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as etapas do pensamento sociológico

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INTRUDUÇÃO
Este trabalho é uma breve menção ao livro As Etapas do Pensamento Sociológico de Raymond Aron. Esta obra mencionada vem trazendo pensamentos, ensinamentos e teorias, além de vasto conhecimento, enfatizando a sociedade como um todo em um busca de harmonização político-social, um uma busca de paridade entre governo-sociedade e também sociedade-sociedade. O intuito neste trabalho é tentar da melhor forma possível buscar o entendimento claro, apesar de o autor desta resenha sempre está a buscar o conhecimento, pois somos eternos pesquisadores, e tentar passar no que se segue o que foi absorvido de tal obra sociológica.
As Etapas do Pensamento Sociológico é um clássico da Sociologia. Constituído por sete estudos sobre os fundadores da Sociologia - Montesquieu, Comte, Marx e Tocqueville - e sobre a geração da viragem do século XX - Durkheim, Pareto e Weber -, procura investigar as origens da Sociologia moderna através da elaboração de retratos intelectuais. “Digamos que se trata de uma Filosofia social de um tipo relativamente novo, de um modo de pensar sociológico, caracterizado pela intenção de ciência e pelo visar do social, modo de pensar que desabrocha neste último terço do século XX. O homo sociologicus está em vias de substituir o homo oeconomicus.” Os sociólogos reclamam-se de métodos empíricos, praticam inquéritos por meio de sondagens, empregam um sistema conceptual que lhes é próprio, interrogam a realidade social de certo ângulo e têm uma óptica específica. Este modo de pensar alimenta-se de uma tradição cujas origens esta ligada a tudo o que pesquisaram e de grandes pensamentos, que ao logo deste trabalho será mencionado.
Raymond Aron
Raymond Aron define Sociologia como o “estudo científico do social, seja ao nível elementar das relações interpessoais, seja ao nível macroscópico dos grandes conjuntos, classes, nações, civilizações ou, utilizando uma expressão de uso corrente, sociedades globais”. Ao longo de sua análise, podemos verificar que uma das grandes questões que atravessam os principais autores mencionados por ele é a relação entre teorias gerais do social e as expressões da individualidade. Alguns dos pensadores sociológicos elencados esperam encontrar orientações gerais que, mais do que compreender as sociedades, permitiriam agir sobre elas e, de certo modo, ensina-las, delineá-las; outros são mais humildes, entendem melhor as limitações impostas pela pluralidade, e não se prestam tanto a essa arrogância filosófica, tendente ao antiliberalismo e ao centralismo de poder. Procurando destacar sua percepção de como os diferentes aspectos de uma sociedade se interligam, Aron não deixa de mostrar as consequências filosófico-políticas dos pressupostos assumidos pelos autores que investiga, e isso foi o que nos chamou mais atenção em seu livro.
Os fundadores
Barão de Montesquieu
Apesar de muitos não o considerarem um sociólogo, o autor traz o pensamento deste filosofo iluminista, que já pensava temas referentes também a Sociologia.
Segundo Montesquieu, o clima, a natureza do solo, a quantidade de pessoas e religião determinam a sociedade. O tamanho do Estado define o tipo de governo, que pode ser a republica, a monarquia e o despotismo. Cada governo é baseado numa qualidade, sendo que para a republica, a virtude; para a monarquia, a hora; e para o despotismo, o medo. O barão de Montesquieu também já previa o desemprego tecnológico, ou seja, que o desenvolvimento tecnológico dos meios de produção levaria ao desemprego.
