, tanto no âmbito da edificação quanto no âmbito do urbano. No entanto, muitas edificações rotuladas como verdes refletem apenas esforços para reduzir a energia incorporada e são, em muitos outros aspectos, convencionais, tanto na aparência quan- to no processo construtivo. Além disso, devem-se questionar os benefícios que um selo desen- volvido para outra realidade pode trazer, especialmente para países como o Brasil que ainda não resolveram seus problemas mais básicos como pobreza e desigualdade social. (MMA, 2015) Alguns aspectos que podem ser destacados na consideração da dimensão ambiental junto aos empreendimentos da construção civil (Goulart, 2005): • Água: Permeabilidade do solo; Utilização de águas pluviais; Limitação do uso de água tratada para irrigação e descarga; Redução na geração de esgoto e a de- manda de água tratada; Introdução de equipamentos economizadores de água. • Energia: Otimização do desempenho energético, através do bom desempe- nho térmico da edificação, uso de aparelhos energeticamente eficientes e uso da iluminação natural e sistemas de iluminação eficientes; Uso de energia re- novável; Minimização dos problemas de ilhas de calor e impacto no microcli- ma; Estratégias de ventilação natural; Conforto térmico. • Seleção de materiais: Reuso da edificação; Gestão de resíduos da construção; Reuso de recursos; Conteúdo reciclado; Uso de materiais regionais; Materiais de rápida renovação; Uso de madeira certificada; Uso de materiais de baixa emissão de gases. • Além destes, também podem ser avaliados os seguintes aspectos ligados à di- mensão ambiental: redução de perdas na construção; durabilidade; e impacto ambiental do canteiro de obras. 1514 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Nos projetos sustentáveis, analisa-se tanto o ambiente externo quanto o interno, no intuito de se entender melhor a relação dos moradores com esses espaços, considerando as escalas, proporções, ordens, massas, texturas, funções, os contextos e condições sociais, é realizada uma reflexão sobre a cultura, o clima da região e sua economia, unindo a arte, a ciência, a tecnologia e a natureza. A construção sustentável eleva os padrões tanto de cuidado como de desempe- nho das edificações, podendo chegar a uma arquitetura neutra em carbono, oferecendo am- bientes funcionais, saudáveis, seguros e não tóxicos para seus habitantes. (MEDEIROS, 2012). Seguem abaixo listados alguns sítios onde estão disponibilizadas, gratuitamente, cartilhas so- bre construção sustentável: • http://www.mma.gov.br/publicacoes/responsabilidade-socioambiental/cate- gory/90-producao-e-consumo-sustentaveis • http://www.senado.leg.br/senado/programas/senadoverde/siges/Cartilha-edifi- cios_publicos_sustentaveis_Visualizar.pdf • http://www.sindusconce.com.br/downloads/publicacoes/e07b7a536501a007f- 1034d108746499e.pdf • http://www.sindusconce.com.br/downloads/publicacoes/7592d41be71fa68a- 9324538fb2232361.pdf Telhado verde. Fonte: fragmaq.com.br 4 O TREINAMENTO COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO O advento acelerado da globalização dos mercados e das constantes mudanças e inovações nos padrões de gerenciamento das empresas remetem necessariamente à busca por desen- volvimento dos colaboradores que compõe essas organizações para que elas se mantenham competitivas no mercado. O treinamento e o desenvolvimento desses colaboradores impactam positivamente na melhoria da qualidade, redução de desperdícios e custos, além do aumento de produtividade, o que se reflete na competitividade da empresa que investe no aperfeiçoamento contínuo do colabora- dor. As pessoas são o principal patrimônio das organizações, de acordo com Chiavenato (2000). Ainda segundo o autor, as empresas bem sucedidas tomam o treinamento como investimento, não como despesa, pois ao transmitir conhecimentos, estarão multiplicando a eficácia e quali- dade dos procedimentos operacionais e gerenciais e, consequentemente, de seus produtos e serviços – fato que beneficia não só o colaborador, mas a empresa e os clientes como um todo. Os principais objetivos do treinamento são: a) preparar as pessoas para a execução imediata das diversas tarefas peculiares a organização; b) dar oportunidades para o contínuo desenvol- vimento pessoal, não apenas no cargo atualmente ocupado, mas também em outros que o indivíduo possa vir a exercer; c) mudar a atitude das pessoas, a fim de criar entre elas um clima mais satisfatório, aumentando-lhes a motivação e tornando-as mais receptivas às técnicas de supervisão e gestão. (TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2001, p. 220-221). As empresas aderem sistematicamente às suas questões ambientais ao identificar os aspectos e impactos ambientais das atividades inerentes ao processo, produto ou serviço, medindo e avaliando o desempenho e examinando suas atividades, com vistas sempre ao aperfeiçoamento contínuo. Dessa maneira, para que todos os procedimentos criados pelas empresas, no intuito de mitigar os impactos gerados em suas atividades sejam bem sucedidos, o treinamento apresenta-se como uma ferramenta de vital importância para a manutenção de todo o processo. Silva, Jacovine, Valverde (2005), reiteram ainda que o treinamento está diretamente relaciona- 1716 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL do aos custos de encargos sociais e benefícios, os quais estão objetivamente ligados ao custo de salários e se destinam a promover segurança e bem estar social aos colaboradores. Estes custos representam entre 50 e 100% do salário, variando de acordo com a atividade da em- presa e os benefícios oferecidos aos funcionários. Os encargos são divididos em obrigatórios (encargos sociais – férias, 13ºsalário, INSS, etc.) e voluntários (benefícios – seguro, transporte, alimentação, etc.). Dentre as formas de benefícios, o autor destaca a importância da melhoria de condições de trabalho, tais como: utilização de ferramentas adequadas, transporte, treinamento de pessoal (saúde, segurança e meio ambiente). Estes benefícios, além de terem as finalidades já expostas, também têm a finalidade de motivar os trabalhadores, uma vez que o salário por si só não é eficiente ao segmento. Os treinamentos, de uma maneira geral, devem considerar, além do objetivo a ser alcançado, o público a ser atingido (importância da linguagem adequada), assim como os procedimentos a serem implementados. Recursos instrucionais podem ser utilizados nesse sentido: diálogos diários ou semanais sobre meio ambiente, campanhas, folhetos, vídeos, faixas, mapas, programas de incentivos diversos, dentre outras possibilidades que se adéquam à realidade das empresas. 