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Da execução Espécies de provimentos jurisdicionais 1.PROVIMENTO DE CONHECIMENTO Visa a resolver uma “crise de incerteza” Pode ser: Declaratório Constitutivo Condenatório Tutela declaratória Autor se limita ao pedido de declaração Existência/inexistência de uma relação jurídica Autenticidade/falsidade de um documento (art.19) Ex: investigação de paternidade Tutela constitutiva Tem por objeto alterar a relação jurídica Ex: divórcio Tutela condenatória Impõem uma obrigação que precisa ser cumprida Se não for cumprida voluntariamente, o credor pode obrigar o devedor a fazê-lo Forma-se um título executivo judicial 2.PROVIMENTO DE EXECUÇÃO Visa a eliminar uma “crise de inadimplemento” Pressupõe a existência de um título executivo Judicial Extrajudicial Conceito Atividade jurisdicional que visa à satisfação de um direito reconhecido em um título executivo Conjunto de atos do Estado pelos quais se invade o patrimônio do devedor para realizar o direito ao crédito Antes da Lei 11.232/2005: A condenação e a execução que lhe seguia eram dois processos distintos Devedor era citado para o processo de conhecimento e depois para o de execução Após a edição da Lei 11.232/2005 Estabeleceu-se uma distinção entre 2 tipos de execução Fundada em título judicial Fase subsequente ao processo de conhecimento (cumprimento de sentença) Fundada em título extrajudicial haverá um processo autônomo Sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira São títulos judiciais formados fora do juízo cível Exigem um novo processo autônomo de execução Dispositivos que tratam da execução Livro II da Parte Especial aplica-se a execução fundada em título extrajudicial Livro I da Parte Especial trata do cumprimento de sentença Espécies de execução Execução mediata: aquela em que existe um processo autônomo Execução imediata: fase subsequente do processo de conhecimento Execução específica Busca dar ao credor exatamente aquilo que consta do título executivo A regra é a satisfação específica da obrigação (efetividade) A exceção é a conversão em perdas e danos (art.499) Classificação das execuções quanto ao fundamento: 1.Execução por título judicial (art.515) Chamada de imediata Não há processo autônomo Pressupõe prévia atividade cognitiva (processo de conhecimento) Execução por titulo extrajudicial (art.784) Chamada de mediata Dispensa prévia atividade cognitiva Lei atribui a certos títulos a certeza necessária para desencadear a execução Cumprimento de sentença definitivo e provisório: Só se aplica à execução fundada em título judicial Execução por título extrajudicial é sempre definitiva (Súmula 317 do STJ) Cumprimento definitivo A decisão de mérito, sentença ou acórdão já transitou em julgado Cumprimento provisório Decisão, sentença ou acórdão tiver sido impugnado por recurso (sem efeito suspensivo) Tutelas provisórias O que distingue o cumprimento provisório de sentença do definitivo? Ambas se processam da mesma forma (art.520) O provisório corre por conta e risco do exequente Existe o risco de reforma do julgado Levantamento de dinheiro, transferência de posse, alienação e propriedade etc, exigem caução (art.520, IV) A caução garante o devedor dos prejuízos Deve ser suficiente e idônea Será arbitrada pelo juiz, levando em conta a situação de risco Não precisa de caução para se proceder à penhora ou avaliação de bens É possível a dispensa da caução? Nas hipóteses do art.521, sim! Mas se houver risco de prejuízo irreparável ao executado ela será exigida PRINCÍPIOS GERAIS DA EXECUÇÃO 1.Princípio da patrimonialidade a execução recai sobre o patrimônio do devedor e não sobre a sua pessoa (art.789) Prisão civil só no caso do devedor de alimentos decorrentes do direito de família Súmula Vinculante 25 STF proíbe a prisão do depositário infiel 2.Princípio do exato adimplemento Obter o mesmo resultado que seria alcançado se o devedor tivesse cumprido a obrigação Só há conversão em perdas e danos se o credor desejar ou se for impossível obter o cumprimento específico da obrigação (art.499) 3.Princípio da disponibilidade do processo pelo credor A execução é feita em benefício do credor Ele pode desistir a qualquer tempo, sem a concordância do devedor (art.775) A anuência do devedor é necessária: Se ele apresentar impugnação ou embargos que versem sobre questões de mérito 4.Princípio da utilidade A execução só se justifica se trouxer alguma vantagem para o credor Não haverá penhora de bens se o valor deles for absorvido pelo pagamento das custas processuais (art.836) 5.Princípio da menor onerosidade A execução deve ser processada impondo o menor sacrifício possível ao executado (art.805) 6.Princípio do contraditório Existe contraditório na execução? PARTES NA EXECUÇÃO Legitimidade ativa (art.778) 1.Credor a quem a lei confere título executivo (legitimado ordinário) 2.Sucessor causa mortis (espólio, herdeiros ou sucessores) 3.Cessionário Titular do direito consubstanciado no título Cessão anterior à execução: instruir o processo com o título e o documento de cessão Cessão posterior: pedir a substituição do credor originário (art.286, Código Civil) Não precisa da concordância do credor A cessão de débito só vale com a anuência do credor 4.Ministério Público (legitimidade extraordinária) Reparações de danos decorrentes de lesão ao meio ambiente (art.14, § 1º, Lei 6938/81) Ações que versem sobre direitos difusos ou coletivos (CDC, art.82) Ações populares (art.16, Lei 4717/65) Condenações impostas pela Lei de Improbidade Administrativa (art.17, Lei 8429/92) Execução fundada em TAC 5.Sub-rogado Sub-rogação é a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação ou emprestou o necessário para solvê-la (Clóvis Beviláqua) (CC, art.346 e 347) 6.Fiador O fiador que paga que paga integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor (CC, art.831, caput) Se ele paga a dívida do afiançado poderá executá-lo nos mesmos autos (CPC, art.794, § 2º) 7.Ofendido, ainda que na figure no título executivo Sentença penal condenatória transitada e julgado ajuizada pelo Ministério Público A vítima não participa do processo crime, mas pode promover a execução civil da indenização 8.Advogado (art.23, Lei 8906/94) Pode executar em nome próprio os honorários de sucumbência fixados pelo juiz Ou, Pode pedir que eles sejam incluídos no débito principal, e executados em conjunto, em nome da parte vitoriosa Assim, há 2 possibilidades: Que tanto o principal como os honorários do advogado sejam executados em nome da parte Exequente é legitimado ordinário para executar o principal, mas extraordinário, para a dos honorários do seu advogado Que o principal seja executado em nome da parte, e os honorários pelo advogado, em nome próprio Tanto a parte quanto seu advogado serão legitimados ordinários para a execução daquilo que lhes cabe Legitimidade passiva (art.779) 1.O devedor, reconhecido como tal no título Se a execução é fundada em título judicial: é quem foi condenado Se em título extrajudicial: aquele que figura no título 2.O espólio, os herdeiros ou sucessores do devedor (sucessão causa mortis) A execução não pode ultrapassar as forças da herança Pessoa jurídica que foi extinta: Verificar se o patrimônio foi transferido para outra (esta assume o passivo) Caso contrário, os legitimados serão os sócios 3.Devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título Assunção de débito exige prévia anuência do credor 4.Fiador do débito constante em título extrajudicial Fiador só pode ser executado em litisconsórcio com o devedor principal A razão: ele tem direito de exercer o benefício de ordem (CC, art. 827) Se o fiadorrenunciou ao benefício de ordem, a execução pode ser dirigida só contra ele Pagando o débito ele se sub-roga nos direitos do credor Ação de cobrança pode ser ajuizada apenas em face do fiador, ainda que ele tenha o benefício de ordem Não há prejuízo, pois ele pode chamar ao processo o devedor principal (CPC, art.130, I) Se ele for condenado, ele pode exigir, na execução, que sejam executados primeiramente os bens do devedor principal (art.794) Se ele satisfizer o débito, poderá exigi-lo do devedor nos mesmos autos 5.Responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito Ele responde até o limite do valor do bem 6.Avalista Aquele que presta garantia do pagamento em um título de crédito A execução pode ser dirigida tão somente contra o avalista (autonomia) Se o avalista pagar a dívida ele se sub-roga no crédito Litisconsórcio na execução Será facultativo ou necessário Depende do que consta do título Obrigação de fazer/não fazer ou entregar coisa cujo objeto é indivisível: o litisconsórcio será necessário Requisitos necessários para a execução: inadimplemento e título executivo I.INADIMPLEMENTO Ocorre quando o devedor não cumpre a obrigação no tempo, local e forma convencionados O credor não pode iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a obrigação (CPC, art.788) a.Tempo Obrigações a termo: não é preciso notificar o devedor para cumpri-la (dies interpellat pro homine) Não cumprida a obrigação, o devedor está em mora (mora ex re) A execução pode ser ajuizada no dia seguinte ao vencimento Obrigação sem data certa de vencimento: é preciso notificar o devedor (mora ex persona) Nas obrigações por atos ilícitos, o devedor estará em mora desde a data do fato (Súmula 54 do STJ) b.Lugar Obrigação quesível: aquela que deve ser cumprida no domicílio do devedor (querable) Obrigação portável: deve ser cumprida no domicilio do credor (portable) As obrigações devem ser cumpridas no lugar convencionado A regra é que a obrigação seja cumprida no domicílio do devedor Mas as partes podem convencionar que ela seja portável Prova do pagamento Apresentação do recibo ou da devolução do título correspondente à obrigação Obrigações bilaterais Contato bilateral é aquele que impõe obrigações recíprocas para ambos os contratantes Nenhum dos contratantes pode ingressar em juízo para exigir do outro a prestação, sem que primeiro tenha cumprido a sua (CC, art.476) Se o fizer, o réu pode alegar a exceptio nom adimpleti contractus O credor, para dar início à execução de obrigação bilateral, precisa provar que cumpriu sua obrigação (CPC, art.798, I, d) II.TÍTULO EXECUTIVO Há 3 teorias a respeito da natureza jurídica do título executivo Carnelutti sustenta que o título é um documento que prova o débito Só existe o título se existir o crédito (não há autonomia entre eles) Liebman considera como ato capaz dedesencadear a execução O título é absolutamente autônomo do crédito Teoria mista: o título é autônomo, mas a existência de crédito pode ser discutida pelas vias próprias (Humberto Theodoro Jr., Sérgio Shimura, Araken de Assis Só a lei pode criar títulos executivos Princípio da tipicidade ao ser criado, o título executivo deve obedecer aos padrões estabelecidos pelo legislador Pluralidade de títulos É possível ajuizar uma execução fundada em 2 ou mais títulos executivos (Súmula 27 do STJ) Duas ou mais obrigações representadas por títulos distintos podem ser objeto de uma mesma execução (CPC, art.780) Requisitos: o executado deve ser o mesmo, o juízo deve ser competente e o procedimento deve ser o mesmo (art.327, § 1º) Requisitos do título executivo: certeza, exigibilidade e liquidez I.Certeza O título deve apontar a existência do débito (an debeatur) Descrever a obrigação com todos os seus elementos Estar formalmente em ordem II.Liquidez Diz respeito à quantidade de bens que constitui o objeto da obrigação (quantum debeatur) Títulos executivos extrajudiciais são sempre líquidos Só existe liquidação de título judicial Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou o devedor (art.509) Não é ilíquida se for possível obter por meros cálculos o quanto devido III.Exigibilidade Decorre do inadimplemento ou da ausência de termo, condição ou contraprestação I.Títulos executivos judiciais (art.515) São aqueles produzidos no exercício da jurisdição 1.Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa Decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos condenatórios É preciso que o juiz condene o réu ao cumprimento da obrigação Decisões declaratórias e constitutivas não são títulos judiciais (não impõe prestação) Não é preciso que a decisão tenha transitado em julgado (cumprimento provisório) 2.Decisão homologatória de autocomposição judicial Juiz homologa o acordo e extingue o processo com resolução do mérito (art.487, III, b) O acordo pode versar sobre matéria que não é objeto do processo A decisão homologatória só tem eficácia executiva se o acordo previr alguma obrigação a ser cumprida pelas partes 3.Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza Não é preciso que esteja assinado por testemunhas Deve impor aos celebrantes alguma prestação 4.Formal e certidão de partilha Só tem eficácia executiva em face do inventariante, herdeiros ou sucessores O título só enseja execução por quantia certa e entrega de bens Não se admite execução de obrigação de fazer/não fazer com base nesse título 5.Créditos de auxiliares da justiça aprovados por decisão judicial No Código de 73 era considerada um título executivo extrajudicial (art.585, VI) 6.Sentença penal condenatória transitada em julgado Princípio da presunção de inocência (CF, art.5º, LVII) Com o trânsito em julgado, não se discute mais a respeito da culpa do condenado Com a prática do ato ilícito a parte pode ajuizar ação de reparação de danos Ou pode aguardar o desfecho do processo criminal É facultado ao juiz suspender o processo cível enquanto o fato estiver sendo apurado na esfera criminal (CPC, art.315) É comum o trâmite simultâneo do processo civil e o criminal Problemas práticos 1.No curso da ação civil sobrevém sentença penal condenatória Juiz poderá suspender o processo por carência superveniente (falta de interesse de agir) Juiz poderá prosseguir o curso da ação para apuração do valor dos danos 2.No processo criminal sobrevém sentença absolutória A sentença fará ou não coisa julgada no cível conforme a sua fundamentação (CPP, art.66) a.Fundamento da absolvição Insuficiência de provas Fato não constitui crime Inexistência de culpa Não há impedimento para condenação no cível b.Fundamento da absolvição Inexistência do fato Negativa de autoria Ato praticado em estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de um direito Não será possível pedir a reparação civil 3.Sentença penal e civil conflitantes No cível existe sentença de improcedência transitada em julgado Sobrevém sentença penal condenatória Há 2 entendimentos: 1º.A sentença penal condenatória prevalece sobre a cível 2º.A execução da sentença penal condenatória encontra óbice na autoridade da coisa julgada da sentença cível 7.Sentença arbitral Único título executivo judicial que não é criado por um juiz, mas pelo árbitro Não necessita de homologação do Judiciário 8.Sentença estrangeira homologada pelo STJ 9.Decisão interlocutória estrangeira, após a concessão de exequatur à carta rogatória pelo STJ 10. Outros títulos executivos judiciais Decisão que concede tutela provisória de natureza antecipada (condenatória) Decisão inicial da ação monitória (quando não foremapresentados embargos II.Títulos executivos extrajudiciais (art.784) São aqueles que gozam de um grau de certeza que permite a instauração de um processo de execução sem prévia fase de conhecimento 1.Letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque 2.Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor. Documentos lavrados por tabelião ou funcionário público no exercício de suas funções 3.Documento particular firmado pelo devedor e duas testemunhas 4.Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal. Referendo é a aprovação do acordo por parte dos entes que o subscrevem ou dos advogados das partes 5. Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução. Novidade: parte grifada (foi acrescentada) Qualquer contrato que tenha direito real de garantia é título executivo (ex: alienação fiduciária) Direitos reais de garantia: o bem sobre o qual recai a garantia fica afetado ao pagamento do débito Caução garantias que visam a assegurar o pagamento Caução real: o bem é afetado ao pagamento da dívida Caução fidejussória: decorre da fiança legal, judicial ou convencional 6.Seguros de vida em caso de morte O CPC/73 só falava em “contrato de seguro de vida” A inicial deve se instruída com a apólice de seguro e o comprovante do óbito do segurado Contrato de seguro de acidentes pessoais e de seguro obrigatório não são títulos executivos 7.Foro e laudêmio Foro: valor anual que o enfiteuta paga ao dono do imóvel Laudêmio: valor pago ao dono do imóvel sempre que se realizar a transferência da enfiteuse para terceiros 8.Aluguel e encargos acessórios O contrato de locação é título executivo extrajudicial Não precisa estar assinado por duas testemunhas Obrigações acessórias do contrato (água, energia, esgoto, IPTU) podem ser exigidas do locatário na via executiva Taxa de condomínio pode ser incluída na execução 9.Certidão de dívida ativa A execução é regida pela Lei 6830/80 10.Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício Novidade do CPC (antes a cobrança exigia processo de conhecimento) A despesa dever ter sido aprovada em assembleia geral e ser comprovada documentalmente 11.Certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas havidas por atos por ela praticados Notário ou o registrador tem o poder de gerar uma certidão com eficácia de título executivo extrajudicial Ele é delegatário do Poder Público e essa certidão goza de presunção de fé pública 12.Outros títulos previstos em lei Contrato de honorários advocatícios é um deles (Lei 8906/94, art.24) Não precisa estar assinado por 2 testemunhas Mas é indispensável que indique o valor dos honorários Títulos extrajudiciais estrangeiros (art.784, §§ 2º e 3º) Não precisam ser homologados pelo STJ Devem satisfazer os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar onde foram criados E indicar o Brasil como lugar de cumprimento da obrigação É possível ajuizar ação de conhecimento mesmo estando a parte munida de título executivo extrajudicial? Sim! A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução (art.785, § 1º) DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL Dívida é o dever de satisfazer a obrigação Responsabilidade é a sujeição do patrimônio ao cumprimento da obrigação É possível débito sem responsabilidade É possível responsabilidade sem dívida a.Responsabilidade patrimonial primária O devedor responde com seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo restrições