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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA por PROF. ANA TORRES

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1 
 
 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
A Jurisdição, em termos sintéticos, "é o poder de julgar”. 
A Competência, é a Jurisdição organizada para alcançar a eficiência de seu exercício. 
“Todos os juízes têm jurisdição; mas nem todos têm a competência para conhecer de 
determinada questão” de acordo com a lição de Couture. 
Art. 3º (CPC) Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
 
§2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão 
ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, 
inclusive no curso do processo judicial. 
... 
Art. 764 CLT: Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
 § 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão 
sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos 
conflitos. 
 ... 
 § 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo 
depois de encerrado o juízo conciliatório. 
 Art. 114 CF 
 Competência - formas 
 Material => delimita a atuação do Juízo de acordo com a natureza da relação de direito 
material. (causa de pedir + pedido) 
 Pessoal => delimitada de acordo com a qualidade dos sujeitos da relação de direito 
material. 
 Funcional => delimita a atuação do juízo de acordo com os atos que tem o poder de 
praticar. 
 Territorial => delimita a atuação do juízo de acordo com o espaço geográfico. 
 COMPETÊNCIA 
Competência em razão da matéria 
É determinada em virtude da natureza da relação material deduzida em juízo, sendo fixada em 
decorrência da causa de pedir e do pedido. 
2 
 
Está definida no artigo 114 da Constituição Federal com a redação dada pela Emenda 
Constitucional 45/2004. 
 COMPETÊNCIA MATERIAL ORIGINAL 
Ações oriundas da Relação de emprego 
Lides oriundas da relação de emprego art. 2º e 3º da CLT. 
Surgem de um contrato de trabalho, celebrado de forma tácita ou expressa, ou ainda, das 
relações empregatícias coletivas (convenções, acordos coletivos e sentenças normativas). 
a) DANO MORAL – Art. 114, VI, CF 
 Súmula 392 TST 
DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. (nova redação) - 04.11.2015 
Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, 
decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a 
ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador 
falecido. 
b) ACIDENTE DO TRABALHO – excluem-se as ações em que figure o INSS e se trate de benefício 
previdenciário. 
Súmula Vinculante 22: 
A JUSTIÇA DO TRABALHO é competente para processar e julgar as ações de indenização por 
danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado 
contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em 
primeiro grau quando da promulgação da emenda constitucional nº 45/04 
c) CADASTRAMENTO DE PIS-PASEP - § 3º do art. 239 da CF – Súmula 300 TST 
d) MEIO AMBIENTE DO TRABALHO – Súmula 736 do STF 
e) FGTS – Súmula 82 STJ (CEF x empregado) 
Súmula 362 TST – 16.06.2015 
I - Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a 
prescrição do direito de reclamar contra o não recolhimento de contribuição para o FGTS, 
observado o prazo de dois anos após o término do contrato; 
II - Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o 
prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco 
anos, a partir de 13.11.2014. 
f) QUADRO DE CARREIRA – Súmula 19 TST 
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação de empregado que tenha por 
objeto direito fundado em quadro de carreira. 
3 
 
g) SEGURO DESEMPREGO – lei 7998/90 – Súmula 389 TST 
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e 
empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-
desemprego. ( 
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-
desemprego dá origem ao direito à indenização 
h) AÇÕES POSSESSORIAS 
Súmula Vinculante 23 STF (exercício do direito de greve) 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em 
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
i) DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS 
 Súmula 368 TST 
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE 
PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR 14.07.2017 
 I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições 
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, 
objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 
- inserida em 27.11.1998). 
II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e 
fiscais, resultantes de crédito do empregado oriundo de condenação judicial. A culpa do 
empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias, contudo, não exime a 
responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da 
contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte. (ex-OJ nº 363 da SBDI-1, parte 
final) 
III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de ações 
trabalhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, § 4º, do 
Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991, aplicando-se as alíquotas 
previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-OJs nºs 32 e 
228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001). 
IV - Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos 
trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços prestados até 4.3.2009, 
inclusive, o efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês 
seguinte ao da liquidação (art. 276, “caput”, do Decreto nº 3.048/1999). Eficácia não retroativa 
da alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente 
convertida na Lei nº 11.941/2009, que deu nova redação ao art. 43 da Lei nº 8.212/91. 
V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições 
previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo a 
data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas a 
partir da prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos 
4 
 