4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Como primeira contribuição para o “despertar” dos impactos humanos ao lidar com os recursos naturais, a escritora e bióloga norte-americana, Rachel Carson, lançou o livro intitulado “Prima- vera Silenciosa” (1962), no qual alertava sobre os efeitos danosos provocados pelas impensadas ações humanas no meio ambiente. Outro reforço ocorreu em 1968, com a fundação Clube de Roma. A Organização, ativa até os dias atuais, atenta-se ao impacto do crescimento global, além de sempre incentivar o envolvi- mento da sociedade civil na preservação dos recursos naturais (PELICIONI, 2004). Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em Estocolmo a primeira confe- rência ambiental, e teve como resultados formais a constituição da Declaração sobre o Am- biente Humano ou Declaração de Estocolmo e a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Junto às recomendações da Declaração de Estocolmo, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) agenciou, em 1977, a primeira Conferência Inter- governamental de Educação Ambiental , que foi o ponto de partida para o desenvolvimento de programas de Educação Ambiental, de acordo com Pelicioni (2004). A partir daí, estabeleceu-se que o processo educativo deveria ser orientado para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente via enfoques interdisciplinares que fossem capa- zes de ocasionar mudanças de atitudes e de participação ativa e responsável, não só por cada indivíduo, mas também pela coletividade, se incluído aí empresas, governos, etc. No Brasil, alguns fatos foram importantes para a inclusão da educação ambiental na formação do indivíduo. Entre eles, destaca-se, no âmbito federal, a criação da SEMA (Secretaria Especial do Meio Ambiente) na década de 1970 e a resolução do CONAMA na década de 1980. De acordo com a Conferência de Tbilisi, ocorrida em 1977, na ex União Soviética, Educação Ambiental tem como principais características ser um processo: • Dinâmico integrativo: é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhe- cimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tor- nam aptos a agir, individual e coletivamente a resolver problemas ambientais. • Transformador: possibilita a aquisição de conhecimento e habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes. Objetiva a construção de uma nova visão das relações do ser humano com o seu meio e adoção de novas posturas individu- ais e coletivas em relação ao meio ambiente. A consolidação de novos valores, conhecimentos, implantação de uma nova ordem ambientalmente sustentável. • Participativo: atua na sensibilização e na conscientização do cidadão, estimu- lando-o a participar dos processos coletivos. • Abrangente: extrapola as atividades internas da escola tradicional, deve ser ofe- recida continuamente em todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e toda a coletividade. A eficácia virá na medida em que sua abrangência atingir a totalidade dos grupos sociais. • Globalizador: considera o ambiente em seus múltiplos aspectos: natural, tecno- lógico, social, econômico, político, histórico, cultural, moral, ético e estético. Deve atuar com visão ampla de alcance local, regional e global. • Permanente: tem caráter permanente, pois a evolução do senso crítico e a com- preensão da complexidade dos aspectos que envolvem as questões ambientais se dão de um modo crescente e contínuo, não se justificando sua interrupção. 1918 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Desperta a consciência, ganha-se um aliado para a melhoria das condições de vida do planeta. • Contextualizador: atua diretamente na realidade de cada comunidade, sem perder de vista a sua dimensão planetária. A Constituição Brasileira de 1988 (Art. 225, Capítulo VI – Do Meio Ambiente, Inciso VI) destaca a necessidade de promover a Educação Ambiental, em todos os níveis de ensino e a conscienti- zação pública para a preservação do meio ambiente. Mas somente em 1999 foi sancionada a lei 9.795 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental (DONAIRE, 2009). 4.1.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL Conforme afirmam Jardim, Yoshida, Machado Filho (2012), a educação ambiental é uma gran- de ferramenta na gestão ambiental. A necessidade de trabalho em educação ambiental é necessária em segmentos de todos os níveis de escolaridade e de todos os âmbitos da socie- dade (educação ambiental formal e informal, respectivamente). Ao ser ambientalmente educado, espera-se do indivíduo que surjam novas atitudes ou com- portamentos adequados para a elevação da qualidade na prestação de serviços, da qualidade de vida nas comunidades, e na mitigação dos impactos humanos sobre o meio ambiente natural, dentre outros. A educação ambiental, praticada junto ao público interno e externo das empresas vem aproxi- mando profissionais da iniciativa privada, educadores ambientais e pesquisadores. As empresas começam a entender a