estabelecidas em lei (art.789) b.Responsabilidade patrimonial de terceiros Patrimônio de terceiros serão atingidos pela execução quando o devedor não tiver bens, ou eles não forem suficientes para satisfação do credor (art.790) 1.Responsabilidade do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória Ocorre quando o devedor aliena a coisa litigiosa a terceiro A sentença estenderá seus efeitos a ele (art.109, § 3º) Se a alienação ocorreu no curso de ação fundada em direito real ou pretensão reipersecutória, desde que na pendência da ação tenha sido averbada no registro público haverá fraude à execução (art.792, I) 2.Bens dos sócios A responsabilidade é secundária Se a empresa for solvente, os bens dos sócios não serão atingidos Se bens não forem suficientes será possível a desconsideração da personalidade jurídica (disregard of legal entity) Requisitos: abuso, desvio de finalidade e confusão patrimonial O procedimento está regulado nos artigos 133 a 137 3.Bens do executado em pode de terceiros 4.Bens do cônjuge ou companheiro Presume-se que a dívida de um dos cônjuges/companheiros reverte em proveito do outro, salvo se decorrente de ato ilícito O cônjuge/companheiro que não contraiu a dívida tem que provar o contrário Ação apta são os embargos de terceiro 5.Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução A alienação é ineficaz perante o credor O bem poderá ser penhorado apesar de ter sido alienado para terceiro Sendo de valor maior do que a dívida, o excedente será restituído para quem comprou Se for de valor menor, o terceiro não responde pelo saldo 6.Bens alienados em fraude contra credores 7.Bens do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica FRAUDES DO DEVEDOR I.Fraude contra credores Instituto de direito material Defeito do negócio jurídico (CC, art.158) A dívida já existe, mas ainda não há ação pendente Depende da comprovação da má-fé do adquirente Gera a ineficácia do negócio jurídico Deve ser reconhecida em ação própria: ação pauliana A fraude não pode ser reconhecida em embargos de terceiro II.Fraude a execução Instituto de direito processual Ato atentatório à dignidade da justiça Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828; III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; No inciso I o bem alienado é o próprio objeto do litígio Direitos reais são aqueles previstos no art.1225 do CC Ação reipersecutória é aquela cujo desfecho repercute sobre o bem A novidade é deixar claro que a fraude se caracteriza quando há a alienação de um bem em cuja matrícula tenha sido averbada a pendência do processo de execução Só há fraude se foi averbada a existência da ação no registro público Só há presunção de má-fé do terceiro adquirente se houver registro de penhora (Súmula 375 do STJ) Nos incisos I, II e III há uma presunção absoluta de fraude (não cabe discussão) IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; O devedor aliena os bens e torna-se insolvente, em detrimento do credor V - nos demais casos expressos em lei. Processo pendente Não é necessário que seja processo de execução É preciso que o devedor já tenha sido citado para o processo Mas entre o protocolo da inicial e a citação o devedor pode desfazer-se de seus bens. O que o credor pode fazer? O credor pode obter uma certidão comprobatória de admissão da execução E sai averbando em todo o patrimônio registráveldo executado A fraude se caracteriza quando há alienação de um bem em cuja matrícula tenha sido averbada a pendência do processo Finalidade é tornar pública a existência do processo para que terceiros adquirentes do bem não sejam surpreendidos com o reconhecimento da fraude Consequência do reconhecimento da fraude Gera a ineficácia do negócio jurídico (art.792, § 1º) Pode ser reconhecida nos próprios autos O bem adquirido pelo terceiro responderá pela dívida Antes de reconhecer a fraude, o juiz intima o adquirente (art.792, § 4º) O adquirente pode opor embargos de terceiro para demonstrar que a alienação não foi fraudulenta Prazo é de 15 dias, contados da intimação Súmula 375 do STJ: “o reconhecimento da fraude de execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente” A má-fé não é presumida, salvo se houver averbação da penhora ou a da certidão do art.828 Quem for comprar um bem sujeito a registro, basta uma cautela: analisar a matrícula ou o registro do bem Bens não sujeitos a registro § 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica (§ 3º) A fraude à execução conta-se a partir da citação da pessoa jurídica E não da citação do sócio no incidente de desconsideração LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Fase processual que visa a apurar a quantidade de bens ou valores que constituem a obrigação (quantum debeatur) Pode ser promovida tanto pelo credor quanto pelo devedor Natureza jurídica Há quem entenda que a decisão é declaratória Outros dizem que ela é constitutiva Não existe liquidação de título extrajudicial Excepcionalmente haverá liquidação de título extrajudicial quando: Não houver a possibilidade de execução específica da obrigação Nesse caso haverá conversão em perdas e danos (art.499) A liquidação será feita no curso da execução (incidental) A regra é que as sentenças sejam líquidas Admite-se que sejam ilíquidas quando (art.491): Não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido A apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO 1.Liquidação por arbitramento (art.510) Aquela que se presta à apuração do valor de um bem ou serviço Juiz analisa os documentos ou pareceres juntados pelas partes Se entender que já é capaz de decidir a liquidação ele a julga Caso contrário determina realização de perícia 2.Liquidação pelo procedimento comum (art.511) Aquela em que há necessidade de comprovar fatos novos ligados ao quantum Fato novo é aquele que não foi decidido e que é determinante para se chegar ao valor pretendido Autor apresenta os fatos novos (causa de pedir) Réu é intimado para contestar: prazo de 15 dias Juiz decide, podendo realizar perícias ou designar audiência de instrução e julgamento A liquidação é julgada por decisão interlocutória O recurso para impugná-la é o agravo de instrumento (art.1015, § único) Meios