Prévia do material em texto
EXERCÍCIOS BERNANKE - CAP 10 (6.A EDIÇÃO) Teoria dos Ciclos Reais (Real Business Cycle)- RBC (Finn Kydland & Edward Prescott) Qualquer teoria sobre o ciclo econômico deve ter dois componentes: a) uma descrição dos tipos de choques que mais podem afetar a economia; b) um modelo que descreva como as variáveis macroeconômicas chaves respondem aos choques. MODELOS RBC: a) Os choques reais são a principal causa do ciclo econômico. Exemplos de choques na função de produção, no tamanho da força de trabalho, na quantidade real das compras do governo (G), nas decisões dos consumidores sobre poupança e consumo, (afetam curva IS ou a linha FE) b) Os choques na função de produção são a principal causa do ciclo. No texto, esses choques são chamados de choques de oferta e, pelos teóricos RBC, são chamados de choques de produtividade. A bíblia dos trabalhos empíricos sobre modelos RBC é “PRODUCTION, GROWTH AND BUSINESS CYCLES: TECHNICAL APPENDIX” escrito por Robert King, Charles Plosser, e Sergio Rebelo, da University of Rochester, maio de 1987. Este é um apêndice de dois artigos publicados no Journal of Monetary Economics, 1989, e se tornou o ponto de referência dos trabalhos subsequentes usando a abordagem RBC. Esse apêndice explica em detalhes como o modelo RBC é analisado e calibrado, e descreve programas de computador escritos para o pacote software MATLAB. REVISÃO 1. A principal característica do modelo IS-LM clássico que o distingue do modelo IS-LM keynesiano é a hipótese, no modelo clássico, de que OS PREÇOS SE AJUSTAM RAPIDAMENTE para restaurar o equilíbrio (VELOCIDADE). Já os keynesianos assumem que OS PREÇOS SE AJUSTAM LENTAMENTE para restaurar o equilíbrio. Essa distinção é de importância prática porque isso leva os clássicos a serem menos propensos do que os keynesianos a recomendar políticas governamentais para restaurar o equilíbrio. 7. CAUSALIDADE REVERSA significa que futuros aumentos esperados no produto causam aumentos na oferta de moeda corrente e futuras quedas esperadas no produto causam reduções na oferta de moeda corrente. Pode ocorrer, por exemplo, porque as empresas aumentam sua demanda por moeda para transações antes de aumentar seu produto. A ideia é explicar o fato de que a moeda é pro-cíclica e uma variável antecendente no contexto de um modelo em que a moeda é neutra. 8. De acordo com a teoria das percepções equivocadas, um aumento no nível geral de preços confunde os produtores e os leva a aumentar sua produção. Isso porque eles não conseguem identificar se o aumento nos preços é um aumento de preço relativo (Pi/P) – (VER TEORIA DAS PERCEPÇÕES EQUIVOCADAS). A mudança nos preços deve ser INESPERADA para que isso ocorra porque, na medida que a variação de preço é esperada, os produtores não são induzidos a variar seu produto. 10. EXPECTATIVAS RACIONAIS significa que as previsões do público sobre várias variáveis econômicas são baseadas num EXAME BEM INFORMADO DOS DADOS ECONÔMICOS DISPONÍVEIS. Se o público tiver ER, o banco central NÃO será capaz de surpreender o público sistematicamente e, portanto, NÃO será capaz de estabilizar o produto por meio da política monetária. AS PREVISÕES SÃO MESMO RACIONAIS? 1. Os economistas podem testar se as previsões de preços são racionais analisando questionários (surveys) sobre as expectativas das pessoas 2. O ERRO DE PREVISÃO de uma previsão é a diferença entre o valor efetivo da variável e o valor previsto 3. Se as pessoas tiverem expectativas racionais, OS ERROS DE PREVISÃO DEVEM SER NÚMEROS ALEATÓRIOS NÃO PREVISÍVEIS; caso contrário, as pessoas estariam cometendo erros sistemáticos e não teriam expectativas racionais. 