educação ambiental como um processo e identificam a necessidade de um projeto político pedagógico para embasar planos de ação que sejam capazes de adequar as transformações culturais ao ambiente organizacional. Pelicioni (2004) ressalta que o cenário é de que os projetos de educação ambiental não são fixos, pois estes precisam ser adaptados ao setor, à região e aos costumes da empresa em questão. Para o público externo, as empresas podem oferecer palestras, apoio financeiro, capacitação profissional, professores, alunos e outros. Para o público interno, a educação ambiental pode ser realizada de maneira pontual na maioria das vezes, abordando a prevenção de riscos, re- solução de conflitos, cuidado com o ambiente, saúde e segurança; capacitação, preparação para certificações, redução de práticas indesejadas, percepção sistêmica, formação de agentes internos (GOODFELLOW, 2000). A educação ambiental pode contribuir na redução de custos, aumento da visibilidade, expan- são do mercado e bom posicionamento da empresa frente ao competitivo mercado global, credibilidade, além do controle de desperdício e aumento de produtividade. O pensamento ecológico proporciona relações humanas mais harmoniosas, maior compro- misso, reconhecimento da comunidade externa e interna, obtenção de selo verde, valorização da função social, redução de impostos, melhoria da imagem, implantação de Produção Mais Limpa e eco-eficiência, minimização de impactos ambientais, diminuição de retrabalho e, por fim, a criação de oportunidades de inovações a partir de postos de trabalho. As principais barreiras para a prática da educação ambiental ainda são: o entendimento de educação ambiental como um custo, o próprio Capitalismo, a formação deficitáriade profis- sionais que atuam na área, em relação aos demais profissionais das empresas que não têm formação ambiental. No entanto, a educação ambiental é um instrumento eficiente e prático de ações de desen- volvimento sustentável empresarial, e contribui decisivamente para a formação da imagem positiva das empresas, de seus produtos e serviços, de acordo com Goodfellow (2000). A Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) reforça essa ideia, uma vez que de acordo com a NTC T15, os investimentos e gastos nos programas de educação ambiental para colaboradores, terceirizados, autônomos, administradores da entidade e comunidades podem ser evidencia- dos na contabilidade ambiental das empresas e constarem em seus relatórios de responsabili- dade social e ambiental, possibilitando a divulgação às partes interessadas – clientes, consumi- dores, fornecedores, distribuidores, órgãos ambientais, imprensa e outros. Você sabe o que é a “Pegada Ecológica”? De acordo com WWF , a “Pegada Ecológica” de um país, de uma cidade ou de uma pessoa, corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sus- tentam seus estilos de vida. Em outras palavras, trata-se de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma so- ciedade “utiliza” , em média, para se sustentar. Para calcular sua “pegada ecológica” e saber mais, acesse: http://www.wwf.org.br/ natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/. 2120 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 5 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Na década de 1990 ocorreu o desenvolvimento e maturidade dos conceitos de sustentabili- dade, conforme tratado na unidade 1 dessa apostila. Foi também nesta década que surgiu o primeiro sistema de certificação ambiental de edifícios: o Sistema BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), desenvolvido pelo Building Research Esta- blishment (BRE). O BREEAM, foi a primeira ferramenta a tentar integrar na prática o conceito de sustentabilidade de uma forma sistemática no desenvolvimento dos projetos e na cons- trução dos edifícios. O sistema descreve requisitos técnicos relacionados com várias áreas de impactos ambientais tais como gestão da obra, poluição ambiental, consumo de energia, con- sumo de água, consumo de materiais, gestão de resíduos, saúde e bem-estar dos ocupantes, dentre outras considerações. (VIEIRA, 2015) No entanto, todos os requisitos eram opcionais, assim uma edificação poderia ser certificada sem possuir um desempenho mínimo em uma das áreas. No ano de 1998, foi criado nos EUA o sistema de certificação ambiental de edifícios que viria a ser o sistema de maior reconheci- mento e de maior aplicação a nível mundial: o Sistema LEED (Leadership In Energy and En- vironmental Design), desenvolvido pelo United States Green Building Council. O LEED trouxe uma novidade à questão da certificação ambiental de edifícios: pré-requisitos nas áreas de im- pacto ambiental. O objetivo era fazer com que o edifício possuísse um desempenho mínimo e equilibrado nas várias áreas de impacto ambiental, antes de permitir a um edifício ambicionar uma certificação ambiental. (VIEIRA, 2015) Observa-se cada vez mais, no setor da construção civil, a busca pela autossuficiência, seja na questão energética, seja no consumo de água ou gestão dos resíduos. O conceito de ZEB (Zero Energy Building) que, de forma simplificada, significa um edifício que produz sua própria energia com fontes renováveis, foi recentemente apresentado à indústria da construção civil. Outro conceito do século XXI é o da Energy-Plus House, que é um edifício que produz mais energia com fontes renováveis do que consume. Recentemente também, foi lançado um novo sistema de certificação de edifícios que incorpora um conceito inovador de sustentabilidade, o Living Building Challenge (LBC). O conceito desta filosofia é tomar cada decisão no projeto, tendo como foco principal o desempenho ambiental e não as implicações mercadológicas das soluções. (VIEIRA, 2015) O surgimento de novos selos e certificações e a constante atualização