Na primeira parte da obra, o autor aborda quatro pensadores que ele identifica como representantes da fundação da Sociologia, culminando com uma reflexão sobre o posicionamento que alguns deles tomaram diante das tribulações francesas em 1848. Sua jornada começa com o Barão de Montesquieu, o defensor da tripartição de poderes, a quem elege como precursor da Sociologia. O que se observa é que esse precursor apresenta muitas qualidades que não apareceriam em alguns dos consolidadores propriamente ditos da disciplina; tentando unir uma perspectiva mais generalista – enfocando a convicção na existência de valores e princípios gerais, de um direito natural que permitiria condenar totalmente certas instituições e abraçar outras – com a valorização da diversidade de costumes e tradições de povo para povo, para ele “o objetivo da ordem política é assegurar a moderação do poder pelo equilíbrio dos poderes, o equilíbrio entre povo, nobreza e rei na monarquia francesa ou na monarquia inglesa; o equilíbrio entre o povo e privilegiados, entre plebe e patriciado na república romana”. Montesquieu seria, portanto, o que alguns autores chamavam de liberal aristocrático, ou liberal-conservador. Afirmou em suas convicções sobre a divisão de poderes, o que em nossa atualidade é visto em várias republicas, em algumas de forma muito positiva, onde o poder estatal é regido de uma forma a beneficiar o comum, a sociedade de forma imparcial, onde sabemos que esta imparcialidade é em alguns momentos questionada, porém há sim uma busca da divisão das funções do estado em benefício do povo. Já em outros países, apesar desta divisão de função dentro do poder estatal, por motivo de parcialidade, de benefício e convicção do próprio “EU”, pela corrupção, e como exemplo podemos citar o Brasil, se verifica a deturpação desse pensamento clássico, já que a guerra entre os poderes por benefício próprio e poder os tornam ineficientes e ineficazes em benefícios a sua sociedade, tornando estes um peso que tem que ser mantido pelo seu povo, trazendo o que eles chamam de democracia para uma verdadeira demagogia.
Augusto Comte
Comte, o pai do Positivismo, é o sociólogo da unidade humana social, seu pensamento é dividido em três etapas. A primeira reflete o pensamento europeu medievo, baseado na teologia. Na segunda etapa desenvolve a lei dos três estados e a classificação das ciências: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia e moral. Já na terceira e ultima, teoriza o futuro segundo a natureza humana e social. O ponto de partida do pensamento comtista é a reflexão das contradições da sociedade de seu tempo, já que o sociólogo viveu a ultima fase da Revolução Francesa e inicio da Revolução Industrial. A doutrina de Auguste Comte se baseia na ideia de que toda sociedade se mantém pelo acordo de espíritos. Só há sociedade na medida em que seus membros têm as mesmas crenças.
Possui três grandes temas: a sociedade industrial, a dupla universalidade do pensamento cientifico e a diversidade, uma vez que a natureza humana é basicamente a mesma. Sua versão da sociedade industrial não é nem liberal nem socialista, mas poderia ser definida como a teoria da organização. Critica os liberais, pois diz que seu pensamento é abstrato, metafísico. Já aos socialistas, os critica por serem “inimigos da propriedade privada”. Comte ainda diz que a hierarquia social se dá através da “hierarquia espiritual”, dos méritos morais dos indivíduos.
Tem a sociologia como a ciência por excelência. Para ele, os fenômenos sociais estão sujeitos a um determinismo rigoroso, comandado pelo progresso do espírito humano. Os acontecimentos seguem um desígnio único, fixado por Deus ou pela natureza humana, e por isso o homem não pode mudar o rumo da própria historia. Comte também prega que a sociologia é objetiva como as ciências da natureza, e por isso tem que se valer dos mesmos métodos para analisar as sociedades.
Estuda como se organizam os diferentes elementos o corpo social, o que chama de estática social. Analisa a teoria da estrutura fundamental das sociedades, composta pelas teorias de religião, da propriedade, da família, da linguagem e da divisão do trabalho.
Na contramão, viria Augusto Comte, que funda a Sociologia com esse nome, como disciplina consciente de si mesma, parte integrante de sua doutrina, chamada Positivismo. Sua filosofia, no plano político, seria a mãe do que hoje chamaríamos de intervencionismo centralizador, sem a valorização do conflito radical do socialismo.Com efeito, Comte enxergava um progresso constante e cristalino, que suplanta todas as etapas e ramos de conhecimento do passado em busca de um conhecimento “positivo”, que erigiria uma “sociedade positiva”; acreditava, por exemplo, no que evidentemente cometia erro ingênuo, que as guerras estavam superadas no século XIX. Nas palavras de Aron sobre Comte, explicita-se a intenção deste último de superar as diversidades e as pluralidades e estabelecer uma unidade pelo consenso, elevando ao estágio “positivo”, alheio à Metafísica e às especulações, todas as searas do saber, inclusive a religião – ele preconizou, ao fim da vida, o que chamou de Religião da Humanidade, um culto materialista aos construtores históricos do saber humano.