4. Muitos estudos estatísticos sugerem que as pessoas não têm expectativas racionais 5. mas as pessoas que respondem a questionários podem não estar dando muita importância à previsão, então não se pode esperar que elas produzam expectativas racionais. 6. Já profissionais que trabalham com previsão são mais prováveis de produzir expectativas racionais. Ou mesmo as firmas que podem perder dinheiro (lucro) se fizerem previsões erradas. 7. Keane e Runkle, usando um survey de profissionais de previsões, encontraram evidência de expectativas racionais 8. Croushore usou previsões de inflação feitas pelo público geral e economistas e encontrou evidência bastante consistente com expectativas racionais, embora as expectativas tendam a ser defasadas quando a inflação muda drasticamente. NUMÉRICOS 4 Curva DA: Y = 300 + 30(M/P); Curva OA: Y = 500 + 10(P – Pe), M = 400. a)Pe = 60. Impondo DA = OA para eliminar Y: Obtemos 300 + 30(M/P) = 500 + 10(P – Pe). Substituindo os valores de M e Pe: leva a 300 + (30 × 400/P) = 500 + 10(P – 60), ou 300 + (12,000/P) = 500 + 10P – 600, ou 400 + (12,000/P) = 10P. Multiplicando essa equação por P/10 leva a 40P + 1200 = P2, ou P2 – 40P – 1200 = 0. Isso pode ser fatorado em (P – 60)(P + 20) = 0. P não pode ser negativo, então, a única solução para essa equação é P = 60 NESSE EQUILÍBRIO P = PE, ENTÃO Y = 500, E A ECONOMIA ESTÁ NO PRODUTO DE PLENO EMPREGO. (b) Com aumento não antecipado na moeda para M = 700, o nível esperado de preço não muda, Pe = 60. A curva de demanda agregada é Y = 300 + 30(M/P) = 300 + (30 × 700/P) = 300 + (21,000/P). A curva de oferta agregada é Y = 500 + 10(P – Pe) = 500 + 10(P – 60) = 10P – 100. Igualando DA = OA para eliminar Y leva a 300 + (21,000/P) = 10P – 100, ou 400 + (21,000/P) = 10P, ou P – 40 – (2100/P) = 0. Multiplicando por P leva a P2 – 40P – 2100 = 0, que pode ser fatorado (P – 70)(P + 30) = 0, que tem a solução positiva para P = 70. Da curva DA, Y = 300 + (21,000/P) = 300 + (21,000/70) = 600. Portanto, P>Pe leva a Y>YN (c) Quando M = 700 e é antecipada, P = Pe. Então, a curva DA é Y = 300 + (21,000/P) e a curva OA é Y = 500. Igualando DA = OA leva a 500 = 300 + (21,000/P), que tem a solução em P = 105. 5. a Para encontrar o resíduo de Solow, usamos a equação para a função de produção, dividindo para resolver para A: 3.7. KN Y A K=30 (fixo), N=100 (fixo). Em 2006, Y=100, em 2007, Y=105. Assumindo que não há mudança nas taxas de utilização, A é a medida do resíduo de Solow. Substituindo os valores de Y, K, e N, obtém-se o resíduo de 1.435 em 2006 e 1.507 em 2007. A taxa de crescimento do resíduo de Solow é [(1.507/1.435) – 1] × 100% = 5.0%. 5.b Sem variação nas taxas de utilização, a taxa de crescimento do resíduo de Solow iguala a taxa de crescimento da produtividade (A), 5.0%. 5.c) Sem variação nas taxas de utilização, a função de produção modificada, como mostrada na equação (10.2). Agora a produtividade é medida como A = Y/(uK)0.3(uN)0.7 - onde uK e um são taxas de utilização do K e do trabalho - mas o resíduo de Solow ainda é medido de acordo com o item (a). Impondo uN = 1 no ano 2006 e 1.03 no ano 2007, calculamos e valor de A como 1.435 em 2006 (com na parte a), e 1.476 em 2007. Isso é um aumento na produtividade de [(1.476/1.435) – 1] × 100% = 2.9%, significantemente menor do que o aumento de 5.0% no resíduo de Solow. 