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Crimes contra a Fé pública Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. A proteção recai não só sobre o interesse dos particulares, como também do Estado, enquanto o titular do direito de emitir e fazer circular a moeda. ➔ Os tribunais superiores têm decidido que não se aplica o princípio da insignificância. • Para o STJ o crime é formal e de perigo abstrato, já que a mera execução da conduta típica presume absolutamente o perigo ao bem jurídico tutelado. • O STJ decidiu que não se aplica a regra do arrependimento posterior se o agente repara o dano que causou a pessoa que recebeu a moeda falsa, pois, neste crime, a relevância não está no prejuízo patrimonial, mas na fragilização da confiança que deve ser depositada no sistema monetário. ➔ Não constitui o crime aquele que reconheceu posterior a transferência a falsidade da moeda. Sujeitos do crime ➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito. ➔ O sujeito passivo será a coletividade, assim como possíveis afetados. Conduta Pune-se aquele que falsificar, fabricando-a ou alterando-a (utiliza se de moeda verdadeira, porém a altera), moeda metálica ou papel moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Falsificar: Conferir aparência enganadora. De acordo com a doutrina, só irá configurar o crime se a alteração for no sentido de atribuir maior valor a cédula ou moeda metálica. • É essencial que a falsificação seja capaz de iludir aquele que se destina, entretanto, nem sempre a falsificação grosseira constituirá fato atípico, visto poder se configurar o crime de estelionato em alguns casos. Moeda falsa Súmula 73 do STJ: a utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual. Voluntariedade É o dolo em que o agente está consciente de que irá praticar o delito. Não se exige finalidade especial em relação ao agente, nem mesmo que ele pretenda colocar a moeda falsificada em circulação. Consumação Consuma-se o crime no momento da fabricação ou alteração, desde que esteja apta a iludir. Tentativa É perfeitamente possível. Forma equiparada O parágrafo primeiro prevê a mesma pena para quem, por conta própria ou alheia, importar, exportar, adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar, induzir em circulação moeda falsa. ➔ Somente para o agente que não concorreu, de qualquer modo, para falsificação. ➔ Deve ter potencialidade lesiva. Privilégio o parágrafo segundo, fala sobre a espécie privilegiada, em que na hipótese daquele que tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de reconhecer a falsidade. • Consumado no momento em que a moeda falsa é colocada em circulação. Falsificação funcional O parágrafo terceiro trata-se da figura delituosa diversa, que possui uma punição mais severa. Nesta modalidade o crime é próprio, tendo como sujeito passivo o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: 1) Moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei. 2) Papel moeda em quantidade superior à autorizada. O dolo consiste na vontade do agente de praticar as condutas previstas, sendo a consumação com a ocorrência dessas práticas. A tentativa é possível. De acordo com Fragoso “haverá concurso material, se o agente praticar em seguida qualquer outro crime, com a moeda produzida irregularmente (peculato, estelionato...).” Desvio e circulação antecipada O parágrafo quarto, prevê a conduta equiparada no anterior, punindo aquele que desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. Ação penal A ação penal será pública incondicionada. Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. Sujeitos do crime ➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito. ➔ O sujeito passivo será coletividade, assim como os possíveis prejudicados pela ação do agente. Se funcionário público trabalha na repartição onde o dinheiro se encontrava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo, a pena máxima será aumentada para 12 anos e multa (Art.290, P único). Conduta ➔ Pune-se aquele que: • Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédula, notas ou bilhetes verdadeiros; ❖ Elabora nova cédula, nota ou bilhete com aparência verdadeira. • Suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhido, para o fim de restituí-lo à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; ❖ Possui intuito de reintroduzir nota, célula ou bilhete já recolhidos, eliminando o sinal que identifica a retirada, seja por meio de agentes químicos, lavagens... • Restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização. ❖ Restitui a circulação cédula, nota ou bilhete que foram formadas por fragmentos, ou restituir a circulação aqueles que foram recolhidos para fins de serem inutilizados. ➔ Se o agente de qualquer modo, concorreu na formação das ações anteriores a terceira, será constituído post factum impunível. ➔ Essa conduta não pode ser confundida com a introdução de moeda falsa a circulação, que é punido de acordo com o parágrafo primeiro do artigo 289 do código penal. É imprescindível que a formação da moeda com fragmentos e a suspensão do sinal indicativo sejam capazes de iludir. A imitação grosseira poderá se enquadrar, como meio para a prática do estelionato. Voluntariedade É o dolo, é que o agente está ciente de que irá praticar uma conduta criminosa. crimes assimilados ao de moeda falsa Consumação Ocorrerá com a formação da cédula a partir de fragmentos, com a suspensão do sinal indicador de recolhimento, ou com a entrada da moeda em circulação. ➔ Não é necessário a ocorrência de dano. Tentativa Por se tratar de um crime plurissubsistente, a tentativa é possível. Ação penal Será pública incondicionada, em que a justiça federal é a justiça competente para apreciá-la.Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Sujeitos do crime ➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito. ➔ O sujeito passivo será o estado, e há quem inclua também a coletividade. Conduta Pune-se aquele que fabricar, adquirir, fornecer a título oneroso ou gratuito, possuir, guardar, maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. ➔ O objeto material do crime é o maquinismo, o aparelho, o instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação da moeda. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente da sua conduta criminosa. É irrelevante a alegação de que o fim era a produção de moeda “verdadeira”, pois somente a união tem a exclusividade de emiti-la. Consumação Ocorre com a fabricação, a aquisição, fornecimento, posse ou guarda de maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado a falsificar moeda. ➔ As 2 últimas condutas configuram o crime permanente. Tentativa É possível, no entanto no fornecimento, por exemplo, a tentativa será difícil de se configurar, já que ao tentar fornecer, o agente deve ter fabricado, adquirido, possuído ou guardado o petrecho. Ação penal Será ação penal pública incondicionada, apreciada pela justiça federal. Petrechos para falsificação de moeda Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. ➔ O objeto material do crime previsto no artigo 297 é o documento público. Sujeitos do crime ➔ O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Porém quando o crime é praticado por funcionário público no exercício das suas funções, aumenta- se a pena. ➔ Sujeito passivo principal é o Estado, a coletividade e, o terceiro eventualmente lesado pela conduta delitiva. CONCEITO DE DOCUMENTO ➔ Peça escrita que condensa graficamente o pensamento de alguém. ➔ Prova um fato ou a realização de algum ato dotado de significação ou relevância jurídica. ➔ Condição essencial de documento público consiste no seu caráter de autenticidade ➔ Identificado o seu autor pela aposição de assinatura ou rubrica ou mesmo pelo seu próprio conteúdo nos casos em que a lei não exija expressamente a subscrição. Conduta Falsificar: significa criar materialmente, fabricar, formar, contrafazer. Alterar: exclui termos, acrescenta dizeres, substitui palavras por outras etc. ➔ É indiferente que a falsificação se dê em todo papel ou parte deste; falsificar todas as vias que formam o documento, ou apenas uma delas, constitui o crime em apreço. ➔ É indispensável para a ocorrência do crime de falsidade que o conteúdo do escrito tenha relevância jurídica, ou seja, que contenha manifestação ou testemunho de vontade, apto para fundar ou amparar pretensão jurídica ou para provar fato juridicamente relevante. ➔ Além disso, como consequência, a falsidade documental não existe sem ao menos a possibilidade de dano, material ou moral. Falsificação de papeis público https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293i ➔ É indispensável, por fim, que haja imitação da verdade (imitatío verí), que a falsificação seja idônea para iludir um número indeterminado de pessoas. ➔ A falsificação grosseira, reconhecida facilmente, perceptível icti oculi, não configura o crime de falso, embora possa servir como meio para a prática de outro delito (estelionato, peculato...). Documentos relacionados ➔ A substituição de fotografia em documento de identidade, segundo a jurisprudência, caracteriza o crime de falsificação de documento público, pois constitui ela parte juridicamente relevante do documento, havendo alteração dos efeitos jurídicos do mesmo, embora haja decisões no sentido de se ter como configurado no caso apenas o delito de falsa identidade. ➔ O documento particular com reconhecimento de firma ou letra feito por tabelião não é documento público, mas a parte relativa à certificação do oficial é. ➔ São documentos públicos as cópias autênticas, traslados, certidões, fotocópias e xerocópias autenticadas ou conferidas dos documentos originais. ➔ Está também equiparado o título ao portador ou transmissível por endosso, no seu conceito de direito comercial (cheque, letra de câmbio, nota promissória, warrant, conhecimento de depósito, duplicata etc.). Não desnatura essa qualidade o fato de terem sido emitidos em branco o cheque ou a nota promissória. ➔ As ações de sociedade comercial (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações), sejam elas quais forem (preferenciais, ordinárias, de gozo ou fruição, nominativas ou ao portador), também estão tuteladas e, a rigor, estariam incluídas entre os títulos ao portador ou transmissíveis por endosso. ➔ Os livros mercantis, de que se serve o comerciante para a escrituração do seu estabelecimento, são também equiparados ao documento público, quer obrigatórios, quer facultativos. Voluntariedade O dolo é a vontade de falsificar ou alterar o documento