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Plantas tóxicas para animais de estimação Nomes: Fernando Lind, Suzana Reis e Tássia Coscia. Professora Giuli – 6º semestre INTRODUÇÃO: Dezenas de estudos realizados já revelaram que existem mais de 700 plantas que podem ser potencialmente tóxicas para os animais de estimação e que, se ingeridas, podem provocar desde as reações menos preocupantes como uma náusea ou diarreia passageira, a casos fatais. Este herbário apresenta algumas das plantas tóxicas mais comuns no que se refere a animais de estimação, porém, é sempre importante saber se a raça específica do animal apresenta alguma vulnerabilidade especial a determinada planta. SUMÁRIO: Azaléia Antúrio Bico de Papagaio Copo de Leite Costela de Adão Comigo Ninguém Pode Coroa de Cristo Dama da Noite Digitália/Dedaleira Hera Jacinto Jibóia Macieira Mamona/Rícino Mostarda Parda Olho de Cabra Orelha-de-Elefante Samambaia Tinhorão Tulipa Azaléia Família: Ericaceae A sintomatologia depende da quantidade ingerida e de quanto tempo se passou da ingestão. São eles: Taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) Bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos) Bloqueios cardíacos (alterações anormais no ritmo ou frequência dos batimentos cardíacos) Fibrilação atrial ou ventricular (arritmia caracterizada por curtas, sucessivas e ineficazes contrações) Pulso irregular Anorexia (o animal recusa alimento) Tenesmo (defecação com presença de dor) Vômito Sialorreia (produção excessiva de saliva) Epífora (lacrimejamento involuntário e excessivo) Hipotensão (baixa da pressão arterial) Dispneia (dificuldade de respirar) Depressão respiratória Hipotermia (queda da temperatura corporal) Fraqueza muscular Convulsão Estupor (inconsciência com perda da sensibilidade ao meio e das reações motoras) Coma Os sinais de intoxicação costumam aparecer cerca de horas após a ingestão. Essa planta é considerada altamente tóxica e pode levar animais e seres humanos à morte. Antúrio Família: Araceae Nome científico: Anthurium spp Nome popular: Antúrio Parte tóxica: Toda a planta Princípio ativo: Cristais de Oxalato de cálcio A flor do antúrio, na verdade, é bem pequena, alcançando o tamanho da cabeça de um alfinete. A parte colorida e exótica, que normalmente achamos que é a flor, na verdade é uma inflorescência, ou seja, o conjunto formado pela espádice - espiga onde brotam as minúsculas flores - e espata do antúrio - a bráctea colorida, ou a folha modificada. As verdadeiras flores do antúrio são os pontinhos amarelos que brotam na espiga. Sintomatologia: A mastigação da sua folha provoca irritação e edema nas mucosas da boca, faringe e laringe. Nos casos mais graves, pode causar náuseas e vômitos, sensação de queimação, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Tratamento: O tratamento inicial dos sintomas é feito com a ingestão de leite e água e medicação sintomática. Origem: América Central e do Sul. Bico de Papagaio Nome científico: Euphorbia pulcherrima Nome popular: Bico de Papagaio Parte tóxica: Todas as partes da planta A Poinsétia, também designada pelos nomes de manhã de páscoa (em Portugal), bico-de-papagaio (no Brasil, é uma planta originária do México, onde é espontânea. Muito utilizada para fins decorativos, especialmente na época do Natal, devido às suas folhas semelhantes a pétalas de flores vermelhas. Como é uma planta de dia curto, floresce exatamente no solstício de Inverno que coincide com o Natal (no hemisfério norte – o que explicaria porque essa planta não é tão identificada com o Natal no Brasil). Sintomatologia: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, mal estar, vômitos e até diarréia Princípio ativo: látex irritante. Copo de Leite Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng Nome popular: copo-de-leite