dos mais antigos apon- tam para a aceleração do processo de conscientização ambiental na construção civil, embora o número de projetos certificados ainda represente uma parcela muito pequena em relação a todas as obras executadas. (VIEIRA, 2015) São exemplos de outras certificações e selos ambientais aplicados a indústria da construção civil, de acordo com Vieira (2015): • Alta Qualidade Ambiental do Empreendimento (AQUA): Organização Desen- volvedora: Fundação Vanzolini e desenvolvido pelos professores da Escola Poli- técnica da USP. Criação: 2007. Origem: Brasil (adaptado da metodologia francesa HQE (Haute Qualité Environnemental) do órgão Certivéa com referencial técnico brasileiro). Veiculação da Norma: Referenciais técnicos impressos ou digitais gra- tuitos no site da Fundação Vanzolini. Tipos de Certificação: Edifícios Habitacio- nais; Escritórios e Edifícios Escolares; Renovação; Hospedagem, Lazer, Bem Estar, Eventos e Cultura; Bairros e Loteamentos. Critérios avaliados: São 14 critérios di- vididos em 4 categorias que avaliam a gestão ambiental das obras e as especifi- cidades técnicas e arquitetônicas: Eco-construção: relação do edifício com o seu entorno, escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos e can- teiro de obras com baixo impacto ambiental; Eco-gestão: gestão da energia, da água, dos resíduos de uso e operação do edifício e manutenção e permanência do desempenho ambiental; Conforto: conforto higrotérmico, acústico, visual e olfativo; Saúde: qualidade sanitária dos ambientes, do ar e da água. São realiza- dos três auditorias ao longo do projeto e da obra. Benefícios: Qualidade de vida do usuário; Economia de água e energia; Disposição de resíduos e manutenção; Contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da região. • Casa Azul: Organização Desenvolvedora: Caixa Econômica Federal Criação: 2008 Origem: Brasil Veiculação da Norma: Guia em PDF. Tipos de Certificação: Edi- fícios Habitacionais. A classificação do selo é dividida em 3 níveis: ouro, prata e bronze. Critérios avaliados: Qualidade Urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de Recursos Materiais, Gestão da Água, Práticas Sociais. Benefícios: Redução do impacto ambiental e na vizinhança ao longo da cons- trução, fortes ações sociais durante a após construção, redução de impactos urbanos das edificações, melhor qualidade de vida do usuário, redução geral do 2322 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL impacto ambiental na vida útil, menores custos de manutenção e infraestrutura. • DGNB – Deutsche Gesellschaft für Nachhaltiges Bauen: Organização Desenvol- vedora: German Sustainable Building System Criação: 2007. Origem: Alemanha Veiculação da Norma: Material disponibilizado pela organização via consultores/ auditores DGNB Tipos de Certificação: Edifícios Públicos, Comerciais e Residen- ciais em Geral – Construção ou Reforma; Loteamentos e Bairros. A classificação do selo é dividida em ouro, prata e bronze. Critérios avaliados: Qualidade Ecoló- gica, Qualidade econômica, Qualidade sociocultural , Qualidade técnica e fun- cional, Qualidade do Processo e Qualidade da Localização. Benefícios: Benefí- cios fiscais (Alemanha), redução do impacto ambiental e na vizinhança ao longo da construção, redução de impactos urbanos das edificações, melhor qualidade de vida do usuário, redução geral do impacto ambiental na vida útil, menores custos de manutenção e infraestrutura e análises técnicas específicas como di- ferencial (parâmetros econômicos, sociais, segurança da infraestrutura e de pro- cesso de concepção do empreendimento).• Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel Edifica): Organização Desenvolvedora: Ministério de Minas e Energia e das Cidades e de Universidades e Centros de Pesquisa Criação: 2003. Origem: Brasil Veiculação da Norma: Guias Procel Edifica Critérios avaliados: A etiqueta é concedida em dois momentos: na fase de projeto e após a construção do edifício. Nos edifícios co- merciais, de serviços e públicos são avaliados três sistemas: envoltória, iluminação e condicionamento de ar. Dessa forma, a etiqueta pode ser concedida de forma parcial, desde que sempre contemple a avaliação da envoltória. Nos edifícios re- sidenciais são avaliados: a envoltória e o sistema de aquecimento de água, além dos sistemas presentes nas áreas comuns dos edifícios multifamiliares, como ilu- minação, elevadores, bombas centrífugas etc. Tipos de Certificação: Para edifícios comerciais de serviços e públicos e residenciais. Benefícios: O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica promove o uso eficiente da energia elétrica, combatendo o desperdício e reduzindo os custos e os investimentos setoriais. Ele pode ser considerado mais como uma “etiquetagem” ou identificação do que um certificado, considerando que ele apenas classifica o desempenho de uma edificação. O objetivo é incentivar a elaboração de projetos que aproveitem ao máximo a capacidade de iluminação e ventilação natural das construções. • Qualiverde: Organização Desenvolvedora: Prefeitura do Rio de Janeiro / Conselho Municipal de Política Urbana – COMPUR Criação: 2012. Origem: Brasil. Veiculação da Norma: Guia em PDF Tipos de Certificação: Edifícios Comerciais e Residenciais em Geral – Construção ou Reforma Critérios avaliados: Gestão da Água, Eficiência Energética, Desempenho Térmico e Projeto Benefícios: Benefícios fiscais: Des- conto do ISS na obra, Isenção / desconto de IPTU durante a obra, Isenção / des- conto no ITBI, Desconto de IPTU no prédio. Benefícios edilícios: Isenção da área de varandas abertas e jardineiras no cômputo da ATE, Aumento de ocupação do Pavimento de Uso Comum e dependências, Cobertura do estacionamento loca- lizado no pavimento térreo, desde que seja do tipo telhado verde e associada ao sistema de coleta, retenção ou reuso de águas pluviais. Redução do impacto am- biental e na vizinhança ao longo da construção, redução de impactos urbanos das edificações, melhor qualidade de vida do usuário, redução geral do impacto ambiental na vida útil, menores custos de manutenção e infraestrutura. 