público, ciente o agente de que o faz ilicitamente. ➔ Pouco importa que haja erro, supondo o agente que se trata de documento particular. ➔ Desnecessário, porém, o intuito de prejudicar, já que não exige a lei tal elemento subjetivo do tipo (dolo específico). Consumação Consuma-se o crime com a falsificação ou alteração, independentemente do uso ou qualquer consequência ulterior, ou danos. Não é necessário, que o documento saia da esfera individual do agente e inicie uma relação qualquer com outrem, de modo que possa produzir efeitos jurídicos. Tentativa Se tratando de crime plurissubsistente; é teoricamente possível a ocorrência de tentativa, entretanto, determinados comportamentos são incompatíveis com a tentativa, como exemplo, o uso de papeis públicos falsificados, em que o primeiro ato de uso já se tem a consumação do delito. Funcionário publico ➔ Quando o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (art. 297, § 1°). ➔ Em que houve traição ou infidelidade do agente para com o cargo público em que se acha investido. ➔ Necessário que cometa o crime prevalecendo- se do cargo. Formas equiparadas § 1o Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; ➔ Os comportamentos guardar, possuir e deter, são forma permanentes do crime. ➔ Somente quem não concorreu de qualquer modo na falsificação que respondepela figura equiparada. II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; ➔ A guarda do material, constitui o crime permanente. III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria : a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; ➔ Trata-se de crime próprio, em que só pode ser cometido por comerciante ou industrial. ➔ Equipara-se a atividade comercial a qualquer modalidade, seja ela regular ou irregular. b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. ➔ Crime formal. ➔ Importa, exporta, adquire, vende, expõe a venda, mantem em deposito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou de qualquer forma utiliza em proveito próprio ou alheio, produto ou mercadoria sem selo oficial. Figuras delituosas complementares § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. ➔ Com intuito de reutilizar papeis já recolhidos, elimina sinal que identifica a retirada. ➔ Não é necessário segundo Damásio, haver efetiva reutilização, sendo a tentativa possível. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 5o - Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. ❖ Se qualquer das condutas estabelecidas nos § 2 e 4, recai em selo ou outra forma de franqueamento ou vale postal o crime será o do artigo 37 da Lei n° 6.538/76. ❖ Fazer o uso do selo falsificado é mais do que suficiente, não havendo a necessidade de vender a mercadoria contendo o selo falsificado. Ação penal Será ação penal pública incondicionada. Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas: I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Sujeitos do crime ➔ Qualquer pessoa pode cometer o crime em estudo. ➔ O sujeito passivo será o Estado, e os lesados pela falsificação. Conduta Consiste em falsificar, fabricando ou alterando: ➔ Selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município. • O objeto material a que refere, é aquele utilizado pela União, Estado ou Municípios, contendo características próprias, destinadas a reconhecer o documento como verdadeiro. • Não se confunde com o selo referido no artigo 293, destinado a controle tributário ➔ Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público. • As entidades são as pessoas jurídicas de direito público, autarquias e fundações, não incluindo os entes de corporação, bem como as empresas estatais, já que possuem natureza de pessoa jurídica de direito privado. ➔ Selo sinal atribuído por lei a autoridade • A autoridade é aquela que autêntica documento utilizando selos ou sinais. ➔ Sinal público de tabelião • É o escrito que integra a sua assinatura, destinado a demonstrar a veracidade de seu ato ao atestar determinado documento. • Carimbo não é sinal público. Falsificação do selo ou sinal publico ❖ A falsificação de selo público de titularidade de autoridade estrangeira não configura o delito em estudo. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente da ação delituosa e está ciente da destinação do documento. Consumação Consuma-se no momento em que é praticado qualquer uma das condutas descritas, independentemente da ocorrência de dano efetivo. Tentativa Por se tratar de um crime plurissubsistente, a tentativa é possível. Forma equiparada O primeiro parágrafo determina quem incorre nas mesmas penas: ➔ Quem faz uso do selo ou sinal falsificado (não tenha praticado a falsificação em si). ➔ Quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem em proveito próprio ou alheio (objetivo de prejudicar outrem ou enriquecimento, através da utilização indevida). ➔ Quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgão ou entidades da administração pública. Ação penal Ação será pública incondicionada. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. Objetividade jurídica Tutela-se a fé pública no que tange a autenticidade dos documentos emanados da administração pública. Sujeitos do delito ➔ Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime previsto. ➔ Sujeito passivo é o Estado e eventuais prejudicados. ➔ Se o agente é funcionário público, e cometeo crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte, assim como descrito no primeiro parágrafo. Conduta Pune-se a falsificação do documento, no todo ou em parte (contrafação total ou parcial) ou a alteração do verdadeiro. ➔ É preciso também que seja dotado de possibilidade objetiva de enganar. É preciso ainda que o documento do público seja: a) Documento formal e substancialmente público: emanado de agente público no exercício de suas funções e seu conteúdo de respeito a questões inerentes ao interesse público. b) Documento formalmente público, mas substancialmente privado: O interesse é de natureza privada, mas o documento é emanado de entes públicos. Falsificação de documento publico Somente as cópias que forem autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório com os respectivos originais, assume a condição de documento, podendo provar determinada situação jurídica (artigo 425, III, do CPC). O documento particular em que houver reconhecimento de firma autenticação não será, por este motivo, considerado o público, mas, no que tange aos atos do tabelião, sim. Para Damásio, os telegramas transmitidos por funcionário público, com conteúdo de assunto público, constituem documento público. O paragrafo 2° do artigo 297 diz quais documentos são equiparados a documentos públicos. ➔ Emanado de entidade paraestatal ➔ O título ao portador ou transmissível por endosso ➔ As ações de sociedade comercial ➔ Os livros mercantis ➔ Testamento particular. Substituição de fotografia em documento publico ➔ A divergência na doutrina, para alguns o fato se encaixa mais no artigo 307 (falsa identidade) do que no artigo em estudo, visto permanecer autêntico o documento. Voluntariedade É o dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documento. Consumação Consuma se no momento em que é praticado uma das ações nucleares previstas no artigo, independentemente de uso de documento falso. ➔ Quanto ao local para julgamento, prevalece que a competência territorial é a daquele em que se deu a falsificação (art. 70 do CPP). Tentativa Devido se tratar de crime plurissubsistente, em que o crime pode ser fracionado, a tentativa é possível. Majorante de pena § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Formas equiparadas I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado Ação penal A ação será pública incondicionada. Princípio da especialidade ➔ Código penal X código eleitoral: pune quem falsificar, documento público, ou alterar documento público verdadeiro para fins eleitorais. ➔ Código penal X Lei.7492/86: pune quem imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou pôr em circulação, sem autorização escrita da sociedade emissora, certificado, cautela ou outro documento representativo de título ou valor mobiliário. ➔ Código penal X código penal militar: pune-se quem falsificar documentos, que atente contra a administração ou o serviço militar. Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. ➔ Falsificação de cartão Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. Objetividade jurídica Ainda que se referindo a documento particular, a falsificação lesa a fé pública, ou seja, a confiança das pessoas na sua autenticidade. Sujeitos do delito ➔ Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime previsto no artigo 298. ➔ Sujeito passivo é o Estado e eventuais prejudicados. ➔ Não há nenhuma referência a aumento de pena para a falsificação praticada por funcionário público porque ou este comete o crime no exercício de suas funções, e o documento é público, ou o faz como qualquer pessoa. Conduta É a falsificação do documento, no todo ou em parte (contrafação total ou parcial) ou a alteração do verdadeiro. Por documento particular entende-se o que é feito ou assinado por particulares, sem interferência de funcionário público no exercício de suas funções, seja para estabelecer um laço jurídico, criando uma obrigação, seja para atestar qualquer outra manifestação da vontade, ainda quando expressivo de ato unilateral. • Deve-se lembrar, porém, que certos documentos particulares são equiparados aos documentos públicos pelo artigo 297 (o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso etc.). O parágrafo 2° do artigo 297 diz quais documentos são equiparados a documentos públicos. ❖ Emanado de entidade paraestatal ❖ O título ao portador ou transmissível por endosso ❖ As ações de sociedade comercial ❖ Os livros mercantis ❖ Testamento particular. ➔ É necessário que o documento particular tenha relevância jurídica. ➔ É preciso também que seja dotado de possibilidade objetiva de enganar. ➔ O falso é punível ainda quando dele nenhum prejuízo efetivamente decorra, contanto que o dano seja possível. Falsificação de documento particular ➔ A lei de 12.737/12 Acrescentou um parágrafo ao artigo 298, anunciando equiparar-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. Há documentos particulares, que podem ser elaborados e assinados no formato eletrônico seguindo padrões de segurança e autenticidade. A falsificação ou a alteração de um documento dessa natureza pode perfeitamente se inserir do tipo do artigo 298 do código civil. Voluntariedade É o dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documento