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Crimes contra a fé pública

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Crimes contra a 
Fé pública 
 
 
 
 
 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, 
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no 
país ou no estrangeiro: 
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta 
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, 
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na 
circulação moeda falsa. 
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como 
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à 
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido 
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e 
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou 
fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou 
autoriza a fabricação ou emissão: 
I - de moeda com título ou peso inferior ao 
determinado em lei; 
II - de papel-moeda em quantidade superior à 
autorizada. 
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz 
circular moeda, cuja circulação não estava ainda 
autorizada. 
 
A proteção recai não só sobre o interesse dos 
particulares, como também do Estado, enquanto o 
titular do direito de emitir e fazer circular a moeda. 
 
➔ Os tribunais superiores têm decidido que não se 
aplica o princípio da insignificância. 
 
• Para o STJ o crime é formal e de perigo abstrato, 
já que a mera execução da conduta típica 
presume absolutamente o perigo ao bem jurídico 
tutelado. 
 
 
 
 
 
 
• O STJ decidiu que não se aplica a regra do 
arrependimento posterior se o agente repara o 
dano que causou a pessoa que recebeu a moeda 
falsa, pois, neste crime, a relevância não está no 
prejuízo patrimonial, mas na fragilização da 
confiança que deve ser depositada no sistema 
monetário. 
 
➔ Não constitui o crime aquele que reconheceu 
posterior a transferência a falsidade da moeda. 
 
 
Sujeitos do crime 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito. 
 
➔ O sujeito passivo será a coletividade, assim como 
possíveis afetados. 
 
 
Conduta 
Pune-se aquele que falsificar, fabricando-a ou 
alterando-a (utiliza se de moeda verdadeira, porém a 
altera), moeda metálica ou papel moeda de curso 
legal no país ou no estrangeiro. 
 
Falsificar: Conferir aparência enganadora. 
 
De acordo com a doutrina, só irá configurar o crime se 
a alteração for no sentido de atribuir maior valor a 
cédula ou moeda metálica. 
 
• É essencial que a falsificação seja capaz de iludir 
aquele que se destina, entretanto, nem sempre a 
falsificação grosseira constituirá fato atípico, visto 
poder se configurar o crime de estelionato em 
alguns casos. 
 
Moeda falsa 
 
Súmula 73 do STJ: a utilização de papel moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime 
de estelionato, da competência da justiça estadual. 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo em que o agente está consciente de que irá 
praticar o delito. 
 
Não se exige finalidade especial em relação ao 
agente, nem mesmo que ele pretenda colocar a 
moeda falsificada em circulação. 
 
 
Consumação 
Consuma-se o crime no momento da fabricação ou 
alteração, desde que esteja apta a iludir. 
 
 
Tentativa 
É perfeitamente possível. 
 
 
Forma equiparada 
O parágrafo primeiro prevê a mesma pena para 
quem, por conta própria ou alheia, importar, exportar, 
adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar, 
induzir em circulação moeda falsa. 
 
➔ Somente para o agente que não concorreu, de 
qualquer modo, para falsificação. 
 
➔ Deve ter potencialidade lesiva. 
 
 
Privilégio 
o parágrafo segundo, fala sobre a espécie 
privilegiada, em que na hipótese daquele que tendo 
recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou 
alterada, a restitui à circulação, depois de reconhecer 
a falsidade. 
• Consumado no momento em que a moeda falsa é 
colocada em circulação. 
 
 
Falsificação funcional 
O parágrafo terceiro trata-se da figura delituosa 
diversa, que possui uma punição mais severa. 
 
Nesta modalidade o crime é próprio, tendo como 
sujeito passivo o funcionário público ou diretor, 
gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, 
emite ou autoriza a fabricação ou emissão: 
 
1) Moeda com título ou peso inferior ao 
determinado em lei. 
 
2) Papel moeda em quantidade superior à 
autorizada. 
 
O dolo consiste na vontade do agente de praticar as 
condutas previstas, sendo a consumação com a 
ocorrência dessas práticas. A tentativa é possível. 
 
 
De acordo com Fragoso “haverá concurso material, se 
o agente praticar em seguida qualquer outro crime, 
com a moeda produzida irregularmente (peculato, 
estelionato...).” 
 
 
 
Desvio e circulação antecipada 
 
O parágrafo quarto, prevê a conduta equiparada no 
anterior, punindo aquele que desvia e faz circular 
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. 
 
 
Ação penal 
A ação penal será pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete 
representativo de moeda com fragmentos de 
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em 
nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de 
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua 
inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou 
bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim 
de inutilização: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a 
doze anos e multa, se o crime é cometido por 
funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro 
se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em 
razão do cargo. 
 
 
Sujeitos do crime 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito. 
 
➔ O sujeito passivo será coletividade, assim como 
os possíveis prejudicados pela ação do agente. 
 
Se funcionário público trabalha na repartição onde o 
dinheiro se encontrava recolhido, ou nela tem fácil 
ingresso, em razão do cargo, a pena máxima será 
aumentada para 12 anos e multa (Art.290, P único). 
 
 
Conduta 
➔ Pune-se aquele que: 
 
• Formar cédula, nota ou bilhete representativo de 
moeda com fragmentos de cédula, notas ou 
bilhetes verdadeiros; 
 
❖ Elabora nova cédula, nota ou bilhete com 
aparência verdadeira. 
 
 
 
 
 
 
 
• Suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhido, 
para o fim de restituí-lo à circulação, sinal 
indicativo de sua inutilização; 
 
❖ Possui intuito de reintroduzir nota, célula ou 
bilhete já recolhidos, eliminando o sinal que 
identifica a retirada, seja por meio de agentes 
químicos, lavagens... 
 
• Restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em 
tais condições, ou já recolhidos para o fim de 
inutilização. 
 
❖ Restitui a circulação cédula, nota ou bilhete que 
foram formadas por fragmentos, ou restituir a 
circulação aqueles que foram recolhidos para fins 
de serem inutilizados. 
 
➔ Se o agente de qualquer modo, concorreu na 
formação das ações anteriores a terceira, será 
constituído post factum impunível. 
 
➔ Essa conduta não pode ser confundida com a 
introdução de moeda falsa a circulação, que é 
punido de acordo com o parágrafo primeiro do 
artigo 289 do código penal. 
 