2524 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 6 GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Em dois de agosto de 2010, foi sancionada a Política Na¬cional de Resíduos Sólidos (PNRS), após duas décadas de debate no Congresso Brasileiro. A Lei 12.305 fornece os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão de resíduos sólidos in- tegrada no Brasil, compreendendo os resíduos perigosos, as res¬ponsabilidades dos geradores e do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis. A nova estrutura legal brasileira está em alinhamento com as práticas globais concer- nentes à gestão de resíduos sólidos, com o objetivo, entre outros, de: proteção da saú- de pública, busca de uma gestão integrada e ambientalmente eficiente dos resíduos, a manutenção da qualidade ambiental, a adoção, desenvolvimento e melhoria das tecnologias lim¬pas, no intuito da minimização dos impactos ambientais e redução do volume de resíduos perigosos. A não geração e a minimização de re¬síduos são identificadas como prioridades por este arcabouço legal, ao mesmo tempo em que se desestimula a disposição de resíduos, a menos que as alternativas de não disposição tenham sido esgotadas. (ISWA e ABRELPE, 2013) O princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos está relacionado com as empresas através da logística reversa. Iswa e Abrelpe (2013) refor- çam, ainda, a logística reversa como um balizador da política de resíduos sólidos brasi- leira; de acordo com a qual, quando um produto chega ao final de sua vida útil, ele é retornado ao fabricante ou ao importador para recicla¬gem ou para outro tratamento adequado. Uma ferramenta pública para se firmar esta meta é a obrigação pelas auto- ridades da exigência de que os produtos sejam fabricados com materiais que possam ser reutilizados ou reciclados, e que sejam usadas e fabricadas para reduzir ao máximo a quantia possível de resíduos sólidos. O lineamento através da legislação específica orienta as ações empresariais no intuito da direção de novos instrumentos financeiros para a reciclagem, incentiva o aumento da reciclagem de produtos pós-consumo, uma vez que a reciclagem impulsionará alguns negócios e gerará outros novos, impactando diretamente a geração de renda. A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, conforme descrito por Jardim, Yoshida, Ma- chado Filho (2012), através da Lei n. 12.305 de 05 de agosto de 2012, caracteriza os re- síduos sólidos pelos estados sólido e semissólido de sua composição física, resultantes de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. DIFERENÇA CONCEITUAL ENTRE RESÍDUO SÓLIDO E REJEITO. Fonte: fiesp.com.br Ainda segundo essa legislação estes resíduos são classificados em: resíduos classe I – perigosos (são aqueles que apresentam periculosidade, em função de suas proprieda- des químicas ou infectocontagiosas); resíduos classe II – não inertes (são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I – perigosos ou de resíduos classe II); e resíduos classe III – inertes (enquadram-se como sendo quaisquer resíduos que, quando solubilizados em água, não tiverem nenhum de seus constituintes solu- bilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, exceto em relação aos padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor). A resolução no 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) clas- 2726 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL sifica os diferentes tipos de resíduos gerados em obras de construção e determina possíveis destinos para cada um deles, classificando os descartes gerados nos canteiros em classes. Os resíduos nomeados Classe A são aqueles que podem ser reutilizados ou reciclados na própria obra como agregados. Exemplos: materiais cerâmicos, tijolos, azulejos, blo- cos, telhas, placas de revestimento, argamassa, concreto e solos resultantes de obras de terraplanagem. Caso não sejam aproveitados na própria obra, devem ser encami- nhados para usinas de reciclagem ou aterros de resíduos da construção civil e arma- zenados de modo a permitir sua reutilização ou reciclagem futura. USINA DE RECICLAGEM DE RCC. Fonte: proguaru.com.br Os resíduos Classe B são aqueles que podem ser reciclados para outras utilizações. Exemplos: papel e papelão, plásticos, metais, vidros, madeiras e gesso. É recomen- dada pela resolução 307 que seja realizada a separação destes materiais no canteiro de obras, em coletores devidamente sinalizados. A madeira pode ser armazenada em baias ou caçambas identificadas. Esses resíduos devem ser reutilizados na própria obra quando possível, ou encaminhados a empresas ou cooperativas licenciadas que façam sua reciclagem. Também podem ser enviados às áreas de transbordo e triagem (ATTs), que lhes darão destinação final correta. Já os resíduos Classe C são aqueles que não podem ser reciclados ou recuperados. Ao lidar com esses materiais é importante evitar ao máximo o desperdício. A resolução no 307 do Conama não traz exemplos de resíduos deste tipo. Nele encaixam-se materiais que não são considerados perigosos (Classe D) e para os quais ainda não há técnicas de reciclagem. Esse tipo de resíduos deve ser separados dos demais e encaminhados para ATTs ou destinados a aterrossanitários preparados para seu recebimento. Os resíduos de gesso, anteriormente classificados como da Classe C, hoje são classi- ficados na Classe B, juntamente aos resíduos podem ser reciclados ou reutilizados. A iniciativa para a alteração da norma foi