particular, criando a possibilidade de dano à esfera jurídica de outrem. Consumação ➔ Consuma-se no momento que ocorre a contra fração ou alteração do documento particular. ➔ Somente poderá ser iniciada a ação penal se for exibido pelo agente ou com ele encontrado a falsificação do documento. ➔ Se o falsário suprime o objeto material do delito, extingue-se a punibilidade pelo arrependimento eficaz, até porque terá desaparecido o objeto do crime, impossibilitando que se faça a prova de forma indireta. ➔ Consuma-se, independentemente de uso de documento falso, isto é, sem necessidade de que este saia da esfera individual do agente e inicie uma relação qualquer com outrem, de modo que possa produzir efeitos jurídicos. Tentativa Como o delito pode ser fracionado, a tentativa é perfeitamente possível. Ação penal A ação será pública incondicionada. Princípio da especialidade. Código penal X código eleitoral: Pune quem falsificar, no todo ou em parte, documento particular, ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais. Código penal X Lei 8.137/90: Pune quem falsificar ou alterar nota fiscal, fatura,duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável. Código penal X código militar: Pune quem falsificar documentos, que atente contra a administração ou o serviço militar. Concurso Para as mesmas questões referentes à falsificação e uso do documento particular falsificado para a prática de outro crime ou para encobri-lo, valem as soluções apontadas para o crime previsto no artigo 297. Ocorre, porém, que diferente da pena da falsificação de documento público, a pena prevista para a falsificação do documento particular é idêntica ao delito de estelionato. Nessas condições, mais aceitável é a absorção do falsum pelo crime patrimonial. Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Conceito Outras denominações utilizadas para designar esse delito são: falso intelectual, falso ideal, falso moral e falso não material. Na falsidade material diz respeito da forma do documento (sua parte exterior), já na falsidade ideológica, trata-se sobre do conteúdo do documento. • Enquanto na falsidade material o crime é apurado pelo exame do escrito para se verificar se houve contrafação ou alteração, na ideológica somente pode ser constatado pela verificação dos fatos a que se refere o documento. Objetividade jurídica O objeto jurídico do artigo 299 é a fé pública, não mais no que se refere à autenticidade do documento, mas à sua veracidade, ao seu conteúdo. ➔ Tutelados nos dispositivos estão os documentos públicos e os particulares, merecendo o falso ideológico dos primeiros penas mais severas que a dos demais, embora o tipo penal seja o mesmo. Sujeito do crime ➔ Qualquer pessoa pode praticar o crime. ➔ Se o agente for funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de sexta parte (art. 299, parágrafo único, 1a parte). ➔ Sujeito passivo do crime, é o Estado e, também, qualquer pessoa a quem a falsificação prejudicou. Conduta São 3 as ações incriminadas: 1. Omitir declaração a que estava o agente obrigado. O agente silencia, não menciona fato a que era obrigado a fazer constar do documento. Tem-se entendido que se trata de crime omissivo puro (omissão própria), ou seja, aquela que viola um comando imperativo. 2. inserir declaração falsa ou diversa da que devia o agente fazer. Inserir significa colocar, introduzir, intercalar, incluir, por ato próprio, a declaração inverídica de modo direto, elaborando o agente o documento. Trata-se, nesse caso, de falsidade imediata. 3. Fazer inserir, em inserir de modo indireto, em utilizar-se o agente de terceiro para introduzir Falsidade ideológica ou incluir por sua determinação a declaração falsa ou diversa da que devia constar. Trata- se de falsidade mediata, da qual será coautor aquele que escreve o documento se tiver ciência da falsidade. Na falsidade mediata não é imprescindível a presença do agente no momento da feitura do documento, já que a declaração pode ser feita por escrito pelo agente para que seja inserida no documento. Refere-se a lei à declaração falsa, inverídica, e à diversa da que devia ser escrita, em que "ocorre a substituição de uma declaração verdadeira e substancial por outra também verdadeira, mas inócua ou impertinente ao caso". ➔ Dispensa o crime para a sua configuração, a efetiva ocorrência do prejuízo, bastando a potencialidade do dano. Se o oficial ou funcionário público que a recebe está subordinado a averiguar, propus sensibus, a fidelidade da declaração, o declarante, ainda quando falte à verdade, não comete ilícito penal. Em relação a simulação estabelecida no código civil como causa de nulidade do negócio jurídico, é possível se falar em falsidade ideológica? Sim, hoje no ato em que foi lavrada a escritura, inseriu se em documento público declaração falsa (que o imóvel seria transmitido por compra e venda) com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Papel assinado em branco Hungria distingue a hipótese de que ao agente tenha sido confiado o documento daquela que se apossou do papel, vendo na primeira a falsidade ideológica e, na segunda, a falsidade material. A primeira solução é a mais acertada: se a folha estiver na posse legítima do agente, para que a preencha