previdenciários, aplica-se multa a partir do exaurimento do prazo de citação para pagamento, 
se descumprida a obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96). 
VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido acumuladamente deve 
ser calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela 
progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os 
rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondenteao mês do 
recebimento ou crédito, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a 
redação conferida pela Lei nº 13.149/2015, observado o procedimento previsto nas Instruções 
Normativas da Receita Federal do Brasil. 
Ações oriundas da Relação de Trabalho 
RELAÇÃO DE TRABALHO (gênero) – RELAÇÃO DE EMPREGO (espécie) 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações oriundas da relação de 
trabalho e consequentemente é competente para processar e julgar as ações oriundas da 
relação de emprego. (Art. 114, I CF) 
Relação de Trabalho: refere-se a toda e qualquer atividade humana em que haja prestação de 
trabalho. 
 Vedação para que a JT aprecie ações entre servidores estatutários e o Poder Público 
empregador. (ADI nº 3395) 
 Trabalhador Avulso – art. 643 CLT 
 Trabalho Eventual – art. 114, I CF 
 Trabalho autônomo – empreitada, prestação de serviços e mandato. 
 Relação entre profissional autônomo que presta serviço a pessoa jurídica = relação de 
trabalho 
 Relação entre o profissional autônomo e cliente = relação de consumo. 
 Relação entre o cliente e a pessoa tomadora de serviços = relação de consumo. 
 Honorários Advocatícios – Súmula 363 STJ: Compete à Justiça estadual processar e 
julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. 
 EMPREITADA – art. 610 CCB-2002 –art. 652, a, CLT – pequena empreitada (trabalhador 
pessoa física) 
 A Justiça do Trabalho não tem competência para ações penais (ADIN 3684). 
RELAÇÃO DE TRABALHO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
No âmbito da administração pública podemos ter: 
ESTATUTÁRIO: 
a) lei 8112/90 servidor federal - art. 37, II CF – Justiça Federal comum 
b) Estatuto estadual ou municipal – Justiça Comum 
5 
 
Temporário – âmbito federal -art. 37, IX CF e lei 8745/93 – Justiça Federal comum. No âmbito 
estadual e municipal – Justiça Comum 
Empregado público: CLT – aprovação em concurso público – Justiça do Trabalho 
 COMPETÊNCIA NORMATIVA - PODER NORMATIVO 
A Justiça do Trabalho tem competência para criar normas gerais e abstratas destinadas as 
categorias profissionais ou econômicas, respeitadas as disposições legais e convencionais 
mínimas de proteção do trabalho. Poder Normativo – art. 114§ 2° da CF – é exercido por meio 
de sentença normativa proferida nos autos do dissídio coletivo. Competência TRT ou TST, 
dependendo da área de abrangência. 
 Greve 
Competência da Justiça do Trabalho para as ações que envolvam o exercício do direito de 
greve, para julgar: 
a) As ações de greve oriundas da relação de emprego – abrangidos os servidores 
públicos regidos pela CLT 
b) Os contratados para atendimento a necessidade transitória de excepcional interesse 
público. 
c) Temporários: para fixar a demanda é preciso que se mencione que o regime do 
trabalho é o celetista ou que se trata de nulidade de contratação por violação ao art. 
37, II da CF. 
Com o advento da EC n. 45/2004, que acrescentou o inciso III ao art. 114 da CF, a Justiça do 
Trabalho passou a ser competente para processar e julgar: 
 Ações que tenham por objeto a disputa sobre representação sindical; 
 Ações entre sindicatos; 
 Ações entre sindicatos e trabalhadores; 
 Ações entre sindicatos e empregadores. 
 CONTRIBUIÇÕES CONFEDERATIVA E ASSISTENCIAL 
Com a EC n. 45/2004, inciso III ao art. 114 da CF, é competente a Justiça do Trabalho para 
processar e julgar não apenas as ações anulatórias promovidas pelo Ministério Público do 
Trabalho (LC n. 75/1993, art. 83, IV), como também as ações entre sindicatos, entre sindicato 
e trabalhadores ou entre sindicato e empregadores que tenham por objeto a controvérsia 
sobre contribuições confederativa e assistencial, sendo certo que o critério, em tais casos, é o 
da competência em razão da pessoa. 
 Contribuição Sindical facultativa 
Lei 13.467/2017: art. 578, 579, 582, 583, 587 e 602 – Contribuição Sindical Facultativa 
O STF julgou a ADI 5794 (+ 18) e entendeu constitucional o dispositivo alterado da CLT que 
considera faculdade do trabalhador optar pelo desconto, devendo manifestar expressamente 
sua vontade. 
6 
 