de que dispõe o juiz para compelir o devedor a cumprir a obrigação Sub-rogação e coerção Execução específica é aquela que entrega ao credor exatamente aquilo que foi convencionado com o devedor Essa é a regra (execução específica) A exceção é a conversão em perdas e danos 1.Providências que assegurem resultado prático equivalente Utilizada nas ações que tenham objeto o cumprimento de obrigações de fazer e não fazer Situação em que não há como compelir o devedor a cumprir a obrigação na forma convencionada Antes de converter em perdas e danos o juiz analise se existe alguma providência que assegure o resultado equivalente Previsão: art.497, caput 2.Conversão em perdas e danos Reservada para 2 hipóteses (art.499): Quando for impossível cumprir a obrigação quando o credor requer a conversão porque o devedor não cumpre a obrigação O credor não pode pedir a conversão se o devedor estiver disposto a cumprir a obrigação MECANISMOS PARA COMPELIR O DEVEDOR A CUMPRIR A OBRIGAÇÃO Multa Busca a apreensão Remoção de pessoas ou coisas Desfazimento de obras Impedimento de atividade nociva Aplicável nas obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa Previsão: art.536, § 1º MULTA (astreintes) Mecanismo de coerção para obrigar o devedor a cumprir a obrigação Pode ser fixada nas execuções de obrigação de fazer/não fazer e entregar coisa Há quem entenda que pode ser aplicável na execução por quantia (art.139, IV) Pode se aumentada, caso o devedor insista em descumprir a obrigação A finalidade é coercitiva (não é sanção ou pena) Fixação da multa Não pode se um valor irrisório e não tão elevado (enriquecimento indevido do credor) Juiz pode modificar o valor caso entenda que ela se tornou insuficiente ou excessiva A multa reverte em proveito do credor Se a execução está fundada em título extrajudicial, o juiz fixar livremente a multa ao despachar a inicial (art.806, § 1º e art.814) mas só fará isto se as partes não tiverem convencionado sobre ela no título se tiverem convencionado, o juiz poderá apenas reduzir a multa (aumentar, não!) Cobrança da multa Decorrido o prazo para cumprimento da obrigação incide a multa O prazo começa a correr do momento em que o devedor foi intimado pessoalmente a cumprir Não basta a intimação do advogado Súmula 410 do STJ: A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança da multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer” Se ela foi fixada em decisão ainda não definitiva: o valor será depositado em juízo O levantamento só é permitido após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte (art. 537, §3º. PROCEDIMENTO DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO O Código leva em conta 2 critérios O tipo de obrigação que exequente pretende ver satisfeita A natureza do título (judicial ou extrajudicial) Com relação às obrigações Obrigação de entregar coisa certa e incerta Obrigação de fazer a não fazer Por quantia certa contra devedor solvente ou insolvente EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL Não é imediata Implica na formação de um processo autônomo I.PROCESSO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA Coisa certa é a individualizada, determinada O procedimento está previsto no art.806 e seg. Petição inicial deve atender aos requisitos do artigo 319 e 320 Requisitos específicos estão no artigo 798 Petição incompleta: juiz determina a regularização, sob pena de indeferimento (art.801) Estando em termos a petição inicial, o juiz determina a citação do executado Com a citação, começa a correr o prazo de 15 dias para o devedor entregar a coisa Do mandado já constará a ordem de imissão de posse ou busca e apreensão O devedor poderá: 1.Entregar a coisa Lavra-se termo de entrega Prossegue a execução (por quantia) se a coisa pereceu (conversão em perdas e danos) 2.Não entregar a coisa Será cumprido o mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão Juiz pode fixar multa como meio de coagir o devedor a entregar a coisa Se a entrega se tornar impossível (perecimento ou deterioração), converte-se em perdas e danos Seja qual for a conduta do devedor, fluirá o prazo de 15 dias para apresentar embargos Poderá ser alegada qualquer matéria de defesa Direito de retenção: devedor alega que, de boa-fé, fez benfeitorias necessárias e úteis na coisa (art.917, IV) pede que não seja cumprido o mandado de imissão ou busca e apreensão EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVERDOR SOLVENTE 1.Petição inicial Observar os requisitos genéricos dosartigos 319 e 320 Juntar o título executivo extrajudicial Trazer o cálculo indicando o débito e seus acréscimos Valor originário, data de vencimento, acréscimos, deduções Observar as exigências do art.798, §: O demonstrativo do débito deverá conter: o índice de correção monetária adotado; II - a taxa de juros aplicada; III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; V - a especificação de desconto obrigatório realizado. O credor pode indicar sobre qual bem deve recair a penhora (art.798, II, c) Antes era o devedor que nomeava bens à penhora Hoje, o credor tem a prioridade na indicação 2.Despacho inicial Se inicial tiver falhas, o juiz concede 15 dias para o credor sanar Se estiver regular, mandar citar o devedor para pagar em 3 dias, sob pena de penhora O devedor não é mais citado para pagar ou nomear bens à penhora O juiz ainda fixará em 10% os honorários advocatícios devidos ao credor Se houver pagamento no prazo fixado, os honorários serão reduzidos à metade 3.Citação O executado é citado para pagar em 3 dias, sob pena de penhora Ele também para oferecer embargos do devedor em 15 dias Com a citação, passam a fluir 2 prazos distintos para o devedor: 3 dias para pagar 15 para oferecer embargos Os prazos não correm do mesmo instante: O de 3 dias para pagar tem início a partir da efetiva citação do devedor O de 15 para embargar só corre quando o mandado/carta for juntado(a) aos autos Na prática, expede-se o mandado em 2 vias Feita a citação, o oficial de justiça retém uma consigo e devolve a outra em cartório O oficial aguarda o prazo de 3 dias para pagamento Se o devedor não pagar, com a via do mandado que reteve consigo, fará a penhora A penhora