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Processo civil - Atos processuais - RESUMO

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Direito processual 
Atos processuais
Atos processuais são atos das partes, juiz e auxiliares da Justiça que provocam conseqüências jurídicas no processo. Os atos processuais impulsionam o processo no sentido de obter uma decisão final.
Destarte, é ato processual qualquer ato praticado por quaisquer das pessoas envolvidas na relação jurídica processual e que de qualquer forma possuem relevância para ela, criando, modificando e extinguindo a relação processual.
"É aquele praticado no processo e que para este tem relevância jurídica." (José Frederico Marques)
Agentes dos atos processuais
Os atos processuais das partes encontram-se dispostos dos arts. 158 a 161 do CPC e podem ser por iniciativa, de desenvolvimento ou decisórios.
Art. 158, CPC. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
As declarações unilaterais de vontade (petição inicial, contestação, etc..) produzem efeitos imediatamente, já as declarações bilaterais (acordos) são atos que dependem de homologação do juiz para que possam surtir efeitos a terceiros. A desistência da ação é ato unilateral quando ocorrer antes da contestação e ato bilateral quando ocorrer depois da contestação, uma vez que depende do consentimento do réu para isso.
Art. 162, CPC. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
- Atos do juiz 
Estes atos dizem respeito apenas a pronunciamentos do juiz. Além destes, existem outros atos que o juiz pratica no decorrer do processo tais como: interrogar as partes(art. 342, CPC), fazer inspeção judicial (art. 440, CPC) e tomar depoimento de testemunhas.
- sentença
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei nº 11.232, de 2005)
Hoje a sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC. Isto se torna claro uma vez que após a sentença o processo de conhecimento prossegue com o cumprimento de sentença.
Se o juiz pratica o ato resolvendo o mérito, incidirão sobre o mesmo as hipóteses do art. 269 do CPC, sem extinguir, contudo, o processo.
"Art. 269, CPC. Haverá resolução de mérito: 
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
III - quando as partes transigirem; 
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; 
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação."
A sentença com resolução do mérito (aquela que é proferida com base no art. 269) faz coisa julgada material (art. 467 do CPC), ou seja, transitando em julgado a sentença, seja porque nenhum recurso foi interposto, seja por terem esgotados todos os recursos, aquela matéria não pode mais ser discutida.
Se o juiz pratica o ato sem resolver o mérito, incidirão sobre o mesmo as hipóteses do art. 267 do CPC.
"Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
Vll - pela convenção de arbitragem; 
Vlll - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código."
Art. 267, CPC: a coisa julgada é formal. A matéria julgada naquele processo não mais pode ser discutida naqueles autos, mas pode em outro processo.
À sentença cabe recurso de apelação.
- Decisão interlocutória
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
O recurso que se tem contra a decisão interlocutória é o agravo.
- Despachos de mero expediente
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
Os despachos de mero expediente são irrecorríveis, não existe recurso contra eles, a única forma encontrada para atacá-los é a correição parcial.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.
- Atos do Escrivão
Art. 166, CPC. Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.
Cabe ao escrivão, em síntese, a documentação e comunicação dos atos às partes.
Forma dos atos processuais
"Forma, em direito, é fruto da necessidade de manifestação da vontade obedecer a certos moldes, quando o próprio sistema define o modelo a ser seguido." (Arruda Alvim)
"É o conjunto de formalidades que se devem observar para que o ato jurídico seja plenamente eficaz." (Humberto Teodoro Júnior)
- Atos solenes e atos não solenes
Atos solenes são aqueles para os quais a lei prevê determinada forma como condição de validade.
Atos não solenes são aqueles de forma livre - art. 154, CPC: "os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial."
- Princípio do formalismo X princípio da instrumentalidade das formas
O direito processual é direito formal, pois visa garantir o regular desenvolvimento do processo e dos direitos das partes. Caso o ato não seja praticado conforme a forma estabelecida e não atinja o seu fim o mesmo será declarado nulo.
Entretanto, "o atual CPC prestigia o sistema que se oriente no sentido de aproveitar ao máximo os atos processuais, regularizando, sempre que possível, as nulidades sanáveis." (RT 659/183). Prevalece, então, o princípio da instrumentalidade das formas como meio para atingir a finalidade do ato.
Assim, a substância do ato (sua finalidade) prevalece sobre a forma. Atingida a finalidade, ainda que a lei prescreva a formalidade, não há nulidade. O ato só é declarado nulo se não observadas as suas formas processuais e por isso não alcançar seu fim.
- Princípio da publicidade
Art. 5º, LX da CR/88 - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Art. 155, CPC. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:
I - em que o exigir o interesse público;
Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. 
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.