de acordo com o entendimento mantido com o signatário, o preenchimento abusivo será falsidade ideológica, pois insere ele declaração diversa da que deveria ser escrita; se o papel foi obtido por meio ilegítimo (fraude, apropriação indébita etc.) ou apenas confiado ao agente para guarda, o preenchimento constituirá falsidade material, pois haverá no caso contratação total. ➔ O STJ tem decidido que o ato de firmar declaração inverídica de pobreza para fins processuais ou de inserir outras informações. correlatas que não correspondem à realidade não constitui falsidade ideológica. ➔ Já se decidiu também não haver falsidade ideológica na inserção de dados inverídico petição judicial. ➔ o STJ considera que a inserção de informação falsa em currículo Lattes não caracteriza o crime de falsidade ideológica. ➔ Constitui crime de falsidade ideológica declarar ou atestar falsamente prestação de serviços para fim de instruir pedido de remição de pena. Voluntariedade ➔ O dolo, ciente o agente de que a declaração é falsa ou diversa da que devia ser escrita. ➔ Indispensável, porém, é o elemento subjetivo do tipo (dolo específico), previsto expressamente na cláusula "com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante". ➔ É indiferente que o agente queira o prejuízo, ou seja, a intenção ou propósito de causar dano, configurando-se o crime ainda que não resulte efetivo prejuízo ou lucro. ➔ Não prevê a lei o procedimento meramente culposo da falsidade ideológica. Consumação ➔ Consuma-se com a omissão ou a inserção direta ou indireta da declaração falsa ou diversa da que devia constar. ➔ Trata-se de crime de natureza formal, que não exige o prejuízo efetivo; basta a possibilidade de dano. ➔ Com a falsidade ideológica afeta o documento tão somente em sua ideação e não a sua autenticidade ou inalterabilidade, é desnecessária a perícia (RTJ 178/770). Tentativa Entende Noronha que a tentativa somente é possível na forma comissiva de fazer inserir a declaração, pois na de inserir o agente pode declarar a verdade até o encerramento do documento. Majorante de Pena. No parágrafo único do artigo 299 estão previstas duas formas qualificadas do crime em estudo. ➔ A primeira delas refere-se à falsidade ideológica do funcionário público que comete o ilícito prevalecendo-se do cargo. ➔ A segunda ocorre quando a falsificação ou alteração diz respeito a assentamento de registro civil, ou seja, às inscrições de nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações, interdições, sentenças declaratórias de ausência, incluindo-se as averbações (Lei n° 6.015, de 31-12- 1973). Concurso ➔ Reunindo-se numa mesma pessoa o autor dafalsidade e o usuário do documento falso, responde ele somente pelo primeiro crime. ➔ Tratando-se de crime de sonegação fiscal, a falsidade ideológica, como meio para a execução daquele delito, é absorvida por este, entendendo- se na jurisprudência haver no caso a aplicação do princípio da especialidade. Prescrição ➔ Tratando-se de falsificação de registro civil, o prazo da prescrição, nos termos do artigo 111, IV, conta-se a partir da data em que o fato se tornou conhecido da autoridade pública. • Tal conhecimento, segundo Hungria, deve ser presumido quando o fato se fez notório ou foi noticiado por meio de ampla divulgação (imprensa, rádio, televisão etc). Ação penal A ação será pública incondicionada Princípio da especialidade Código penal X Lei n° 11.101/05: pune quem sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no processo de falência, de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial, com o fim de induzir a erro o juiz, o Ministério público, os credores, assembleia-geral de credores, o Comitê ou o administrador judicial. Código penal X Lei n° 9.605/98: pune funcionário público que fizer afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnicos- científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental. Código penal X Lei n° 8.137/90: constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, a contribuição social e qualquer acessório mediante as seguintes condutas: 1. omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; 2. fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal. Código penal X Lei n° 7.492/86: Pune quem fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo inserir, em documento comprobatório de investimento em títulos ou valores mobiliários, Declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar. Código penal X código eleitoral: é o crime previsto no artigo 350 do código eleitoral “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”. Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Sujeitos do crime ➔ Trata-se de crime próprio, em que só pode ser praticado por quem exerce a função pública, com poderes para reconhecer firmas ou letras. • Tabelião de notas, oficial do registro civil... ➔ O sujeito passivo será o Estado, e os possíveis lesados pela condutora gente. Conduta Pune quem reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja. ➔ A natureza do documento irá influenciar na pena combinada ao reconhecimento irregular, punindo assim, com maior severidade o agente que pratica a ação criminosa em documento público, em razão, da maior segurança que transmite e da credibilidade que os cerca. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente que irá praticar uma conduta criminosa. ➔ A dúvida quanto a autenticidade da assinatura gera dolo eventual. Consumação Consuma-se no momento em que o agente efetua o reconhecimento irregular, independentemente da devolução do documento àquele que solicitou o reconhecimento, bem como da ocorrência do dano efetivo (RT 524/458). Tentativa Alguns doutrinadores acreditam que por se tratar de crime plurissubsistente, a tentativa é possível. no entanto, há quem discorde e afirme o reconhecimento da assinatura é um ato único, sendo assim a tentativa impossível. Ação penal A ação será pública incondicionada. Princípio da especialidade Código penal X código eleitoral: pune quem reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que não seja para fins eleitorais. Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Falsidade material de atestado ou certidão § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa, ➔ Diz respeito à autenticidade de atestados emitidos com a finalidade de habilitar alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público ou qualquer outra vantagem. ➔ É uma hipótese especial de falsidade ideológica, em que o agente, em documento materialmente verdadeiro, testa, certifica fato ou circunstância que não se refere à verdade. Sujeitos do crime ➔ Por se tratar de crime próprio, só poderá ser cometido por quem ocupa a função pública. ➔ O sujeito passivo será o Estado. ➔ Não se exige que o agente esteja no exercício da função, bastando somente que cometa uma das condutas típicas em razão dela. Conduta Pune-se o funcionário público que, no desempenho da função, atesta ou certifica falsamente, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. ➔ O conteúdo do atestado ou certidão deve se referir a pessoa beneficiada pela emissão. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente de que irá praticar um crime. ➔ Havendo o intuito de lucro, a pena será cumulada com multa. Consumação A doutrina é divergente no que tange à consumação do crime, há quem acredite que seja no momento em que se encerra o atestado ou a certidão; outros posicionamentos alegam que a conduta se perfaz somente quando o atestado ou certidão é entregue a terceiro. Tentativa Devido se tratar de um crime plurissubsistente, em que a conduta pode ser fracionada, a tentativa é possível. Ação penal A ação será publica incondicionada. Certidão ou atestado ideologicamente falso Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. ➔ Desrespeito a autenticidade do conteúdo de atestado fornecido pelo médico, no exercício de sua profissão. Sujeitos do crime Somente o médico, no exercício de sua profissão, pode praticar o crime. ➔ Tratando-se de delito próprio, exclui-se do espectro da incriminação o dentista, veterinário, enfermeiros... que caso falsifiquem atestados, incorreram nas penas do artigo 299 do código penal. ➔ Sujeito passivo será o Estado e o individuo que vem a sofrer danos pela utilização do atestado falso. Conduta Consiste em dar o médico, atestado falso, escrevendo assim informações inverídicas, entregando em seguida, o documento ideologicamentefalso ao interessado. ➔ A julgados entendendo que o atestado de óbito falso, emitido para encobrir causa mortis, configura o crime do artigo 299 do código penal e não este artigo. ➔ A mera opinião emitida pelo profissional, mesmo que equivocada, não configura o crime. ➔ É imprescindível, que a falsidade recaia sobre o fato juridicamente relevante e potencialmente lesivo. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente de que irá praticar um crime. ➔ Ao testar o médico fato ou circunstância, na dúvida, pode caracterizar o dolo eventual. ➔ O parágrafo único, determina que, se o crime for cometido com o fim de lucro, aplica se também multa. Consumação Ocorre no momento em que o médico fornece o atestado falso, independentemente de haver consequências. Tentativa Por se tratar de crime plurissubsistente, a tentativa é perfeitamente possível. Falsidade de atestado médico. Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. ➔ Tutela-se a fé pública em relação ao mercado filatelista, isto é, a confiança que deve existir entre colecionadores de selos postais. Sujeitos do crime ➔ Qualquer pessoa pode praticar o crime em estudo. ➔ O sujeito passivo será o Estado e o possível lesado pela conduta. Conduta Consiste o crime em reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção. ➔ Exige-se que os objetos tenham valor para a coleção. ➔ Exclui o crime quando a reprodução alteração estiver anotada na face ou no verso do objeto. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está consciente que irá praticar um crime. Consumação Ocorre no momento da contrafação ou da alteração, independentemente da colocação do objeto em circulação. Tentativa É possível, pois se trata de crime plurissubsistente. Ação penal A ação será pública incondicionada. Reprodução ou alteração de selo ou peça filatélica Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Objetividade jurídica Tutela-se a fé pública, lesada com o uso do documento falso. A falsificação e o uso do escrito falsificado são ações da mesma natureza, da mesma criminalidade, desta forma, devem ser punidas as duas condutas. Sujeitos do delito ➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito, inclusive o falsificador. Este, porém, respondera apenas por um dos delitos, uma vez que o uso neste caso é post factum impunível. ➔ Sujeito passivo do crime é o Estado (sujeito passivo primário), e também a vítima (sujeito passivo secundário), a quem o uso pode causar prejuízo. Tipo objetivo A conduta típica é fazer uso, ou seja, é usar, utilizar o documento material ou ideologicamente falso, como se fosse autêntico ou verídico (documentos dos artigos 297 e 302). ➔ Indispensável é, portanto, que seja empregado o documento falso em sua específica destinação probatória. ➔ Não sendo de considerar tal a exibição com o fim de vangloriar-se, por ostentação etc., quando não há possibilidade de prejuízo ou dano. ➔ O uso pode ser judicial ou extrajudicial. ➔ Não basta a mera alusão ao documento e não há crime, também se o documento falso foi encontrado em revista policial ou em decorrência da prisão do portador; se o portador for forçado pela autoridade a exibi-lo; se foi solicitado pela autoridade e não exibido espontaneamente; se foi retirado do bolso do portador; se o agente apenas o traz consigo. ➔ Tratando-se de infração que deixa vestígios, exige-se, o exame de corpo de delito direto, o qual somente pode ser suprido pelo indireto quando sua realização for absolutamente impossível. Tipo subjetivo O dolo é a vontade de usar o documento falso, sendo indispensável que o agente tenha ciência da falsidade. ➔ A dúvida do agente quanto à autenticidade do documento integra o dolo eventual, configurando o seu uso o crime em estudo. O erro, ou seja, a boa-fé do usuário, exclui o dolo e, portanto, o crime. ➔ É indiferente à lei penal a finalidade do uso do documento, existindo o ilícito quando pode o fato causar prejuízos econômicos, morais, sociais, políticos etc. Uso de documento falso Consumação Consuma-se o crime no instante em que o documento falso entra no âmbito da pessoa iludida, desde que possa ser o fato considerado como uso, com o primeiro ato de utilização, ainda que não haja proveito para o agente ou prejuízo efetivo para a vítima. ➔ Trata-se de crime instantâneo, embora com efeitos permanentes, e a prescrição começa a correr do primeiro ato de uso. ➔ No caso de Carteira Nacional de Habilitação, há quem entenda caracterizado o delito com o simples porte. ➔ O crime de uso de documento falso pode ser absorvido pelo descaminho, desde que se trate de etapa executória deste último, nele exaurindo- se a potencialidade lesiva do falso. Tentativa É pacífica a opinião de que não é admissível a tentativa de uso de documento falso. Se o uso e o emprego ou tentativa de emprego já configura uso. É nesse sentido a jurisprudência e a doutrina. Competência para julgamento Súmula 104 do STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. Súmula 200 do STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. Súmula 546 do STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. Súmula vinculante n° 36: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil. Concurso Apresenta-se divergência jurisprudencial quando há o uso do documento pelo próprio falsificador. A primeira corrente é a de que, nesse caso, responderá o agente pelo crime de falso, sendo a utilização do documento fato posterior não punível, exaurimento do primeiro delito. De outro lado, há ponderável opinião no sentido de que o uso é o crime-fim, denunciador de maior audácia do agente, devendo absorver a anterior falsificação. Segundo se tem decidido reiteradamente, o delito de uso de documento falso é absorvido quando é o meio fraudulento empregado para o crime de sonegação fiscal. Competência Desde que usado o documento falso, não há de indagar qual o lugar em que foi feita a falsificação: o foro competente para a ação penal é o do lugar em que foi usado o documento. Nos termos do art. 70 do CPP e conforme a Súmula 200 do STJ. Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar danoa outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Sujeitos do crime ➔ Qualquer pessoa pode praticar o crime em estudo. ➔ O sujeito passivo será o Estado e o eventual lesado pela conduta delituosa. Conduta ➔ Consiste em atribuir-se ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. ➔ Haverá crime se o agente, por escrito ou verbalmente: a) Se faz passar por terceira pessoa existente ou fictícia b) Faz com que terceiro se passe por outro individuo, real ou não. Voluntariedade É o dolo, em que o agente está ciente de que irá praticar uma conduta delituosa. ➔ É imprescindível que o agente pratique a ação visando obter uma vantagem, ou causar dano, para si ou para outrem. Conduta ➔ Ocorre no momento em que o agente atribui a si ou a terceiro identidade falsa, ainda que a vantagem visada não seja alcançada. Tentativa É possível, na execução por escrito. Ação penal A ação será publica e incondicionada. Súmula 522 - STJ - A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. (Aprovada em: 25/03/2015). Uso de documento de identificação civil de terceiro Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documentos dessa natureza, próprio ou de terceiros, configura o crime do artigo 308 do código penal. Falsa identidade
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