Parte tóxica: todas as partes da planta A planta é originária da África do Sul, comum em lugares com abundância de água. Forma grandes extensões em deltas de rios, nas margens de lagos e outros lugares abundantes em água. É usada como ornamental em outras zonas de clima temperado, devido às suas flores grandes e à facilidade com que se cultiva. sendo é muito vendido em floriculturas, e apreciado em jardins. No oeste da Austrália, é considerada uma espécie invasora que compromete a flora e a fauna locais. Na região, seu cultivo é proibido e, sua venda, punida com multa Foi introduzida como ornamental nas regiões subtropicais e temperadas da Europa incluindo Portugal, encontrando-se naturalizada em vastas regiões. Nos Açores e Madeira apresenta carácter invasor. Sintomatologia: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Princípio ativo: oxalato de cálcio. Costela de Adão Nome científico: Monstera deliciosa. Parte tóxica: toda a planta. Toxicidade: irritante para as mucosas. A costela-de-adão é uma planta da família das aráceas. Possui folhas grandes, cordiformes, penatífidas e perfuradas, com longos pecíolos, flores aromáticas, em espádice comestível, branco-creme, com espata verde, e bagas amarelo-claras. A espécie é nativa do México e é mundialmente cultivada como ornamental pelas belas e peculiares folhas, com segmentos que lembram costelas. Sintomatologia: salivação, prurido (coceira) intenso na face, edema na região da face, vômitos, paralisia de língua. Comigo Ninguém Pode Nome científico: Dieffenbachia spp. Parte tóxica: toda a planta. Toxicidade: irritativo para as mucosas. Dieffenbachia seguine conhecida pelos nomes comuns de comigo-ninguém-pode e aningapara, é uma planta da família das Araceae muito apreciada como ornamental de interiores, dada a sua tolerância à baixa luminosidade ambiente e baixa umidade relativa do ar. Produz grandes folhas variegadas, com vários tons de verde e amarelo, lustrosas e duradouras, o que o torna muito interessante em decoração de interiores. Em algumas regiões do mundo, a sua popularidade como planta doméstica é acrescida devido à fama que a planta leva de "espantar o mau-olhado e maus-espíritos. Sintomatologia: irritação oral, prurido severo (coceira), irritação ocular, dificuldade de deglutição e até de respiração, em casos mais graves. Pode ocorrer alteração da função renal e alterações neurológicas. Coroa de Cristo Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Euphorbia milii. Gênero: Euphorbia. Parte tóxica: toda a planta. Essa planta consiste em um arbusto perene de até 2 metros de altura, bastante ramificado, com longos ramos contorcidos, providos de numerosos espinhos afiados em forma de agulhas, medindo cerca de 3 centímetros de comprimento. Sintomatologia: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia. Dama da Noite Família: Solanaceae Gênero: Cestrum Princípio ativo: glicosídeo do grupo das saponinas Possui folhas lanceoladas e pequenas flores amareladas que exalam exuberante e peculiar perfume durante a noite.Também é conhecido pelos nomes de coirana, dama-da-noite e jasmim-verde. Sintomatologia: Náuseas e vômitos, seguidos de agitação psicomotora, distúrbios comportamentais e alucinações, midríase e secura das mucosas. Gastrenterite, dermatite, midríase, hipertermia, ataxia, fraqueza muscular, dispneia e coma. Digitália/Dedaleira Nome científico: Digitalis purpurea L. Família: Angiospermae – Plantaginaceae – Scrophulariaceae. Toxicidade: toda a planta é tóxica, principalmente as flores e os frutos, afetando diretamente o coração. Olhando-se uma plantação de Dedaleira de longe dá pra se notar as hastes púrpuras com várias flores em forma de dedal que se distingue no verde das folhas. Por isso, no sul do Brasil, onde a temperatura é favorável para a proliferação da