da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, que realizou uma série de pesquisas comprovando a possibilida- de de reciclagem do gesso. Segundo a Associação, ele pode ter três destinos: utiliza- ção como regulador de pega na produção de cimento; reaproveitamento nas fábricas de gesso ou transformação em gesso agrícola, atuando como corretivo do solo e fonte de enxofre. Em uma obra o gesso deve ser segregado dos demais resíduos de sua classe e encaminhado para ATTs ou empresas recicladoras devidamente licenciadas. Os resíduos de Classe D são aqueles considerados perigosos e capazes de causar ris- cos à saúde humana ou ao meio ambiente, caso de forma inadequada. Podem ser tóxicos, inflamáveis, reativos (capazes de causar explosões) ou patogênicos (capazes de transmitir doenças). Exemplos: tintas, solventes (e materiais que contenham solventes, como o primer utilizado em impermeabilizações), ferramentas ou materiais de Classe A, B ou C contaminados, dentre outros. Esses resíduos devem ser encaminhados para ATTs ou destinados a aterros industriais licenciados específicos para esta classe. É importante que as empresas geradoras desses resíduos (Classes A, B, C e D) tenham a garantia de que eles terão o encaminhamento correto. A verificação das exigências da cidade onde trabalha para o licenciamento de transportadoras, aterros, empresas e cooperativas de reciclagem, etc. No caso de produtos recicláveis enviados às ATTs, é importante se valer da verificação da certificação de encaminhamento dos resíduos para empresas de reciclagem licenciadas. 2928 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Segundo o sítio da Fiesp, devem ser levadas em contas certas prioridades na gestão dos resíduos sólidos. São elas: • Não geração: realizar a atividade produtiva sem que ocorram perdas ao longo do processo e demais atividades que o suportam. • Reduzir: buscar a otimização e maximização da eficiência de processo quanto ao uso de maquinário, matérias primas, desenvolvimento de novas tecnologias, de forma a gerar a menor quantidade possível de resíduos. • Reutilizar: identificar e buscar alternativas para viabilizar técnica e economica- mente o uso de refugos e perdas no próprio processo ou em outro, tanto do ponto de vista mássico quanto energético. • Reciclar: identificar, buscar alternativas para viabilizar técnica e economicamen- te o tratamento de refugos, perdas em processos, embalagens, transformando- -os em insumos ou novos produtos. • Outros tratamentos: aplicação de técnicas, tais como: compostagem, recupera- ção, aproveitamento energético, entre outras admitidas pelos órgãos competentes. • Disposição final ambientalmente adequada: destinação de rejeitos em aterro, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. PRIORIDADE NA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS. Fonte: fiesp.com.br Em linhas gerais, o gerenciamento de resíduos sólidos, de acordo com Jardim, Yoshi- da, Machado Filho (2012), constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados a adequada coleta, armazenamento, tratamento, transporte e destino final adequado, visando à preservação da saúde pública e a qua- lidade do meio ambiente. A Lei 9.605 de 1998, Lei de Crimes Ambientais, estabelece sanções para quem pra- ticar comportamentos e atividades lesivas ao meio ambiente, o que engloba o ge- renciamento inadequado de resíduos sólidos. Jardim, Yoshida, Machado Filho (2012) conceituam o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) como sendo um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos geradores de resíduos das diversas atividades e contemplando os aspectos referentes à segregação, coleta, manipulação, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento, re- ciclagem e a disposição final dos resíduos sólidos. Com respeito aos órgãos ambientais capixabas, existe a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA), ela é o órgão que gerencia as políticas estadu- ais de meio ambiente e de recursos hídricos, além disso, tem o papel de supervisionar as ações que visam promover a preservação e a melhoria da qualidade ambiental, in- tegrar as atividades ligadas à conservação do meio ambiente e coordenar as ações do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA), dos Conselhos Regionais de Meio Ambiente (CONREMAS) e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH). Já o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos (IEMA), é uma entidade autár- quica vinculada à SEAMA, com autonomia técnica, financeira e administrativa que tem por finalidade planejar, coordenar, executar, fiscalizar e controlar as atividades de meio ambiente, dos recursos hídricos estaduais e dos recursos naturais federais, os quais tenham sido delegados pela União. O Estado do ES, fundamentado no art. 225 da Constituição Federal, instituiu no ano 2009 a Política Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos, seus princípios, objetivos, ins- trumentos, diretrizes e normas para o gerenciamento dos resíduos sólidos. Um marco importante na esfera de governo estadual (IEMA, 2013). Por esta lei, o Governo do Estado ficou autorizado a constituir parcerias com a iniciativa 3130 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL privada, agenciar ações direcionadas à criação de mercados locais e regionais para os materiais reaproveitáveis, instituir linhas de crédito e financiamento para elaboração e implantação de Planos de Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Além disso, a lei prediz ações que visam à prevenção e controle da poluição, proteção e recuperação da qualidade do meio ambiente e promoção da saúde pública. A Política Estadual de Resíduos Sólidos foi elaborada de forma participativa através de vinte e quatro reuniões técnicas, com um total de duzentos e setenta e três partici- pantes, dois