5.d) Fazendo uN = 1 no ano 2006 e 1.03 no ano 2007, uK = 1 no ano 2006 e 1.03 no ano 2007, calculamos o valor A as 1.435 em 2006 (como na parte a), e 1.463 em 2007. Isso é um aumento na produtividade de [(1.463/1.435) – 1] × 100% = 2.0%, novamente significantemente menor do que o aumento de 5.0% no resíduo de Solow. ESSE PROBLEMA ILUSTRA A IDEIA DE QUE A MEDIDA DO RESÍDUO DE SOLOW CRESCE MAIS RAPIDAMENTE QUE A PRODUTIVIDADE QUANDO AS TAXAS DE UTILIZAÇÃO DO CAPITAL E DO TRABALHO CRESCEM. ANALÍTICOS 2(FEITO EM SALA)Aumento permanente da tributação causa um aumento no valor presente dos impostos muito maior do que no caso de um aumento temporário dos gastos públicos e impostos. Assim quando o aumento é permanente, o deslocamento da curva de oferta de trabalho (NS) é maior do que no caso do aumento temporário e a variação em FE é maior. 3. Tome como ilustração a figura 10.4, página 260. O aumento temporário nas compras governamentais causa um efeito renda que leva a um aumento da oferta de trabalho (Ns de desloca para baixo/direita). Isso resulta num aumento no nível de produto de pleno emprego de FE1 para FE2. O aumento nas compras do governo também desloca a curva IS para a direita de IS1 para IS2, na medida em que reduz a poupança nacional (S=SP+SG). Assumindo que o deslocamento da curva IS é tão grande que intercepta a curva LM à direita da linha FE, o nível de preços deve subir para restabelecer o equilíbrio de pleno emprego, deslocando a curva LM para cima até o ponto F (IS2=LM1=FE2). Com isso há um aumento do produto e na taxa de juros real de equilíbrio. Note que se o deslocamento da curva IS não for grande o suficiente e o equilíbrio H (IS2=LM1) ficará entre as curva FE1 e FE2, o nível de produto de equilíbrio em H é menor que o de equilíbrio geral-pleno emprego, de modo que o nível de preços deve cair e a curva LM se deslocar para baixo. Esse deslocamento da LM para baixo, reduz a taxa de juros em relação ao equilíbrio H, onde a taxa de juros é mais alta que no equilíbrio inicial, E. Porém, a taxa de juros no equilíbrio F final (IS2=LM1=FE2) é mais alta do que no equilíbrio inicial E. Com o deslocamento da curva de oferta NS, há um aumento do emprego e redução do salário real (que é o produto marginal do trabalho- ou produtividade média). O investimento diminui porque a taxa de juros de equilíbrio final é maior (a curva IS se desloca porque a curva de poupança nacional de desloca para cima ao longo da curva de investimento no gráfico do equilíbrio no mercado de fundos de empréstimos) (a) É fato do ciclo econômico que o emprego é pró-cíclico. O modelo é consistente com esse fato, uma vez que o emprego aumenta com o aumento do produto. (b) É fato do ciclo econômico que o salário real é levemente pró-cíclico. O modelo é inconsistente com esse fato, pois, mostra uma redução do salário real com o aumento dos gastos públicos e aumento do produto. (c) É fato do ciclo econômico que a produtividade média do trabalho é pró-cíclica. O modelo é inconsistente com esse fato. (d) É fato do ciclo econômico que o investimento é pró-cíclico. O modelo não é consistente com esse fato, uma vez que o investimento cai com o aumento dos gastos públicos e produto. (e) É fato do ciclo econômico que o nível de preços é pró-cíclico. O modelo é consistente com esse fato, uma vez que o nível de preços aumenta com os gastos públicos e aumento do produto. (supondo que a curva IS se desloca mais do que a curva FE)