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P L A N T A S C I A N O G Ê N I C A S São plantas que possuem o acido cianídrico (HCN), que é um composto formado por aldeídos ou cetonas, e um ou mais açúcares ligados ao ácido. O HCN é liberado pelo rompimento das célula vegetais que em contato com os açúcares leva ao quadro de intoxicação. Para causar o quadro clinico o animal deve ingerir 2-4mg/kg/hora do ácido. Os ruminantes são os mais sensíveis devido ao pH ruminal (6-7), onde as bactérias ruminais liberam o HCN. Equinos e ovinos são mais resistentes. Alguns fatores como faze de crescimento da planta (quando mais jovens mais toxicas), clima, solo e adubação contribuem para a intoxicação. Algumas das plantas são a Sorghum spp., Manihot spp. (mandioca- brava), Holocalyx glaziovii (alecrim de Campinas), Prunnus shaerocarpa (pessegueiro-bravo), viridiflora, Cnidoscolus phyllacanthus, Passiflora foetida (maracujá do mato), Cynodon dactylon vc. Tifton 68. Manihot Fámilia: Euphoribiaceae Gênero: Manihot Espécie:Manihot esculenta Variedades: mansas e bravas O glicosídeo é a linamarina e lotaustralina. A dose toxica é de 2,5 a 10 g/kg. Prunus Família: Rosaceae Espécie: Prunus selowii Nome comum: pessegueiro bravo O glicosídeo é a amigdalina A dose tóxica é de 3,5 a 5g/kg. A planta murcha é mais toxica pois a maior concentração de HCN, devido contato entre o glicosídeo e enzimas, além da planta ser mais palatável Sorghum Sorghum Sorghum vulgare: sorgo Shorgum halepense: sorgo-de-alepo – um dos mais tóxicos Shorgum sudanense: sorgo sudão, capim sudão, aveia de verão Mais toxico quando crescem ou rebrotam rapidamente, sendo tóxicos menos de 20 cm e 7 semanas. Tifton 68 Da família Graminae, sendo do gênero Cynodon nlemfuensis Vanderyst(“Tifton 68”). A Intoxicação ocorre com 5 g/kg. Introdução Respiração rápida e profunda com doses menores. Taquicardia, mucosas vermelho-vivo e posteriormente cianóticas. Sialorréia, tremores musculares, andar cambaleante com acentuação da dispneia e coma, podendo ocorrer timpanismo devido a interrupção da erucção e peristaltismo ruminal. Os sinais clínicos deste grupo de plantas ocorre logo após, ou ainda durante a ingestão. Sinais clinicos Diagnóstico O teste do papel picro-sódico é realizado através da solução de 5g de carbonato de sódio e 0,5 g de ácido pícrico dissolvidos em 100 mL de água destilada. O teste pode ser realizada com a planta suspeita, conteúdo do rúmen, fígado e músculo. Se caso a coloração do papel ficar de amarelo para vermelho tijolo, a planta possui capacidade de causar a intoxicação. Realizado pelo histórico, epidemiologia, sinais clínicos, evolução, macro e micro. Se houve ou não resposta ao tratamento. Pode ser realizado o teste do papel picro-sódico. Tratamento Por via endovenosa administar nitrito de sódio, 5g com 15 g de hipossulfito de Na e 200 mL de água destilada ou solução fisiológica. Com uma dose de 40mL/100Kg. Em caso de necessidade de repetição, só se administra o hipossulfito de Na. O nitrito de Na transforma as hemoglobinas em metemoglobina (Fe2+ em Fe3+) + HCN. É transformado em cianometegoglobina, que posteriormente ocorre a liberação do HCN, que o hipossulfito o captura, transformando o em tiocianeto, que é menos tóxico e eliminado pela urina. Mecanismo de Ação O HCN é absorvido no trato gastrointestinal, atingindo a circulação sanguinea. O HCN então se associa ao citocromo-oxidase, gerando o complexo cianeto-citocromo- oxidase, causando uma hipóxia/anóxia, citotóxica aguda no tecido nervoso e cardíaco. Plantas cianogênicas do Brasil A profilaxia para o sorgo, é não introduzir os animais na pastagem antes de 7 semanas. Para a Manihot, não introduzier os animais em períodos de brotação, e para ramos e tubérculos cortar e deixar em ambiente. Os tubérculos de mandioca pode se acostumar os animais gradativamente. Já para o Prunus deve se cuidar com galhos caídos após a poda ou tempestades. Profilaxia P L A N T A S Q U E A F E T A M O F U N C I O N A M E N T O D O C O R A Ç Ã O Policourea marcgravii Podem ainda ser classificadas em plantas que causam morte súbita, fibrose cardíaca e que contenham glicosídeos cardiotóxicos. Introdução São do gênero Apocynaceae, como a Nerium oleander e Asclepias curassavica. O glicosídeo cardiotóxicos é o cardeneolítico. Glicosídeos cardiotóxicos Morte súbita “A morte súbita é aquela em que o aparecimento dos sinais clínicos coincide com o momento da morte, de modo que deve ser diferenciada de morte com sinais clínicos agudos ou mesmo daquela em que o animal é encontrado morto.” As plantas que provocam a morte súbita são da família Rubiaceae, a Policourea marcgravii (cafezinho), P. aeneofusca, P. juruana, P. grandiflora. Ou podem ainda ser do gênero Malpighiaceae, são a Mascagnia rigida, M. pubiflora, M. elegans, M. aff.rigida, M. exotropica. Outro grupo, podem ser das Bignoniaceae, como a Arrabidaea bilabiata, A. japurensis, Pseudocalymma elegans. Fibrose cardíaca São da família Malpighiaceae, como as Tetrapterys acutifólia(cipó-ruão), T. multiglandulosa (cipó vermelho), Ataleia glazioviana (timbó). A Ateleia provoca quadros de aborto ou nascimento de bezerros fracos, neurológicos caracterizados por letargia e cegueira e Insuficiência Cardíaca que são caracterizados por morte súbita e evolução crônica ICC. Casos de morte súbita (agudos) só há alterações cardíacas, enquanto que casos crônicos possui ainda as alterações da ICC. Microscopicamente são encontradas