Art. 444, CPC. A audiência será pública; nos casos de que trata o art. 155, realizar-se-á a portas fechadas.
Meios de expressão dos atos processuais
Os atos processuais podem ser expressos de forma oral e escrita. Contudo, se feito na forma oral, deve ser sempre reduzido a termo.
Art. 156, CPC. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.
Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentadoLugar dos atos processuais
Estabelece o art. 176 do CPC: "Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz."
Assim, os atos são realizados, em regra, na sede do juízo onde tramita o processo. Com o avanço da tecnologia, foram criadas exceções a esta regra (exemplo: protocolo integrado para alguns casos). Mas existem alguns atos que devem ser praticados fora da sede do juízo, estes atos serão praticados mediante carta.
Comunicação dos atos
A comunicação dos atos é feita por meio de carta, citação e intimação.
- Carta
Os atos praticados fora da sede do juízo são feitos por meio de carta. As disposições sobre as cartas encontram-se do art. 202 a 212 do CPC. Esta carta pode ser:
- Carta precatória - é aquela em que a diligência nela requisitada tem de ser cumprida por juiz da mesma hierarquia. O juiz deprecante é aquele que expede a carta e o juiz deprecado é aquele que cumpre a carta;
- Carta de ordem - juiz de hierarquia superior expede esta carta para que outro de hierarquia inferior pratique o ato necessário;
- Carta rogatória - são atos realizados em juízos de jurisdição diferentes (países diferentes) Ex.: réu domiciliado no exterior.
- Citação
A relação jurídica processual se forma de forma progressiva. No caso de estar formalmente correta e completa a petição inicial, o juiz ordenará a citação (uma espécie de comunicação ao réu para que este tome conhecimento da demanda e apresente sua defesa).
Art. 213, CPC. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
Assim, é por meio da citação, que se chama o réu à relação e essa se completa. A citação é, portanto, ato fundamental para a validade da relação jurídico processual.
Caso a citação seja nula, mas o réu comparece e se defende, a citação tem validade 
Art. 219, CPC. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
A citação ocorre por meio de correspondência enviada pelo correio (comaviso de recebimento), mas também poderá realizada por um oficial de justiça (serventuário público que desempenha as diligências judiciais) ou mesmo por edital (intimação publicada em jornal).
Citação pelo correio - regra:
Art. 222, CPC. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: 
a) nas ações de estado; 
b) quando for ré pessoa incapaz; 
c) quando for ré pessoa de direito público; 
d) nos processos de execução; 
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 
f) quando o autor a requerer de outra forma.
Citação por oficial de justiça.
Art. 224, CPC. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio.
Se o réu, depois de procurado por três vezes em sua residência pelo oficial de justiça, não for encontrado e houver suspeita de que esteja se ocultando da citação, o oficial de justiça poderá fazer a citação por hora certa. Neste tipo de citação o oficial de justiça intima qualquer pessoa da família do réu, ou, na sua falta, qualquer vizinho, para que avise o réu de que voltará no dia seguinte em determinada hora.
Se, ainda assim, na hora marcada não o encontrar novamente, o oficial de justiça informar-se-á das razões da sua ausência e dará por feita a citação, deixando o contra-fé (cópia da petição inicial e da ordem de citação) com qualquer pessoa da família ou vizinho.
A citação por edital.
Art. 231, CPC. Far-se-á a citação por edital:
I - quando desconhecido ou incerto o réu;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
Destarte, em casos especiais, quando o réu encontrar-se em lugar incerto ou ignorado, o juiz autorizará a citação por edital, que deverá ser afixado na sede do juízo e publicado, no prazo máximo de 15 dias, uma vez no Diário Oficial e pelo menos duas vezes em jornal local.
Se, sabidamente o réu encontrar-se em outro país, poderá o juiz solicitar a sua citação à autoridade judiciária estrangeira, por meio de carta rogatória, conforme disposto em convenções internacionais ou pela via diplomática.
Citado, o réu deverá apresentar sua defesa sob pena de tornar-se revel e assim sofrer os efeitos da revelia. O réu revel é aquele que regularmente e validamente citado não contesta e portanto, os fatos alegados contra ele são presumidamente verdadeiros.
Assim, o réu terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar sua resposta. Este prazo corre da data de juntada (anexação) aos autos do comprovante de entrega da correspondência pelo correio ou do mandado de citação cumprido, ou, ainda data em que foi publicado o edital de citação.
- Citação inválida
As formas da citação em geral não importam em um fim em si mesmo, se o réu não for citado corretamente, mas atinge seu fim, não se decreta a invalidade (ex.: o réu compareceu e se defendeu apesar de não ter sido devidamente citado), trata-se do princípio da instrumentalidade das formas.