workshops, além de seis reuniões do Comitê Gestor e uma audiência pú- blica. Em seguida, foram realizadas sete reuniões da câmara técnica de Saneamento e Resíduos do CONSEMA e duas reuniões para apreciação e aprovação no CONSEMA. Por fim, o projeto foi encaminhado à Assembleia Legislativa e a Lei foi publicada no Di- ário Oficial no dia 16 de julho de 2009, conforme descrito anteriormente (IEMA, 2013). No Estado não há nenhum tipo de consórcio intermunicipal para aterros de dispo- sição final de resíduos sólidos urbanos e/ ou rurais. Dos setenta e oito municípios do Estado, quarenta possuem lixões e dezoito possuem usinas de triagem e compos- tagem. Apenas o município de São Mateus está em fase de análise da proposta de recuperação da área degradada do antigo lixão, através da criação de um consórcio intermunicipal, dentre outras ferramentas de gestão (IEMA, 2013). Cumprir os objetivos e diretrizes da PNRS poderá, por sua vez, estabelecer novos ru- mos para a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos no estado e no país, visto como a nova lei congregou ferramentas de mitigação da geração de resíduos, tais como a produção mais limpa, a definição de responsabilidades, reversão de categorias de resíduos, dentre outras. As soluções tecnológicas para a reciclagem de Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC) variam em função do tipo de resíduo a ser tratado. Os resíduos coletados podem então ser processados e transformadosem matéria prima na pró- pria fonte de geração ou em uma usina de reciclagem. Como sugestão de leitura aplicada, seguem alguns resumos e links de artigos perti- nentes à aplicabilidade da gestão dos resíduos sólidos na construção civil: • “MODALIDADES DA GESTÃO DAS DIMENSÕES DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBA- NOS EM CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS”. Ano: 2015. Autores: Ricardo Martins, Cleide Viviane Buzanello Martins. Resumo: Este estudo discutiu modalidades de gestão financeira da operação dos resíduos sólidos urbanos (RSU) em consór- cios. O estudo foi motivado pelo interesse crescente da sociedade pelas ques- tões da sustentabilidade, pelos desafios da capacidade dos municípios na ges- tão dos RSU, bem como na oportunidade de otimização de recursos e o uso de métodos de tratamento de resíduos que não o simples aterramento. O estudo evidenciou uma intensa ação do efeito escala nas unidades de processamento e destinação final de resíduos, que tem a ver com a viabilização de unidades de tratamento, bem como formas de interação público-privada. Palavras-cha- ve: Gestão de resíduos urbanos; Consórcios intermunicipais; Logística ambiental. Link: http://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/1775/452. • “PERCEPÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL, GESTÃO E DESTINAÇÃO FINAL DOS RCD – RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM PARNAMIRIM/RN/BRASIL”. Ano: 2015. Autores: Carlos Henrique Catunda Pinto, Alcimar Laurentino dos Santos, Ana Clea Marinho Miranda Catunda. Resumo: Sabe-se que a indústria da construção civil produz impactos negativos ao meio ambiente em toda sua cadeia produtiva, sendo que, um dos maiores poluidores desta indústria são os RCD – Resíduos da Construção e Demolição. O presente trabalho tem por finalidade principal analisar a percepção que os construtores associados ao SINDUSCON/RN, atuantes no município de Parnamirim/RN, tem à respeito da legislação ambiental específica vigente, bem como, o modelo de gestão adotado e a destinação final de tais resíduos. Este trabalho é um Estudo de Caso, cuja metodologia de pesquisa adotada é do tipo descritiva, de nature- za aplicada e de abordagem quantitativa. Quatorze empresas aceitaram partici- par da pesquisa, que foi realizada através da aplicação de um questionário com perguntas fechadas e abertas a cada um dos gerentes das quatorze empresas no período de fevereiro a março de 2009. A pesquisa demonstra que uma par- te considerável das empresas tem preocupação em atender às exigências da Legislação Ambiental vigente específica. No que se refere à questão da gestão ambiental, faz-se necessário que o Poder Público, conjuntamente com as orga- nizações especializadas, possa oferecer programas específicos na área de gestão ambiental. Palavras-chave: Resíduos da Construção e Demolição, Gestão Am- biental, Impactos Ambientais, Destinação Final de Resíduos. Link: http://www2. ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1528/pdf_172. • “RESÍDUOS SÓLIDOS, MAIS QUE UMA QUESTÃO AMBIENTAL, UMA QUESTÃO SOCIAL”. AUTORES: Diego Henrique Correa Alves, Francine Maky Ishii, Herminio 3332 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Augusto de Souza Morais, Hugo Hoffmann, Simone Raquel Caldeira Moreira da Silva, Margarida Marchetto. Resumo: Este Trabalho visa relatar a experiência e os conhecimentos obtidos sobre o gerenciamento de resíduos sólidos, a partir de um diagnóstico realizado no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT - CAMPUS CUIABÁ), Campus Octayde Jorge da Silva. O projeto de extensão contou com apoio financeiro do CNPq, Chamada CNPq/ VALE S.A. Nº 05/2012 - Forma-Engenharia, projeto nº 454837/2012-7 e integrou o Projeto Gestão dos Recursos Hídricos e Resíduos sólidos. Este projeto teve du- ração de 14 meses e foi dividido em três etapas. Na primeira etapa foi realizado o levantamento das normas técnicas relativas a resíduos sólidos. Na segunda foi feito o diagnóstico da produção de resíduos sólidos na Instituição, tanto no que- sito qualidade, quanto no quesito quantidade. Na terceira etapa realizou-se a análise das informações e o desenvolvimento de algumas técnicas de educação ambiental com o intuito de contribuir na conscientização dos frequentadores do IFMT - CAMPUS CUIABÁ. Durante o desenvolvimento