necrose de fibras musculares cardíacas, fibrose, atrofia de fibra, e possivelmente infiltrado inflamatório de macrófagos. Provoca intoxicação superaguda, possui a característica de arbusto. Causa a maior parte de mortes no nordeste, possui ampla distribuição, a sua dose tóxica é de 0,4-0,6 g/KgPv, além de ser palatável, com efeito cumulativo. Não é necessário o animal estar com fome ou falta de forragem. É a segunda planta mais tóxica do Brasil. o principio ativo é o fluoracetato, que inibe a enzima aconitase, parando o ciclo de Krebs. Os nomes comuns são de “cafezinho”, “erva-de-rato”, “chumbinho” e “Vicki”. Esta distribuída por todo o país, em terras firmes, com lugares sombreados e a beira de matas. Naturalmente os animais mais intoxicados são os bovinos, e ovinos, caprinos, equinos e coelhos são susceptíveis. As condições em que ocorre a intoxicação é quando os animais possuem acesso a matas e capoeiras, pastagens cercadas (beira de cercas), pastos recém formados, boa palatabilidade e baixa dose tóxica. As partes mais tóxicas são as folhas e frutos, possui a característica de ser cumulativa, com doses diárias de 1/5 a 1/10 da dose letal os animais são acometidos. A ingestão semanal de 1/5 não é tóxica. O principio tóxico é o ácido monofluoracético, dando origem ao fluorcitrato através do seu metabolismo, sendo o responsável pela toxicidade. Possui interferência no metabolismo energético celular (ciclo de Kerbs), no ciclo do ácido cítrico. O ácido cítrico inibe a enzima aconitase, interferindo na respiração celular, causando uma depleção energética, e no metabolismo de CHO, lipídeos e proteínas. O citrato que se acumula liga-se ao cálcio sérico e causa acidose metabólica. Os sinais clínicos são uma relutância em andar, com frequência urinária constante e em pouca quantidade. O animal terá pulso venoso positivo, ataxia, instabilidade postural, tremores. Ainda possuirá queda, pedalagem, opistótono, convulsão. Por final o animal apresentará a morte. Na necropsia não apresentará lesões características. Histologicamente, poderá haver lesões renais, que é a degeneração hidrópicovacular dos tubos contorcidos distais. O diagnóstico diferencial é a presença da planta, ocorrência de morte súbitas, necropsia e histopatologia. Deve se diferenciar de outras plantas que causam morte súbita, plantas cianogênicas. Outro diferencial é a falta de cálcio e fósforo, carbúnculo e acidente ofídico. Não há tratamento conhecido. Deve-se movimentar os animais o mínimo necessário durante alguns dias. O efeito cumulativo é devido a eliminação lenta (48 h). A acetanamida nãopossui efeitos pós sinais evidentes, mas pode ser usada como preventivo. A profilaxia é cercar as matas e capoeiras junto às cercas ou erradicação, cuidar com pastagens recém- formadas, arrancar a planta e colocar herbicida granulado na cova para evitar a rebrota. Policourea marcgravii Mascagnia rigida Atualmente foi alterado o nome do gênero para Amoramia. Popularmente é conhecida como “tingui” e “timbó”. Na Bahia é conhecida como “quebra-bucho” e “pela bucho”. Em Minas Gerais é conhecida como “salsa-rosa” e “rama-amarela”. Microscopicamente, apresenta degeneração de fibras musculares cardíacas, edema e infiltrado de macrófagos. Ocorre a degeneração hidrópico – vacuolar renal. T Ó X I C O S Q U E A F E T A M O S M Ú S C U L O S Nesse grupo encontram-se as plantas e substâncias que mimetizam intoxicação por plantas. As substâncias são os antibióticos ionóforos, como a monensina, salinomicina e narasina. As plantas podem ser a Senna occidentalis (fedegoso). Introdução Ela é da família das Fabaceae- caesalpinoideae, Leguminosae. Os nomes populares são fedegoso, manjerioba, sene. É uma planta herbácea anual.O fedegoso é de regiões tropicais e subtropicais. Prefere solos de pastos baixos e férteis. É uma invasora de pastagens. As espécies mais sensíveis naturalmente são os bovinos, suínos e equinos. As condições para que ocorra a intoxicação é o pastoreio em áreas infestadas ou rações contaminadas com semente da Senna. O principio ativo é a diantrona (HARAGUCHI et al, 1996), que provoca o desacoplamento da fosforilação oxidativa mitocondrial. As folhas, caules, vagens e sementes são tóxicas, sendo esta ultima a com maior toxicidade. Os animais poderão apresentar dificuldades locomotivas, mioglobinúria. Os sinais clínicos poderão ser distúrbios musculares, como dor, incoordenação, dificuldade para caminhar, mioglobinúria, decúbito esternal, lateral e morte. Os animais ainda poderão apresentear anorexia (alguns casos), perda de peso, ataxia e diarreia. Ocorre um aumento da CK, indiretamente a AST e GGT Antibióticos ionóforos Essas substancias causam ações deletérias quando são administradas em doses elevadas, ou pouco homogeneizado nas rações, acesso ao local com os antibióticos. Causam lesões no musculo esquelético e cardíaco, com lesões degenerativas. O animal poderá apresentar mioglobinúria e aumento da CK, além de apresentar uma insuficiência cardíaca. Os antibióticos ionóforos podem ser potencializados pelo Tiamolin, Eritromicina, Tirosina, Clorafericol Intoxicação por Senna occidentalis Os animais poderão apresentar dificuldades locomotivas, mioglobinúria. Os sinais clínicos poderão ser distúrbios musculares, como dor, incoordenação, dificuldade para caminhar, mioglobinúria, decúbito esternal, lateral e morte. Os animais ainda poderão apresentear anorexia (alguns casos), perda de peso, ataxia e