planta nos campos, é usada como planta ornamental em jardins. Nativa do Norte da África até Europa. Na África, em regiões mais secas ela é cultivada, mas na natureza é encontrada em regiões mais amenas. Porém, nas regiões de altitude são encontradas também por ser frio. Sintomatologia: vômitos, diarréia, bradicardia (coração bate devagar) e arritmias. Hera Nome científico: Hedera Helix. Nomes populares: Hera, Aradeira, Hedra, Hera-dos-muros, Hera-inglesa, Hera-trepadeira, Hera-verdadeira, Heradeira, Hereira. Família: Araliaceae. Trepadeira lenhosa de caules numerosos e delicados, muito ramificados e aderentes às paredes pelas suas abundantes raízes adventícias. Folhas alternas, sendo as dos ramos jovens subsésseis e menores, largo-ovaladas cordiformes na base; as dos ramos adultos ou floríferos são pecioladas, elípticas e coriáceas. Frutos em forma de figos ovóides. São plantas tóxicas por seu leite que contem oxalato de cálcio. Sintomatologia: fotodermatites causadas pelo contato da planta com a pele e leve irritação na mucosa oral. Jacinto Nome científico: Hyacinthus orientalis Nomes populares: Jacinto, Hiacinto, Hiacinto-de-jardim, Jacinto-comum, Jacinto-de-jardim, Jacinto-holandês Família: Hyacinthaceae Os jacintos são plantas que exigem um manejo cuidadoso e um período correto de frio. Por este motivo, só é possível vê-los florescer no Brasil caso tenham passado seu período de repouso em câmara fria, ou em locais serranos do sul do país. Os jacintos têm sua beleza destacada se plantados em vasos e jardineiras, ou em extensos maciços monocromáticos no jardim. Sua beleza exuberante e clássica, combina com as outras plantas bulbosas que florescem no mesmo período. É adequado aos jardins de estilo europeu, como o jardim inglês ou o francês, entre outros. É usual também o florescimento forçado, na terra ou em vasos especiais de vidro, que possibilitam uma rápida floração, em detrimento da perpetuação do bulbo. Sintomatologia: embora as flores sejam tóxicas, a parte mais perigosa para os cães e gatos é o bulbo. Provoca transtornos digestivos como a irritação gastrointestinal, diarreia e vômitos. Jibóia Nome científico: Epipremnum pinnatum Nomes populares: Jibóia, Era-do-diabo, Jibóia-verde Família: Araceae Parte tóxica: as folhas, o caule e o látex. Princípio ativo: oxalato de cálcio. A Jibóia é uma planta bastante vistosa que tem a habilidade de se apoiar em diversos substratos. Suas folhas são brilhantes e se alteram de acordo com a maturidade da planta, inicialmente são pequenas, sem variegações ou recortes, com o crescimento tornam-se grandes, variegadas e algumas vezes recortadas. É uma das poucas trepadeiras para utilização à meia-sombra. Sintomatologia: Se ingerida acidentalmente pode causar irritação das mucosas, inchaço das mucosas orais e em outras partes do trato gastrointestinal. Macieira Reino: Plantae Filo: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Rosales Parte tóxica: suas sementes, folhas e galhos contém cianeto, que pode ser letal dependendo da quantidade ingerida. A macieira era talvez a mais antiga árvore que tenha sido cultivada, e seus frutos foram melhorados com a seleção ao longo de milhares de anos. Relata-se que Alexandre, o Grande encontrou maçãs anãs no Cazaquistão em 328 a.C., aquelas que ele trouxe de volta para a Macedônia podem ter sido as geradoras das plantações de maças anãs. As maçãs do inverno, colhidas no final do outono e armazenadas em temperatura pouco acima do congelamento, foram um alimento importante na Ásia e na Europa por milênios. Mamona Nome científico: Ricinus communis L. Família: Euforbiáceas. Parte tóxica: folhas e sementes. Sintomatologia: a intoxicação pelas folhas é aguda, causando perturbação nervosa. Os sinais apresentados têm predominância neuro-muscular. Ocorre também eructação excessiva (arroto) acompanhada por sialorréia (baba). Já a intoxicação pelas sementes varia de aguda a subaguda, com o animal apresentando fraqueza, apatia e diarréia sanguinolenta, por irritação do tubo digestivo. Quantidade letal: em torno de 20 g de folhas frescas ou 2 g de sementes por kg de peso vivo. Mostarda Parda Nome científico: Brassica juncea. Classe: Magnoliopsida Ordem: Brassicales. A mostarda cresce no Norte de África, Médio Oriente e Europa Mediterrânea, tendo-se expandido para lá destas regiões devido ao longo cultivo. Sintomatologia: Em altas concentrações, a mostarda provoca intoxicação com salivação intensa, irritação da boca, diarreia e gastroenterite severa. Olho de Cabra Gênero: Ormosia Família: Fabaceae Partes tóxicas: látex Princípio ativo: toxialbuminas Todas as suas partes são muito tóxicas. A semente é muito perigosa, mas não causa dano se for engolida sem quebrar e sua casca é muito dura. É encontrada em sua semente uma grande variedade de proteínas venenosas. Sintomatologia: 1.Ingestão das sementes: Dor abdominal, náusea, vômito, diarréia, fraqueza, olhos fundos, transpiração fria, tremor nas mãos, dispnéia, pulso fraco, irregular, vertigem, desmaio, sangramento retal, oligúria e uremia. 2.Injeção em animais Provoca inflamação, edema, gotejamento de fluido sanguinolento na picada e necrose em volta da injeção. Reluta comer e três a quatro dias depois perde as forças, incapacidade para se movimentar. Friorento, sonolento, comatoso, convulsões tetânicas, morre dentro de 24 a 48 h. 3. Mente Alucinações. Anorexia, desconforto, mal estar, indisposição, desorientação, coma. Orelha de Elefante Família: Araceae, Nativa da: Malásia e Ceilão. Princípio ativo: oxalato de cálcio. As folhas são grandes, mais de 0,50 m de comprimento, verdes ou variegadas de branco, forma de coração, com nervuras marcadas e bordas onduladas. Sintomatologia: se ingerida fresca o animal sente como se houvesse centenas de agulhas furando a boca, língua e garganta. Samambaia Família: Pteridaceae Nome científico: Pteridium aquilinum É uma planta rizomatosa com folhas grandes de 60 a 180 cm de comprimento e 60 a 120 cm de largura, bipinadas, com as pinas profundamente lobadas e glabras ou lanuginosas, ferrugíneas na face dorsal. As folhas formam touceiras densas, ou se estendem ao longo dos rizomas. Normalmente o rizoma e seus rizóforos estão profundamente enterrados, o que permite à samambaia resistir às queimadas. Sintomatologia: pode matar se o animal não for socorrido a tempo. Os sintomas passam por problemas gastrointestinais, náuseas, vómitos, cólicas abdominais, diminuição do número de plaquetas e diarreia com sangue. Tinhorão Origem: Brasil e outros países da América TropicalPrincípio ativo: Oxalato de cálcio Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos. Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Sintomatologia: ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarreia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Tulipa Família: Liliaceae Nome científico: Tulipa hybrida. Princípio ativo: Alcaloides termoestáveis e cristais de oxalato de cálcio. Tulipa é o nome popular dado ao extenso grupo de espécies, variedades e híbridos do gênero Tulipa. O nome tem origem turco que significa turbante, uma alusão ao formato da flor. As folhas da tulipa podem ser oblongas, ovais ou lanceoladas (em forma de lança). A flor solitária surge do centro da folhagem em uma haste ereta. Podem ser simples, com seis pétalas, ou dobradas e apresentam cores, formas e bordas muito variadas e em diferentes combinações. A Holanda é o maior produtor mundial de tulipas e estas flores tem uma enorme importância econômica para este país. Sintomatologia: o manuseio do bulbo da tulipa libera um pó que podem provocar conjuntivites, rinites e até crises de asma.