recairá sobre os bens indicados pelo credor Se não houver indicação, o oficial penhora os bens que localizar Se não forem localizados bens o juiz pode intimar o devedor para indicar bens Tendo bens e se recusando a indicá-los, o juiz pode aplicar a pena de ato atentatório à dignidade da justiça (art.774, IV) Independente da penhora, com a juntada do mandado de citação cumprido, inicia-se o prazo de 15 dias para oferecimento dos embargos de devedor A contagem do prazo faz na forma determinada no art.231 4.Arresto Ocorre quando o oficial de justiça não localiza o devedor para citá-lo, mas encontra seus bens (art.830) A finalidade é preservar os bens que garantirão o pagamento ao credor Ele antecede a citação, ao contrário da penhora, que sempre é posterior O oficial lavra o termo de arresto e nomeia um depositário Feito o arresto, o devedor será procurado por 2 vezes, nos 10 dias seguintes, em dias distintos Se for encontrado, o oficial fará a citação pessoal e o arresto se converte em penhora Se não for encontrado, o devedor será citado por hora certa ou por edital 5.Curador Especial Sendo ficta a citação e se o executado não comparece, o juiz nomeia curador especial (Súmula 196 do STJ) Prevalece o entendimento de que o curador não pode apresentar embargos por negativa geral Se ele não tem elementos para embargar, o curador acompanha a execução, manifestando-se para preservar os direitos do executado 6.Do pagamento Para extinguir a execução, o devedor tem que pagar integralmente o débito, acrescido de correção monetária, juros de mora, eventual multa e honorários advocatícios fixados no despacho inicial O valor dos honorários será reduzido pela metade se o pagamento se der no prazo legal (3 dias) 7. Penhora e depósito Penhora é ato de constrição que individualiza bens do devedor que ficarão afetados ao pagamento do débito Hoje, o credor tem a prerrogativa de indicar os bens para penhora Dever ser obedecida uma ordem de prioridade dos bens penhoráveis (art.835) Essa ordem pode ser desrespeitada, se for conveniente aos interesses das partes e ao bom andamento do processo Não havendo indicação do credor, o oficial de justiça buscará bens do devedor Alguns bens são impenhoráveis Art.833 Lei 8009/90 Se o credor não indicar e o oficial de justiça não localizar bens: juiz intima o devedor para que ele os indique Existindo bens e se o devedor não os indicar, poderá sofrer penalização (multa) por ato atentatório à dignidade da justiça Bens não sujeitos à execução (art.883) A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio imóvel, inclusive àquela contraída para a sua aquisição A impenhorabilidade estabelecida nos incisos IV e X não prevalece: sobre débitos alimentícios (direito de família ou proveniente de ato ilícito) Sobre importâncias que excedam 50 salários mínimos) Dívida de alimentos Pode penhorar os vencimentos (não importa quanto ganhe o devedor) Cadernetas de poupança pode penhorar o que ultrapassar 40 salários mínimos Quaisquer outras dívidas Só pode penhorar os ganhos do devedor que ultrapassam 50 salários mínimos Há decisões em que se tem admitido a penhora de um percentual dos ganhos do devedor Impenhorabilidade da Lei 8.009/90 Bem de família: imóvel residencial da família ou entidade familiar Dívidas de qualquer natureza (civil, comercial, fiscal, previdenciária) Nos casos previstos no art.3º pode penhorar A impenhorabilidade abrange: o imóvel sobre o qual assentam a construção, as plantações, benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos e móveis que guarnecem a casa, desde que quitados A vaga de garagem que possua matrícula própria no CRI pode ser penhorada (Súmula 449 STJ) Só não podem ser penhorados os bens móveis necessários a uma moradia digna O STJ alargou o conceito de bem de família, protegendo os bens de pessoas solteiras, separada e viúvas (Súmula 364) Imóvel locado Se o imóvel está locado, serão impenhoráveis os bens móveis que guarnecem a residência, por dívidas do locatário Se o locador for o devedor, o imóvel locado não poderá ser penhorado se a renda obtida com a locação prestar-se à subsistência dele ou à moradia de sua família Cessa a impenhorabilidade se o devedor oferece o bem à penhora (renúncia ao benefício) A alegação de impenhorabilidade é matéria de ordem pública Pode ser feita a qualquer tempo Pode ser conhecida de ofício pelo juiz A alegação é feita por simples petição nos autos Penhora de imóveis e veículos (art.845, § 1º) Penhora por auto: Realizada por oficial de justiça Só ocorre se o credor requerer ou Se o devedor se recusa a em entregar a posse ao depositário Penhora por termo : feita com a apresentação nos autos de certidão do CRI que comprove a existência do veículo Pode ser realizada ainda que o bem esteja em outra comarca Penhora nos rosto dos autos É aquela que recai sobre eventual direito do e executado, discutido em processo que ele demanda contra terceiro Enquanto não julgado o crédito, o devedor tem apenas expectativa de direito Caso o devedor sai derrotado, a penhora fica sem efeito Como ela é feita? O oficial de justiça intima o escrivão que cuida do processo a anotar no rosto dos autos que eventuais direitos do devedor naquele processo estão penhorados Feita a penhora, restam 3 alternativas para o credor: 1.aguarda o desfecho do processo 2.tentar alienar o direito litigioso 3.sub-roga-se nos direitos (torna-se titular do direito) Penhora “on line” (art.854) É a que se realiza por meio de comando emitido às unidades supervisoras das instituições financeiras As contas bancárias do devedor existentes no País ficam bloqueadas O devedor não precisa ser avisado previamente Basta que ele não pague em 3 dias para a medida seja autorizada Não há necessidade de que primeiro se tente a localização de outros bens Feito o bloqueio, o valor é transferido para conta judicial Se o bloqueio recair sobre valores impenhoráveis: o devedor terá 5 dias para comprovara impenhorabilidade o juiz determina a liberação em 24hs Penhora de percentual de faturamento de empresa (art.866) Só é deferida se: o devedor não tem outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses bens são de difícil alienação ou insuficientes para pagar o crédito