da pesquisa notaram-se várias irregularidades com relação ao armazenamento e o destino dos resíduos sólidos produzidos na Instituição. Os dados levantados, assim como as medidas tomadas com o intuito de minimizar os problemas que apareceram de forma cotidiana no Campus serão apresentados ao longo do artigo. Observou-se que as ações de educação ambiental adotadas não surtiram o efeito esperado junto à comunidade da instituição avaliada, talvez devido ao tempo curto ou à forma de abordagem. O artigo traz um breve relato sobre a importância da reciclagem dos resíduos sólidos na área da construção civil, inclusive analisando a visita à Eco Ambiental, empresa responsável pelo recolhimento e pela reciclagem de todos os resíduos sólidos referentes à construção civil da grande Cuiabá. Link: http://periodicoscientificos.ufmt.br/index.php/eng/article/view/2553/1721. • “SEGURANÇA DO TRABALHO NO BENEFICIAMENTO DO RCC INERTE”. Autores: Maria da Paz Medeiros Fernandes, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho. Resumo: Gran- de quantidade de resíduos da construção civil (RCCs) é gerada nas atividades de construção. O desafio é reduzir esse volume na geração. Para induzir essa mudança na gestão desses resíduos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou as Resoluções nº 307/2002, 348/2004, 431/2011 e 448/2012. Entretanto, aspectos relativos à Segurança e Saúde do Trabalho (SST) na mani- pulação e processamento dos RCCs ainda são olvidados. Com o objetivo de con- tribuir para enfatizar essa questão e ajudar a superar essa lacuna, esta pesquisa utilizou como método de investigação o estudo de caso através do uso de casos múltiplos, tendo como unidades de análise as três áreas de reciclagem (ARs) de Belo Horizonte, municipalidade que apresenta um dos melhores registros na gestão dos RCCs no Brasil. O levantamento de dados foi realizado de 2009 até 2014 através de documentação indireta, com coleta direta de dados em 2011. Após a análise das evidências coletadas, observa-se que elas corroboraram a proposição teórica inicial, de que as ARs estão sujeitas a condições de SST que necessitam ser estudadas, aprimoradas e mais bem controladas. Assim, os resul- tados podem orientar as propostas de melhorias no gerenciamento dos RCCs em outros municípios, principalmente no que se refere à SST. Palavras-chave: Re- síduos da Construção Civil; Saúde e Segurança do Trabalho; Gestão. Link: http:// www.seer.ufrgs.br/index.php/ambienteconstruido/article/view/47756/33876. Segue abaixo listada, ainda como sugestão de leitura, uma lista de sítios onde estão disponibilizados, gratuitamente, manuais sobre o processo de gerenciamento de resí- duos sólidos nos canteiros de obras. São eles: • http://www.sinduscon-ce.org/ce/downloads/pqvc/Manual-de-Gestao-de-Residu- os-Solidos.pdf • http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_resi- duos_solidos.pdf • https://s3.amazonaws.com/yac/ABIPA/cartilha+gerenciamento+de+res%C3%ADduos.pdf • http://www.sindusconsp.com.br/img/meioambiente/22.pdf • Para finalizar a introdução à temática da sustentabilidade na construção civil, apresentada nesta apostila, segue uma lista de sugestões literárias que também serão utilizadas em sala de aula: • BURKE, Bill. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. São Paulo: Bookman, 2010. • MENDONÇA, Francisco. Impactos Socioambientais Urbanos. Paraná: UFPR, 2011. • ROAF, Sue; CRICHTON, David; NICOL, Fergus. A adaptação de edificações e cida- des às mudanças climáticas - um guia de sobrevivência para o século XXI. São Paulo: Bookman, 2009.• AGOPYAN, Vahan; JOHN, Vanderley M. O desafio da sustentabilidade na constru- ção civil. São Paulo: BLUCHER, 2011. 3534 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL • CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos: conforto ambiental. 2 ed.Rio de Janeiro: Revan, 2003. • EDWARDS, Brian. O guia básico para a sustentabilidade. São Paulo: GUSTAVO GILI, 2008. • KRONEMBERG, Denise. Desenvolvimento local sustentável - uma abordagem prática. São Paulo: SENAC, 2011. • TRIGUEIRO, Andre. Mundo sustentável - novos rumos para um planeta em crise. v.2. Rio de Janeiro: Ed. Globo, 2012. 7 REFERÊNCIAS ARAÚJO, G.M. Sistema de Gestão Ambiental ISO14001/04. Rio de Janeiro: Editora Gerenciamento Verde, 2005. p.74-128. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de janeiro: Editora Campus, 2ª Ed., 2000. DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Editora Atlas S.A, 1995. 169 p. DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. 110 p. GOODFELLOW, J. O papel do contador em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentado. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília: CFC, ano 27, nº 110, Março/Abril, 2000. JARDIM, A. YOSHIDA, C. FILHO, J. V. M. F. Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, 1ª ed., Barueri: Editora Manole Ltda., 2012.732 p. KRAEMER, M. E. P. Gestão Ambiental: A busca de estratégias para vantagem competitiva e construção da imagem corporativa. Disponível em: <http://www.artigocientifico.com.br/uploads/artc_1148405810_69. doc> Acesso em: 20/01/2015. MOREIRA, M. S. Estratégia e implantação do Sistema de Gestão Ambiental (Modelo ISO 14001). Belo Horizonte: Editora DG, 2002. 286 p. MOTTA, R. S. da. 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B R 1 INTRODUÇÃO À QUESTÃO AMBIENTAL 2 O ADVENTO DA SUSTENTABILIDADE 3 A SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 4 O TREINAMENTO COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO 4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 4.1.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL 5 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 6 GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 7 REFERÊNCIAS
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