diarreia. Ocorre um aumento da CK, indiretamente a AST e GGT. As lesões macroscópicas poderão ser a necrose muscular, que é caracterizada por áreas pálidas, que progredirá para esbranquiçamento. Irão tomar um aspecto de calcário devido a mineralização, acontecendo na musculatura esquelética e cardíaca. As alterações microscópicas são a fragmentação das fibras musculares, apresentação hialina, podendo ser encontradas áreas de mineralização/calcificação nas fibras. As sementes irão afetar o sistema imune, que irá atrofiar a Bursa de Fabricius (responsáveis pela maturação dos B-Cell) nas aves, os animais não irão desenvolver uma resposta imune adequada com a vacinação O diagnóstico é através da epidemiologia, histórico, sinais, lesões e presença da planta. O diferencial é a rabdomiólise, intoxicação por antibióticos ionóforos, deficiência de vitamina E e Selênio, doença do estresse dos suínos (hipertermia maligna), intoxicação por Melia azedarach(sinanomo), além de outras doenças neuromusculares. Não há tratamento para a intoxicação. A profilaxia é evitar a ingestão da planta ou rações contaminadas. A intoxicação possui importância nos animais de produção devido as lesões musculares, queda de rendimento, alterações no sistema imune → suscetibilidade de doenças e eficiência da vacinação, além da saúde publica P L A N T A S Q U E C A U S A M F O T O S S E N S S I B I L I Z A Ç Ã O S E C U N D Á R I A Introdução Esse grupo de plantas causa inicialmente lesões hepáticas, para então dar inicio as lesões de pele. Ocorre quando a capacidade do fígado de excretar a filoeritrina, pigmento fluorescente originado a partir da clorofila, no trato digestivo dos ruminantes, é prejudicada. Quando há dano hepático a filoeritrina não pode ser metabolizada e passa a circulação chegando a pele onde então por ser fotodinâmica produz reação local por ação dos raios solares. Brachiaria spp. As brachiarias possuem o fungo (Pithomyces chartarum) saprófita, matéria vegetal morta, que produz a esporodesmina. As brachiarias também possuem uma toxinas, a saponina. Os sinais clínicos são variáveis, onde os animais podem morrer em 2 ou 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos, às vezes sem a fotossensibilização. Os animais podem apresentar uma hepatite. As lesões macroscópicas são lesões de fotossensibilizaçãoe hepáticas, com fígado de cor alaranjada, ceratite, urina de coloração marrom, tecido subcutâneo amarelado. Microscopicamente as lesões características da intoxicação por brachiaria é a presença de macrófagos espumosos, cristais (“cacos de vidro”), inflamação e fibrose das regiões periportais. Os animais jovens são os mais susceptíveis Lantana spp. Popularmente conhecida como chumbinho e cambará, sendo as espéciesL. camara, L. glutinosa eL. tiliaefolia, causando intoxicação em ovinos e bovinos. Os quadros de intoxicação por Lantana são os animais que estiveram privados de água e alimento durante o transporte. Outra forma de intoxicação é quando os animais não possuem alimentos. A Lantana se distribui da Amazônia até o Rio Grande do Sul, crescendo em áreas de mata nativa e terrenos abandonados. É um problema grave na Austrália. O principio ativo são os triterpenos Lantadene A e B. A Lantana causa problemas hepáticos para então causar a fotossensibilização. A dose para que o animal se intoxique, é de 40 g/Kg, 20 g/Kg, ou 4 a 6 doses repetidas de 10 g/Kg. As lesões macroscópicas são a icterícia, urina marrom/alaranjada, fígado alaranjado ou esverdeado, vesícula biliar repleta e com e edema de parede, córtex renal marrom escuro ou esverdeado e lesões de pele. As lesões microscópicas no rim e fígado é a proliferação de células nos ductos biliares, hepatócitos tumefeitos, necrose individual, estase biliar, hepatócitos multinucleados, inflamação periportal, degeneração e cilindros hialinos no rim. Enterolobium spp. Conhecida como Timbaúba, tamboril da mata, orelha de macaco. As espécies são E. gummiferum, E. contortisilium. A fava desta planta são as partes que possuem toxicidade. Os aspectos clínicos e patológicos da intoxicação pela Enterolobium spp, são a fotossensibilização hepatógena, abortos e enterites – diarreias. O consumo das favas é por falta de outro alimento. Macroscopicamente são lesões parecidas com as das outras plantas. Na microscopia há necrose individual de hepatócitos, discreta proliferação de ductos biliares sem a presença de cristais. Os sinais de fotossensibilização iniciam 15 dias após o consumo, sendo a icterícia, sinais consequentes das lesões de pele e diarreia. O animal necessita ingerir a dose tóxica num único momento. Diagnóstico O diagnóstico é realizado entre as três formas, sendo necessário o diagnóstico diferencial. Não há tratamento especifico com antidoto, porém o tratamento é sintomático, podendo se usar antibioticoterapia, glicerina nas lesões de pele, fluidoterapia em animais desidratados. A profilaxia é dependente das condições de cada caso em particular. P L A N T A S E M I C O T O X I N A S H E P A T O T Ó X I C A S A G U D A S Introdução Os animais podem apresentar sinais neurológicos antes da sua morte, como agressividade, tremoresmusculares. Estes sinais são oriundos da encefalopatia-hepática. Na insuficiência hepática, o ciclo da uréia é prejudicado devido ao fígado lesado, a amônia não é convertida em uréia e se acumula na circulação e sendo danoso para o sistema nervoso. Num insuficiência crônica, devido a fibrose do fígado há desvio