O ministro Luiz Fux argumentou que “não se pode admitir que a contribuição sindical seja 
imposta a trabalhadores e empregadores quando a Constituição determina que ninguém é 
obrigado a se filiar ou a se manter filiado a uma entidade sindical”. 
 PENALIDADES ADMINISTRATIVAS IMPOSTAS AO EMPREGADOR PELOS ÓRGÃOS DE 
FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO 
O inciso VII do art. 114 da CF, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e 
julgar "as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos 
órgãos de fiscalização das relações de trabalho". 
 Dois são os critérios de competência: 
Em razão da matéria - "ações relativas às penalidades administrativas", abarcando quaisquer 
ações que guardem conexão com as penalidades administrativas de qualquer natureza 
decorrentes das relações empregatícias, como os "crimes", os "embargos", as "interdições" e 
as "multas administrativas”. 
Em razão das pessoas - "impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações 
de trabalho," isto é, há necessidade 'de que o sujeito passivo da penalidade seja empregador e 
o sujeito ativo qualquer órgão de fiscalização das relações de trabalho. 
 COMPETÊNCIA MATERIAL EXECUTÓRIA 
1) para executar suas próprias sentenças, art. 114CF; 
2) para executar as contribuições previdenciárias, art. 114, VIII e art. 831, § único CLT e 
Súmula 368 TST. 
3) Lei 13.467/2017 art. 652 CLT: Compete às Varas do Trabalho: f) decidir quanto à 
homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da justiça do 
Trabalho. 
 ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO 
Processo de conhecimento: não há lugar para a imunidade de jurisdição em se tratando de 
matéria trabalhista na qual o ente de direito público externo figura como sujeito passivo da 
obrigação correspondente. 
Processo de execução: não permite a expropriação dos bens do ente de direito público 
externo, salvo se este, por tratado ou por vontade própria, renunciar expressamente à 
"imunidade de execução”. 
 SERVIDORES DE CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS 
O STF, firmou entendimento de que a relação entre esses trabalhadores e os titulares dos 
cartórios extrajudiciais é tipicamente de emprego, sendo a atuação da Corregedoria dos 
Tribunais de Justiça meramente fiscalizatória e disciplinar, com o que a competência para 
dirimir a lide entre tais trabalhadores e os cartórios extrajudiciais é da Justiça do Trabalho. 
 Competência em Razão do Lugar (Foro) 
A competência em razão do lugar (ratione loci), também chamada de competência territorial, 
é determinada com base na circunscrição geográfica sobre a qual atua o órgão jurisdicional. 
7 
 
