Buscar

trabalho de filosofia geral do direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

‘’CENTRO DE CIÊNCIAS ASSOCIADAS E APLICADAS DO DIREITO’’
Profº: Stefano
Curso Direito - Turma: DIR15/1A
Várzea Grande-MT
Março-2015
TRABALHO FILOSOFIA GERAL DO DIREITO
A ORIGEM DA MÁ AÇÃO.
A Causa do Mal segundo Platão é a Ignorância.
Acadêmico:
 Alonsio Rangel de Souza
Introdução
Toda ação errada por falta de conhecimento, bem como o sabeis, decorre da ignorância, de forma que ser vencido pelo prazer é a maior ignorância.
A concepção de realidade presente na frase, possui relação direta com a perseverança em fazer as coisas, de forma que se assemelha a expressão "Sem dor, sem ganho". Ou seja, para conseguir aquilo que queremos ou precisamos, é necessário luta e perseverança para que possamos alcançar nosso objetivo.
(Alonsio Rangel de Souza)
A Causa do Mal segundo Platão é a Ignorância.
Um dos pontos mais interessantes da filosofia platônica talvez seja a ideia de que a ignorância é a causa do mal, conforme encontramos no diálogo Protágoras:
 
se o agradável é o bem, ninguém que saiba ou creia que haja coisas melhores do que as que faz, e que sejam possíveis para ele, continua a fazer estas últimas, tendo possibilidade de coisas melhores. E o deixar-se vencer por si próprio não pode ser senão ignorância, nem o conseguir vencer-se a si mesmo não pode ser senão sabedoria.  
Se considerarmos a tendência natural do homem a buscar o prazer e fugir da dor, a buscar o agradável e fugir do desagradável, o argumento de Platão torna-se bastante evidente.
 
E ainda diz, 
 
“E então? Acaso não afirmais que a ignorância é algo semelhante a isto: ter falsa opinião e enganar-se sobre argumentos de grande importância? (...) Que outra coisa dizia eu: senão que ninguém vai voluntariamente ao encontro dos males, ou do que considera ser mal?”
 
O verdadeiro problema surge quando consideramos que os homens nem sempre concordam com relação ao que é o bem e o que é o mal. Na verdade, nesse mesmo diálogo é lembrado que um prazer imediato e, portanto agradável, pode trazer desgostos futuros enquanto uma dor imediata pode ser a causa de futuros prazeres. Nesse sentido, Platão considera que se torna necessária uma capacidade de ponderar, de medir com precisão, para onde se inclinará a “balança” do prazer e da dor ao longo do tempo.
 
Usarei de um simples exemplo para tentar clarear a idéia. Suponhamos que uma mulher come um Lanche do subway. É provável que ela sinta prazer ao saboreá-lo. Suponhamos que, então, ela busque novamente o “bem”, e coma imediatamente após mais um subway. É provável que ela ainda sinta prazer ao comê-lo. Todavia, se estendermos esse raciocínio para cinco, dez, mesmo mais subway consecutivos, é provável que em um certo momento a mulher venha a ter uma indigestão, e o prazer será então sucedido pela dor. Esse exemplo elementar demonstra-nos que mesmo o prazer depende de uma proporcionalidade adequada, caso contrário ele se converte em dor, ou cede seu lugar a esta. Contudo, se não temos a experiência direta, é pouco provável, caso não seja mesmo impossível, que se tenha esse senso de proporção que é próprio da sabedoria, principalmente quando se refere à percepção nítida das consequências futuras de uma ação presente.
 
Tanto não é fácil avaliar que proporções assumirão as consequências futuras de uma ação que estamos executando agora, no presente, que o próprio Platão compara essa sensibilidade ou faculdade de avaliação com a visão quando pergunta: “Os mesmos objetos não parecem maiores à sua visão quando próximos, e menores quando à distância?” (Protágoras, 356).
 
Essa “ciência das medidas” é algo mais que conhecimento, como o próprio Platão também refere:
 
“O homem erra na sua escolha de prazeres e dores, ou seja, na sua escolha do bem e do mal, por falta de conhecimento; e, além disso, vocês admitiram que ele não erra apenas por falta de conhecimento em geral, mas por falta desse conhecimento particular que é chamado medição. E vocês estão também cônscios que o ato errôneo que é cometido sem conhecimento é cometido na ignorância. Esse, portanto, é o significado de ser vencido pelo prazer: ignorância, e nesse caso a maior das ignorâncias” .
 