A análise da religião tem por objetivo mostrar a função da religião na sociedade:
“A religião constitui, portanto, para a alma, um consenso normal, comparável exatamente à saúde, com relação ao corpo” Système de politique positive, t. II, p. 8
A propriedade é a projeção da atividade na sociedade, enquanto que a linguagem é a projeção da inteligência, daí a frase “A humanidade se compõe mais de mortos do que de vivos”. A lei comum as duas é a acumulação. A família é essencialmente a unidade afetiva e a divisão do trabalho corresponde ao elemento ativo da natureza humana. Auguste Comte quer reformar a sociedade. Quer transformar a maneira de pensar dos homens, divulgar o pensamento positivista, eliminando os resíduos de mentalidade feudal e teológica.
Karl Marx
Sociólogo e economista que tem por objetivo mostrar as contradições do capitalismo, como a luta de classes. A luta de classes se tem, pois a burguesia modifica os meios que produz, mas não desenvolve a vida dos operários. A jornada de trabalho é muito superior à duração do trabalho necessário para criar o valor encarnado no próprio salário. Quer compreender o conjunto das sociedades a partir da sua infraestrutura, isto é, do estado das forças produtivas, dos conhecimentos científicos e técnicos, da indústria e da organização. O Estado é considerado essencialmente a arma de dominação de uma classe; então sumirá quando a dominação deixar de existir.
Ao contrário de Comte, o terceiro autor, nosso grande conhecido, Karl Marx, valoriza o conflito e a revolução como os caminhos para atingir um estágio superior de sociedade, o comunismo, em que, por fim, esses conflitos estariam superados. Faz uma leitura particular do pensamento do alemão Hegel. A existência, na sociedade industrial e capitalista moderna – também foco de análises da obra de Comte, embora sob seu viés distinto -, de relações de exploração, com dominados e dominadores, explorados e exploradores, é o que, em função das contradições que provoca, condena essa sociedade a se extinguir um dia. Conjugando a filosofia alemã, a economia inglesa clássica e a ciência histórica francesa, o Marxismo original toma a economia e os modos de produção como os modelos fundamentais de apreciação das sociedades, e sustenta que o desenvolvimento do capitalismo fará com que a classe dominada seja, a partir de certo ponto, prejudicada a um limite em que se revoltará e implantará o socialismo. A linha de pensamento que daí deriva torna impossível, para certos intérpretes marxistas apontados por Aron, discernir o observador do atuante; a análise do real na sociedade levaria necessariamente à indignação revolucionária e ao desejo de transformá-lo. Aron faz uma crítica profunda da insuficiência de noções como luta de classes, esgotamento do capitalismo por suas próprias características internas e mais-valia, bem como da ideia ingênua de que o Estado, na chamada “ditadura do proletariado”, se diluiria em uma sociedade plena e sem antagonismos.
Alexis de Tocqueville
Constata certas características associadas à essência de toda sociedade moderna, ou democrática, mas acrescenta que, a partir desses fundamentos comuns há uma pluralidade de regimes políticos possíveis. A seus olhos a democracia consiste na igualdade de condições. É uma sociedade que não tem por objeto o poder ou a gloria, mas sim prosperidade e tranquilidade. A liberdade não pode se fundamentar na desigualdade; deve assentar – se sobre a realidade da igualdade, cujo modelo lhe parecia existir na América. Apresenta três causa para a América ser liberal: a situação acidental e particular de sua colonização, as leis e os hábitos e costumes. Para Alexis, o Estado deve ser suficientemente extenso para dispor da força necessária para sua segurança, e pequeno o bastante para que sua legislação se adapte as diversidades das circunstancias e dos meios.
O francês Alexis de Tocqueville, de linha oposta ao coletivismo comtista e marxista, vem em seguida com seus temas principais: a democracia americana e a Revolução Francesa. Na linha de Montesquieu, Tocqueville discute com a ideia de que “a desigualdade é o motor e a garantia da liberdade”, acrescentando que a liberdade deve “assentar-se sobre a realidade democrática da igualdade de condições, salvaguardada por instituições cujo modelo lhe parecia existir na América”. O poder deve ser exercido de acordo com as leis, precisando ser limitado por outros poderes, através de uma “pluralidade de centros de decisão, de órgãos políticos e administrativos, equilibrando-se uns aos outros”. É um teórico da liberal-democracia, avesso ao despotismo, mas simpático a determinados valores aristocráticos. Era, no dizer de Aron, “um conservador liberal, resignado com a modernidade democrática, apaixonado pelas liberdades intelectuais, pessoais e políticas. Para ele, essas liberdades estão encarnadas nas instituições representativas, que as revoluções sempre põem em perigo. Está convencido de que, ao se multiplicarem, as revoluções tornam cada vez mais improvável a sobrevivência das liberdades”.