 
É imprescindível que a formação da moeda com 
fragmentos e a suspensão do sinal indicativo sejam 
capazes de iludir. A imitação grosseira poderá se 
enquadrar, como meio para a prática do estelionato. 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, é que o agente está ciente de que irá 
praticar uma conduta criminosa. 
 
crimes assimilados ao 
de moeda falsa 
 
 
Consumação 
Ocorrerá com a formação da cédula a partir de 
fragmentos, com a suspensão do sinal indicador de 
recolhimento, ou com a entrada da moeda em 
circulação. 
 
➔ Não é necessário a ocorrência de dano. 
 
 
Tentativa 
Por se tratar de um crime plurissubsistente, a 
tentativa é possível. 
 
 
Ação penal 
Será pública incondicionada, em que a justiça 
federal é a justiça competente para apreciá-la.Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso 
ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, 
instrumento ou qualquer objeto especialmente 
destinado à falsificação de moeda: 
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
 
Sujeitos do crime 
 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito. 
 
➔ O sujeito passivo será o estado, e há quem inclua 
também a coletividade. 
 
 
Conduta 
Pune-se aquele que fabricar, adquirir, fornecer a 
título oneroso ou gratuito, possuir, guardar, 
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer 
objeto especialmente destinado à falsificação de 
moeda. 
 
➔ O objeto material do crime é o maquinismo, o 
aparelho, o instrumento ou qualquer objeto 
especialmente destinado à falsificação da moeda. 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está ciente da sua conduta 
criminosa. 
 
É irrelevante a alegação de que o fim era a produção 
de moeda “verdadeira”, pois somente a união tem a 
exclusividade de emiti-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consumação 
Ocorre com a fabricação, a aquisição, fornecimento, 
posse ou guarda de maquinismo, aparelho, 
instrumento ou qualquer objeto destinado a falsificar 
moeda. 
 
➔ As 2 últimas condutas configuram o crime 
permanente. 
 
 
Tentativa 
É possível, no entanto no fornecimento, por exemplo, 
a tentativa será difícil de se configurar, já que ao 
tentar fornecer, o agente deve ter fabricado, 
adquirido, possuído ou guardado o petrecho. 
 
 
Ação penal 
Será ação penal pública incondicionada, apreciada 
pela justiça federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Petrechos para 
falsificação de moeda 
 
 
 
 
 
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
 I – selo destinado a controle tributário, papel 
selado ou qualquer papel de emissão legal destinado 
à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 
11.035, de 2004) 
 II - papel de crédito público que não seja moeda 
de curso legal; 
 III - vale postal; 
 IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de 
caixa econômica ou de outro estabelecimento 
mantido por entidade de direito público; 
 V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro 
documento relativo a arrecadação de rendas públicas 
ou a depósito ou caução por que o poder público seja 
responsável; 
 VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa 
de transporte administrada pela União, por Estado ou 
por Município: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
➔ O objeto material do crime previsto no artigo 297 
é o documento público. 
 
 
 
Sujeitos do crime 
➔ O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Porém 
quando o crime é praticado por funcionário 
público no exercício das suas funções, aumenta-
se a pena. 
 
➔ Sujeito passivo principal é o Estado, a 
coletividade e, o terceiro eventualmente lesado 
pela conduta delitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO DE DOCUMENTO 
 
➔ Peça escrita que condensa graficamente o 
pensamento de alguém. 
 
➔ Prova um fato ou a realização de algum ato 
dotado de significação ou relevância jurídica. 
 
➔ Condição essencial de documento público 
consiste no seu caráter de autenticidade 
 
➔ Identificado o seu autor pela aposição de 
assinatura ou rubrica ou mesmo pelo seu próprio 
conteúdo nos casos em que a lei não exija 
expressamente a subscrição. 
 
 
Conduta 
Falsificar: significa criar materialmente, fabricar, 
formar, contrafazer. 
 
Alterar: exclui termos, acrescenta dizeres, substitui 
palavras por outras etc. 
 
➔ É indiferente que a falsificação se dê em todo 
papel ou parte deste; falsificar todas as vias que 
formam o documento, ou apenas uma delas, 
constitui o crime em apreço. 
 
➔ É indispensável para a ocorrência do crime de 
falsidade que o conteúdo do escrito 
tenha relevância jurídica, ou seja, que contenha 
manifestação ou testemunho de vontade, apto 
para fundar ou amparar pretensão jurídica ou para 
provar fato juridicamente relevante. 
 
➔ Além disso, como consequência, a falsidade 
documental não existe sem ao menos a 
possibilidade de dano, material ou moral. 
Falsificação de papeis público 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293i
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293i
 
➔ É indispensável, por fim, que haja imitação da 
verdade (imitatío verí), que a falsificação seja 
idônea para iludir um número indeterminado de 
pessoas. 
 
➔ A falsificação grosseira, reconhecida facilmente, 
perceptível icti oculi, não configura o crime de 
falso, embora possa servir como meio para a 
prática de outro delito (estelionato, peculato...). 
 
 
Documentos relacionados 
 
➔ A substituição de fotografia em documento 
de identidade, segundo a jurisprudência, 
caracteriza o crime de falsificação de documento 
público, pois constitui ela parte juridicamente 
relevante do documento, havendo alteração 
dos efeitos jurídicos do mesmo, embora haja 
decisões no sentido de se ter como configurado 
no caso apenas o delito de falsa identidade. 
 
 
➔ O documento particular com reconhecimento de 
firma ou letra feito por tabelião não é documento 
público, mas a parte relativa à certificação do 
oficial é. 
 
 
➔ São documentos públicos as cópias autênticas, 
traslados, certidões, fotocópias e xerocópias 
autenticadas ou conferidas dos documentos 
originais. 
 
 
➔ Está também equiparado o título ao portador ou 
transmissível por endosso, no seu conceito de 
direito comercial (cheque, letra de câmbio, nota 
promissória, warrant, conhecimento de 
depósito, duplicata etc.). Não desnatura essa 
qualidade o fato de terem sido emitidos 
em branco o cheque ou a nota promissória. 
 
 
➔ As ações de sociedade comercial (sociedade 
anônima e sociedade em comandita por ações), 
sejam elas quais forem (preferenciais, ordinárias, 
de gozo ou fruição, nominativas ou ao portador), 
também estão tuteladas e, a rigor, estariam 
incluídas entre os títulos ao portador ou 
transmissíveis por endosso. 
 
 
➔ Os livros mercantis, de que se serve o 
comerciante para a escrituração do seu 
estabelecimento, são também equiparados ao 
documento público, quer obrigatórios, quer 
facultativos. 
 