portal, onde todas as toxinas além da uréia irão para o sistema nervoso central. Os fatores de coagulação deixam de ser produzidos pelo fígado, assim o animal terá facilmente hemorragias. Ainda terá baixa concentração plasmática de proteínas, com um quadro de ascite associado. Espécies Cestrum laevigatum O seu habitat são áreas baixas não alagadas e grotas. Os animais mais sensíveis bovinos. A intoxicação ocorre mais no período seco/estiagem, quando não há pastagens. As condições em que ocorre a intoxicação, são a fome no período de estiagem, com brotação nova e abundante. As folhas murchas se tornam mais palatáveis. Sob condições naturais só ocorre à intoxicação aguda. A Dose Tóxica é de 10 a 50 g/Kg. A planta dessecada mantém a toxidez. Os princípios ativos são as saponinas gitogenina e digitogenina. O principio amargo é a cestrumida, que é perdido com o murchamento. Cestrum parqui (RS) Cestrum corumbosum var hirsutum (SC) Cestrum intermedium Sessea brasiliensis Vernonia molíssima (MS, em escassez de forragem) V. rubricaulis (MT, épocas de seca) Xanthium spp (Sul) Senecio brasiliensis, spp Trema micranta Solanaceaae: Compositae Ulmaceae Diagnóstico A intoxicação pelas Vernonias spp, o lobo esquerdo do fígado fica amarelado. Na microscopia há necrose centrolobular, degeneração hidrópica intermediária e degeneração gordurosa na região periportal. A evolução clínica aguda com curso de 12 a 72 horas. O animal pode apresentar agressividade, anorexia. Paresia do membro pélvico, incoordenação. Os animais podem apresentam tremores musculares. Ainda possuirão atonia ruminal, dor abdominal, ranger dos dentes. As fezes estão ressequidas com muco e estrias de sangue. A dificuldade de defecar e gemidos, decúbito esternal, pedalagem. A macroscopia da intoxicação, o fígado estará aumentado de volume com acentuação do padrão lobular. A vesícula biliar poderá apresentar edema de parede, em consequência da insuficiência hepática será possível encontrar hemorragia em vários tecidos. No intestino as fezes estarão ressequidas, podendo estar cobertas de muco e sangue. Sinais clínicos Inicia-se com a anamnese se há presença da planta, os sinais clínicos, lesões macroscópicas e histológicas do fígado. O diagnóstico diferencial para as plantas hepatotóxicas agudas, é a raiva, como também por larvas de Perreya flavipes. No caso do Xanthium, verificar se há brotação ou cotilédones, ou se há presença de frutos da planta em rações ou subprodutos de cereais. Não há tratamento que reverta a situação, só sintomático. Então é possível fornecer algo para o animal eliminar o quanto antes a planta, como também para que ele não absorva o principio ativo. Então é possível administrar um laxante e carvão ativado. Para bovinos pode usar-se um bicarbonato salivo e o carvão ativo. P L A N T A S E M I C O T O X I N A S H E P A T O T Ó X I C A S C R Ô N I C A S Introdução Possui importância mundial, existindo mais de 1200 espécies. No Brasil, o que possui maior importância é o S. brasiliensis, dentre as 128 espécies aqui presentes. A ingestão ocorre de maio a agosto, enquanto que o Senecio spp esta em brotação. Os sinais ocorrem semanas ou meses após a ingestão. A lesão do Senecio é acumulativo. O PIRROL permanece na célula, se ligando ao ácido nucléico das células hepáticas. Conhecida como “pata-de-vaca”. O Echium pode ser tóxico em um ano, e outro ano não. É uma leguminosa utilizada para cobertura de solo. Os alcaloides da Crotalaria são liberados no leite. Estas plantas causam fibrose hepática, sendo as espécies do gênero Senecio spp, Euchium plantagineum, Crotalaria spp. Senecio spp Echium plantagineum Crotalaria spp Podem cursar de duas formas, como de 24 a 72 horas, onde o animal apresenta agressividade incoordenação, tenesmo, prolapso retal, diarreia, edemas. Ou um curso crônico, ode vários meses, onde o animal apresentará emagrecimento e sinais neurológicos antes da sua morte. Os ovinos são mais resistentes que os bovinos, porém podem ser acometidos quando ingerirem altas taxas de Senecio spps. As ovelhas podem ser usadas como controle biológico do Senecio spp. O fígado poderá estar aumentado ou diminuído, apresentando estriações esbranquiçadas, firme ao corte (aumento da consistência), a superfície de corte apresenta áreas circulares esbranquiçadas, intercaladas com áreas mais vermelhas. Em algumas situações o fígado poderá estar todo nodular. A vesícula biliar apresentará edema de parede e nódulos na mucosa. Além disso o animal poderá apresentar edema e icterícia, como lesões de fotossensibilização. Na micro, o animal apresentará fibrose, proliferação de células de ductos biliares, necrose de hepatócitos e presença de megalocitose (hepatócito aumentado de tamanho por não conseguir dividir-se). O animal ainda apresentará espongiose (status spongius). Sinais clínicos O principio ativo e toxidez é dada pelos alcaloides pirrolizidínicos. O controle é através do uso de ovelhas como controle biológico, ou roçada, ou deixar os animais que permanecerão menos tempo na propriedade. Os princípios ativos destas plantas são substâncias de importância na saúde pública. P L A N T A S N E F R O T Ó X I C A S Dimorphandra mollis É uma árvore, do grupo das leguminosas. É da família Caesalpinoideae. Na região Centro- Oeste denominado como Faveira, no oeste da Bahia é conhecido como Barbatimão. O fruto desta planta é uma fava. Os animais se intoxicam com a D. mollis com a fava, que coincide com a seca (julho a agosto) que é a época com falta de alimento. A D. mollis é uma árvore característica do cerrado. Naturalmente a intoxicação ocorre em bovinos. As condições para a ocorrência é a queda das favas maduras caírem no solo, coincidindo com a seca. A dose toxica é alta, sendo de 25 g/Kg de favas em dose única, não possuindo efeito cumulativo. Os sinais clínicos iniciam na maioria dos casos das 24 até 48 horas após a administração. O principio tóxico é desconhecido, porém se desconfia que seja a Rutina, que está presente nas favas da planta. No centro-oeste, os produtores acusam a planta de causar aborto, porém não foi comprovado experimentalmente a ação abortiva. Os sinais clínicos são a diminuição apetite e emagrecimento progressivo. Provoca edema subcutâneo no abdômen, parte posterior da coxa e vulva, além da apresentar oligúria. Na patologia clinica, se percebe um aumento de uréia e creatinina no sangue, e o animal possui albiminúria e cilindrúria na urina. O animal pode apresentar ainda diarreia e esofagite, devido a IRA. A D. mollis causa necrose tubular nos rins, causando uma obstrução. O rim apresenta edema peri-renal, possuindo aspecto gelatinoso. As fezes apresentam coloração escura, podendo apresentar sangue. O rim apresenta-se aumentado de volume, tumefeito e mais pálido. O animal pode possuir crostas junto a ulcerações na cavidade nasal. Na microscopia é perceptível necrose tubular tóxica, os túbulos estão repletos com proteínas, além de dilatação tubular. Amaranthus spp É da família dos Amaranthaceae, conhecida como “caruru” ou “mata-porco”. As espécies de “caruru” são o A. retroflexus, A. hybridus, A. blitum, A spinosus.Esta distribuído portodo o Brasil, ocorrendo em terrenos baldios, lavouras anuais e perenes sempre em solos férteis. Os animais sensíveis são os bovinos, suínos e ovinos. As condições para a ocorrência da intoxicação são piquetes plantados por soja, sorgo e milho. As partes tóxicas são a planta verde com folhas e frutificação. É necessária uma grande quantidade por 5 a 30 dias, com ingestão de 300 a 400 g/Kg (suínos). Possui fator cumulativo. O Amaranthus pode também intoxicar por nitrato e nitrito, além de possuir altas doses de oxalecetato,causando intoxicação por esta substância. Os sinais clínicos iniciam de 15 a 30 dias após a ingestão. A sua evolução depende da dose que o animal ingeriu, variando de 3 a 15 dias. Os sinais clínicos são a depressão, anorexia, diminuição de movimentos ruminais, em alguns casos diarreias e hemorragicas. Casos mais prolongados, são apresentados o emagrecimento progressivo, edema submandibular, e região posterior da coxa. No soro há o aumento de uréia e creatinina. Thiloa galucocarpa Habita a região da catinga, sendo a intoxicação presente no inicio do período das chuvas. A Thiloa é a primeira planta a brotar logo após as chuvas, sendo que em anos com poucas chuvas, a incidência de intoxicações são maiores. O animal pode apresentar hidrotórax. O rim pode apresentar tumefação, pálido e aumentado de tamanho. Na microscopia, são perceltiveis cilindros, dilatação tubular, cristais no interior dos ductos. Ainda pode ser verificada a presença de células inflamatórias no interior no túbulo, e em casos crônicos, a presenteça de tecido conjuntivo. O diagnóstico se da pelo histórico de introdução dos animais em pastos invadidos pela planta, com eventual presença das sementes no abomaso ou estomago, animais edemasiados e lesões histológicas. O diagnóstico diferencial é a D. mollis e Thiloa. O tratamento e profilaxia é a roçada, perdendo a toxicidade após o corte. P L A N T A S Q U E A F E T A M O S I S T E M A D I G E S T Ó R I O Baccharis coridifolia É um pequeno arbusto, com porte de aproximadamente de 50 cm. Pertencente à família Compositae, e é popularmente conhecido “mio-mio”. Possui características similares ao alecrim. É uma planta invasora de campos, e de terrenos alagados. É uma planta que causa mortalidade, sendo o transporte e desconhecimento fatores agravantes. A dose tóxica do Baccharis coridifolia é baixa. Na época de frutificação, é o momento que ela se encontra mais tóxica e as plantas com genótipo feminino é ainda 32% mais tóxica que as plantas com genótipo masculino. Os animais mais sensíveis naturalmente são os bovinos e ovinos, porém os equinos e suínos também são susceptíveis. As condições para que ocorra a intoxicação são o desconhecimento e transporte primeiramente, além da superlotação, queimadas e fome. As partes tóxicas da planta são as flores, sementes, folhas, talos e raiz. A variação de toxidez é de outubro a novembro, época em que ocorre a brotação, sendo sua dose tóxica 2 g/Kg. Na época da floração e frutificação a dose tóxica é de 0,25 a 0,5 g/Kg. Os princípios tóxicos do B. caridifolia são os tricotecenos macrocíclios (Roridina A e E), são micotoxinas fitotóxicas potentes e poucas plantas resistem. Os tricotecenos são absorvidos de fungos (Myrothecium verrucaria) do solo pelo B. coridifolia. Os sinais clínicos são a anorexia, parada ruminal, timpanismo leve, inquietação, decúbito esternal, gemidos, sialorréia, taquicardia e polidipsia. A apresentação dos sinais clínicos ocorre de 5 a 29 horas após a ingestão para bovinos, em ovinos ocorre de 3 a 24 horas, enquanto que para os equinos ocorre de 3 a 7 horas após a ingestão. Os animais mais afetados tendem a beber mais água, devido a ação caustica do principio tóxico. Os achados de necropsia, se restringem ao sistema