Em conclusão comparativa dessa primeira parte, Aron situa que cada um desses autores dá origem a uma escola sociológica. A primeira, baseada em Montesquieu e Tocqueville, seria a da “sociologia política” francesa, pouco dogmática, de pesquisadores interessados “antes de tudo na política, que, sem desprezar a infraestrutura social, aceitam a autonomia da ordem política e têm ideias liberais”. Aron se considera ligado a essa escola, que seria, por óbvio, a mais simpática às nossas ideias, também. A segunda, a de Augusto Comte, coloca a ênfase “sobre a unidade do todo social e retendo o conceito de consenso como conceito fundamental. Multiplicando análises e conceitos, esforça-se por reconstruir a totalidade da sociedade”. A terceira, a marxista, “combina a explicação do conjunto social a partir da infraestrutura socioeconômica com um esquema do futuro que garante a seus fiéis a vitória”.
Politicamente, Aron associa Comte com a “visão organizadora daqueles que hoje chamamos de tecnocratas”, que, sem qualquer ardor ideológico, preferem apostar no conhecimento técnico, exercido em vastas estruturas burocráticas, para conduzir os rumos da sociedade; Marx, “à visão apocalíptica dos que, ontem, eram revolucionários”; Tocqueville, ecoando Montesquieu, à “visão mitigada de uma sociedade onde cada um possui alguma coisa, e onde todos, ou quase todos, estão interessados na conservação da ordem social”.
De Durkheim a Weber
Émile Durkheim
Durkheim entende que a formação da sociedade se dá de duas maneiras: pela solidariedade mecânica, ou seja, pela semelhança entre os indivíduos; e pela solidariedade orgânica, quando os indivíduos não são semelhantes, mas cada um exerce uma função social indispensável. Para ele o criminoso é aquele que, numa sociedade determinada, deixou de obedecer às leis do Estado. A função do castigo, então, é satisfazer a consciência comum ferida pelo ato cometido. Em seu livro “O suicídio” analisa este fenômeno, a quantidade de casos, os tipos e os perfis dos indivíduos. Também tinha como objetivo elaborar uma teoria geral das religiões, com base na análise das instituições religiosas mais simples e mais primitivas. Para todos os seus estudos, sua metodologia consistena observação dos fatos sociais como e coisas e os reconhecer pela coerção que exercem sobre os indivíduos.
A segunda e última parte do livro se dedica à análise de autores quase contemporâneos uns dos outros, que viveram entre o final do século XIX e o começo do século XX. Embora menos emblemáticos, do ponto de vista filosófico-político, que os autores da primeira parte, não são, por isso, menos interessantes. Os três estão objetivamente interessados em fazer da análise social uma ciência – e por isso, as relações entre o conhecimento científico e a filosofia moral ou a religião são centrais em suas preocupações. Conhecido por seus estudos sobre o suicídio e o que se poderia chamar de religião primitiva (como o totemismo e o animismo), o francês Émile Durkheim é um herdeiro direto da escola de Comte e concede mais protagonismo ao coletivo sobre o individual do que seria agradável a alguém de pendores mais liberais. Mesmo Raymond Aron não esconde sua antipatia pelo pensamento de Durkheim. Socialmente, ele enxergava também a utilidade do conhecimento sociológico para buscar o “consenso” e frear a anomia da sociedade moderna, rejeitando a visão baseada nos conflitos e nos meios violentos do Marxismo. Prefere remontar ao utopismo de Saint-Simon e ao Positivismo; o socialismo seria uma reação à “anarquia econômica”. Tal como Comte, não dava muita importância a parlamentos, partidos e eleições, embora fosse, nesse ponto, menos radical que o fundador da Religião da Humanidade.
Vilfredo Pareto
O pensamento do sociólogo italiano pode ser resumido no estudo das condutas lógicas e não lógicas dos seres humanos, ou seja, como os indivíduos atingem seus objetivos, sejam por meios previamente raciocinados, ou não.