 
 
Voluntariedade 
O dolo é a vontade de falsificar ou alterar 
o documento público, ciente o agente de que o faz 
ilicitamente. 
 
➔ Pouco importa que haja erro, supondo o agente 
que se trata de documento particular. 
 
➔ Desnecessário, porém, o intuito de prejudicar, 
já que não exige a lei tal elemento subjetivo do 
tipo (dolo específico). 
 
 
Consumação 
Consuma-se o crime com a falsificação ou 
alteração, independentemente do uso ou qualquer 
consequência ulterior, ou danos. 
 
Não é necessário, que o documento saia da 
esfera individual do agente e inicie uma relação 
qualquer com outrem, de modo que possa produzir 
efeitos jurídicos. 
 
 
 
 
 
 
Tentativa 
Se tratando de crime plurissubsistente; é 
teoricamente possível a ocorrência de tentativa, 
entretanto, determinados comportamentos são 
incompatíveis com a tentativa, como exemplo, o uso 
de papeis públicos falsificados, em que o primeiro ato 
de uso já se tem a consumação do delito. 
 
 
Funcionário publico 
➔ Quando o agente é funcionário público e comete 
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a 
pena de sexta parte (art. 297, § 1°). 
 
➔ Em que houve traição ou infidelidade do agente 
para com o cargo público em que se acha 
investido. 
 
➔ Necessário que cometa o crime prevalecendo-
se do cargo. 
 
 
Formas equiparadas 
 § 1o Incorre na mesma pena quem: 
 I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis 
falsificados a que se refere este artigo; 
➔ Os comportamentos guardar, possuir e deter, são 
forma permanentes do crime. 
➔ Somente quem não concorreu de qualquer modo 
na falsificação que respondepela figura 
equiparada. 
 II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, 
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação 
selo falsificado destinado a controle tributário; 
➔ A guarda do material, constitui o crime 
permanente. 
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, 
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, 
fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, produto ou mercadoria : 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a 
controle tributário, falsificado; 
➔ Trata-se de crime próprio, em que só pode ser 
cometido por comerciante ou industrial. 
➔ Equipara-se a atividade comercial a qualquer 
modalidade, seja ela regular ou irregular. 
 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação 
tributária determina a obrigatoriedade de sua 
aplicação. 
➔ Crime formal. 
➔ Importa, exporta, adquire, vende, expõe a venda, 
mantem em deposito, guarda, troca, cede, 
empresta, fornece, porta ou de qualquer forma 
utiliza em proveito próprio ou alheio, produto ou 
mercadoria sem selo oficial. 
 
Figuras delituosas 
complementares 
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando 
legítimos, com o fim de torná-los novamente 
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua 
inutilização: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
➔ Com intuito de reutilizar papeis já recolhidos, 
elimina sinal que identifica a retirada. 
➔ Não é necessário segundo Damásio, haver efetiva 
reutilização, sendo a tentativa possível. 
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de 
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o 
parágrafo anterior. 
 § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora 
recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados 
ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, 
depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre 
na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou 
multa. 
§ 5o - Equipara-se a atividade comercial, para os fins 
do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, 
praças ou outros logradouros públicos e em 
residências. 
 
❖ Se qualquer das condutas estabelecidas nos § 2 e 
4, recai em selo ou outra forma de franqueamento 
ou vale postal o crime será o do artigo 37 da Lei n° 
6.538/76. 
 
❖ Fazer o uso do selo falsificado é mais do que 
suficiente, não havendo a necessidade de vender 
a mercadoria contendo o selo falsificado. 
 
 
Ação penal 
Será ação penal pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da 
União, de Estado ou de Município; 
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito 
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: 
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal 
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito 
próprio ou alheio. 
 III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de 
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros 
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou 
entidades da Administração Pública. 
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena 
de sexta parte. 
 
Sujeitos do crime 
➔ Qualquer pessoa pode cometer o crime em 
estudo. 
➔ O sujeito passivo será o Estado, e os lesados pela 
falsificação. 
 
 
 
 
 
 
Conduta 
Consiste em falsificar, fabricando ou alterando: 
➔ Selo público destinado a autenticar atos oficiais 
da União, de Estado ou de Município. 
• O objeto material a que refere, é aquele 
utilizado pela União, Estado ou Municípios, 
contendo características próprias, 
destinadas a reconhecer o documento 
como verdadeiro. 
• Não se confunde com o selo referido no 
artigo 293, destinado a controle tributário 
➔ Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de 
direito público. 
• As entidades são as pessoas jurídicas de 
direito público, autarquias e fundações, 
não incluindo os entes de corporação, 
bem como as empresas estatais, já que 
possuem natureza de pessoa jurídica de 
direito privado. 
➔ Selo sinal atribuído por lei a autoridade 
• A autoridade é aquela que autêntica 
documento utilizando selos ou sinais. 
➔ Sinal público de tabelião 
• É o escrito que integra a sua assinatura, 
destinado a demonstrar a veracidade de 
seu ato ao atestar determinado 
documento. 
• Carimbo não é sinal público. 
Falsificação do selo ou 
sinal publico 
 
❖ A falsificação de selo público de titularidade de 
autoridade estrangeira não configura o delito em 
estudo. 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está ciente da ação 
delituosa e está ciente da destinação do documento. 
 
Consumação 
Consuma-se no momento em que é praticado 
qualquer uma das condutas descritas, 
independentemente da ocorrência de dano efetivo. 
 
Tentativa 
Por se tratar de um crime plurissubsistente, a tentativa 
é possível. 
 
Forma equiparada 
O primeiro parágrafo determina quem incorre nas 
mesmas penas: 
➔ Quem faz uso do selo ou sinal falsificado (não 
tenha praticado a falsificação em si). 
➔ Quem utiliza indevidamente o selo ou sinal 
verdadeiro em prejuízo de outrem em proveito 
próprio ou alheio (objetivo de prejudicar outrem 
ou enriquecimento, através da utilização indevida). 
➔ Quem altera, falsifica ou faz uso indevido de 
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros 
símbolos utilizados ou identificadores de órgão ou 
entidades da administração pública. 
 