digestivo e tecido linfoide. As lesões no trato gastrointestinal são bem característicos, sendo que os estômagos estarão bem avermelhados e edemasiados. O epitélio se desprende facilmente. O diagnóstico se dá pelo histório e epidemiologia, além que para o confirmatório são as alterações hitológicas nos pré-estomagos. O tratamento é o uso de carvão ativado e cal, com 100 gramas de cada elemento. A profilaxia para a intoxicação do B. caridifoli é o cuidado na introdução de animais em áreas indenes em regiões onde existe a planta. A introdução na área deve ser de forma gradual. Outra forma é acostumar os animais com a planta. Ricinus communis É comumente conhecida como mamona ou carrapateira. É um arbusto pertencente à família da Euphorbiacae. É responsável por dois tipos de intoxicação, onde as folhas causam sinais neurológicos, e as sementes causam sinais gastrointestinal.É distribuída por todas áreas no Brasil. As espécies sensíveis são os bovinos, equinos, suínos e até galinhas. As condições em que ocorre a intoxicação é a mastigação ou trituração da semente. As sementes podem ser adicionas acidentalmente nos alimentos, ou por resíduos não-detoxicado das sementes. As folhas são ingeridas pelos bovinos, quando estes estão passando por falta de alimentos. As partes tóxicas da planta são as sementes, com dose tóxica variável entre as espécies e idade. O principio ativo das sementes é a ricina, sendo destruída pelo calor, mas mantendo a antigenicidade (doses subletais). O quadro clinico para os animais que ingeriram a semente, são a presença de gastrenterite, com diarreia liquida muco/fibrina/sangue e apatia, com dor abdominal. Macroscopicamente, são perceptíveis gastrenterite hemorrágica, com avermelhamento, petéquias e edema da mucosa do intestino delgado e cólon. Na microscopia, poderá haver congestão, hemorragia, necrose de tecido linfoide. As folhas e pericarpo provocam sinais neuromusculares. É uma árvore pertencente à família Leguminosae Mimosoideae. Há 25 espécies, únicas comprovadas tóxicas, sendo o S. coriáceum e S. abovatum, onde o último causa aborto. É popularmente conhecido por “barbatimão”. No oeste baiano é conhecido como “fava” ou “faveira”. As condições para que ocora a intoxicação, é a época da seca (julho a setembro), quando as favas estão maduras e caem ao solo. A quantidade tóxica da planta, onde a dose letal é de 10 g/Kg, ou doses de 2 a 5 g/Kg parceladas. O principio tóxico é a saponina. Os sinais clínicos são a apatia, atonia do rúmen, sialorréia, hipotermia e tremores musculares. Poucos animais se reestabelecem, porém podem apresentar fotossensibilização e diarreia. O aparecimento do quadro clínico pode ocorrer entre 24, 48 a 72 horas após a ingestão, e a sua evolução ocorre de 2 a 23 dias, causando a morte a partir dai. Os achados de necropsia podem ser o edema de parede intestina, abomaso e mesentério. Ainda pode ser encontrado o ressecamento, do conteúdo dos pré-estômagos, com sementes da planta. Os achados histopatológicossão a degeneração das células epitelias e cilindros hialinos n interior dos túbulos uriníferos. Há tumefação difusa dos hepatócitos e necrose individual. Stryphnodendron coriaceum O diagnóstico ocorre pelo histórico, sinais clínicos e epidemiologia. O tratamento é através da retirada dos animais com o contato com a planta, alocando-os à sombra. Evitar a ingestão da planta por parte dos animais. Retirar uma faixa da casca do tronco, usar a madeira para cercas, como forma de controle da planta. P L A N T A D E A Ç Ã O R A D I O M I M É T I C A Pteridium aquilinum É popularmente conhecida como samambaiaou samambaia do campo. A planta é endêmica na região de Santa Catarina. A samambaia causa rarefação da medula óssea, e destruição das medulas. Esta distribuída por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, parte do Acre, Rio de Janeiro. As condições para a intoxicação é a fome, vicio e pelo feno possivelmente. Acomete bovinos, ovinos, camundongos, ratos e cobaias. O principio ativo é o Ptaquilosídio. Todas as partes da planta são tóxicas, sendo na brotação a maior toxicidade. Há três formas clínicas da intoxicação por samambaia, sendo a síndrome hemorrágica aguda, e nas formas crônicas a hematúria enzoótica e carcinoma de células escamosas de vias digestivas. Síndrome hemorrágica aguda A ingestão deve ser uma quantidade maior que 10 g/Kg dia da planta durante algumas semanas a poucos meses. Se o animal ingerir o seu peso corporal em planta, é quando ele atinge a dose tóxica. A planta causa hipertermia acentuada e hemorragias na pele e mucosas visíveis. Há diarreia com coágulos sanguíneos. O animal ainda apresenta secreção nasal, com presença de muco sanguinolento. Há presença de trombocitopenia, neutropenia, relativa linfocitose,com posterior aparecimento de anemia. Os achados de necropsia são hemorragias difusas, úlceras nas mucosas e sangue coagulado na luz intestinal. Provoca alterações no fígado, como os infartos hepáticos. Acredita-se que os infartos sejam provenientes da anemia crônica dos animais. Histopatologicamente, haverá lesões de medula óssea, como a rarefação do tecido hematopoético. O diagnóstico é através do quadro clínico, histopatológico e presença da planta. O diferencial de outras diáteses e septicemias hemorrágicas. O tratamento realizado no início do quadro clínico, possivelmente pode se salvar os animais. Pode ser usado antibiótico, para evitar infecções secundárias, juntamente