O problema ocorre quando a citação não observa sua forma e não atinge seu fim (o réu não comparece para se defender). Assim, obrigatoriamente, o vício implicará na nulidade do processo.
A citação inválida provoca a nulidade da relação jurídico processual, podendo ser regularizada dentro da mesma ação. É um vício insanável como regra, pois é o ato mais fundamental do procedimento.
Se houve uma sentença de mérito onde existiu uma citação inválida, não há coisa julgada. Ela pode ser argüida a qualquer momento, a qualquer tempo e é imprescritível. Mesmo após 02 anos, pode ser desconstituída a sentença mediante ação de querella nulitatu. Não está sujeita a ação rescisória porque o vício é tão grave que não temos coisa julgada.
Art. 234, CPC. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Pode ser feita pela imprensa oficial, pelo correio ou pelo oficial de justiça. Estes dois últimos são usados quando não há imprensa oficial na comarca.
A intimação para o advogado se dá pela imprensa. Mas a intimação para as partes não pode se dar pela imprensa, apenas pessoalmente, via correio ou oficial de justiça.
Tempo dos atos processuais
O legislador estabelece prazos e tempos para a prática de atos processuais com o objetivo de atingir o fim do processo, que nada mais é do que a obtenção de uma sentença.
Como regra geral, os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.( art. 172, CPC)
Dia útil para o processo, é o dia em que o expediente forense é normal. Assim, qualquer evento que implique no fechamento do Fórum antes do previsto, com o fim das atividades forenses, torna o dia inútil.
Os atos praticados por meio de petição devem ser feitos por protocolo dentro do limite estabelecido no art. 172 do CPC. A lei de organização judiciária estadual estabelece, ainda, qual o horário em que tais atos são possíveis. (§3º, art. 172 do CPC).
Os atos que não dependem de protocolo (como por exemplo a citação) podem ser exercidos em dias úteis de 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Fora deste horário, é necessário a expressa autorização judiciária. Contudo, apenas a citação e a penhora podem ter esta prerrogativa (§2º, art. 172 do CPC).
"Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano." (§1º, art. 172 do CPC).
Regra geral, não se realiza ato processual em fériasforenses. Estas são consideradas dias não úteis, além de afetarem os prazos iniciados antes delas. Mas, como para toda regra existem exceções, o art. 173 do CPC as estabelece:
"Art. 173.Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se:
I - a produção antecipada de provas (art. 846);
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias."
As férias forenses também têm o condão de suspender a fluência dos prazos. Lembrando que na suspensão inicia-se a contagem do prazo onde houve a suspensão da contagem do prazo. Diferente da interrupção, em que inicia-se a contagem de novo prazo a partir da interrupção deste. Prazos interruptivos são os do art. 174 do CPC:
"Art. 174, CPC. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;
II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275;
III - todas as causas que a lei federal determinar."
Art. 175, CPC. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.
Prazo é o lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado. É delimitado por dois termos: termo inicial (dies a quo) e termo final (dies ad quem). Elpídio Donizette
- Classificação dos prazos
Conforme a origem (fonte), os prazos podem ser:
- Legais - prazos previstos no CPC e em leis esparsas. Como regra geral estes prazos não inalteráveis.
- Judiciais - prazos estabelecidos pelo juiz, que geralmente são aqueles prazos não dispostos em lei. A lei sempre estabelece um prazo, chamado de subsidiário, caso o juiz não fixe ou altere um prazo. Como regra geral o prazo legal subsidiário é de 05 (cinco) dias(art. 185, CPC) e de 10(dez) dias para a apresentação do rol de testemunhas.
- Convencionais - prazos fixados de comum e expresso acordo das partes.
Conforme o destinatário, os prazos podem ser:
- Próprio - prazo destinado às partes. Este prazo pode ser individual (a apenas uma das partes) ou comum (a ambas as partes). Caso o(s) destinatário(s) do prazo não pratique(m) o ato dentro do mesmo, há conseqüências processuais a ele(s), chamada de preclusão temporal (que será vista mais a frente).
- Impróprio - prazo destinado ao juiz e auxiliares judiciários. Neste caso não há qualquer sanção para o(s) destinatário(s) que não cumprir (em) o ato dentro do prazo.
Conforme a natureza, os prazos podem ser:
- Dilatório - prazo que pode ser alterado livremente pelo juiz ou pelas partes, apesar de estar previsto em lei. A exemplo podem ser citados os prazos para a entrega de alegações finais ou para a entrega de laudo. Todos os prazos convencionais são em regra dilatórios.
Cumpre ainda ressaltar que a ampliação ou redução dos prazos dilatórios deve ser requerida pelas partes antes do término do prazo, com motivo justo e deferido pelo juiz com a fixação de novo prazo.