Ação penal 
Ação será pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena 
de sexta parte. 
 § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a 
documento público o emanado de entidade 
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por 
endosso, as ações de sociedade comercial, os livros 
mercantis e o testamento particular. 
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz 
inserir: 
I – na folha de pagamento ou em documento de 
informações que seja destinado a fazer prova perante 
a previdência social, pessoa que não possua a 
qualidade de segurado obrigatório; 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do 
empregado ou em documento que deva produzir 
efeito perante a previdência social, declaração falsa 
ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
 III – em documento contábil ou em qualquer outro 
documento relacionado com as obrigações da 
empresa perante a previdência social, declaração 
falsa ou diversa da que deveria ter constado 
 § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos 
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado 
e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do 
contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
 
 
 
 
 
Objetividade jurídica 
Tutela-se a fé pública no que tange a autenticidade 
dos documentos emanados da administração pública. 
 
 
Sujeitos do delito 
➔ Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do 
crime previsto. 
 
➔ Sujeito passivo é o Estado e eventuais 
prejudicados. 
 
➔ Se o agente é funcionário público, e cometeo 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a 
pena de sexta parte, assim como descrito no 
primeiro parágrafo. 
 
 
Conduta 
Pune-se a falsificação do documento, no todo ou 
em parte (contrafação total ou parcial) ou a alteração 
do verdadeiro. 
 
➔ É preciso também que seja dotado de 
possibilidade objetiva de enganar. 
 
 
É preciso ainda que o documento do público seja: 
a) Documento formal e substancialmente público: 
emanado de agente público no exercício de suas 
funções e seu conteúdo de respeito a questões 
inerentes ao interesse público. 
 
b) Documento formalmente público, mas 
substancialmente privado: O interesse é de 
natureza privada, mas o documento é emanado 
de entes públicos. 
Falsificação de 
documento publico 
Somente as cópias que forem autenticadas por 
oficial público ou conferidas em cartório com os 
respectivos originais, assume a condição de 
documento, podendo provar determinada situação 
jurídica (artigo 425, III, do CPC). 
 
O documento particular em que houver 
reconhecimento de firma autenticação não será, por 
este motivo, considerado o público, mas, no que 
tange aos atos do tabelião, sim. 
 
Para Damásio, os telegramas transmitidos por 
funcionário público, com conteúdo de assunto 
público, constituem documento público. 
 
O paragrafo 2° do artigo 297 diz quais documentos 
são equiparados a documentos públicos. 
➔ Emanado de entidade paraestatal 
 
➔ O título ao portador ou transmissível por endosso 
 
➔ As ações de sociedade comercial 
 
➔ Os livros mercantis 
 
➔ Testamento particular. 
 
 
Substituição de fotografia em documento publico 
 
➔ A divergência na doutrina, para alguns o fato se 
encaixa mais no artigo 307 (falsa identidade) do 
que no artigo em estudo, visto permanecer 
autêntico o documento. 
 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, consistente na vontade de falsificar 
ou alterar o documento. 
 
Consumação 
Consuma se no momento em que é praticado uma 
das ações nucleares previstas no 
artigo, independentemente de uso de documento 
falso. 
 
➔ Quanto ao local para julgamento, prevalece que a 
competência territorial é a daquele em que se 
deu a falsificação (art. 70 do CPP). 
 
 
Tentativa 
Devido se tratar de crime plurissubsistente, em que o 
crime pode ser fracionado, a tentativa é possível. 
 
 
Majorante de pena 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena 
de sexta parte. 
 
Formas equiparadas 
I – na folha de pagamento ou em documento de 
informações que seja destinado a fazer prova perante 
a previdência social, pessoa que não possua a 
qualidade de segurado obrigatório; 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do 
empregado ou em documento que deva produzir 
efeito perante a previdência social, declaração falsa 
ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
 III – em documento contábil ou em qualquer outro 
documento relacionado com as obrigações da 
empresa perante a previdência social, declaração 
falsa ou diversa da que deveria ter constado 
 
 
Ação penal 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
 
Princípio da especialidade 
➔ Código penal X código eleitoral: pune quem 
falsificar, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro para fins eleitorais. 
 
➔ Código penal X Lei.7492/86: pune quem imprimir, 
reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou pôr 
em circulação, sem autorização escrita da 
sociedade emissora, certificado, cautela ou outro 
documento representativo de título ou valor 
mobiliário. 
 
➔ Código penal X código penal militar: pune-se 
quem falsificar documentos, que atente contra a 
administração ou o serviço militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, 
documento particular ou alterar documento particular 
verdadeiro: 
 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
➔ Falsificação de cartão 
 
Parágrafo único. Para fins do disposto 
no caput, equipara-se a documento particular o 
cartão de crédito ou débito. 
 
 
Objetividade jurídica 
Ainda que se referindo a documento particular, 
a falsificação lesa a fé pública, ou seja, a confiança 
das pessoas na sua autenticidade. 
 
 
Sujeitos do delito 
➔ Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do 
crime previsto no artigo 298. 
 
➔ Sujeito passivo é o Estado e eventuais 
prejudicados. 
 
➔ Não há nenhuma referência a aumento de pena 
para a falsificação praticada por funcionário 
público porque ou este comete o crime no 
exercício de suas funções, e o documento 
é público, ou o faz como qualquer pessoa. 
 
 
Conduta 
É a falsificação do documento, no todo ou em parte 
(contrafação total ou parcial) ou a alteração do 
verdadeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
Por documento particular entende-se o que é feito 
ou assinado por particulares, sem interferência de 
funcionário público no exercício de suas funções, seja 
para estabelecer um laço jurídico, criando uma 
obrigação, seja para atestar qualquer outra 
manifestação da vontade, ainda quando expressivo 
de ato unilateral. 
 
• Deve-se lembrar, porém, que certos 
documentos particulares são equiparados 
aos documentos públicos pelo artigo 297 (o 
emanado de entidade paraestatal, o título 
ao portador ou transmissível por 
endosso etc.). 
 
 O parágrafo 2° do artigo 297 diz quais documentos 
são equiparados a documentos públicos. 
❖ Emanado de entidade paraestatal 
 
❖ O título ao portador ou transmissível por endosso 
 
❖ As ações de sociedade comercial 
 
❖ Os livros mercantis 
 
❖ Testamento particular. 
 
 
➔ É necessário que o documento particular tenha 
relevância jurídica. 
 
➔ É preciso também que seja dotado de 
possibilidade objetiva de enganar. 
 
➔ O falso é punível ainda quando dele nenhum 
prejuízo efetivamente decorra, contanto que o 
dano seja possível. 
 
Falsificação de 
documento particular 
➔ A lei de 12.737/12 Acrescentou um parágrafo ao 
artigo 298, anunciando equiparar-se a documento 
particular o cartão de crédito ou débito. 
 
