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Arts 296%2c 297 298

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Nomen Iuris: Falsificação do selo ou sinal público.
Art. 296. Falsificar ( contrafação ), fabricando-os ( manufaturando ) ou alterando-os ( modificando ):
I – Selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; 
Segundo Rogério Greco, o legislador não disse a respeito ao Distrito Federal, em vista ao princípio da legalidade, (nullum crimen, nulla poena sine lege stricta), ou seja, proíbe analogia in malam partem. 
Nos ensina Mirabete: “ Selo público, no caso, é o sinete, com as armas ou emblemas da União, do Estado ou Município, destinado a autenticar atos que lhe são próprios, é instituído, ordinariamente, em decretos governamentais. ( RT 166/100, 470/335).” 
II – Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
As entidades de direito Público no qual se destina esse inciso se relaciona as autarquias e fundações e não os entes de cooperação, não abrangendo as sociedades de economia mista e empresas públicas por ser tratar de direito privado.
Selo ou sinal atribuído por lei a autoridade, é autoridade que usa para autenticar documento.
O Sinal Público do tabelião, é aquele que integra sua assinatura, dando veracidade ao documento.
Como preleciona Rogério Sanchez “ como ocorre em todos crimes contra a fé pública, a falsificação ora se trata deve ser revestida de idoneidade para iludir alguém.”
Pena – reclusão, de 2 ( dois ) a 6 ( seis ) anos, e multa.
§1.º Incorre nas mesmas penas:
I – Quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
Só irá responder pelo crime quem não participou da falsificação e somente faz uso.
Diz Mirabete: “ A expressão faz uso inscrita no tipo significa, além da utilização normal do selo ou sinal como forma de autentificação, a compra, venda, troca etc. do selo ou sinal falsificado. Como no artigo 293 §1º, porém, a lei apresenta deficiência técnica, deixando de incriminar a guarda, detenção ou posse.”
II – Quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio;
Não trata-se da falsificação de selo ou sinal, mas da sua utilização indevida, que não é menos grave do que a própria falsificação ou alteração. Tem por finalidade o uso indevido, obviamente se usado regularmente não se configurar o delito em tela, e também tem a finalidade especial de prejudicar outrem ou o enriquecimento (próprio ou alheio).
III – Quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipo, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
Pune-se tanto a contrafação de marcas ( sinal, distintivo, etiqueta ), logotipo ( adesivo, decalque ), siglas ( monogramas, expressão que se compõe das iniciais de outras palavras ), ou símbolos ( figura, imagem, emblema representativo de alguma coisa ), como a utilização desses caracteres verdadeiros. A abrangência do dispositivo é considerável, porque são considerados quaisquer caracteres aptos a identificar órgãos ou entidades da Administração Pública.
§2.º Se o agente é funcionário, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
A pena será aumentada se o crime for praticado por funcionário público que utiliza as facilidades proporcionadas pela sua função.
 O crime em tela, trata-se da falsificação, ou seja, fabricando novos selos ou sinais ou alterando os já existentes. O selo ou sinal, por si só, não é o documento, mas integrando-o , autenticando e dando veracidade a tal papel . 
Sylvio do Amaral, no Diz: “Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, o Código não se ocupa, no art. 296, da figura impressa, mas do objeto impressor. Embora encaixada em capítulo relativo à falsidade documental, a disposição mencionada focaliza, na realidade, apenas a falsificação (mediante a fabricação ou alteração) do instrumento de gravação do selo público, e não a do sinal já estampado em documento (na colocação da matéria obedeceu, por certo, o legislador à consideração de que os selos públicos destinam-se exclusivamente à formalização de documentos, e, por consequência, a ação do falsificador há de visar sempre, ainda que indiretamente, a falsidade documental). Não há outro entendimento possível, quando se atenta para a circunstância de que a lei pune o uso do selo falsificado (art. 296, § 1º, nº I, como crime autônomo. Se o caso fosse de falsificação da figura impressa, essa hipótese constituiria o delito de uso de documento falso (art. 304).”
 O bem juridicamente protegido é a Fé Pública e o objeto material é o selo ou sinal público.
Sujeito ativo é comum e o sujeito passivo é o estado e os demais quem sofrerem prejuízo.
 A consumação se dá quando o agente pratica alguns dos verbos, e se trata de crime formal, menos o §2, II quando a utilização do selo ou sinal se dirige casuisticamente a finalidade de causar prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou de terceiros. A tentativa é possível, quando por circunstâncias alheia a vontade do agente o crime não vier a se consumar.
O elemento subjetivo é dolo, consciente que sua conduta causará um dano ao estado ou a terceiros. Não admite a forma culposa.
 A ação penal é pública incondicionada.
Falsificação de documento público 
Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pune-se quem falsificar (contrafazer) documento público, ou alterar (modificando) documento público verdadeiro. A Falsificação Pode ser total ou parcial.
A falsificação do documento deve ser apta a iludir, se for muito grosseiro, não haverá crime de falso, podendo, no entanto, ocorrer o estelionato. A prova que o documento é ou não grosseiro necessita de uma perícia técnica. 
 Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§ 1o Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
O agente que abusando da função que ocupa falsificar, total ou parcial, ou alterar documento público verdadeiro terá a pena aumentada 1/6
§ 2o Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
Os emanados de entidade paraestatal: são pessoas jurídicas de direito privado, que ao lado do estado executa cometimentos de interesse do estado. Mas não são privativos do estado.
O titulo ao portador ou transmissível por endosso: é o cheque, a nota promissória, a letra de câmbio etc. Podem ser objetos do crime tanto o título emitido ao portador quanto os passiveis de transmissão por endosso.
Hungria destaca: ‘’ é bem de ver que a equiparação favorece os títulos circuláveis por endosso somete enquanto tais. Assim, uma nota promissória após o vencimentoo, ou um cheque após o prazo de apresentação (Decreto 24.924 de 1933), quando sua transferência já não se pode fazer por endosso, senão por cessão civil, deixam de ser equiparados a documentos públicos.’’
As ações de sociedade comercial: As ações provenientes de sociedades anônimas e sociedades em comandita por ações ( preferenciais ou não ).
Os Livros Mercantis: São os utilizados para a escrituração das atividades econômicas, não importando se obrigatórios ou facultativos.
Testamento particular: a Lei o equipara a documento público em razão da relevância jurídica que contém, já que se destina ao mesmo objetivo do testamento público, ou seja, a disposição de bens.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
Trata-se de falsidade ideológica, pois, embora seja formalmente verdadeiro o documento, o conteúdo ali inserido não o é. Tratando-se de um crime formal, o agente não precisa de obter vantagem, basta apenas cometer os verbos de quem inserir ou faz inserir.
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;Procura evitar que a Seguridade Social seja levada a grande prejuízos por pagamentos a pessoas que não são revestidas da qualidade de segurados.
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
Evitar que a Seguridade Social seja prejudicada por gastos indevidos ou por prejuízos de arrecadação. Isto porque a comprovação é feita pela CTPS.
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
Procura inibir as fraudes em relação aos lançamentos nos documentos das empresas, uma vez que é através deles que a Previdência Social irá determinar os valores a serem recolhido pelo empregador.
 § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o , nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
Trata-se de uma conduta omissiva, não admitindo a tentativa. Trata-se de falsidade ideológica, ou seja, mas são omitidos dados relevantes.
Introdução.
Bem juridicamente protegido é a Fé pública e o objeto Material é o documento Público falsificado, no todo ou em partes e alteração de dados no documento público verdadeiro.
Sujeito ativo desse crime é comum no caput, §§ 2º, 3º , 4º e quanto ao §1º se cometido por funcionário público a pena é aumentada a sexta parte. Sujeito Passivo é o estado e os demais lesados pela falsificação de documento público.
O crime se consuma com a mera falsificação ou alteração, não sendo obrigado a gerar um dano. A Tentativa é possível, quando a agente começa a alterar um registro público de imóvel, mas um terceiro chega e o atrapalha ou vê que ele está alterando dados verdadeiros do documento, ou seja, por circunstancia alheia a sua vontade a conduta do agente não percorreu todo o inter criminis.
A Competência para julgamento do crime em tela, traz bastante duvidas na doutrina, e dependendo do caso concreto, poderá ser competência da justiça estadual, quando da federal, eleitoral e Militar. 
A ação Penal é pública incondicionada. 
Em razão da pena cominada, não será possível o benefício despenalizador da Lei 9.099 de 1995
Falsificação de documento particular 
Art. 298. Falsificar ( contrafazer ) , no todo ou em parte, documento particular ou alterar (modificar) documento particular verdadeiro: 
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Falsificação de cartão 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
 A Tutela pena recai sobre a Fé Pública, agora aos documentos particular. A falsificação do documento deve ser apta a iludir, se for muito grosseiro, não haverá crime de falso, podendo, no entanto, ocorrer o estelionato. A prova que o documento é ou não grosseiro necessita de uma perícia técnica.
Conforme lições de Sylvio do Amaral: “A falsidade material incide sobre a integridade física do papel escrito, procurando deturpar suas características originais através de emendas ou rasuras, que substituem ou acrescentam no texto letras ou algarismos – é a modalidade de falso material consistente na alteração de documento verdadeiro. Ou pode consistir na criação, pelo agente, do documento falso, quer pela imitação de um original legítimo (tal como na produção de um diploma falso), quer pelo livre exercício da imaginação do falsário (como na produção de uma carta particular apócrifa) – e o caso será daqueles para os quais o legislador reservou, com sentido específico, o termo falsificação (arts. 297 e 298), que, se assim não fora, significaria genericamente todos os modos de falso documental.”
Rogério Greco no diz: 
‘’ A diferença existente entre os delitos tipificados nos arts. 297 e 298 do Código Penal diz respeito, tão somente, ao objeto material, pois, naquele, o documento é público e neste, privado. Assim, tudo o que foi dito com relação ao delito de falsificação de documento público aplica-se à falsificação de documento privado.’’
 Sujeito ativo é comum e o passivo primeiro é o estado e depois o terceiro efetivamente prejudicado.
 O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade consciente de praticar uma das condutas nucleares típicas. 
 A consumação se dá quando o agente pratica alguma das ações nucleares do caput.
 A Ação Penal é pública incondicionada.
 Com o quantum de pena cominada e de acordo com o Art. 89 da Lei 9.099/95, será possível a Suspensão Condicional do Processo.

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