Portanto, Platão não se refere a uma ignorância em geral, mas a um tipo bem particular, classificado como sendo a maior ignorância, que corresponde a essa falta de percepção das proporções do prazer e da dor no instante imediato e a longo prazo. Ser vencido pelo prazer seria, então, deixar-se fascinar pelo prazer imediato sem perceber claramente a proporção da dor futura que essa linha de ação produzirá. O inverso também pode ser classificado em situação semelhante, ou seja, evitar um doloroso esforço imediato, ou uma dor imediata como, por exemplo, ir ao dentista, por não perceber a proporção do prazer futuro que advirá dessa mesma ação. Isso também seria essa maior ignorância, que se assemelharia a uma falta de “sensibilidade visual”, ou de treino da visão em perspectiva perante o futuro, que parece depender também da experiência da alma, e não meramente de um conhecimento formal.
 
Basta, todavia, lembrar que essa sabedoria tem uma sensibilidade perceptiva em relação às proporções do bem e do mal a longo prazo, semelhante à da visão em perspectiva treinada pelo uso, que o mero conhecimento geral não possui. Este último assemelha-se mais ao aviso da mãe para que a criança não coma sorvete em demasia, mas que não gera convicção na criança que não possui a experiência, tendo a influência de uma mera informação a ser comprovada.
 
Tendo assim distinguido o mero conhecer do saber, talvez possamos melhor compreender esse conceito de ignorância que Platão apresenta também nas Leis:
 
“A maior ignorância é quando um homem detesta aquilo que todavia ele pensa ser bom e nobre, e ama e segue aquilo que ele conhece ser tortuoso e mau”
 
 “E quando chegarem a quinquagenários, os sobreviventes que se houverem distinguido em todos os atos de sua vida e em todos os ramos do conhecimento serão levados à consumação final, pois é preciso obrigá-los a alçar os olhos da alma e contemplar de frente o que proporciona luz a todos; e quando tiverem visto o bem em si, o adotarão com modelo durante o resto de sua existência”  
Por que Platão teria usado termos aparentemente tão místicos como “visão beatífica” 
 
“A causa principal da nossa incerteza é que a nossa compreensão do Um não nos vem pelo conhecimento científico nem pelo pensamento, como conhecimento de outras coisas inteligíveis, mas por uma Presença que é superior à ciência. Quando a alma adquire o conhecimento científico de algo, ela se separa da unidade e cessa de ser inteiramente uma, pois a ciência implica a razão discursiva e a razão discursiva implica a multiplicidade... Para alcançar a Unidade devemos, portanto, elevar-nos acima da ciência e jamais nos apartar daquilo que é essencialmente Um; devemos para tanto renunciar à ciência, aos objetos da ciência e a todos os demais direitos, exceto a esse Um; mesmo ao da Beleza, pois a Beleza é posterior à Unidade, e deriva desta como a luz do dia provém do Sol. Eis porque Platão diz da Unidade que é indizível e indescritível. Ainda assim, dela falamos e escrevemos sobre ela, mas apenas para estimular nossas almas pela discussão, e para encaminhá-las em direção a este espetáculo divino, como se indicaria o caminho a alguém que desejasse ver algum objeto. A instrução, na verdade, chega a indicar o caminho e a guiar-nos na senda, mas obter a visão da Divindade é trabalho próprio de quem deseja obtê-la”.
 
“Quem nela tentar fixar olhos conspurcados pelo vício, olhos tão impuros ou fracos, que não possam suportar o esplendor de objeto tão brilhante, esses olhos nada verão, nem mesmo se lhes for mostrada uma visão fácil de compreender”. O órgão da visão deverá primeiro tornar-se análogo e semelhante ao objeto que há de contemplar. Os olhos jamais veriam o Sol, se primeiro não tivessem assumido a sua forma; do mesmo modo, a alma jamais veriaa Beleza, se ela própria, antes, não se tivesse tornado bela. Para conseguir a visão do Belo e da Divindade, todo homem deve começar por tornar-se belo e divino 
Sob esse ponto de vista, podemos compreender melhor as palavras de Platão, quando ele afirma na República, que os “prazeres sensuais” agem como “excrescências plúmbeas” que “mantêm voltada para baixo a visão da alma’’, impedindo-a assim de contemplar a idéia do bem, que é, entre todas, a mais elevada. Assim, pode-se dizer que para Platão a virtude não está separada da sabedoria, mas é antes uma condição para tornar-se sábio, pois a sabedoria não é mera erudição, mas algo muito mais difícil de ser obtido, sendo a própria solução dos males humanos.
A esse respeito, referiu-se Platão com a frase:
 
“Toda ignorância é involuntária, e aquele que se julga sábio se recusará sempre a aprender qualquer coisa de que se imagina esperto, e, por conseguinte, o gênero de educação que usa admoestação (ou repreensão) causa muito problemas e traz poucos benefícios” 
Bibliografia
Platão Diálogos, Protágoras Górgias – Fedão. . 2º. ed. Revisada coordenação: Benedito Nunes. Tradução Direta do Grego: Carlos Alberto Nunes. P. 355 a 360.

Continue navegando