Há documentos particulares, que podem ser 
elaborados e assinados no formato eletrônico 
seguindo padrões de segurança e autenticidade. A 
falsificação ou a alteração de um documento dessa 
natureza pode perfeitamente se inserir do tipo do 
artigo 298 do código civil. 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, consistente na vontade de falsificar 
ou alterar o documento particular, criando a 
possibilidade de dano à esfera jurídica de outrem. 
 
 
Consumação 
➔ Consuma-se no momento que ocorre a contra 
fração ou alteração do documento particular. 
 
➔ Somente poderá ser iniciada a ação penal se for 
exibido pelo agente ou com ele encontrado a 
falsificação do documento. 
 
➔ Se o falsário suprime o objeto material do delito, 
extingue-se a punibilidade pelo arrependimento 
eficaz, até porque terá desaparecido o objeto do 
crime, impossibilitando que se faça a prova de 
forma indireta. 
 
➔ Consuma-se, independentemente de uso de 
documento falso, isto é, sem necessidade de que 
este saia da esfera individual do agente e inicie 
uma relação qualquer com outrem, de modo que 
possa produzir efeitos jurídicos. 
 
 
Tentativa 
Como o delito pode ser fracionado, a tentativa é 
perfeitamente possível. 
Ação penal 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
Princípio da especialidade. 
Código penal X código eleitoral: Pune quem falsificar, 
no todo ou em parte, documento particular, ou alterar 
documento particular verdadeiro, para fins eleitorais. 
 
Código penal X Lei 8.137/90: Pune quem falsificar ou 
alterar nota fiscal, fatura,duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à operação 
tributável. 
 
Código penal X código militar: Pune quem falsificar 
documentos, que atente contra a administração ou o 
serviço militar. 
 
Concurso 
Para as mesmas questões referentes à falsificação 
e uso do documento particular falsificado para a 
prática de outro crime ou para encobri-lo, valem as 
soluções apontadas para o crime previsto no artigo 
297. 
 
Ocorre, porém, que diferente da pena da falsificação 
de documento público, a pena prevista para a 
falsificação do documento particular é idêntica ao 
delito de estelionato. Nessas condições, mais 
aceitável é a absorção do falsum pelo 
crime patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Art. 299 - Omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da 
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o 
documento é público, e reclusão de um a três anos, e 
multa, se o documento é particular. 
 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário 
público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
ou se a falsificação ou alteração é de assentamento 
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
 
Conceito 
 
Outras denominações utilizadas para designar esse 
delito são: falso intelectual, falso ideal, falso moral e 
falso não material. 
 
Na falsidade material diz respeito da forma do 
documento (sua parte exterior), já na falsidade 
ideológica, trata-se sobre do conteúdo do 
documento. 
 
• Enquanto na falsidade material o crime é 
apurado pelo exame do escrito para se 
verificar se houve contrafação ou alteração, 
na ideológica somente pode ser constatado 
pela verificação dos fatos a que se refere o 
documento. 
 
 
Objetividade jurídica 
O objeto jurídico do artigo 299 é a fé pública, não 
mais no que se refere à autenticidade do documento, 
mas à sua veracidade, ao seu conteúdo. 
 
 
 
 
 
➔ Tutelados nos dispositivos estão os 
documentos públicos e os particulares, 
merecendo o falso ideológico dos primeiros 
penas mais severas que a dos demais, embora o 
tipo penal seja o mesmo. 
 
 
Sujeito do crime 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o crime. 
 
➔ Se o agente for funcionário público e cometer o 
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é 
aumentada de sexta parte (art. 299, parágrafo 
único, 1a parte). 
 
➔ Sujeito passivo do crime, é o Estado e, também, 
qualquer pessoa a quem a falsificação prejudicou. 
 
 
Conduta 
São 3 as ações incriminadas: 
 
1. Omitir declaração a que estava o agente 
obrigado. O agente silencia, não menciona 
fato a que era obrigado a fazer constar do 
documento. Tem-se entendido que se trata 
de crime omissivo puro (omissão própria), ou 
seja, aquela que viola um comando 
imperativo. 
 
2. inserir declaração falsa ou diversa da 
que devia o agente fazer. Inserir significa 
colocar, introduzir, intercalar, incluir, por ato 
próprio, a declaração inverídica de modo 
direto, elaborando o agente o documento. 
Trata-se, nesse caso, de falsidade imediata. 
 
3. Fazer inserir, em inserir de modo indireto, em 
utilizar-se o agente de terceiro para introduzir 
Falsidade ideológica 
ou incluir por sua determinação a declaração 
falsa ou diversa da que devia constar. Trata-
se de falsidade mediata, da qual será coautor 
aquele que escreve o documento se tiver 
ciência da falsidade. 
 
Na falsidade mediata não é imprescindível a 
presença do agente no momento da feitura do 
documento, já que a declaração pode ser feita por 
escrito pelo agente para que seja inserida 
no documento. 
 
Refere-se a lei à declaração falsa, inverídica, e 
à diversa da que devia ser escrita, em que "ocorre a 
substituição de uma declaração verdadeira e 
substancial por outra também verdadeira, mas 
inócua ou impertinente ao caso". 
 
 
➔ Dispensa o crime para a sua configuração, a 
efetiva ocorrência do prejuízo, bastando a 
potencialidade do dano. 
 
 Se o oficial ou funcionário público que a recebe está 
subordinado a averiguar, propus sensibus, 
a fidelidade da declaração, o declarante, ainda 
quando falte à verdade, não comete ilícito penal. 
 
 
 
Em relação a simulação estabelecida no código civil 
como causa de nulidade do negócio jurídico, é 
possível se falar em falsidade ideológica? 
 
Sim, hoje no ato em que foi lavrada a escritura, inseriu 
se em documento público declaração falsa (que o 
imóvel seria transmitido por compra e venda) com o 
fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente 
relevante. 
 
 
Papel assinado em branco 
Hungria distingue a hipótese de que ao agente tenha 
sido confiado o documento daquela que se apossou 
do papel, vendo na primeira a falsidade ideológica e, 
na segunda, a falsidade material. 
A primeira solução é a mais acertada: se a folha 
estiver na posse legítima do agente, para que a 
preencha de acordo com o entendimento mantido 
com o signatário, o preenchimento abusivo será 
falsidade ideológica, pois insere ele declaração 
diversa da que deveria ser escrita; se o papel foi 
obtido por meio ilegítimo (fraude, apropriação indébita 
etc.) ou apenas confiado ao agente para guarda, o 
preenchimento constituirá falsidade material, pois 
haverá no caso contratação total. 
 