com a administração de um anti-inflamatório. Ainda pode se realizar a transfusão de sangue e estimulantes da medula óssea. Administrar um estimulante de medula óssea, como as Inter Leucinas e Eritropoietina. Hematúria Enzoótica É ocasionada pela ingestão e quantidades menores de 10 g/Kg/dia durante um ou mais anos. Os sinais clínicos são a hematúria intermitente, anemia, emagrecimento, raras às vezes com incontinência urinária, morte. Ocorre mais frequentemente em bovinos a partir dos 2 anos. As lesões macroscópicas são nódulos ou formações papilomatosas na vesícula urinária, com coloração branco-amarelada ou avermelhada. Ocorre o espessamento da parede da vesícula urinária. Na histopatologia, são visualizados diversos tipos de processos neoplásicos de origem epitelial e mesenquimal, podendo ainda ser classificadas como benignas ou malignas. Ocorre uma ração inflamatória linfocitária. Alguns dos tumores possíveis são o papiloma e carcinomas de células de transição, adenoma tubular ou acinar, adenocarcinmas, carcinoma de células escamosas, hemangioma, hemangiossarcoma. O diagnóstico é dado pelos sinais clínicos, achados de necropsia e histopatologia. O diferencial de doenças que causa hematúria e hemoglobinúria. Não se possui conhecimento de tratamento. A retirada do pasto e com boa alimentação leva a uma lenta recuperação, mas incompleta. Carcinomas das vias digestivas É ocasionado pelo principio carcinogênico Ptaquilosídio. Acomete animais com idade mais avançada. Os tumores ocorrem na faringe, base da língua, cárdia, esôfago, palato. Os sinais clínicos são a tosse, regurgitação, timpanismo, diarreia e emagrecimento progressivo até a morte. A morbidade é de 3- 5%, com letalidade de 100%. Na necropsia é perceptível um processo neoplásico sob a forma de massas de coloração amareloacinzentado infiltrativas. Muitas das vezes possuem ulcerações, na base da língua, esôfago, cárdia e rúmen. Na histopatoligia é perceptível as formações com aspecto típico de carcinoma das células escamosas, com marcada formação de queratina, acompanhado de acentuada infiltração linfocitária. O diagnóstico é pelo quadro clínico-patológico. O diferencial é de actinobacilose e tuberculose. Não há tratamento para os quadro de carcinomas de vias digestivas. P L A N T A S Q U E C A U S A M A N E M I A H E M O L Í T I C A P L A N T A S C A L C I N O G Ê N I C A S Brachiaria radicans É conhecida como braquiária-do-brejo e tanner grass. Possui boa capacidade de ase adaptar em terrenos úmidos, sendo diagnosticada a intoxicação em bovinos e búfalos. A alimentação única, quando está verde e visçosa causa a intoxicação. Ditaxis desertorum É importante na Bahia, sendo uma invasora. Indigofera suffruticosa É conhecida como anil ou anilera. Presente no Nordeste Intoxicação ocorre onde tem grande quantidade da planta nas pastagens Allium spp São as cebolas. São cultivadas mundialmente, no Brasil foi registrada em búfalos. Uma planta palatável. A invasão de plantações ou utilização do excesso de produção para alimentação animal. As intoxicações são causadas pela ingestão exclusiva por uma semana. O quadro clínico patológico para as plantas, a urina se apresenta de coloração marron avermelhada, emagrecimento, debilidade, mucosas pálidas, sangue aquoso, rins tumefeitos e escuros, nefrose hemoglobinúrica. O fígado e prepúcio apresentação coloração azulada quando intoxicação devido a Indigofera suffruticosa. O diagnóstico se dá pela hemoglobinemia e hemoglobinúria associadas à presença da planta. O diferencial é entre as plantas, babesiose, leptospirose, intoxicação por cobre e hemoblobinúria bacilar. A retirada dos animais da pastagem é passível da recuperação dos animais. Deve evitar-se o acesso às plantas, quando estas estão viçosas. Quadro Clínico Neste grupo estão relacionadas a Solanum malacoxylon(espichadera) estando no pantanal, sendo importante para a produção de bovinos. A outra planta é a Nierembergia veitchii, estando no Rio Grande do Sul, com importância sobre ovinos. Estas plantas provocam a calcificação de tecidos. A doença caracterizada é a calcinose. Na macroscopia o é percebido o endurecimento, engrossamento e perda da elasticidade das artérias. Superfície interna rugosa e com placas mineralizadas. Há calcificação das válvulas cardíacas. Microscopicamente, há edema e fragmentação das fibras, elásticas das artérias. Calcificação de tendões e ligamentos, osteopetrose. Haverá hiperplasia das células parafoliculares da tireoide e atrofia das paratireoides. O diagnóstico dá-se pela presença das plantas no local de pastagem dos animais. O diferencial é a intoxicação por vitamina D O desenvolvimento da enfermidade é associado a presença de glicosídeo esteroidal, com princípio ativo semelhante à vitamina D . O consumo dessas plantas promove maior absorção de cálcio e fósforo da mucosa intestinal, resultando em hipercalcemia e hiperfosfatemia crônica e mineralização dos tecidos moles (ROSOL; GRÖNE, 2016). P L A N T A S Q U E C A U S A M P E R T E R B A Ç Õ E S N E R V O S A S PLANTAS QUE CAUSAM DOEÇAS DO ARMAZENAMENTO São plantas como a Ipomoea subsp fistulosa, Sidacarpinifolia, Solanumfastigium e Solanumpaniculatum. Ipmomoea carnea subsp fistulosa É conhecida vulgarmente como “canudo” e “algodão bravo”. É uma importante causa de intoxicações no nordeste por causa da seca. No sul é usada como ornamental para cercas- vivas. Os princípios ativos são a Swainsonina e calisteginas que impedem a