- Peremptório - prazo que não pode ser modificado nem pelas partes nem pelo juiz. A exemplo podem ser citados os prazos para contestar, recorrer, arrolar testemunhas... Todos os prazos legais são em regra peremptórios.
Os prazos podem ser ainda:
- Endoprocessuais - prazos para a prática de atos dentro da relação jurídica.
- Extraprocessuais - prazos para a prática de atos fora da relação jurídica, mas que nela interferem. Um exemplo é o prazo para ajuizar ação rescisória.
 Contagem dos prazos
Regras gerais para a contagem dos prazos:
Todo prazo é continuo, ou seja, uma vez começado, o prazo não se interrompe nem se suspende, independente de ser dia útil ou não.
Art. 184, CPC: "Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento. 
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que: 
I - for determinado o fechamento do fórum;
II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único)."
Conta-se o prazo excluindo o primeiro dia e incluindo o último. O primeiro dia deve ser dia útil e é contado de formas diferentes quando se tratar de citação ou intimação.
Na citação ou intimação por oficial de justiça, o prazo começa a ser contado a partir da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido, art. 241, II do CPC ( exemplo, juntada aos autos no dia 13/09, o prazo começa a correr em 14/09 - caso este seja dia útil).
Na citação por carta precatória, rogatória ou de ordem, o prazo começa a ser contado a partir da juntada aos autos da carta devidamente cumprida, art. 241, IV do CPC.
Na citação via postal o prazo é contado depois da juntada do Aviso de Recebimento - AR aos autos, art. 241,I do CPC.
Na citação por edital, o prazo é contado depois de transcorrido o prazo, contado da primeira publicação, art. 241, V do CPC.
Ainda, quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido, art. 241, III do CPC.
Não se iniciam prazos ou se vencem em dias não úteis (não começam aos sábados, domingos e feriados ou em dias que não há expediente forense) e a contagem dos prazos é suspensa nas férias, recomeçando a contagem a partir do primeiro dia útil depois das férias.
- Prazos especiais
A Fazenda Pública e o Ministério Público possuem, por força de lei, o quádruplo do prazo para contestar e o dobro do prazo para recorrer. Este benefício, que encontra-se disposto no art. 188 do CPC, estende-se à Defensoria Pública por força de lei extravagante.
Na hipótese de litisconsórcio passivo, quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, os prazos serão contados em dobro para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. Cumpre ressaltar que, caso o Estado seja um destes réus seu prazo é o mesmo dos demais litisconsortes.
- Inobservância de prazos
Os atos processuais devem ser praticados dentro de determinado prazo sob pena de gerarem conseqüências diversas, conforme o sujeito que os deixar de praticar.
Assim, se o prazo é inobservado:
- pelo juiz, aplica-se o art. 198 do CPC em que a parte faz uma representação contra a morosidade do juiz ao Presidente do Tribunal;
- pelo serventuário, aplica-se o art. 193 a 194 do CPC em que são aplicadas sanções administrativas frente a instauração de processo administrativo;
- pelo advogado, no caso de não devolução dos autos, aplica-se o art. 195 a 196;
- pelas partes, estas sofrem como conseqüências os efeitos da preclusão ou revelia.
- Inobservância dos prazos pelas partes - revelia e preclusão
Revelia 
A revelia se caracteriza pelo não comparecimento do réu quando intimado para uma audiência ou quando deixa de oferecer contestação depois de citado. A revelia produz efeitos jurídicos danosos para o revel posto que reputar-se-ão verdadeiras as afirmações do autor quanto aos fatos narrados na peça inicial e correrão os prazos independentemente de sua intimação.
Preclusão
Preclusão é a perda de uma faculdade ou direito processual da parte e pode-se dar por três causas diversas (espécies):
- Preclusão Temporal: determinada pela perda do prazo (espaço de tempo em que o ato seja praticado validamente). O ato pode ser tempestivo (ato praticado dentro do prazo estabelecido) ou intempestivo (ato praticado fora do prazo estabelecido), caso seja intempestivo, ocorrerá a preclusão temporal.
Este tipo de preclusão ocorre somente para as partes uma vez que os atos do juiz não sofrem preclusão.
- Preclusão Consumativa: ocorre pela práticado ato, ou seja, realizado o ato, não é possível realizá-lo novamente (exemplo: art. 473 do CPC);
- Preclusão Lógica: decorre da incompatibilidade entre o ato praticado com o que se queria praticar (exemplo: ação de despejo, em lugar de contestar, entrega as chaves do imóvel ao locador, então não pode recorrer - art. 503, CPC).

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