É atribuída às Varas do Trabalho, que são os órgãos de primeira instância da Justiça do 
Trabalho. A competência territorial das Varas do Trabalho é determinada por lei federal. 
 os Tribunais Regionais do Trabalho têm competência para processar e julgar as causas 
trabalhistas, originariamente (ex.: dissídio coletivo) ou em grau de recurso (ex.: 
recurso ordinário), dentro do espaço geográfico, normalmente correspondente a um 
Estado da Federação. 
 Vale dizer, o TRT tem competência territorial limitada a determinada região, que 
geralmente coincide com a área de um Estado. 
 O Tribunal Superior do Trabalho possui competência territorial para processar e julgar 
originariamente os dissídios coletivos que extrapolem a área geográfica de uma região 
e em grau recursal as decisões dos TRTs nos dissídios individuais ou coletivos. Assim, o 
TST possui competência ratione locisobre todo o território brasileiro. 
 O regramento da competência em razão do lugar tem previsão expressa na CLT (art. 
651), não cabendo, pois, a aplicação subsidiária do CPC. 
 Lei 13.467/2017 
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da 
notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o 
procedimento estabelecido neste artigo. 
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se 
refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. 
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se 
existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. 
§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo 
o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo 
que este houver indicado como competente. 
§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a 
designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo 
competente. 
 Exceção de incompetência territorial 
A competência territorial das Varas do Trabalho pode ser classificada: 
 Quanto ao local da prestação do serviço, art. 651, caput CLT – regra geral 
 Quando se tratar de empregado agente ou viajante comercial, art. 651, § 1º CLT 
 De empregado brasileiro que trabalhe no estrangeiro, art. 651 § 2º CLT 
 Empresa que promova atividade fora do lugar da celebração do contrato, art. 651, § 3º 
CLT 
A regra geral – art. 651, caput – a competência da Vara do Trabalho é determinada pela 
localidade onde o empregado prestar serviços ao empregador. 
8 
 
Ex.: A foi contratado pela empresa B em Belém (PA) para prestar serviços na cidade de Macaé 
(RJ), sendo esta a cidade onde deverá ser proposta a demanda, de acordo com a corrente 
majoritária. 
§ 1º do art. 651 CLT 
 A competência territorial para processar e julgar a ação trabalhista em que figure, como autor 
ou réu, empregado agente ou viajante comercial. CLT observará duas regras sucessivas: 
1- Será competente a Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o 
empregado esteja subordinado; 
2- Se não existir agência ou filial, será competente a Vara da localização em que o empregado 
tenha domicílio ou a Vara da localidade mais próxima de seu domicílio 
 § 2º do art. 651 CLT. 
A competência territorial das Varas do Trabalho estender-se-á às lides ocorridas em agência ou 
filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção 
internacional dispondo em contrário. 
O entendimento é de que se trata da lex loci executionis, isto é, a competência territorial das 
Varas do Trabalho seria mantida em função do local da prestação do serviço quando fosse 
parte na ação trabalhista empregado brasileiro e desde que não exista tratado internacional 
ratificado pelo Brasil dispondo de maneira diversa. 
A lei brasileira estabelece assim dois critérios: um de direito material e outro de direito 
processual. 
a) Critério de direito processual, atribui à Vara do Trabalho a competência territorial para 
processar e julgar a correspondente demanda trabalhista. 
b) Critério de direito material, estabelece que a relação de emprego será regida segundo 
a lei do país em que o serviço tenha sido ou esteja sendo prestado 
Desta forma pouco importa se a empresa for brasileira ou estrangeira, pois o critério subjetivo 
adotado pelo art. 651, § 2°-, da CLT diz respeito ao empregado brasileiro, nato ou 
naturalizado, que presta serviços no estrangeiro. 
A Vara do Trabalho competente para julgar a ação: 
Alguns autores entendem que seria a da sede ou filial da empresa no Brasil ou do local da 
contratação antes de o empregado ir para o exterior. Se a empresa não tivesse sede ou filial no 
Brasil, Sergio Pinto Martins sustenta que: 
 "haverá a impossibilidade da propositura da ação, pois não será possível sujeitá-la à decisão 
de nossos tribunais. ” 
Outros afirmam que, inobstante os obstáculos operacionais para a propositura da demanda 
em face de empresa que não tenha sede ou filial no Brasil, seria possível a citação do emprega-
dor por carta rogatória, sendo competente a Vara do Trabalho, por aplicação analógica do art. 
88, I e II, do CPC. (Bezerra Leite) 
9 
 