Talvez o menos conhecido entre os autores cujas obras são resumidas no livro, o italiano Vilfredo Pareto, que nós também ignorávamos quase de todo, foi o que mais nos surpreendeu por apresentar ideias interessantes e atualíssimas. A ideia central de Pareto é a restrição do pensamento científico, mesmo aplicado à Sociologia, em seu meio, sem dele redundar qualquer consequência moral de aplicação prática generalizada. Era inimigo do cientificismo; para ele, “nada mais contrário ao espírito científico do que a supervalorização da ciência”. Pareto é um grande crítico das ideias típicas das ideologias revolucionárias e esquerdistas; um de seus alvos prediletos é o que Aron chama de “humanitarismo exagerado”, o momento em que “uma sociedade perde o sentido da disciplina coletiva”, o que é tão prejudicial quanto a despótica e brutal crueldade. Diz Pareto: “é incontestável que há um século a repressão dos crimes se tornou cada vez mais fraca. Não passa um ano sem que sejam promulgadas novas leis em favor dos delinquentes, e a legislação existente é aplicada pelos tribunais e pelos júris com indulgência cada vez maior. Pareceria, pois, que a piedade com relação aos delinquentes aumenta, e diminui a piedade com respeito às suas vítimas”. Os defensores dos “direitos humanos” ao estilo PSOL de ser não devem gostar muito de Pareto… Avesso ao Positivismo e ao Marxismo, Pareto sustenta a importância da desigualdade de riquezas e contesta o igualitarismo socialista. Baseado em sua experiência de engenheiro, endossa a livre iniciativa e contesta as exacerbadas intervenções do Estado no mercado. No entanto, paradoxalmente, Pareto também tinha um lado pessimista algo nietzschiano, acreditando que, no ser humano, a emoção sempre predomina sobre a razão, que articula justificativas lógicas para motivações não lógicas. Isso o leva a se aproximar de algumas soluções autoritárias, e inclusive, o que é motivo de polêmica nas interpretações sobre seu trabalho, chegou a ter um flerte com o fascismo italiano, a despeito de seu antiliberalíssimo, porque provavelmente viu nele “uma reação sadia contra certos excessos”. Nenhum erro que, por exemplo, o grande austríaco Ludwig Von Mises também não tenha cometido. Aliás, Pareto também não nega a ideia sociológica marxista de luta de classes, embora negue sua conformação binária e economicista, o que, ao fim das contas, leva a uma direção muito diferente da proposta original.
Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um caráter utilitário à ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independentemente de sua utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as ações não lógicas, diferentemente do objeto da economia como sendo as ações lógicas. A utilidade é o objeto das ações, enquanto que o da ciência é a verdade ao que Pareto se propõe a estudar de forma lógica ações não lógicas, que, segundo ele, são as mais comuns entre os seres humanos. O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos.
A relação entre ciência e ação para Pareto se dá diretamente com as ações lógicas, uma vez que estas, ao se definirem pela coincidência entre a relação objetiva e subjetiva entre meios e fins (tal relação é verdadeira tanto objetivamente, constatada pelos fatos, quanto subjetivamente, presente na consciência humana, que conhece os fatos), está pautada pelo conhecimento das regularidades entre uma causa X e um efeito Y. No entanto, a ciência é limitada, ela conhece parte dos fatos e está em constante desenvolvimento, por isso, as ações baseadas nos conhecimentos produzidos por ela serem raras sendo mais frequentes as ações não lógicas, que não conhecem a verdade dos fatos, mas que são baseadas nas intuições e emoções dos indivíduos e grupos. Há, mesmo assim, probabilidades de sucesso nestas ações: aqueles que agem motivados por um ideal podem produzir efeitos objetivos na realidade, ainda que no curso de sua ação tenham que modificá-la para adaptá-la às circunstâncias até então desconhecidas. É preciso, no entanto, ressaltar que a ciência não pode resolver os problemas impostos pela ação. Aquela não pode indicar quais os melhores fins para esta, pode somente indicar os meios mais eficazes para atingi-los uma vez escolhidos. A ciência, portanto, não se propõe a efetuar juízos de valor a respeito das ações individuais ou da organização social, não poderá solucionar seus problemas. Poderá sim criticá-los enquanto não lógicos, ou seja, pautados numa relação falsa, não objetiva, entre meios e fins. Karl Popper o considerou o "teórico do fascismo"
Max Weber
O sociólogo alemão define três tipos de ação. A ação racional é definida pelo fato de que o autor concebe claramente seu objetivo e combina os meios disponíveis para atingi – ló (assim como as ações lógicas de Pareto). A ação efetiva consiste na reação emocional do ator, em determinadas circunstâncias e não em relação a um objetivo ou a um sistema de valores. Já a ação tradicional é a aquela ditada pelos hábitos, costumes e crenças. Weber tem como ambição compreender como os homens vivem em sociedades diversas, com base em crenças diferentes. Em seu famoso livro “a ética protestante e o espírito do capitalismo”, mostra como a religião influencia neste sistema econômico. Em relação ao socialismo, concorda com Marx, mas não acredita no socialismo devido a burocratização.