A penhora não pode comprometer o exercício da atividade da empresa Será nomeado um depositário, que deverá entregar em juízo as quantias recebidas Averbação da penhora (art.844) Deve se feita pelo credor Tem por finalidade tornar pública a penhora, com eficácia erga omnes Quem adquire o bem não pode alegar boa-fé para afastar a fraude à execução (Súmula 375 do STJ) A averbação é feita pela apresentação de cópia do auto ou do termo de penhora ao CRI ou no órgão competente Substituição do bem penhorado Pode ser requerida por ambas as partes ou só pelo executado O artigo 848 trata da substituição solicitada pelo credor e pelo devedor O juiz deferirá a substituição, a requerimento das partes quando (art.848) I.Houver desobediência à ordem legal, estabelecida no art.835 II.Não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para pagamento É o que ocorre no contrato garantido por hipoteca, no qual a penhora deve incidir sobre o bem hipotecado III.Havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados A expedição cartas precatórias para penhora, avaliação e alienação pode dificultar e onerar a execução IV.Havendo bens livres, a penhora recair sobre outros que não o sejam A existência de gravame sobre o bem dificultará a execução, pois o credor com garantia real deve ser intimado para exercer seu direito de preferência sobre o produto da alienação V.Os bens tiverem baixa liquidez Bem difícil de ser alienado dificultará o pagamento do credor VI.Fracassar a tentativa de alienação judicial do bem Ninguém se interessa por adquirir bem; com isso a execução não alcança seu objetivo VII. O devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei Ocorre quando o devedor não fornece informações necessárias para individualizar o bem Admite-se ainda substituição do bem por: Fiança bancária Seguro garantia judicial O valor não pode ser inferior ao débito executado Acréscimo de 30% Substituição requerida apenas pelo executado (art.847) 10 dias após à intimação da penhora Tem que provar 2 requisitos cumulativos A substituição não prejudica o credor A substituição é favorável ao devedor (menos onerosa) É possível a substituição do bem por dinheiro Não se confunde com pagamento ou remição (art.826) Quando o devedor paga, ele abre mão de qualquer defesa Se há pagamento o credor pode levantar o valor depositado Na substituição, a penhora persiste e dinheiro não pode ser levantado Segunda penhora (art.851) Quando cabe: I.A primeira foi anulada II.Executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente III.O exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial Realizada a segunda penhora, o executado será intimado Poderá apresentar impugnação em 15 dias Simples petição Pode alegar, dentre outras coisas, impenhorabilidade dos novos bens ou desnecessidade da segunda penhora Redução ou ampliação da penhora (art.874) Ocorre quando houver insuficiência ou excesso de penhora Geralmente ocorre após a avaliação Depende de requerimento do interessado A ampliação pode ser feita com a realização de uma segunda penhora A redução da penhora faz-se com a exclusão de alguns bens ou pela transferência a outros Há quem entenda que se o excesso ou a insuficiência da penhora forem manifestos, o juiz poderá reduzir ou ampliar de ofício Também é possível a redução ou a ampliação se no curso da execução o valor de mercado dos bens sofrer alteração significativa (art.850) Caso haja substituição, o devedor poderá impugnar em 15 dias A manifestação é feita por simples petição (art.917, § 1º) Pluralidade de penhoras sobre o mesmo bem (art.908) Um bem pode ser penhorado mais de uma vez em execuções diferentes O bem será levado à leilão em qualquer das execuções Surgirá uma concorrência entre os vários credores Quem terá prioridade no recebimento no produto da alienação? O artigo 908 dá a resposta O depositário A penhora só se reputa perfeita e acabada quando os bens são confiados aos cuidados e à guarda do depositário (art.839) O depositário que não deseja encargo pode recusar a nomeação (Súmula 319 do STJ) A ordem de prioridade de nomeação do depositário está no artigo 840 A avaliação dos bens Após realizar a penhora, o oficial de justiça promoverá a avaliação do bem Pode se valer de consultas, anúncios, classificados de jornais, pesquisas em imobiliárias, informações de corretores, elementos trazidos pelas partes etc Se não tem condições de avaliar o bem, será nomeado um perito O credor adiantará os honorários periciais Dispensa da avaliação: art.871 Nova avaliação: art.873 Intimação da executado Formalizada a penhora, o executado será intimado A intimação é para dar ciência a ele de qual bem foi penhorado Será feita ao advogado do devedor, à sociedade de advogados a que ele pertence ou pessoal (se ele não tem advogado) Outras intimações Além de devedor, deverão ser intimadas pessoas que não figuram na execução 1.o cônjuge, quando a penhora recair sobre bem imóvel ou direito real sobre bem imóvel (art.842) Só não intima se o bem pertence apenas ao executado e o regime de bens for o da separação absoluta O cônjuge pode apresentar: EMBARGOS DO DEVEDOR(discutir o débito e defender o patrimônio do devedor) EMBARGOS DE TERCEIRO(livrar a penhora bens de sua meação) 2.o credor com garantia real (art.799, I) 3. o titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação 4.o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada 5.o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrado EXPROPRIAÇÃO É por meio da expropriação que o credor alcançará a satisfação de seus direitos Meios de apropriação 1.Entrega do bem ao credor 2.Alienação do bem 3.Apropriação de frutos e rendimentos 1.ADJUDICAÇÃO Transferência da propriedade dos bens penhorados ao credor ou a terceiros legitimados Guarda semelhança com a dação em pagamento Mas distingue-se porque a adjudicação é forma compulsória de cumprimento da obrigação Pode ter por objeto bens móveis ou imóveis Só pode ser feita pelo valor da avaliação 1.1.Legitimidade para adjudicar Exequente Credores concorrentes que penhoram o mesmo bem Cônjuge, companheiro, descendente ou ascendente do executado Indicados no art.889, II a VIII Se mais de um legitimado se apresentar, será