➔ O STJ tem decidido que o ato de firmar 
declaração inverídica de pobreza para fins 
processuais ou de inserir outras informações. 
correlatas que não correspondem à realidade não 
constitui falsidade ideológica. 
 
➔ Já se decidiu também não haver falsidade 
ideológica na inserção de dados inverídico 
petição judicial. 
 
➔ o STJ considera que a inserção de informação 
falsa em currículo Lattes não caracteriza o crime 
de falsidade ideológica. 
 
➔ Constitui crime de falsidade ideológica declarar 
ou atestar falsamente prestação de serviços para 
fim de instruir pedido de remição de pena. 
 
 
Voluntariedade 
➔ O dolo, ciente o agente de que a declaração é 
falsa ou diversa da que devia ser escrita. 
 
➔ Indispensável, porém, é o elemento subjetivo do 
tipo (dolo específico), previsto expressamente na 
cláusula "com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante". 
 
➔ É indiferente que o agente queira o prejuízo, ou 
seja, a intenção ou propósito de causar dano, 
configurando-se o crime ainda que não resulte 
efetivo prejuízo ou lucro. 
➔ Não prevê a lei o procedimento meramente 
culposo da falsidade ideológica. 
 
 
 
Consumação 
➔ Consuma-se com a omissão ou a inserção direta 
ou indireta da declaração falsa ou diversa da que 
devia constar. 
 
➔ Trata-se de crime de natureza formal, que não 
exige o prejuízo efetivo; basta a possibilidade de 
dano. 
 
 
➔ Com a falsidade ideológica afeta o documento 
tão somente em sua ideação e não a sua 
autenticidade ou inalterabilidade, é desnecessária 
a perícia (RTJ 178/770). 
 
 
 
Tentativa 
Entende Noronha que a tentativa somente é possível 
na forma comissiva de fazer inserir a declaração, 
pois na de inserir o agente pode declarar a verdade 
até o encerramento do documento. 
 
 
Majorante de Pena. 
No parágrafo único do artigo 299 estão previstas 
duas formas qualificadas do crime em estudo. 
 
➔ A primeira delas refere-se à falsidade ideológica 
do funcionário público que comete o ilícito 
prevalecendo-se do cargo. 
 
➔ A segunda ocorre quando a falsificação ou 
alteração diz respeito a assentamento de registro 
civil, ou seja, às inscrições de 
nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações, 
interdições, sentenças declaratórias de ausência, 
incluindo-se as averbações (Lei n° 6.015, de 31-12-
1973). 
Concurso 
➔ Reunindo-se numa mesma pessoa o autor dafalsidade e o usuário do documento falso, 
responde ele somente pelo primeiro crime. 
 
➔ Tratando-se de crime de sonegação fiscal, a 
falsidade ideológica, como meio para a execução 
daquele delito, é absorvida por este, entendendo-
se na jurisprudência haver no caso a aplicação do 
princípio da especialidade. 
 
 
 
Prescrição 
➔ Tratando-se de falsificação de registro civil, o 
prazo da prescrição, nos termos do artigo 111, IV, 
conta-se a partir da data em que o fato se tornou 
conhecido da autoridade pública. 
 
• Tal conhecimento, segundo Hungria, deve 
ser presumido quando o fato se fez notório 
ou foi noticiado por meio de ampla 
divulgação (imprensa, rádio, televisão etc). 
 
 
 
Ação penal 
A ação será pública incondicionada 
 
 
 
Princípio da especialidade 
 
Código penal X Lei n° 11.101/05: pune quem sonegar 
ou omitir informações ou prestar informações falsas 
no processo de falência, de recuperação judicial ou 
de recuperação extrajudicial, com o fim de induzir a 
erro o juiz, o Ministério público, os credores, 
assembleia-geral de credores, o Comitê ou o 
administrador judicial. 
 
 
Código penal X Lei n° 9.605/98: pune funcionário 
público que fizer afirmação falsa ou enganosa, omitir 
a verdade, sonegar informações ou dados técnicos-
científicos em procedimentos de autorização ou de 
licenciamento ambiental. 
 
 
Código penal X Lei n° 8.137/90: constitui crime contra 
a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, a 
contribuição social e qualquer acessório mediante as 
seguintes condutas: 
1. omitir informação, ou prestar declaração 
falsa às autoridades fazendárias; 
2. fraudar a fiscalização tributária, inserindo 
elementos inexatos, ou omitindo operação 
de qualquer natureza, em documento ou 
livro exigido pela lei fiscal. 
 
 
Código penal X Lei n° 7.492/86: Pune quem fraudar a 
fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo 
inserir, em documento comprobatório de 
investimento em títulos ou valores mobiliários, 
Declaração falsa ou diversa da que dele deveria 
constar. 
 
 
Código penal X código eleitoral: é o crime previsto no 
artigo 350 do código eleitoral “omitir, em documento 
público ou particular, declaração que dele devia 
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins 
eleitorais”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício 
de função pública, firma ou letra que o não seja: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o 
documento é público; e de um a três anos, e multa, se 
o documento é particular. 
 
Sujeitos do crime 
➔ Trata-se de crime próprio, em que só pode ser 
praticado por quem exerce a função pública, com 
poderes para reconhecer firmas ou letras. 
 
• Tabelião de notas, oficial do registro civil... 
 
➔ O sujeito passivo será o Estado, e os possíveis 
lesados pela condutora gente. 
 
Conduta 
Pune quem reconhecer, como verdadeira, no 
exercício de função pública, firma ou letra que o não 
seja. 
➔ A natureza do documento irá influenciar na pena 
combinada ao reconhecimento irregular, punindo 
assim, com maior severidade o agente que 
pratica a ação criminosa em documento público, 
em razão, da maior segurança que transmite e da 
credibilidade que os cerca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está ciente que irá praticar 
uma conduta criminosa. 
 
➔ A dúvida quanto a autenticidade da assinatura 
gera dolo eventual. 
 
 
Consumação 
Consuma-se no momento em que o agente efetua o 
reconhecimento irregular, independentemente da 
devolução do documento àquele que solicitou o 
reconhecimento, bem como da ocorrência do dano 
efetivo (RT 524/458). 
 