Segundo seu ponto de vista, o Estado é a instancia que dispõe do monopólio da coerção física. A política é, portanto, o conjunto das condutas humanas que comportam a dominação do homem sobre homem. Justifica três tipos de dominação: racional, baseada na crença na legalidade; a tradicional, na crença de caráter sagrado e carismática baseada na crença na força heroica.
Finalmente, o livro encerra com o célebre autor de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Max Weber. As preocupações de Weber, um nacionalista alemão que, conquanto admitisse um rol de ideias liberais, conferia protagonismo a um espírito “imperialista”, de exaltação à grandeza da pátria, próprio de seu tempo, estavam em identificaras originalidades da sociedade ocidental e anglo-americana que justificavam a formação de suas disposições econômicas tão consagradas modernamente, e via na religião um aspecto importante para essa análise.
Conclusão
Os pensamentos aqui expressos são de grandes pensadores de renome da historia da nossa humanidade. São divididos na obra que é diretriz para esse estudo em “os fundadores” e a “Geração de passagem do século”.
Em toda a existência da humanidade, vivemos em sociedade, sociedade esta que por vezes vive em conflito, outras vezes em uma sensação de harmonia. Vários são os estudiosos, entre estes sociólogos, filósofos, cientistas, religiosos, dentre outros, que buscam por suas filosofias um melhor convívio social para uma sociedade específica e até mesmo para uma sociedade como um todo.na obra apresentada e expostos os tipos de pensamentos de grandes mentes que foram mencionados neste trabalho, uns com grande destaque por terem sido aderido, em parte ou em todo seu contexto, por várias nações.
É visto que as diretrizes apresentadas na obra base deste estudo que, a busca pelo bem comum entre a sociedade é extremamente necessária para que os que vivem nesta tenham as mesmas oportunidades e tenham as mesmas obrigações, sem que um se sobressaia ao outro. Uma sociedade perfeita talvez seja impossível de se existir, mas é de grande relevância a busca por sociedades igualitárias, sem pré-conceitos e distinção de seus entes, onde o pensamento individual dentro desta, desde que não seja prejudicial ao outro, não seja censurado por outro só por discordar deste, seja por motivo de raça, credo, crença, entre outros. Uma sociedade é fortalecida pelo seu povo e para isso todos tem quer se respeitarem independente de suas convicções diversas e assim na busca de uma harmonia social entre estes para que que possa buscar um bem comum.
Bibliografia
As Etapas do Pensamento Sociológico
Raymond Aron
http://pordentrodaliteratura.blogspot.com.br/2012/04/as-etapas-do-pensamento-sociologico.html
https://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2796282
https://www.institutoliberal.org.br/blog/as-etapas-do-pensamento-sociologico-um-passeio-historico-de-raymond-aron/
https://medium.com/@raulrezende_16614/as-etapas-do-pensamento-sociol%C3%B3gico-karl-marx-bb918fa725fa
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901987000200010
FARO - Faculdade de Rondônia
788 (Decreto Federal nº 96.577 de 24/08/1988)
453 (Portaria MEC de 29/04/2010)
IJN - Instituto João Neórico
3443 (Portaria MEC / Sesu nº369 de 19/05/2008)
FACULDADE DE RONDÔNIA
INSTITUTO JOÃO NEÓRICO
Daniel Morais Alves
Professor: Ricardo Rodrigues
As Etapas do Pensamento Sociológico
Resenha
	
 
PORTO VELHO
2018

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