 O fato de o empregado ser transferido para o exterior para trabalhar para o grupo da mesma 
empresa não quer dizer que o contrato de trabalho brasileiro fica extinto, pois o empregador é 
grupo de empresas em continuidade (§2 do art. 2º da CLT). 
Assim, para o empregado contratado no Brasil e que, posteriormente, é transferido para o 
exterior em sucessivos contratos de trabalho com empresas do mesma grupo econômico, há 
incidência da legislação brasileira em relação a todo o período contratual, sendo inaplicável a 
Súmula 207 TST, já cancelada. 
§ 3°- do art. 651 da CLT: 
 Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do 
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da 
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
Trata-se de empreendimentos itinerantes, incertos, eventuais ou transitórios, como é o caso 
do circo, teatro mambembe, feiras de automóveis, etc., onde há movimentação tanto do 
empreendimento como do empregado. Há trabalho em diversas localidades podendo o 
empregado propor a demanda no local da contratação ou da prestação de serviços. 
 Competência para homologar acordo extrajudicial – art. 652 F CLT c/c 855 B CLT 
O protocolo da petição inicial com pedido de homologação de acordo extrajudicial suspende o 
prazo prescricional em relação aos direitos pleiteados. 
O prazo prescricional volta a contar após o trânsito em julgado da decisão que negar a 
homologação do acordo. 
O efeito suspensivo não se aplica em relação ao prazo para pagamento das verbas rescisórias, 
art. 477 CLT. 
A sentença que homologar acordo tem natureza de título executivo extrajudicial podendo, em 
caso de inadimplemento das obrigações, ser objeto de execução, sendo competente o Juízo 
que homologou o acordo. 
Cabe recurso ordinário da decisão que negar a homologação do acordo no todo ou em parte. 
Súmula nº 418 do TST 
MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação em 
decorrência do CPC de 2015) - 25.04.2017 
A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo 
tutelável pela via do mandado de segurança. 
Foro de Eleição – art. 78 CCB 
 No processo do trabalho não é facultado às partes da relação empregatícia instituir 
cláusula prevendo foro de eleição nas relações de emprego, pois as regras de competência da 
Justiça do Trabalho são de ordem pública e, portanto, inderrogáveis pela vontade das partes. 
Existem posicionamento que admite a inserção de tal cláusula quando se tratar de alto 
empregado. 
Competência Absoluta e Competência Relativa 
10 
 