 
Tentativa 
Alguns doutrinadores acreditam que por se tratar de 
crime plurissubsistente, a tentativa é possível. no 
entanto, há quem discorde e afirme o 
reconhecimento da assinatura é um ato único, sendo 
assim a tentativa impossível. 
 
 
Ação penal 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
Princípio da especialidade 
Código penal X código eleitoral: pune quem 
reconhecer, como verdadeira, no exercício da função 
pública, firma ou letra que não seja para fins eleitorais. 
 
 
Falso reconhecimento 
de firma ou letra 
 
 
 
 
 
 
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de 
função pública, fato ou circunstância que habilite 
alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de 
serviço de caráter público, ou qualquer outra 
vantagem: 
Falsidade material de atestado ou certidão 
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou 
certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado 
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter cargo público, isenção de 
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer 
outra vantagem: 
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, 
aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de 
multa, 
 
➔ Diz respeito à autenticidade de atestados 
emitidos com a finalidade de habilitar alguém a 
obter cargo público, isenção de ônus ou de 
serviço de caráter público ou qualquer outra 
vantagem. 
 
➔ É uma hipótese especial de falsidade ideológica, 
em que o agente, em documento materialmente 
verdadeiro, testa, certifica fato ou circunstância 
que não se refere à verdade. 
 
 
 
Sujeitos do crime 
➔ Por se tratar de crime próprio, só poderá ser 
cometido por quem ocupa a função pública. 
 
➔ O sujeito passivo será o Estado. 
 
➔ Não se exige que o agente esteja no exercício da 
função, bastando somente que cometa uma das 
condutas típicas em razão dela. 
 
 
 
 
 
Conduta 
Pune-se o funcionário público que, no desempenho 
da função, atesta ou certifica falsamente, fato ou 
circunstância que habilite alguém a obter cargo 
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter 
público, ou qualquer outra vantagem. 
 
➔ O conteúdo do atestado ou certidão deve se 
referir a pessoa beneficiada pela emissão. 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está ciente de que irá 
praticar um crime. 
 
➔ Havendo o intuito de lucro, a pena será cumulada 
com multa. 
 
 
Consumação 
A doutrina é divergente no que tange à consumação 
do crime, há quem acredite que seja no momento em 
que se encerra o atestado ou a certidão; outros 
posicionamentos alegam que a conduta se perfaz 
somente quando o atestado ou certidão é entregue a 
terceiro. 
 
 
Tentativa 
Devido se tratar de um crime plurissubsistente, em 
que a conduta pode ser fracionada, a tentativa é 
possível. 
 
Ação penal 
A ação será publica incondicionada. 
 
 
Certidão ou atestado 
ideologicamente falso 
 
 
 
 
 
 Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, 
atestado falso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim 
de lucro, aplica-se também multa. 
➔ Desrespeito a autenticidade do conteúdo de 
atestado fornecido pelo médico, no exercício de 
sua profissão. 
 
Sujeitos do crime 
Somente o médico, no exercício de sua profissão, 
pode praticar o crime. 
➔ Tratando-se de delito próprio, exclui-se do 
espectro da incriminação o dentista, veterinário, 
enfermeiros... que caso falsifiquem atestados, 
incorreram nas penas do artigo 299 do código 
penal. 
 
➔ Sujeito passivo será o Estado e o individuo que 
vem a sofrer danos pela utilização do atestado 
falso. 
 
 
Conduta 
Consiste em dar o médico, atestado falso, 
escrevendo assim informações inverídicas, 
entregando em seguida, o documento 
ideologicamentefalso ao interessado. 
➔ A julgados entendendo que o atestado de óbito 
falso, emitido para encobrir causa mortis, 
configura o crime do artigo 299 do código penal e 
não este artigo. 
 
 
 
 
 
 
➔ A mera opinião emitida pelo profissional, mesmo 
que equivocada, não configura o crime. 
 
➔ É imprescindível, que a falsidade recaia sobre o 
fato juridicamente relevante e potencialmente 
lesivo. 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está ciente de que irá 
praticar um crime. 
➔ Ao testar o médico fato ou circunstância, na 
dúvida, pode caracterizar o dolo eventual. 
 
➔ O parágrafo único, determina que, se o crime for 
cometido com o fim de lucro, aplica se também 
multa. 
 
Consumação 
Ocorre no momento em que o médico fornece o 
atestado falso, independentemente de haver 
consequências. 
 
Tentativa 
Por se tratar de crime plurissubsistente, a tentativa é 
perfeitamente possível. 
 
 
 
Falsidade de atestado 
médico. 
 
 
 
 
 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica 
que tenha valor para coleção, salvo quando a 
reprodução ou a alteração está visivelmente anotada 
na face ou no verso do selo ou peça: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para 
fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. 
 
➔ Tutela-se a fé pública em relação ao mercado 
filatelista, isto é, a confiança que deve existir entre 
colecionadores de selos postais. 
 
Sujeitos do crime 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o crime em 
estudo. 
 
➔ O sujeito passivo será o Estado e o possível 
lesado pela conduta. 
 
Conduta 
Consiste o crime em reproduzir ou alterar selo ou 
peça filatélica que tenha valor para coleção. 
➔ Exige-se que os objetos tenham valor para a 
coleção. 
 
➔ Exclui o crime quando a reprodução alteração 
estiver anotada na face ou no verso do objeto. 
 
 
 
 
 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está consciente que irá 
praticar um crime. 
 
 
Consumação 
Ocorre no momento da contrafação ou da alteração, 
independentemente da colocação do objeto em 
circulação. 
 
 
Tentativa 
É possível, pois se trata de crime plurissubsistente. 
 
 
Ação penal 
A ação será pública incondicionada. 
 
 
Reprodução ou alteração 
de selo ou peça filatélica 
 
 
 
 
 
 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis 
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 
a 302: 
 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
 
 
Objetividade jurídica 
Tutela-se a fé pública, lesada com o uso do 
documento falso. A falsificação e o uso do escrito 
falsificado são ações da mesma natureza, da mesma 
criminalidade, desta forma, devem ser punidas as 
duas condutas. 
 
 
Sujeitos do delito 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o delito, inclusive 
o falsificador. Este, porém, respondera apenas 
por um dos delitos, uma vez que o uso neste caso 
é post factum impunível. 
 
➔ Sujeito passivo do crime é o Estado (sujeito 
passivo primário), e também a vítima 
(sujeito passivo secundário), a quem o uso pode 
causar prejuízo. 
 