metabolização de substratos que contêm açucares. É encontrada na Amazônia, Pará, Mato Grosso, Nordeste. Em outros estados é encontrada como uma planta ornamental. Preferem locais com maior umidade. Os bovinos, ovinos e caprinos são acometidos pelo principio ativo. O consumo é devido a fome, devido a escassez de forragem, posteriormente continuando o consumo devido o vício do seu consumo. É necessário ingerir durante semanas a planta. O quadro clínico é caracterizado pela depressão, tremores, desequilíbrio, hipertermia, ataxia, posturas anormais (cavalete, opistótomo) e abortos. Não há alterações macroscópicas significativas. Na microscopia há tumefação e vacuolização de neurônios, principalmente de células de Purkinje. O diagnóstico é dado por dados epidemiológicos, sinais e lesões neuronais. Não há tratamento, sendo indicado abater os animais afetados. Deve evitar-se contato com a planta para que não ocorra a intoxicação. Pode usar- se herbicidas para o controle das plantas. Quadro clínico Diagnóstico, Tratamento e Profilaxia Sida carpinifolia Popularmente conhecida como Guanxuma. O principio ativo também é a Swaisonina. É uma importante erva daninha. Prefere locais úmidos e sombreados, com ampla distribuição na região sul. Acomete os ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos). A intoxicação ocorre em pastagens muito infestadas. Após o consumo, os animais continuam a ingerir devido a adicção. A intoxicação ocorre quando a planta esta infestando a propriedade. Os animais adquirem avidez pela planta. Os sinais clínicos são a letargia, alterações de marcha, incoordenação. Há quedas, posições atípicas, dificuldade de voltar em estação. Os sinais se acentuam à movimentação. Macroscopicamente, em caprinos se observou aumento de linfonodos mesentéricos. Em bovinos houve a coloração amarelada dotálamo. Houve distensão e vacuolização de neurônios, presença de esferoides axonais. Há vacuolização em outros tecidos. Deve evitar- se o consumo da planta pelos animais. Solanun fastigiatum e Solanun paniculatum Conhecida vulgarmente como jurubebas, joá. Esta presente na região Sul do Brasil. É uma planta invasora de pastagens e terrenos abandonados. Os acometidos são os bovinos. O consumo ocorre devido a escassez de forragem. A evolução é rápida, de vários meses. Há crises de tipo epileptiforme após movimentação. Os animais apresentam Nistagmo, rigidez dos músculos do pescoço e membros. Ocorre a perda de equilíbrio, estando sujeitos a traumatismos. Na macroscopia não há alterações. Em alguns casos observa-se diminuição do tamanho do cerebelo. Há vacuolização, degeneração e desaparecimento das células de Purkinje. Há presença de esferoides axonais e microcavitaçaõ e gliose P L A N T A S Q U E C A U S A M P E R T E R B A Ç Õ E S N E R V O S A S PLANTAS QUE CAUSAM SÍNDROME TREMOGÊNICA É vulgarmente conhecida como salsa. Habita as regiões norte e nordeste. Prefere margens de rios, lagoas, terrenos abandonados, margens de estradas. Acomete bovinos, búfalos, caprinos e ovinos. Os animais iniciam o consumo devido a fome. Os sinais clínicos em bovinos e búfalos são o balanço da cabeça, tremores musculares, desequilíbrio e quedas. Nos ovinos são perceptíveis tremores musculares e distúrbios de locomoção. Em caprinos há sonolência, letargia, poucas vezes tremores musculares. Não há lesões significativas. Ipomoea asarifolia PLANTAS QUE CAUSAM LESÕES LOCALIZADAS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Conhecida como “algaroba”. É fonte de alimento no semiárido. Acometem os bovinos e caprinos. Quando os animais ingerem mais de 50% da dieta por longos períodos, possuem intoxicação pela planta. A algaroba causa uma doença conhecida como Inclinação lateral da cabeça. Provoca movimentos involuntários de abrir e fechar a boca. Ainda há relaxamento da mandíbula, protusão parcial da língua, salivação continua e atrofia masseter. Os sinais clínicos são a atrofia muscular por desnervação, língua flácida, conteúdo ressecado no trato gastrointestinal, congestão de meninges, degeneração de neurônios do núcleo motor do trigêmeo, degeneração Walleriana do nervo trigêmeo, atrofia muscular por desnervação com substituição por tecido fibroso. Prosopis juliflora OUTRAS PLANTAS QUE ACOMETEM O SISTEMA NERVOSO Conhecido como “cavalinha”, provocando intoxicação em equinos. Os animais tornam-se adictos. Feno com 1/5 da planta, produz sinais clínicos nos animais. Os sinais clínicos são neurológicos. Equisetum spp Conhecida como cocão, sendo comum no RS e SC. Os sinais clínicos são a depressão, sonolência, hipermetria, desequilíbrio, tremores, bruxismo, salivação, posição de cavalete. O quadro é agudo. A macroscopia é caracterizada pela presença de frutos no trato gastrointestinal. Na micro não há alterações. O diagnóstico se dá pelo histórico e presença dos frutos no trato gastrointestinal. Erythroxylum Deciduum Conhecida vulgarmente como “Uva-do- japão”, “Tripa-de-galinha”. Esta presente em toda a região sul do Brasil. é usada para o sombreamento. Acomete caprinos e bovinos. A intoxicação ocorre quando os animais ingerem os frutos. Os sinais clínicos são a apatia, hipermetria, ranger de dentes, pressionar a cabeça contra objetos. Os animais ainda podem apresentar agressividade. Macroscopicamente os animais possuem achatamento das circunvoluções cerebrais. Na micro os animais possuem polioencefalomalacea. O tratamento é através de um polivitamínico com a tiamina. Hovenia dulcis