feita uma licitação entre eles Quem oferece mais valor terá preferência Havendo empate, terá preferência o cônjuge, companheiro, descendentes e os ascendentes do executado Recebe em primeiro lugar o credor preferencial (trabalhista, fiscal, com garantia real e o credor condominial) Existindo apenas credores quirografários, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a penhora primeiro Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa contra a Fazenda Pública A execução que trata o CPC é aquela promovida contra a Fazenda Pública Quando a Fazenda é a credora, a execução fiscal segue o rito da Lei 6830/80 Fazenda Pública abrange: União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações públicas A execução contra a Fazenda por quantia pode estar fundada em título judicial e extrajudicial Sumula 279 do STJ: “É cabível a execução por título extrajudicialcontra a Fazenda Pública” Impossibilidade de penhora de bens Ato mais característico das execuções por quantia certa Bens públicos não podem ser expropriados (CF, art.100 e §§) A execução é feita por meio de precatórios judiciais A intimação e a possibilidade de oposição de embargos – Prazo Constituído o título, a Fazenda é intimada para oferecer impugnação O prazo é de 30 dias (CPC, art.535) Inicia o prazo a partir da intimação da Fazenda na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico Não incide a multa de 10% (art. 523, § 1º) Se não houver impugnação, será expedido precatório, requisitando-se o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente A impugnação O rol de matérias é limitado Aquilo que foi ou poderia ser alegado na fase de conheci mento não poderá mais ser alegado na fase de cumprimento de sentença O artigo 535 traz os fundamentos que podem ser alegados Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. O precatório Requisição dirigida ao presidente do tribunal competente, que deverá mencionar a natureza do crédito para que a Fazenda Pública efetue o pagamento, respeitando a ordem cronológica de chegada Créditos alimentares estão sujeitos a precatório, mas terão preferência de pagamento Súmula 144 do STJ: “Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios de ordem cronológica dos créditos de natureza diversa” Há 2 ordens cronológicas: 1.recatórios ordinários: referem-se a dívidas não alimentares 2.Precatórios extraordinários: gozam de preferência sobre os ordinários, emitidos para pagamento de dívidas alimentares Se o credor for preterido no seu direito de preferência, o presidente do tribunal (que expediu a ordem) poderá, depois de ouvir o chefe do MP, ordenar o sequestro da quantia necessária para satisfazer o débito (CF, 100, § 6º) Dispensa do precatório na execução de pequeno valor (CF, 100, § 3º) Execução contra a União: 60 salários mínimos Execução contra Estados: 40 salários mínimos Execução contra Municípios: 30 salários mínimos Nestes casos, não haverá expedição de precatório O juiz emitirá requisição de pagamento – RPV A Fazenda será intimada para cumprir no prazo de 2 meses Poderá apresentar impugnação em 30 dias CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS Existem 3 formas de promovê-la I.Execução de alimentos pelo procedimento tradicional (art.528, § 8º) Não há prisão A execução se processa com a penhora e expropriação de bens A prestação de alimentos prescreve em 2 anos (CC, art.206, § 2º) Os alimentos podem ser fixados em sentença, decisão interlocutória, escritura ou acordo extrajudicial O procedimento está previsto nos artigos 523 e seguintes: O executado é intimado para pagar em 15 dias Não ocorrendo pagamento voluntário, será expedido de imediato mandado de penhora e avaliação E sobre o valor da execução será acrescida multa de 10% A defesa do executado é feita por meio de impugnação (art.525) II.Execução especial de alimentos (art.528) Utilizada para exigir apenas as três últimas pensões, vencidas antes do ajuizamento da execução, e as que se forem vencendo no seu curso (art.528, § 7º e Súmula 309 do STJ) Se o credor pretende receber outros meses, deverá valer-se da execução tradicional Só pode ser utilizada para receber alimentos decorrentes do direito de família (parentesco, casamento ou união estável) Alimentos de caráter indenizatório (ato ilícito) serão executados na forma convencional Ele terá o prazo de 3 dias para tomar uma dentre três condutas possíveis: 1.pagar o débito, caso em que o cumprimento de sentença será extinto 2.provar que já pagou, caso em que também haverá extinção 3.justificar a impossibilidade de efetuar o pagamento Se ele justifica, o juiz dará a ele oportunidade para provar o alegado Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento A impossibilidade de pagar serve apenas para afastar a prisão Ele não fica isento do pagamento das prestações (executada na forma convencional) Ainda que ficar comprovada a impossibilidade, o juiz não poderá reduzir o valor das prestações Se o devedor não fizer nenhuma coisa nem outra, o juiz expede mandado e prisão A prisão não é pena, mas meio de coerção Não poderá ser decretada de ofício (depende de requerimento do credor) O CPC diz que o prazo da prisão é de 1 a 3 meses Há doutrina que entende que a prisão não pode ser superior a 60 dias, conforme manda a Lei de Alimentos (art.19, Lei 5478/68) Outros defendem que o artigo 19 foi revogado pelo NCPC, sendo possível que o prazo de prisão supere 60 dias O regime de cumprimento da pena é o fechado, mas o preso fica separado dos presos comuns O devedor não poderá ser preso mais de uma vez pelas mesmas prestações Além de determinar a prisão, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial Aqui há uma exceção a regra do artigo 517, a qual apenas autoriza o protesto para as sentenças transitadas em julgado III. Desconto em folha (art.529) Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito a legislação do trabalho O exequente poderá requerer o desconto da pensão alimentícia em folha de pagamento A novidade está no § 3º do art.529: É possível descontar tanto prestações vincendas como também prestações vencidas Pode excutir até 50% dos rendimentos líquidos do executado (§ 3º)
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