 
 
Tipo objetivo 
A conduta típica é fazer uso, ou seja, é usar, utilizar 
o documento material ou ideologicamente falso, 
como se fosse autêntico ou verídico (documentos dos 
artigos 297 e 302). 
 
➔ Indispensável é, portanto, que seja empregado o 
documento falso em sua específica destinação 
probatória. 
 
 
 
 
 
 
➔ Não sendo de considerar tal a exibição com o fim 
de vangloriar-se, por ostentação etc., quando não 
há possibilidade de prejuízo ou dano. 
 
➔ O uso pode ser judicial ou extrajudicial. 
 
➔ Não basta a mera alusão ao documento e não há 
crime, também se o documento falso foi 
encontrado em revista policial ou em decorrência 
da prisão do portador; se o portador for forçado 
pela autoridade a exibi-lo; se foi solicitado pela 
autoridade e não exibido espontaneamente; se foi 
retirado do bolso do portador; se o agente apenas 
o traz consigo. 
 
➔ Tratando-se de infração que deixa vestígios, 
exige-se, o exame de corpo de delito direto, o 
qual somente pode ser suprido pelo indireto 
quando sua realização for 
absolutamente impossível. 
 
 
 
Tipo subjetivo 
O dolo é a vontade de usar o documento falso, 
sendo indispensável que o agente tenha ciência da 
falsidade. 
 
➔ A dúvida do agente quanto à autenticidade do 
documento integra o dolo eventual, configurando 
o seu uso o crime em estudo. O erro, ou seja, a 
boa-fé do usuário, exclui o dolo e, portanto, o 
crime. 
 
➔ É indiferente à lei penal a finalidade do uso do 
documento, existindo o ilícito quando pode o fato 
causar prejuízos econômicos, morais, sociais, 
políticos etc. 
 
Uso de documento falso 
Consumação 
Consuma-se o crime no instante em que o documento 
falso entra no âmbito da pessoa iludida, desde que 
possa ser o fato considerado como uso, com o 
primeiro ato de utilização, ainda que não haja proveito 
para o agente ou prejuízo efetivo para a vítima. 
 
➔ Trata-se de crime instantâneo, embora com 
efeitos permanentes, e a prescrição começa a 
correr do primeiro ato de uso. 
 
➔ No caso de Carteira Nacional de Habilitação, há 
quem entenda caracterizado o delito com o 
simples porte. 
 
➔ O crime de uso de documento falso pode ser 
absorvido pelo descaminho, desde que se trate 
de etapa executória deste último, nele exaurindo-
se a potencialidade lesiva do falso. 
 
 
 
Tentativa 
É pacífica a opinião de que não é admissível a 
tentativa de uso de documento falso. Se o uso e o 
emprego ou tentativa de emprego já configura uso. É 
nesse sentido a jurisprudência e a doutrina. 
 
 
 
Competência para julgamento 
Súmula 104 do STJ: Compete à Justiça Estadual o 
processo e julgamento dos crimes de falsificação e 
uso de documento falso relativo a estabelecimento 
particular de ensino. 
Súmula 200 do STJ: O Juízo Federal competente 
para processar e julgar acusado de crime de uso de 
passaporte falso é o do lugar onde o delito se 
consumou. 
Súmula 546 do STJ: A competência para processar 
e julgar o crime de uso de documento falso é firmada 
em razão da entidade ou órgão ao qual foi 
apresentado o documento público, não importando a 
qualificação do órgão expedidor. 
Súmula vinculante n° 36: Compete à Justiça 
Federal comum processar e julgar civil denunciado 
pelos crimes de falsificação e de uso de documento 
falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de 
Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação 
de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha 
do Brasil. 
 
Concurso 
Apresenta-se divergência jurisprudencial quando há 
o uso do documento pelo próprio falsificador. A 
primeira corrente é a de que, nesse caso, responderá 
o agente pelo crime de falso, sendo a utilização do 
documento fato posterior não punível, exaurimento 
do primeiro delito. 
 
De outro lado, há ponderável opinião no sentido de 
que o uso é o crime-fim, denunciador de maior 
audácia do agente, devendo absorver a anterior 
falsificação. 
 
Segundo se tem decidido reiteradamente, o delito de 
uso de documento falso é absorvido quando é o meio 
fraudulento empregado para o crime de sonegação 
fiscal. 
 
 
Competência 
Desde que usado o documento falso, não há 
de indagar qual o lugar em que foi feita a falsificação: 
o foro competente para a ação penal é o do lugar em 
que foi usado o documento. Nos termos do art. 70 do 
CPP e conforme a Súmula 200 do STJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa 
identidade para obter vantagem, em proveito próprio 
ou alheio, ou para causar danoa outrem: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, 
se o fato não constitui elemento de crime mais grave. 
 
 
Sujeitos do crime 
➔ Qualquer pessoa pode praticar o crime em 
estudo. 
 
➔ O sujeito passivo será o Estado e o eventual 
lesado pela conduta delituosa. 
 
 
Conduta 
➔ Consiste em atribuir-se ou atribuir a terceiro, 
falsa identidade para obter vantagem, em 
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a 
outrem. 
 
➔ Haverá crime se o agente, por escrito ou 
verbalmente: 
a) Se faz passar por terceira pessoa existente ou 
fictícia 
b) Faz com que terceiro se passe por outro 
individuo, real ou não. 
 
 
Voluntariedade 
É o dolo, em que o agente está ciente de que irá 
praticar uma conduta delituosa. 
 
➔ É imprescindível que o agente pratique a ação 
visando obter uma vantagem, ou causar dano, 
para si ou para outrem. 
 
 
 
 
 
 
 
Conduta 
➔ Ocorre no momento em que o agente atribui a si 
ou a terceiro identidade falsa, ainda que a 
vantagem visada não seja alcançada. 
 
 
Tentativa 
É possível, na execução por escrito. 
 
 
Ação penal 
A ação será publica e incondicionada. 
 
 
Súmula 522 - STJ - A conduta de atribuir-se 
falsa identidade perante autoridade policial é típica, 
ainda que em situação de alegada autodefesa. 
(Aprovada em: 25/03/2015). 
 
 
Uso de documento de identificação 
civil de terceiro 
Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, 
caderneta de reservista ou qualquer documento de 
identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se 
utilize, documentos dessa natureza, próprio ou de 
terceiros, configura o crime do artigo 308 do código 
penal. 
 
 
 
 
 
 
Falsa identidade

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