As competências em razão da matéria, da pessoa e da função só permitem o exercício da 
jurisdição pelo juiz que estiver legalmente autorizado a exercê-la. 
 Diz-se, portanto, que todas essas competências são de natureza absoluta, razão pela 
qual a sua inobservância contamina todos os atos praticados no processo. 
 A competência absoluta não pode ser prorrogada e deve ser decretada ex officio pelo 
juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição enquanto não formada a coisa julgada (preclusão 
máxima), isto é, o seu reconhecimento independe de provocação das partes que participam da 
correspondente relação jurídica processual.Caso já tenha operado a coisa julgada material, somente por ação rescisória será 
possível desconstituir a sentença proferida por juiz absolutamente incompetente (CPC, art. 
966, II) 
A competência em razão do território (art. 651 CLT) é relativa. Isto significa que um juiz do 
trabalho territorialmente incompetente para a causa pode tornar-se validamente competente 
para processá-la e julgá-la, desde que a parte interessada não oponha exceção de 
incompetência. 
 Assim, a incompetência territorial pode ser convalidada se a parte a quem ela 
aproveita não manifestar oportunamente o seu inconformismo, através de exceção de 
incompetência, que é matéria de defesa. 
 Competência em razão do valor 
Para a Justiça do Trabalho o valor da causa não terá influência na distribuição da competência. 
O valor da causa tem importância para adoção do rito processual: 
a) Ordinário - valor da causa exceda a 40 salário mínimos 
b) Sumário – lei 5584/70 
c) Sumaríssimo – art. 852-A e seguintes CLT 
 MODIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA 
Prorrogação 
A prorrogação da competência territorial pode se dar: 
1-aceitação do autor, quando propõe a ação perante Vara que ele já sabe (ou deveria saber) 
de antemão ser incompetente ratione locci; 
2-aceitação do réu, quando deixa de opor, no prazo legal, a exceção declinatória do foro. 
Conexão 
A conexão é "matéria de ordem pública", devendo ser conhecida de ofício pelo juiz. Todavia, a 
reunião de ações conexas deve ser presidida pela lógica do direito processual, que é orientada 
pelo princípio da preclusão. 
A reunião de ações conexas só é possível quando não implique sérios embaraços à prestação 
jurisdicional, o que recomenda a necessária prudência e razoabilidade do julgador. 
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Assim, se numa ação já há sentença, não há razão para a reunião com outra ação, posto que 
conexa, pois isso causaria sérios transtornos até mesmo para a segurança das decisões, 
porquanto neste caso haveria prejulgamento em relação à segunda ação que ainda aguarda a 
prolação da sentença. 
 É exatamente por isso que o art. 58 do CPC deixa claro que a reunião de ações conexas é 
permitida, desde que seja possível o seu julgamento simultâneo. 
Continência 
 Ocorre a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às 
partes e a causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras 
(CPC, art. 56). 
Prevenção 
No processo do trabalho a citação, que no sistema da CLT recebe o nome genérico de 
notificação, é ato automático da Secretaria da Vara, inexistindo, pois, despacho de citação do 
juiz, razão pela qual não há divergência quanto à compatibilidade do art. 58 e 59 do CPC ao 
processo trabalhista. 
Na hipótese de duas ou mais ações conexas, o juízo prevento deve ser aquele em que a ação 
trabalhista foi protocolada em primeiro lugar, inclusive no PJe. Este critério harmoniza-se com 
a simplicidade do processo do trabalho, também adotado pelo CPC. 
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA 
Art. 803 da CLT informa que os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
 Varas do Trabalho e Juízes de Direito investidos na jurisdição da justiça do Trabalho; 
 Tribunais Regionais do Trabalho; 
 Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária 
Os conflitos de competência serão resolvidos de acordo com o art. 808 CLT. 
a) Pelo TRT: Vara do Trabalho X Juiz de Direito;(809CLT) 
b) Pelo TST: TRT X Vara do Trabalho ou Juiz de Direito sujeitos à jurisdição de TRTs diferentes. 
c) Pelo TST: TRT x TRT (808, b CLT) 
d) STJ: Juiz do Trabalho x Juiz de Direito ou Juiz do Trabalho x Juiz Federal 105, I, d, CF 
e) Pelo STF: conflitos entre STJ x quaisquer tribunais; Tribunais Superiores; Tribunais 
Superiores e qualquer outro tribunal. 
f) Pelo STJ: quaisquer tribunais exceto os conflitos do art. 102, o; tribunais e juízes a ele não 
vinculados; juízes vinculados a tribunais diversos. 
Súmula 420 TST 
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do 
Trabalho a ele vinculada. 
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 Em face da hierarquia a decisão final cabe ao órgão superior, o que afasta o conflito de 
competência em tais situações.

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